História Depois Das Dez - 2 Temporada - Um Novo Amanhã

"O bater de asas de uma simples borboleta, pode causar um tufão do outro lado do mundo.

POV. Autora

- Nããããããããããããão! - Gritou Marinette ao ver, de longe, o corpo de Chat Blanc caído ao chão. 

Não muito tempo após a partida do amado em busca de Hawk Moth, a azulada com um forte aperto no peito, resolveu ir à sua procura, chegando na Torre Eiffel logo após a conclusão da batalha. 
Vendo-o naquele estado, não hesitou em correr ao seu encontro. Sentando-se ao lado do garoto e apoiando a cabeça dele em suas pernas, a heroína chorou. Chorou pesadamente, se negando a acreditar ou aceitar na peça que o destino havia lhe pregado.

Adrien estava morto!

- Não! Não! Por favor abra os olhos. Gatinho, abra os olhos. - Dizia entre soluços, agora abraçando fortemente o rapaz.

Os outros três heróis estavam paralisados com o choque que a cena lhes causara. Todos os dias quando saiam para enfrentar um akuma, sabia em seus ínfimos que estavam lutando pela vida, não só da população de toda Paris, mas também as deles própria. Mas a simples cogitação da ideia da morte não lhes havia afetado, até porque, até o presente momento, ninguém havia perdido sua vida. Bridget chorava com o rosto "enfiado" no peito de Felix, o mesmo apenas fechou os olhos fortemente tombando a cabeça para o lado não deixando transparecer a tímida lágrima que rolara por sua face enquanto cerrava os dentes. Já Tonny mantinha seus olhos bem abertos, estático. 

- Marinette... - Chamou calmamente. 
- Sai. - Respondeu ríspida. - Ele não pode ter morrido Tonny, não pode!
- One-chan... - Tonny a abraçou protetoramente. - Ele se foi... 
- Não... - Resmungou baixinho. 

Um rápido flashback em sua mente a fez lembrar das palavras de Sakura. "Sabe... Sempre me imaginei em um conto de fadas... Aqueles bem clichês em que o príncipe salva a princesa com um beijo de amor verdadeiro... Às vezes eu me pergunto se isso realmente funcionaria na vida real." E assim como fizera anteriormente para libertá-lo da maldição, ela o beijou. Porém, para sua surpresa o loiro não mostrou qualquer reação.

- Não! - Exclamou chorosa. - Por quê? ADRIEN! - Gritou. - Volta pra mim. - Sussurrou.

Nesse momento a transformação de Chat se desfez. O profundo corte em seu peito fez com que a típica jaqueta branca do loiro rapidamente assumisse a cor carmesim do sangue. 

- Droga garoto! Por que tinha que ser tão imprudente? 
- Plagg? 
- Oh menina, primeiramente pare de chorar. (N/A: Plagg, delicado como um coice de mula. ¬¬)
- Como você me pede uma coisas dessas? 
- Você quer salvá-lo ou não? 
- Mas ele...
- Ainda há uma chance. Como vocês convergiram seus miraculous, é possível. 
- O que eu tenho que fazer? - Perguntou séria enxugando as lágrimas.
- Coloque meu miraculous também... E deseje.
- Como assim deseje? O que eu devo desejar?
- Você quer que eu desenhe sua idiota? - Disse grosseiramente.(N/A: Sério vou matar ele. ¬¬) - Desculpe. - Se aclamou. - Apenas peça o que você mais deseja, do fundo de seu coração que o poder absoluto dos miraculous, concederá à você.
- Tá. - Ela assentiu.

Ladybug retirou o anel de deu amado, em seguida Plagg desapareceu. A jovem suspirou e colocou o acessório em seu dedo anelar, o mesmo que estava sua aliança de noivado, vendo o "gato" reaparecer em sua frente. 

- Agora se transforme. - Disse ele.
- Mas eu já estou transformada em Ladybug.
- Confie em mim. - Ela assentiu. - Você tem que dizer "Plagg mostrar as garras."
- PLAGG MOSTRAR AS GARRAS! - Gritou fazendo com que o kwami fosse sugado para o anel. 

Uma luz verde a cercou e ela fechou os olhos brevemente. Quando os abriu e olhou para si mesma, surpreendeu-se.
Seu traje de batalha havia mudado. Continuava com o mesmo macacão vermelho com bolinhas pretas, porém, agora ela usava botas que iam até suas coxas e luvas que iam até um pouco acima de seus cotovelos. Suas luvas tinham garras tão afiadas que cortariam até mesmo o aço. Ambas as peças em couro preto como a roupa de Chat Noir, assim como o par de orelhas negras que haviam aparecido, idênticas as de seu parceiro. Sua máscara continuou a mesma, porém, seu cabelo estava, agora, preso em um coque muito bem feito no alto de sua cabeça.

- Eu desejo... - Ela sussurrou pausadamente. - Eu.. Droga! Eu não sei o que dizer... - Ela o abraçou apoiando-o em seu colo. - Apenas, volte para mim, gatinho... Por favor... Volte. 

Uma singela lágrima percorreu pela face na menina caindo, em seguida, nos lábios do loiro. Marinette apoiou-se sobre o menino chorando pesadamente com o rosto "afundado" em seu peito. 

POV Adrien

"- Onde estou?

Não conseguia ver, sentir, ouvir, estava tudo escuro, meu corpo parecia mais leve do que a própria gravidade. 

- Adrien. - Ouço alguém me chamar.
- Quem é? - Pergunto. - Plagg?

Vejo ao longe, a figura de um homem se aproximando de mim.

- Adrien, você tem que voltar. - Diz ele. Sua voz tão grave como o trovão, tão firme e fria quanto o mármore.
- Quem é? - Pergunto novamente. Ele se aproxima mais até parar à minha frente. Seus cabelos castanhos claros como como mel, sua pele branca como porcelana. Era um pouco mais alto que eu e vestia um terno despojado de couro preto com uma gravata cinza e luvas brancas, também de couro. Lembrava muito meu traje de batalha.
- Eu fui o primeiro Chat Noir, meu nome é Tatsumi Hyoudou.
- O primeiro Chat Noir? - Questionei surpreso. O que o primeiro herói queria comigo?
- Adrien, eu preciso que me escute e preste muita atenção ao que eu vou lhe dizer. - Assenti. - Essa não é a primeira vez que um Chat Noir é corrompido. - Arregalei os olhos surpreso. - Eu não era mal, mas fiz uma coisa terrível, e isso corrompeu minha alma... Eu matei meu próprio irmão... Com o Cataclismo. Foi a primeira vez que Chat Blanc apareceu. E com isso me tornei o pior pesadelo da minha Ladybug.
- Mas como? 
- Sabe por que os guardiões dos miraculous são escolhidos com personalidades opostas aos poderes? - Neguei. - Porque para tudo deve haver um equilíbrio. O miraculous da Ladybug não poderia ser entregue a alguém perfeito. Veja a Marinette por exemplo, as vezes é desastrada, comete erros... O mesmo vale para o portador do Plagg, se ele fosse uma pessoa tendenciosa ao lado maligno, o miraculous sai do controle.
- Eu não entendo o que quer dizer... Como você conseguiu voltar?
- Não consegui. - Seu rosto estava entristecido. - Eu quase matei minha parceira, mas antes que pudesse fazê-lo, tirei minha própria vida. - Disse cabisbaixo. - Mas a minha sina não precisa ser seu destino. Você pode viver Adrien. 

- ADRIEN - Gritou, ao longe, uma voz feminina. Uma voz que o loiro conhecia bem.

- Ela está te chamando... Você tem que voltar. - Disse Tatsumi.
- Como? O que eu faço? - Perguntei aflito.
- Você? Nada! A Ladybug deve lhe salvar.
- Mas porque você não conseguiu? 
- Nós ainda não tínhamos convergido nossos miraculous. Mas vocês... 
- Mas como ela vai saber o que deve fazer?
- Ela vai saber... Confie em sua parceira. Confie em seu amor. Apenas confie... - E então ele desapareceu.
- Você vai conseguir Marinette, eu acredito em você. - Sussurrei para mim mesmo.

De repente, a escuridão começa a se dissipar, dando lugar a uma luz de forte brilho. Uma claridade tão forte que fui obrigado a fechar os olhos."

POV. Autora

A menina que ainda chorava incessantemente, parou assustada ao ouvir um resmungo baixo. O loiro, ainda em seus braços, arfou fraco.
Aos poucos as duas lindas orbes esverdeadas que a menina tanto amava, foram se fazendo presentes, novamente cheias de brilho e vida.

- Ma-Marin...ne...nette. - Ele balbuciou. As lágrimas, antes de tristeza, desapareceram dando lugar às de felicidade. Ladybug o abraçou novamente.
- Você está vivo. Está vivo. - Ela repita várias vezes como se quisesse provar a si mesma de que não estava sonhando. - Você voltou.
- Eu sempre voltarei para você... Eu prometi lembra? - Sussurrou com sua voz fraca. - Acabou. Ele se foi... Finalmente acabou. 

***

Marinette carregava sua pequena mala de mão bege que continua seus itens de higiene pessoal enquanto Adrien trazia consigo duas outras malas da mesma cor, uma grande com as roupas da garota e outra de tamanho médio com roupas minúsculas e um pequeno pacote de fraldas tamanho RN (N/A: Fraldas para recém nascido.).

- Vamos Adrien. - Chamou a azulada entrando na limusine. Após guardar a bagagem no porta malas, Adrien dirigiu-se para o assento de trás, sentando-se ao lado de sua companheira. 
- Vamos. - Disse ao motorista. A expressão da jovem era de dor. Mas podia-se notar que também estava assustada. - Vai dar tudo certo. Eu estou com você. 

Chegando na portaria da maternidade, um médico chegou com uma cadeira de rodas e levou a moça para o quarto. Após arrumar a papelada de entrada do hospital, Adrien se juntou à noiva. 
Ver sua amada sofrendo tanto, de certa forma o deixou furioso consigo mesmo. Ele era o culpado, o causador de todo aquele sofrimento. Mas também estava feliz, seria pai. 

- Vamos, faça força. - Pediu a enfermeira. 
- Você consegue. Estou aqui. - Disse Adrien segurando a mão dela.

Após um único grito agudo e alto, houve um breve momento de silêncio, sendo quebrado em seguida pelo choro forte do recém nascido. 
A enfermeira limpou, vestiu e enrolou a criança na manta, enquanto o modelo ajudava a amada a se limpar em um banho rápido. Adrien saiu do quatro, e nem meio minuto depois estava de volta com o bebê.
Com pequenos e finos fios loiros, olhos azuis e uma pele tão clara como a neve, o bebê dormia tranquilamente nos braços do pai.
Ele olhava para a pequena em seus braços e naquele momento se permitiu chorar. Uma lágrima de alegria rolou por sua face no mesmo instante que um sorriso se formava em seus lábios.

- Emma... - Sussurrou sorrindo enquanto passava a filha para o colo da mãe. 
- Emma... - Sussurrou Marinette em concordância com o noivo enquanto sorria.

***

- Mamãe! O Plagg não quer brincar comigo. - A menina disse chorosa correndo e sentando no colo da mãe que dormia em uma poltrona. Na mesma hora, Adrien lançou um olhar "assassino" para o gato.
- Minha pequena, por que não chama a Tikki para brincar? - Disse o pai pegando a criança no colo. - Sei que ela adoraria brincar com você, não é mesmo Tikki? 
- Claro! - Respondeu a joaninha sorrindo animada. - Você quer brincar de casinha?
- Ebaaaaaaa! 
- Mas antes... - Tikki disse séria fazendo uma breve pausa. - O que acha de atacarmos a geladeira? Preciso de uns cookies. - Riu.
- Vamos. - E as duas foram rapidamente para a cozinha.
- Plaaaaaaaaaaaagg... - Chamou o loiro. 
- Eu sei, eu sei... Já estou indo. - Resmungou ele pouco antes de voar ao encontro das duas. 
- My Lady... - Chamou sedutoramente. - Acorde... - Ele passou uma das mãos em sua testa retirando sua franja azulada e a colocando para o lado.
- Bom dia. - Disse sonolenta.
- Bom dia? - Perguntou irônico. - São quase três da tarde. - Riu.
- Mas já? Por que não me acordou antes? Ainda tenho muitas coisas para preparar...  Tenho que pegar o bolo com meus pais, fazer a ultima prova do vestido de Emma, verificar as músicas com o Nino, confirmar a gravação com a Alya, passar na....
- Calma! - Pediu. - Seus pais vai trazer o bolo. Já liguei pro Nino e pra Alya e resolvi tudo. Agora o que falta é só o vestido. 
- Obrigado, não sei o que faria sem você. - Disse a jovem. O loiro se inclinou um pouco dando um rápido selinho nos lábios rosados da esposa.
- Ainda não acredito que nossa princesa fará cinco anos amanhã. - Disse nostálgico.
- Pois é, passou tão rápido... - Dramatizou a garota. - Bom... Aquele vestido não vai terminar sozinho. - Disse se levantando rapidamente. Mas ao mesmo tempo que que estava de pé, se viu de volta à poltrona. 
- Vai devagar... - Alertou. - Não queremos ninguém chegando antes do combinado. - Piscou sorrindo.

O ainda modelo, deslizou carinhosamente a mão pela enorme barriga arredondada da companheira. Sua gravidez beirava os sete meses e em breve teriam mais um, ou melhor, dois membros na família. De fato ao completar quatro meses de gestação e descobrir que Marinette estava gravida de gêmeos univitelinos (Idênticos), o casal ficou um pouco receoso, mas após contarem a novidade aos familiares e amigos, recebendo o apoio de todos, se tranquilizaram e se permitiram ficar eufóricos de felicidade.

- Como eles estão? - Perguntou Adrien ainda acariciando a barriga gigantesca da esposa. 
- O Hugo está calmo, já o Louis... Esse está bem agitado... Vamos... - Disse tentando se levantar novamente, sendo ajudada pelo parceiro. - Temos uma festa para preparar. - Concluiu sorrindo...

***

Alya havia se tornado uma das repórteres mais famosas de Paris graças à sua entrevista exclusiva com Ladybug e Chat Noir, onde o casal se assumiu e anunciou a gravidez da heroína.
Nino se tornou o melhor e mais disputado DJ das boates de Paris após tocar na festa de casamento do modelo teen mais cobiçado da França. Adrien.
Pouco depois de se formarem na escola, o casal começou a namorar e atualmente, estavam noivos.

Chloe e Sabrina foram viajar pelo mundo, conhecendo novos lugares e pessoas. Nunca voltaram à Paris. 

Juleka, Alix, Rose, Max e Kim, resolveram cursar faculdade de administração e se mudaram para um campus.

Mylène e Ivan estavam casados a pouco mais de um ano e esperando seu primeiro filho.

Felix e Bridget compraram uma casa de campo no interior e se mudaram pouco depois do nascimento de Sophia, filha do casal e uma vez por mês visitavam a Mansão Agreste.

Após o "desaparecimento" misterioso de Gabriel Agreste, Adrien e Felix herdaram todos os bens do pai. Adrien continuou morando na mansão com sua esposa, Marinette, seus três filhos, Tikki, Plagg e recentemente adotaram um pequeno hamster.


 "Hatenaki yume motomeru shirube naki sekai de..."
(Estamos procurando por nossos sonhos sem fim num mundo sem coordenadas...)