História Depois Dos Quinze - Uma palinha da vida

PVO ISIS
Do nada a Bianca começou a passar mal, qua amiga saudável eu fui arrumar... levei ela para o lado de fora esperando que um pouco de ar fizesse bem. O lance é que nem andar ela conseguia estava dopada demais, então ela ficou se apoiando em mim. Ia colocar ela sentada na calçada mas ela disse algo sobre ir ao banheiro, e  quando eu olhei ela estava sangrando.
-Ha Não, com você não.. -Eu disse a ela, me lembrando que eu passei por algo parecido há 3 anos.
-O que foi? -Ela disse com o rosto enterrado no meu ombro.
-Nós precisamos ir ao médico Bia.
Ela não respondeu nada. Vi um carro chegando, ele estacionou e ao sair do xarro vi que era o Richard. "Ufa".Ele veio correndo até nós
-o que aconteceu?
-Ela deve estar tendo uma overdose, entrando em coma alcoólico, sei lá! Me ajuda a levar ela pra um hospital.
Ele concordou. Colocamos ela no banco de trás. Eu sabia que não era overdose nem nada alcoólico, só não sei se ela iria querer que todos soubessem, na verdade acho que ela não fazia ideia do que estava acontecendo com o proprio corpo...e eu estava torcendo pra que eu também não soubesse
Chegamos no estacionamento do hospital.
-Olha -Ele começou me dando o casaco dele e uma bala. -Caso perguntem, você é minha esposa, estavamos dando uma festa para os nossos amigos de faculdade, saimos pra comprar cerveja e quando voltanos percebemos que havia mais pessoas, entre elas alguns menores. Mandanos eles irem embora, mas  a Bia estava desacordada, acordamos ela e ela estava pasando mal. Entendeu? -Ele me disse  colocando uma aliança no meu dedo.
Eu fiquei quieta só olhando.
-Isis! Eu estou perguntando se você entendeu. Você pode ser presa por ela estar nesse estado!
-Entendi -Disse colocando o casaco.
-Legal. Concorde com tudo que eu falar e não fale muito.
Parecia que iamos roubar um banco, mas eu entendo a preocupação dele. Eu devia ter empedido, ela e os outros, pelo menos não na casa do meu pai. Percebi então que provavelmente chamariam a policia la pra casa. Enquantoo Richard levava a bia para o hospital decidi ligar para o Jason, expliquei a situação e falei pra ele tirar os de menores, ele deu uma  opção melhor, acabar com a festa, concordei.
Entramos na emergência e logo apareceu um enfermeiro com uma maca.
-O que aconteceu ? -Ele falava enquanto a ajeitava na maca.
-Não sabemos, só a conhecemos de vista, ela se infiltrou na nossa festa  e quando percebemos ela estava assim -Jason disse com tom de preocupado.
-Sabem o nome dela?
-Bianca
-Bianca do que ?
-Não sabemos -Jason disse pegando na minha cintura e me abraçando como se estivesse me confortando.
-Tem o numero dos pais ou responsáveis? -O enfermeiro perguntou quando chegamos  em um quartocom mais três doentes.
-Não mas, nos de alguns minutos, vamos fazer algumas ligações para conseguir
-Tudo bem, vou pedir para vocês esperarem na outra sala, aqui é só para parentes.
-Tudo bem
Fomos então pra sala de espera, onde eu me sentei na poltrona e comecei a sentir uma tremedeira, sinal de que meu corpo ja estava pedindo mais, tentei esconder isso do Richard mas ele ja tinha percebido.
-Começou no carro e você nem percebeu - ele disse rolando a lista de contatos  do celular.
-29674563 -Falei
-O que é isso?
-O numero fixo da familia com quem ela está morando -Falei sem dar muita atenção
-E você sabe de cor?
Fiquei meio vermelha, e não respondi nada.
-Vou dar o numero pro cara e nos vamos embora.
-Mas e ela? Como vamos saber se ela ficou bem? -Disse
-Tenho certeza que você vai descobrir depois, e lembra que não conhecemos ela direito, por que ficaríamos?
Concordei, afinal eu precisava acabar com a tremedeira antes que começasse a piorar. Ele foi e voltou rapidamente. Quando estavamos no carro recebi uma mensagem do Jason.
"FERROU vem pra cá rapido"
E uma ligação perdida do meu pai. Ja até sabia o que ia enfrentar.
Quando chegamos na minha casa vi o carro do meu pai. Pedi para o Richard não descer do carro e levar o Jason pra casa.
Desci do carro e ja avistei os dois em frente a casa um com a cara mais feia que o outro. O chão estava todo cheio de sujeira e garrafas quebradas, isso so do lado de fora a situação la dentro estava muito pior. Não havia mais ninguém na casa...pelo menos isso.
-Aonde diabos você estava Isadora? Meu pai disse 
-Uma garota passou mal
-Eu não tinha te dito que não era pra usar esse lugar para festas? Você é retardada? -Ele disse Grosso
-Deixar de ser estúpido! -Jason se meteu -A sua filha sempre tirou boas notas, sempre foi uma boa pessoa! O único retardado é o senhor!
-Quem você pensa que é pivete? Você não dabe nada da minha familia, minha filha é uma perdida por sua causa! Cala sua boca antes que eu faça isso. -Meu pai disse apontando o dedo pra ele.
-Se for homem -Jason provocou e meu pai foi pra cima dele.
-Não! -Eu gritei indo parar na frente deles
-Sai da frente Isis, quero ver esse velhote me machucar -Ele disse rindo
Na mesma hora o Richard desceu do carro pra pegar o Jason.
-Vai embora Jason!
Os dois entraram no carro, e se foram. Deixando somente eu e meu pai ali.
-Você é uma idiota por estar com esse cara, ele ainda vai te matar sabia? Ou você acha que eu não sei que ele te bate?
-cuida da sua vida. -Eu disse me virando para ir embora 
-Aonde pensa que está indo? -Ele disse segurando meu braço com força
-Pra qualquer lugar longe de você.
-sua mãe estava perguntando de você...
Ele sabia que era só falar da minha mãe que ele ganhava qualquer discussão. Minha mãe meio que enlouqueceu há 3 anos atrás, depois que eu perdi um bebê que nunca soube que esperava, minha reação não foi das melhores e foi nesse período que a vida com meus pais foi dificultando. Minha mãe começou a me culpar pela perda do bebê. "MESMO QUE VOCÊ NÃO SOUBESSE QUE ESTAVA GRÁVIDA, SE FOSSE UMA BOA GAROTA NADA DISSO TERIA ACONTECIDO" ela jogava constantemente isso na minha cara. Meu pai começou a me tratar mal ao saber que eu transava, e que principalmente usava drogas, eu era a pricesinha, mas minha coroa caiu, assim como qualquer respeito que eles tinham por mim. Então eu pensei...ja que eles estão 'foda-se' pra mim vou ficar 'foda-se' pra eles também.  Foi então que me envolvi mais ainda com o Jason, ele estava entrando no ramo das drogas, e eu acabei entrando também, mas de forma diferente. Nunca disse a ele sobre o nosso quase filho, nem disse a ninguém sobre a terrível dor e experiência que isso foi pra mim...nem mesmo para os meus pais. Com o tempo o meu quadro foi piorando e eu passei por varios problemas por causa das drogas, minha mãe entrou em depressão, não sei se foi totalmente por minha causa, mas eu sei que eu tive algo haver, e depois da depressão ela começou a pirar, agora para ela eu ainda tenho 5 anos e ela é meu pai estão no auge do amor, mas as vezes ela volta a si e fica um pouco histéricae agressiva, nunca sei qual a mãe que eu vou encontrar em casa.
Chegamos em casa, e fui tomar um banho pra tirar todo o cheiro de alcool, ela não reagia bem quando sentia esse cheiro em mim. Coloquei um pijama, e calcei uma pantufa de ursinho que eu amava. Desci as escadas e a vi assistindo a um programa antigo que meu pai baixou só para acalma-la. Ao me ver seu rosto se encheu de alegria.
-Filhinha! -Ela se abaixou de leve e este deu as mãos, para que eu fosse correndo para os braços dela como eu fazia aos cinco anos.
Mas eu não fui correndo, só fui andando normalmente em direção a ela.
-Não se preocupe Isadora, a mamãe não vai brigar. -Ela me fez sentar junto a ela no sofá. -Então princesa, nos ja conversamos sobre isso, você não pode ir pra casa da emily depois da escola sem nos avisar, estávamos preocupados.
-Desculpa mamãe. -O medico dela disse que contrariar so vai deixa-la mais irritada, disse que deviamos entrar no jogo dela.
Mas eu não gostava disso, era ridículo, na verdade se não fosse a mulher que me trouxe ao mundo...eu ja teria desistido.
Ela começou a massagear meus cabelos demonstrando carinho, mas  então os olhos dela perceberam a minha incessante tremedeira, e a minha mãe, sabia muito bem que aquilo era um sintoma. Os olhos dela se arregalaram, uma de suas mãos escorrgou da minha cabeça para o meu rosto, ela me deu um tapa, daqueles que estralam  e deixam o rosto vermelho.
-Sua drogada! Nunca vai ter uma familia por causa dessa sua doença! -Ela disse, agora usando as duas mãos para me empurrar e me afastar dela.
Eu me levantei sem dizer nada, afinal vou falar o que? Não posso falar mal dela, ela está doente...mas acho que ela ja estava agindo de forma parecida antes de adoecer.
Ser filha unica é um saco, porque se você é o único filho, a atenção é toda sua, mas quando as coisas não dão certo e eles começam a te culpar por alguma idiotice, não tem um irmão pra ficar ao seu lado....ou ao menos fazer uma idiotice pior ...
A verdade é que eu estava cansada dos meus pais, e provavelmente eles de mim, nós tinhamos tudo, e ao mesmo tempo nada. A cada dia que passava ficar com eles era uma tortura, e acredito que pra eles era o mesmo...afinal eu nunca fui uma santa, eu sempre mereci ganhar esse tipo de tratamento, mas merecer e gostar não são a mesma coisa.
Enfim. Comecei a subir as escadas para o meu quarto, quando meu pai veio correndo da cozinha.
-Isa! Por que ela está assim??? -Meu pai disse indo socorrer a mamãe que estava encolhida no sofá, com o rosto entre as pernas e dizendo coisas que eu não entendi.
-Ela é louca, loucos agem assim -Disse e então me virei para continuar subindo.
-Se você subir e nos deixar aqui, vai ser pra pegar suas coisas e ir embora!  -Ele disse irritado por eu não ajudar a acalma-la.
Ao ouvir seu ultimato pensei. "Serio? É so continuar que estou livre de vocês dois?"
Eu nao pensei duas vezes, comtinuei a subir. Chegando no quarto peguei uma mala grande e coloquei tudo que seria necessário para se morar num carro. E é claro antes de descer para a sala de novo, fiz questão de roubar uns trocados do papai, afinal ele era o rico, eu era só  a filha do milionário.
Desci a escada e fui direto para a porta, sem direito a uma ultima colherada do sorvete de Baunilha que estava na geladeira...
-Você vai se arrepender isadora! Saiba que agora você está morta para nos dois!
-Que assim seja.
Falei passando pela porta.