História Depois Das Dez - 2 Temporada - Seguir em frente?

POV. Marinette

- O q-que você está faze-zendo? - Eu perguntei.
- Isso! - Ele disse.

Rapidamente ele pegou meu rosto com as duas mãos e colou seus lábios nos meus. "Não! Isso está errado!" Eu tentei me afastar, mas era inútil, ele era muito forte. Ele desceu suas mãos para minha cintura e puxou meu corpo, colando mais ainda ao seu. Eu não conseguia me mover, entrei em choque. O que diabos estava acontecendo? Eu não sabia. Ele soltou minha boca mas não me soltou. Uma de suas mãos permaneceu em minha cintura, enquanto a outra foi de encontro ao meu queixo, levantando-o, fazendo-me olhar em seus olhos.

- Me desculpe mas, eu queria fazer isso desde de que te vi pela primeira vez. - Disse ele me dando um selinho.
- Não! Você não devia ter feito isso! Não podia ter feito isso! - Me virei e sai correndo.
- MARINETTE ESPERE! - Ouvi ele gritando mas, não me virei nem o respondi, apenas continuei correndo sem saber para onde.
- Tikki, transformar! - Pulei entre os prédios e fui até ao alto da Torre Eiffel. - Tikki, reverter.
- Marinette, você deve tomar cuidado. Lembre-se que você não pode fazer muito esforço.
- Tikki. Ele não podia ter feito isso! 
- Nossa Mari, ele realmente passou um pouco dos limites.
- Um pouco? - Perguntei sarcástica. - Ele se aproveitou da minha fragilidade.
- E como você se sentiu? Esse beijo mexeu com você não é mesmo? - Perguntou Tikki.
- Não vou negar, fiquei mexida sim. Só ainda não sei se isso é bom ou ruim.
- O que é bom ou ruim, One-chan? - Perguntou Vulpix sentando-se ao meu lado.
- Vulpix... O que está fazendo aqui? - Perguntei.
- Como assim? Você saiu correndo da aula sem dizer onde ia. Passei a tarde toda te procurando.
- É que eu queria ficar um pouco sozinha para colocar meus pensamentos em ordem. Mas, não foi bem isso que aconteceu.
- O que houve maninha? - Perguntou ele.
- Eu encontrei com o médico que cuidou de mim ontem.
- E o que há de mais nisso?
- Ele me chamou para tomar um soverte e eu fui. Nós conversamos e...
- E o que? Ele fez alguma coisa com você Mari? Se fez eu mato ele.
- Ele... Ele... - Eu não conseguia dizer. As palavras em minha mente pesavam em meu coração.
- Ele roubou um beijo dela. - Disse Tikki.
- Ah! Entendi. Bom, isso realmente é um pouco desconcertante. - Disse ele passando a mão em sua nuca com um sorriso tímido.
- Eu estou me sentindo péssima. - Eu disse colocando o rosto entre as pernas enquanto começava a chorar.
- Olha, isso é uma coisa que só você pode decidir o que fazer, mas quer um conselho? Talvez seja hora de você seguir em frente.
- Eu não quero. Ninguém irá substituí-lo.
- Eu não estou dizendo para substituí-lo, apenas para se dar uma nova chance. Tocar sua vida.
- Eu não sei...
- Se esse cara, for uma boa pessoa, dê uma chance à ele. - Eu não respondi. - Vamos para casa.

Me transformei e fomos embora. Tonny me deixou em minha cama, em seguida saiu do meu quarto. Não me lembro qual o exato momento que adormeci. Tudo que eu queria era acordar daquele terrível pesadelo.

POV. Tonny

- O que acha disso tudo Fouxy? - Perguntei.
- Eu não sei, tudo está acontecendo tão rápido. - Respondeu meu kwami.

As duas semanas que se seguiram foram piores. Ela estava realmente mal. Não passava um dia se quer que ela não chorasse. Por algum motivo Hawk Moth não atacava à quase três semanas.

- Sr. e Sra. Dupain. Boa tarde. - Disse o homem ao entrar na padaria.
- Dr. Rodrigo, que surpresa. O que desejas? Queres algum bolo? - Perguntou mamãe. "Será que esse é o médico que a Mari falou?"
- Na verdade eu vim ver sua filha, ela está?
- Sim, eu... - Mamãe começou a dizer mas eu a interrompi.
- O que deseja com minha irmã? Será que eu posso saber? - Perguntei fechando a cara para ele.
- É que eu gostaria de conversar com ela. Esclarecer algumas coisas.
- Tonny, leve-o lá em cima  por favor. - Disse mamãe.
- Claro. - Respondi entre dentes. Subimos a escada rumo ao apartamento. - Me espere aqui. Vou ver se ela está acordada.
- Tudo bem. - Respondeu ele sentando no sofá da sala.
- One-Chan! Está acordada? - Perguntei entrando em seu quarto. - Mas para minha surpresa ela não estava lá.
- Estou aqui em cima! - Gritou ela do terraço.
- Mari. Tem um cara aí querendo falar com você. Ele disse que se chama Rodrigo. - Eu disse.
- Eu não quero falar com ele. - Ela respondeu.
- É ele o tal médico de que você me falou? - Perguntei. Mas, no fundo eu já sabia a resposta, apenas queria ter certeza.
- O próprio!
- Eu vou lá despachar ele então tá?
- Marinette, ouça o que ele tem a dizer, talvez vocês se entendam. - Disse Fouxy.
- Eu não quero me entender com ele.
- Mesmo assim, acho que você deveria ir lá, nem que seja para dizer na cara dele que não quer nada com ele. - Insistiu o kwami.
- Fouxy! Se ela não quer vê-lo, é um direto dela. - Eu disse.
- Não Tonny. Ele tem razão eu tenho que acabar com isso de uma vez. - Disse ela indo em direção à sala.

POV. Marinette

- Oi Dr. Rodrigo! - Cumprimentei-o
- Olá Marinette, por favor me chame de Rodrigo. - Ele disse sorrindo.
- O que deseja Dr. Rodrigo? - Perguntei. Fiz questão em dar ênfase na palavra Dr. Pude ver seu sorriso se desfazer.
- Eu posso falar com você em particular? - Perguntou ele.
- Eu não tenho nada para tratar em particular com o Senhor.
- Por favor. - Ele insistiu. Ficamos todos em silêncio por um momento.
- Tonny, poderia nos dar licença por favor? - Pedi.
- Claro One-chan. - Respondeu. - Qualquer coisa é só chamar, estarei do outro lado da porta. - Ele sussurrou em meu ouvido antes de sair.
- Então... Eu... Eu... - Fez uma breve pausa. - Me desculpe! - Ele praticamente gritou. - Eu fui um idiota, me aproveitei do seu momento de fragilidade para realizar meu desejo de beijá-la.
- Você realmente não deveria ter feito aquilo. - Eu disse rispidamente.
- Sim. Me perdoe. Não quero que fique com raiva de mim. Eu só queria uma chance para te mostrar que eu posso ser mais do que seu amigo. Mas acho que acabei acelerando as coisas e estragando tudo.
- Tudo bem eu perdoo você. Com uma condição!
- Qualquer coisa.
- Nunca mais me beije sem meu consentimento.
- Prometo não encostar um dedo em você até que você peça.
- Eu nunca pediria. Meu coração já tem dono, e é o pai do meu filho.
- Que está morto! - Ele disse. Meus olhos se encheram de lágrimas. - Me desculpe eu... Não deveria ter dito isso. - Ele se levantou e veio me abraçar. - Eu sei que não posso substituí-lo, nem quero, mas, me deixe cuidar de você. Essas duas semanas me fizeram perceber que eu estou amando. Eu amo você Marinette.
- Eu... Não sei... Estou muito confusa. Poderia me dar um tempo para pensar no assunto?
- Claro meu anjo! - Rodrigo depositou um beijo terno em minha testa.

Nesse momento ouvi o barulho de sirenes passando na rua. Tonny entrou pela porta e rapidamente ligou a TV.
A repórter informava que havia um incêndio em um hotel e que os bombeiros estavam com dificuldade de controlar o fogo. "Será que os heróis, Ladybug, Chat Noir e Vulpix virão?" Disse a repórter. Desliguei a TV.

- Acho que está na hora de você ir Rodrigo. - Eu disse.
- Mas... - Ele começou a dizer mas, Tonny o interrompeu.
- A One-chan precisa descansar.
- Tudo bem, descanse. Mas qualquer coisa que precisar, não hesite em me ligar. Você tem meu número.
- Claro! Obrigado. - Eu disse. Ele saiu pela porta em seguida.
- Vamos? - Perguntei.
- Não acho uma boa ideia você ir.
- Eu vou sim e ponto.
- Tudo bem mas não se afaste de mim okay? - Ele perguntou e eu apenas assenti com a cabeça.
- Tikki, transformar.
- Fouxy, hora da raposa. - Chegamos lá em poucos segundos.
- Vejam! - Gritou um dos bombeiros. - É a Ladybug e o Vulpix.
- Como está a situação capitão? - Perguntei ao aterrissar no chão ao seu lado.
- Nada boa Ladybug. Conseguimos tirar todos os civis, porém, dois de nossos homens ainda estão lá dentro.
- Tem certeza de que todos os civis saíram? - Perguntou Vulpix.
- Ao que parece sim. Ladybug onde está o Chat Noir? - Não respondi, apenas abaixei a cabeça.
- Ele não pôde vir. - Respondeu Vulpix.
- Vamos! - Eu disse entrando no prédio.
- One-chan espere! - Gritou o herói seguindo-me prédio à dentro.

Realmente o fogo estava muito intenso. Com tanta fumaça era praticamente impossível enxergar qualquer coisa.

- Tem alguém aí? - Gritei.
- Olá! - Gritou Vulpix.
- Ladybug! Estamos aqui! - Ouvimos uma voz gritar.

Seguimos o som, e logo encontramos os dois bombeiros presos entre os escombros.

- Calma! Nós vamos tirar vocês daí! - Disse Vulpix.
- TALISMÃ! - Gritei. Em minhas mãos surgiu um cobertor. Pequeno de mais para os dois. "Droga! É muito pequeno, e agora?" - Vulpix vamos tentar levantar no três!
- Não! - Ele gritou. Os rapazes olharam sem entender o porquê do herói ter elevado a voz exaltado. - Você não está em condições de fazer extraporias. Deixe isso comigo! - Ele rapidamente retirou a tora de madeira que prendia os homens.
- Vamos! Vamos sair logo daqui! - Disse um dos bombeiros.

Vulpix e eu assentimos com a cabeça indo em direção às escadas. Porém algo me chamou a atenção. Ouvi um choro baixo ao passar em frente a porta de um dos quartos do hotel.

- Vão na frente, eu já alcanço vocês! - Eu disse e saí antes que Tonny me impedisse.
Olhei para trás e pude ver os três indo em direção à saída. Ouvi novamente o choro. Ao identificar de qual quarto vinha, dei um chute na porta, que graças ao incêndio, quebrou facilmente. Meu miraculous apitou. "Droga!"
- Olá tem alguém aí? Sou eu, a Ladybug! Eu vim ajudar. - Eu gritei, mas não obtive resposta. - Olá?

Andei rapidamente pela grande suíte de luxo procurando por alguém. Mas não vi ninguém. "Acho que estou ouvindo coisas!" Me virei rumo a porta, mas antes de sair, ouvi o choro novamente. "Não! Isso não é coisa da minha cabeça." Recomecei minha busca mais minuciosamente. Então, para minha surpresa, achei o responsável pelo choro. "Um bebê!"  Ele estava apenas com a roupinha do corpo sem nenhuma manta ou cobertor, ele saiu engatinhando debaixo da cama. "Você está seguro pequeno!" Peguei-o no colo, ele parou de chorar no mesmo instante, com o cobertor do meu talismã, o enrolei. Saí rapidamente do quarto e fui rumo a saída do hotel. Foi então que comecei a tossir, por conta da fumaça. "Calma Marinette! Você está responsável por duas crianças! Eu tenho que sair daqui!" Meu miraculous apitou novamente.
Finalmente cheguei ao hall do hotel, pude ver Vulpix e os bombeiros do lado de fora. Assim que eu saí entreguei a criança ao capitão do corpo de bombeiros.

- Consegui! - Sussurrei à Tonny, antes de perder os sentidos.

POV. Tonny

- LADYBUG! - Gritei com ela nos braços. - One-chan! Acorda, me responde.
- Rápido! Temos que levá-la ao hospital! - Disse o capitão.
- Vamos! - Entramos na ambulância

Chegamos na emergência e logo vieram três médicos ao nosso encontro.

- O que houve? - Perguntou um deles.
- Ela inalou muita fumaça ao ajudar no incêndio de agora a pouco. - Eu disse
- Entendo! - Disse o médico. - Fique tranquilo cuidaremos dela. - Nesse momento já estávamos no quarto de urgência.
- Não vou me separar dela.
- Mas você não pode... - Antes que ele terminasse de falar, o interrompi.
- Olha aqui! Você não vai me impedir de ficar com ela. A situação dela é mais complicada do que vocês  possam imaginar. - O miraculous dela apitou pela terceira vez. "Droga!"
- Que barulho foi esse? - Perguntou a médica.
- Isso quer dizer que a transformação dela está acabando. - Eu disse.
- Não se preocupe, não contaremos para ninguém.
- Me desculpem, mas vocês não podem saber. Por favor  chamem o Dr. Rodrigo Marsílio.
- Mas...
- Andem! - Gritei. Em seguida todos saíram.
- To-Tonny - Sussurrou ela.
- Estou aqui One-Chan! Calma. Você está no hospital. Mandei chamar o Dr. Rodrigo, tudo bem?
- Uhum! - Ela virou a cabeça para o lado e voltou a dormir. Ouvi uma batida na porta logo em seguida.
- Mandou me chamar? - Disse Rodrigo ao entrar na sala.
- Sim! Por favor ajude a Ladybug! - Pedi.
- Cla-Claro! - Ele respondeu em choque e começou a examina-la. Expliquei resumidamente à ele o que houve. - Porque eu? - Foi a única coisa que ele perguntou. O miraculous dela apitou pela quarta vez.
- Por isso! - Eu disse me referindo ao som do bip. - Ela vai se transformar de volta em breve e não quero que ninguém saiba sua identidade. E além do mais, o caso dela é delicado.
- Porque delicado?
- Saberá em breve. - Respondi. - Agora eu lhe peço, por favor não conte a ninguém o que você verá aqui. Caso contrário colocará a nossa vida e a de todos que amamos em risco.
- Tudo bem!
- Confiamos em você! - Eu disse.

E então, o último bip.
Sua transformação acabou e ela voltou a ser a Marinette. A expressão de Rodrigo era indecifrável. Um misto de espanto, aflição, choque e principalmente, preocupação.

- Marinette?!? - Perguntou ele. Provavelmente não acreditava no que seu olhos viam.
- Entende agora por que mandei chamar você Rodrigo? - Eu disse.
- Sim. - Ele respondeu boquiaberto.
- Vulpix? - Chamou Tikki com a voz fraca. - Onde estamos?
- Estamos em um hospital, a Mari desmaiou.
- Eu sabia que não era uma boa ideia ela ir. Mas ela não quis me ouvir.
- O que é isso? Que bicho é esse? - Perguntou Rodrigo.
- Hey! - Reclamou Tikki. - Eu não sou um bicho okay? Sou um kwami.
- Um o que? - Perguntou ele confuso.
- Um kwami. É graças a mim que a Marinette pode se transformar na Ladybug! Meu nome é Tikki, prazer.
- E então Dr.? Ela vai ficar bem não vai? - Perguntei.
- Vai sim, foi só um susto. Já mediquei ela agora temos que apenas que espenas ela acordar.
- Obrigado Dr. Rodrigo. - Eu disse. - E o bebê? - Ele se assustou com minha pergunta. Ele não sabia que eu estava a par da gravidez dela. Mas, também não perguntou como eu sabia desse fato.
- Está ótimo! Fique tranquilo. - Ele a fitou por alguns intantes. - Você se preocupa muito mesmo com a sua parceira em...
- Claro! Ela é minha amada One-chan.
- One-chan?

Nesse momento Mari acordou.

POV. Marinette

Acordei um pouco atordoada e tonta. Olhei em volta e vi Vulpix e Rodrigo me encarando. Tikki estava sentada no ombro de Tonny.

- Como se sente? - Perguntou Rodrigo.
- Estou bem, apenas me sentindo cansada.
- Você inalou muita fumaça. O que você fez foi muito arriscado mocinha! - Disse ele me dando um sermão. Só então "caiu a ficha", "Droga! Ele já sabe que eu sou a Ladybug!"
- Dr. eu... - Comecei a falar mas não sabia o que dizer.
- Não se preocupe seu segredo estará seguro comigo. E já disse, você é especial para mim. Eu quero cuidar de você.
- Obrigado! - Foi a única coisa que eu consegui dizer. - Vamos embora Vulpix.
- Espere! Você não pode ir. - Disse o herói.
- Temos que ir. - Sussurrei. - Mamãe e papai ficarão preocupados.
- Tudo bem, ela está bem fisicamente qualquer coisa me liguem. Mas de qualquer modo amanhã passo em sua casa para ver como você está menina. - Disse o médico. Ele depoisitou um beijo em minha testa, depois seus olhos encontraram os meus. Ele pegou meu queixo puxando-o para si. E então ele me deu um selinho demorado, que me fez corar.
- Obrigado Dr.
- Obrigado. - Eu disse. Logo em seguida me transformei e fui embora com meu irmão.

*** No quarto da Marinette ***

- Você está bem mesmo?
- Estou bem Tonny.
- Quer que eu durma com você hoje de novo?
- Não precisa não! Obrigado. Descanse!

Ele saiu. Deitei e adormeci em seguida.
Acordei em uma gigantesca sala, tão grande que era impossível saber onde começava e terminava, toda branca.
De longe pude ver alguém  caminhando em minha direção.
A medida que ia se aproximando, comecei a reconhecer suas silhuetas. Instantaneamente meus olhos se encheram de lágrimas.

- MARINETTE! - Gritou ele correndo em minha direção.
- ADRIAN! - Gritei correndo à seu encontro.