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História Depois do Show - Limantha - Segredo


Escrita por: Dickey

Notas do Autor


Eai galera! kkkkk sei que vocês estão acostumad*s com os capítulos aos sábados, mas decidi fugir um pouquinho da regra hoje kkkkk espero que gostem do capitulo.

Capítulo 7 - Segredo


 

 

 

 

         Uma semana antes

     (Anitápolis - Florianópolis)

 

 

 

Felipe não conseguia mexer suas mãos, o sangue grudado em sua carne fazia seus dedos latejarem. - “Aquela piranha, por que simplesmente não calou a boca?” – Repetia para si mesmo enquanto caminhava rapidamente para sua casa, precisava sair daquele lugar o mais rápido possível. Seus braços sangravam, mas ele simplesmente ignorou a dor das feridas, o ódio que exalava de sua alma era tão grande que mal conseguia enxergar as ruas pelas quais passava.

 

-"Me solta seu doente, me larga! SOCORRO!!” -Os gritos da mulher ecoavam em sua mente. - “Por favor, não faz isso!” - Felipe começou a correr, sequer notou as pessoas que o olhavam sobressaltadas pelo caminho.

 

Passou pela porta da casa onde morava com a mãe feito uma bala, subiu as escadas e se trancou no quarto, sua respiração estava acelerada, seu coração batia descompensado no peito. - “Ela deveria ter se calado, seria rápido, mas ela não se calou, a culpa é dela!” - Repetiu para si mesmo indo em direção ao banheiro.

 

- Felipe! Você está bem? Eu vi você passando. - Isabel batia na porta com as costas dos dedos. - Filho? - Girou a maçaneta com cuidado e empurrou a porta. Filho, eu estava te esperando para jantar, não consegui te ligar...

 

- SAI DAQUI. - A voz de Felipe foi ouvida alta e clara, o que fez com que o coração de Isabel desse um salto dentro do peito. - EU NÃO QUERO JANTAR, SAI. - Felipe reapareceu no quarto e fechou a porta com tanta violência que fez o quadro na parede ao lado balançar com o baque.

 

Felipe deixou seu corpo cair na cama com um baque surdo. Seus dedos latejavam, seus braços sangravam, mas nada disso o incomodava, seu corpo parecia estar totalmente anestesiado pelo que acabara de acontecer.

 

Cátia era uma mulher muito bonita, muito sensual e muito feliz, assim como sua irmã gêmea Fátima. Elas moravam a duas quadras de distância de sua casa ha mais ou menos quatro anos. Chegaram a frequentar a mesma roda de amigos, os mesmos rolês pelas noites e não demorou para Felipe com seu jeito calmo e compreensivo conquistar as irmãs e começar a frequentar a casa onde elas moravam com mais uma amiga. Todos os momentos que Felipe passara naquela residência eram repletos de risadas e brincadeiras, mas dentro dele existia algo sombrio, ele não deixara transparecer, mas vez ou outra fantasiava ter ambas em seus braços. Não demorou para que essa fantasia se tornasse uma obsessão, Felipe começou a se incomodar com os romances que as gêmeas se envolviam e esse foi o motivo que o fez jogar o carro para cima de Júnior um dos seus colegas de classe. O garoto estava se envolvendo com Cátia, chegando, inclusive, a assumir um namoro, Felipe não aceitou, acreditando estar sendo trocado por ele, decidiu tira-lo de seu caminho, como faria isso? O arrancando do mapa. Em uma noite pouco movimentada Felipe estacionou seu carro diante da residência das gêmeas e esperou o colega de classe sair da casa da namorada, o perseguiu por algumas ruas, tomando cuidado para não ser visto pelo rapaz, e sem pensar duas vezes, acelerou o carro para cima de Júnior que se jogou para calçada assim que percebeu a intenção de Felipe. Rapidamente a notícia do atentado se espalhou pela cidade, chegando aos ouvidos da polícia que o investigou por tentativa de assassinato, mas nada foi provado e Felipe manteve sua ficha criminal limpa. Mas isso afastou as irmãs que não o queriam por perto mais, o que antes era carinho e admiração se transformou em ódio, nojo e medo. Dentro de Felipe o ódio pela rejeição das irmãs só aumentava, ele acreditava que elas pertenciam a ele, somente a ele.

 

Os anos se passaram e a obsessão de Felipe aumentou, ele tentou de todas as formas possíveis se reaproximar das irmãs, que simplesmente o ignoravam e evitavam os lugares onde ele frequentava, mas ele não aceitaria aquilo, conseguiu descobrir todos os horários das gêmeas, suas rotinas eram monitoradas por ele que vez ou outra as seguia pelas ruas da cidade esperando a oportunidade perfeita para ter o que queria. Certo dia Felipe se deparou com Cátia caminhando em direção a casa de uma amiga, ela estava sozinha, era a oportunidade perfeita e ele não a perderia de vista, não dessa vez. Felipe a seguiu tomando cuidado para que a mulher não o visse, se aproximando cada vez mais dela a cada rua que ela passava, correu em sua direção quando ela se aproximou de um Horto Florestal um pouco mais distante da cidade e a puxou pelo braço. O susto fez a mulher se sobressaltar e tentar correr, mas Felipe usou de uma força sub-humana para segura-la e adentrou o lugar tapando a boca de Cátia com uma das mãos enquanto a puxava com força cada vez mais para dentro da natureza. Os gritos de Cátia eram completamente abafados pela mão de Felipe, o homem a conduziu para uma pedra gigante que compunha a paisagem do lugar e a forçou contra ela.

- Cala a boca! Vai ser melhor se você ficar quieta. - Ele dizia em um sussurro completamente descontrolado ao ouvido de Cátia. A mulher sentiu seu corpo tremer de desespero e começou a se debater em seus braços. Felipe tentou puxar sua saia para cima, mas ela enfiou as unhas em seu braço o ferindo no mesmo segundo, o homem se sobressaltou com a dor que sentiu e começou a apertar seu pescoço, seus dedos de encontro à pedra também o feriram, mas ele não se importou, olhava Cátia com tanto ódio que nenhuma ferida seria capaz de desviar sua atenção da mulher.

 

Sentiu o corpo de Cátia perder completamente a força e despencar de suas mãos, só então percebera o que acabara de fazer, Cátia estava morta. Felipe se desesperou, pegou o corpo da mulher sem muito esforço, tudo o que ele queria era se livrar daquela situação o mais rápido possível, e com um único movimento arremessou o corpo de Cátia para o fundo de um lago não muito longe dali. Ele não percebera, mas durante a luta corporal deixara cair um cartão que continha escrito o endereço da empresa em que ele trabalhava. Os noticiários relatavam o desaparecimento de Cátia praticamente todos os dias. Desesperou-se quando a polícia apareceu na fábrica de carros onde ele trabalhava, dizendo que um cartão fora encontrado no local do crime, e então decidiu que precisaria sair daquele lugar o mais rápido possível.

 

                         _______

 

 

 

              Tempos Atuais

 

 

 

- Me diz como foi lá! - Keyla falou puxando Lica pela mão assim que a mulher atravessou a porta de sua lanchonete.

 

- Calma! Deixa eu respirar primeiro que eu te conto. - Lica falou sorrindo - Vem cá! Vim por causa daquele pão na chapa que só o Tato sabe fazer.

 

- Nossa! E eu achando que você tivesse vindo porque queria me ver. - Keyla falou indo para o balcão. – Tato, faz aquele pão na chapa para a Lica, por favor?

 

- Claro, Key, é pra já! Oi Lica. - Tato respondeu virando-se para a garota ao lado de Keyla.

 

- Oi Tato! - Lica falou devolvendo o sorriso e indo em direção a uma das mesas.

 

- Me diz Lica... Você foi até o estúdio, não foi? - Keyla falava visivelmente curiosa se sentando em frente à amiga.

 

- Fui Keyla, eu gostei, e acho que irei mais vezes... - Lica respondeu tentando fazer mistério.

 

- Me conta! Os rapazes da banda são tão gatos quanto na TV? - Keyla perguntou em um sussurro tentando evitar que Tato a ouvisse.

 

- Eles são sim Key - Lica falou tomando um gole da água que sua amiga colocara no momento que se sentou junto a ela.

 

- E as gêmeas? Suponho que elas estavam lá quando você chegou, não? - Keyla perguntou se remexendo ligeiramente na cadeira, a mulher estava realmente curiosa.

 

- Mamãe! Posso ir brincar com o Davi? - Tonico se aproximou de Keyla puxando seu vestido para chamar sua atenção.

 

- Filho? - Keyla desviou os olhos para a criança. - Pode sim, mas só se a mãe dele estiver perto de vocês. - Keyla olhou em direção a porta da lanchonete e avistou uma mulher alta de cabelo castanho segurando a mão de um garotinho. – Pode, vai lá. - A criança saiu correndo em direção aos dois.

 

- Onde estávamos? - Keyla falou voltando sua atenção para Lica.

 

- Em você querendo edificar sua vida com uma fofoca. - Lica falou em tom de brincadeira.

 

- Verdade, me conta tudo! - Keyla falou apoiando os cotovelos na mesa e segurando o queixo com as mãos.

 

- Eu fui até lá esperando não atrapalhar o ensaio, mas confesso que no fundo eu queria ver a Samantha... - Lica falava rápido, mas quando percebeu a sobrancelha de Keyla levantar sugestivamente, tratou de completar a frase. - E a Rita, claro, e elas estavam lá! Lindas como sempre. Elas me disseram que vai acontecer um festival no Hangar cento e dez, eu conheço essa casa de shows muito bem. - Lica disse checando os bolsos da calça jeans que usava. - Acho que tenho o dia do festival aqui. - Ela pegou o papel rabiscado por Samantha e o entregou para Keyla. - Samantha me passou o dia do evento e anotou o número dela para que eu entrasse em contato, a gente marcou de se ver novamente.

 

- A Ellen me falou que você ficou de conversinha uma das gêmeas em um rolê na Augusta, é essa Samantha, não é? Porque ela me falou que você falava com ela sem nem disfarçar a cara de besta, essa mesma cara de besta que está fazendo agora. - Keyla debochou.

 

- Foi ela sim, mas eu não fiquei com cara de besta nada, eu só estava cansada! Você tinha que ver como o bar lotou assim que elas entraram, foi um caos para chegar até elas. - Lica falou tentando disfarçar o constrangimento.

 

- Você acha que me engana? Tenho a sensação que isso vai ter muita história pra contar ainda - Keyla falou sorrindo para a amiga.

 

 

                  _______

 

 

 

 

O sol entrava por uma brecha na cortina, mas Samantha simplesmente não queria despertar. O sonho que tivera era tão vívido e tão lindo que ela queria ter continuado nele pelo resto de sua vida.

 

Lica trajava um esmoquin preto e olhava fixamente para o topo de uma escada no momento em que Samantha surgira, ela por sua vez trajava um vestido preto de caimento perfeito em seu corpo, ambas estavam completamente produzidas para uma festa de gala. - Que bom que você veio. - Samantha falou ao ouvido de Lica quando se aproximou da mulher. - Nunca deixaria de vir, e você está linda meu amor. - Lica devolveu também em seu ouvido, deixando um sorriso aparecer em seu rosto.

 

- Samantha. - A voz de Rita foi ouvida distante. - Vamos! Estamos atrasadas

 

- Hum? Ah não! Não, por favor, agora não! - Samantha falava em tom sonolento.

 

- Samantha, pelo amor de Deus, precisamos ir para emissora. - Rita falava abrindo as cortinas do quarto e deixando o sol invadir o ambiente.

 

- Calma! Já estou indo. - Samantha falou com uma expressão de poucos amigos, mas entendendo que a vida real a esperava.

 

 

                     ______

 

 

 

Felipe atravessou a porta do apartamento de Alex já analisando o lugar. - Não é como eu imaginei, mas até que é confortável. - Disse para si mesmo, deixando sua mala próximo ao sofá e se dirigindo para o quarto de hóspede onde ficaria. - Melhor que nada. - Voltou a dizer para si mesmo, se dirigindo de volta para a sala onde deixou seu corpo cair no sofá.

 

- Felipe? - A voz de Alex foi ouvida um pouco afastada. - É você?

 

- Sou eu pai, acabei de chegar. O porteiro me deixou subir assim que falei que era seu filho - Felipe respondeu dando de ombros, estava cansado da viagem.

 

Alex apareceu tentando fazer um nó em uma gravata azul marinho que usava.

 

- Que bom que você chegou, filho! Sinto muito não poder ficar, mas hoje tenho um compromisso importante na emissora e depois tenho que ir para o estúdio da Vanguarda, mas fica a vontade. A casa é tão minha quanto sua. - Alex falou finalizando o nó e recolhendo um paletó que estava no braço do sofá.

 

- Vanguarda? O que é isso? - Felipe falou com uma expressão curiosa no rosto.

 

- É uma banda de Rock que estou ajudando a financiar. Duas apresentadoras da emissora são integrantes dela. - Alex falou já se preparando para sair.

 

- Será que eu poderia ir com você nesse estúdio, pai? Eu queria conhecer pessoas novas, fazer novas amizades. - Felipe falou interessado.

 

- Claro Felipe! Por que não? Assim que eu sair da emissora eu passo aqui e vamos juntos para o estúdio. - Alex falava já fechando a porta do apartamento e se dirigindo para o elevador social.

 

Felipe se levantou do sofá e se encaminhou para a janela do apartamento, começou a observar a paisagem que surgiu diante de si.

- “Aqui ninguém vai me achar. E mesmo se acharem não terão prova de absolutamente nada."

 

 

                           ______

 

 

 

 

Lica chegou ao colégio Grupo naquele dia com um sorriso tão grande no rosto que nem todos os documentos que Clara despejou em sua mesa foram capazes de tirar seu bom humor.

 

- Que carinha feliz é essa? Ganhou na loteria? - Clara perguntou encarando a irmã.

 

- Melhor do que isso Clara, eu acabei de conhecer uma pessoa, e que pessoa. - Lica Falou já folheando os documentos a sua frente.

 

- Ah pronto! Mais uma das muitas conquistas de Heloísa Gutierrez. - Clara falou sorrindo.

 

- Tchau Clara! Depois a gente se fala, tenho que trabalhar agora. - Lica falou séria, mas deixou um sorriso escapar involuntariamente para a irmã.



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