POV Sophia
Acordo no dia seguinte com uma mensagem da livraria dizendo que posso passar por lá em trinta minutos. Levanto, escovo meus dentes e visto um jeans escuro com um suéter rosa claro. Calço uma sapatilha e por último faço um coque. Depois que Justin foi embora ontem prometi que não iria chorar e assim o fiz, deitei e apesar da minha mente insistir para que eu fique acordada acabei dormindo. Pego as chaves do meu carro (que em breve não será mais porque irei vendê-lo), e saio. As ruas de Boston não estão tão movimentadas e eu agradeço mentalmente por isso, logo chego ao meu destino. Saio do meu carro e entro dentro da livraria, logo minhas narinas se agradam do cheiro, olho ao redor e várias prateleiras de livros estão empilhadas com muita organização. O interior não é muito grande apesar de tantas prateleiras, vou até o caixa e fico sem palavras quando eu vejo quem está me olhando com um sorriso de orelha a orelha.
- Você. - ele diz e vem para me abraçar.
- Quanto tempo. - finjo entusiasmo e o abraço sem jeito.
Lucas me solta e fica me fitando sem piscar os olhos.
- Olhe só, você está linda. - ele fala de repente e me abraça de novo. - Nem acredito que você está aqui mesmo.
Lucas foi meu primeiro "namorado" quando eu tinha 17 anos (também foi o meu primeiro, com quem perdi a virgindade), no tempo, eu estava prestes a completar 18 quando Peter disse que minha dívida estava cada vez maior e me propôs um emprego onde eu ganharia mais é só iria trabalhar durante a noite, aceitei com um pouco de receio e quando vi já estava sem saída. Terminei com Lucas e desde lá pago cada mísero centavo a Peter.
- Essa livraria é sua? - pergunta para manter a neutralidade.
- Sim, incrível não? - ele se entusiasma e estende os braços para os lados.
- Muito.
Dou um sorriso fraco e começo a ficar sem graça, não acredito que vou trabalhar na livraria do meu ex namorado.
- Então, você vai trabalhar conosco? - pergunta Lucas.
- Se você me aceitar claro.
- Tá de brincadeira? Seria uma honra. - dou um sorriso e confesso que estou começando a me sentir culpada.
- Bom, obrigada!
- Você nem imagina o quanto eu te procurei, por onde você estava esse tempo todo? - Lucas pergunta e vejo um lampejo de dor em seus olhos.
Estava me prostituindo como uma maluca para poder pagar uma dívida de um homem mais maluco ainda, é sem contar que quase fui presa pelo homem que eu amo. Mas como não posso dizer tudo de uma vez. Respondo:
- Trabalhando é você?
- Bom, eu sempre estive aqui. - Lucas abre os braços e me abraça de novo.
- O que esta mulher tá fazendo aqui? - uma terceira voz nos interrompe.
Olho para a voz e a irmã de Lucas está me olhando com os olhos faiscando.
- Ela irá trabalhar comigo. - Lucas responde passando a mão em volta da minhas costas.
- Que pena. - ela responde e sai batendo os pés.
Alice nunca gostou de mim, sempre dizia que eu não prestava e ia embora. Ela não mentiu.
- Não liga para ela. - Lucas diz quando sai e se afasta de mim. - Tem andado estressada nos últimos dias, nada demais.
- Quando começo? - mudo de assunto antes que tome um rumo que eu não quero.
POV Justin
Acordo com Steice se mexendo em cima de mim e me movimento devagar para não acorda-la e saio da cama procurando minhas roupas. Visto-as e saio antes que Steice acorde e faça um chilique para que eu fique, vou até meu carro e dou partida, preciso ficar de olho naquela garota. Então como se minhas mãos soubesse para onde ir passo de frente ao prédio da garota e não tem ninguém me sinto tentando a entrar mas depois de ontem preciso ter cuidado, quando estou com ela é difícil manter o controle.
Acelero o carro e vou para a delegacia, Chaz, Christian e Ryan estão dentro do meu escritório e quando entro eles me olham assustados.
- O que fazemos com os quadros? - pergunta Christian.
- Se eles são roubadas então existe um dono. - respondo e sento em minha poltrona.
- Cadê a garota? - pergunta Chaz.
- Na casa dela. - falo simples como se não fosse nada mas tudo o que eu mais queria nesse momento era estar na casa dela, não digo isso, claro, nem a conheço direito.
- Como assim na casa dela? - Ryan se manifesta parecendo um pouco perplexo.
- Ele não conseguiu furtar, é além do mais ela nos ajudou a encontrar aquelas porcarias.
- Se você quiser posso achar o histórico dela, só preciso do nome ou então uma foto. Aliás, qual é o nome dela? - Chaz pergunta é todos olham para mim.
- Não sei. - falo baixo como se fosse possível ninguém ouvir, mas eles escutam.
- Cara, eu não sei o que está acontecendo com você. - Ryan fala por fim e sai.
Chaz e Christian me olha e logo em seguida saem atrás de Ryan. Fecho meus olhos e tento focalizar naqueles olhos esverdeados de dez anos atrás. Por um momento até senti que estava tudo bem, descubro que os olhos são os mesmos, por que ambas têm os olhos iguais? Isso é impossível, depois de tanto procurá-la por que ela estaria aqui? Levanto urgente, pego um whisky dentro de uma gaveta e o bebo na garrafa. Pelo menos assim não sou obrigado a ter que sofrer com a ausência dela e ficar louco toda vez que vejo olhos verdes.
POV Sophia
Chego em casa depois de passar quase o dia todo com Lucas, ele me trata tão bem, nem imagina o que eu faço para sobreviver. Tomo banho e visto-me rápido, daqui há alguns minutos será noite e eu preciso ir. Visto uma meia 7/8 com uma cinta liga e um micro vestido, ambos de cores pretas. Calço meu salto vermelho sangue e passo um batom da mesma cor, estou pronta. Saio sorrateiramente e o porteiro nem percebe como estou vestido, pois, coloco um sobretudo como sempre faço para sair de casa. Encontro Melissa parada e vou até ela.
- Tá sumida mana. - ela me cumprimenta com o seu típico sorriso.
- Você nem imagina o que me aconteceu. - conto para ela sobre eu tentar roubar a casa de Jeremy e que fui parar na delegacia com Justin, no final ela abre um sorriso malicioso e se aproxima de mim.
- Ele está se apaixonando por você. - cochicha. - Porque ele sabe que tem algo diferente em você mas tome cuidado, quando ele perceber que você é a garota de dez anos atrás pode ser tarde demais.
- Tá louca? Justin não se apaixonaria por mim. - na verdade ninguém se apaixonaria por mim.
- Tá bom, mas depois não diga que eu não avisei. - Melissa pisca um olho para mim e sai rindo.
- Depois não diga que eu não avisei. - imito sua voz com sarcasmo mas ela já estava longe para ouvir.
Fico parada alguns minutos quando um carro branco para e desce o vidro, um homem que parece ter minha altura e com uma barba que cobre toda sua boca está me olhando com um sorriso.
- Oi linda. - ele fala sorridente.
Não respondo, dou um sorriso discreto e ele não desvia os olhos dos meus.
- O que deseja? - pergunta um pouco sem vontade esperando que ele desista e suma.
- Que você entre e venha se divertir comigo em algum lugar. - ele mexe na barba e eu dou a volta no carro.
Entro meio relutante e ele me cumprimenta com a cabeça. Não falo mais nenhuma palavra e ele dirige calado enquanto me carrega para algum motel. Chegamos ao nosso destino, um motel! Por que será que eu não estou surpresa? Saio do carro e o sigo sem dizer nada. Passamos pela recepção e ninguém fala nada, ele acena para a recepcionista e ela balança a cabeça. Chegamos ao quarto e sento a cama enquanto ele tranca a porta.
- Gostaria que você tirasse essa máscara, quero muito ver seu rosto. - ele chega perto de mim e acaricia minha bochecha.
- Desculpe, não posso. - faço uma breve pausa. - É parte de mim.
- Sua Vadia! Você vai fazer o que eu tou mandando ou eu te mato. - ele tira uma arma da cintura e aponta para minha cabeça.
Nunca senti tão medo na minha vida como agora, minha bolsa está em casa junto com minha adaga, olho para a arma e os olhos do homem está tão escuro que chega a brilhar com perversidade. Um pouco devagar levanto minhas mãos e desfaço o laço atrás da minha cabeça deixando a máscara cair no meu colo.
- Ótimo, agora você vai fazer tudo o que eu mandar é sem discordar! - ele mexe a arma mais uma vez. - Quero que você tire a roupa.
Levanto sentindo que estou prestes a desabar, nunca havia acontecido algo parecido.
- Agora Porra! - ele grita é eu faço o que ele manda o mais rápido possível.
Ele me avalia, larga a arma no chão e começa a tirar suas roupas. Seu corpo é gordo e sua barriga cheia de pelos, cabelos ruivos é uma barba que cobre metade do seu rosto.
- Eu quero que você me bata é não pare nem quando eu pedir. - ele pede deitando.
Vou para cima dele antes que ele me mate e sento em seu membro sentindo seu corpo arquejar embaixo de mim.
- AGORA! - ele grita é eu faço o que ele pede dando um tapa em seu peito, minha mão arde e ele abre um sorriso. - Mais, muito mais!
Quando ele termina de falar começo a dar tapas em seu rosto e fazendo movimentos para cima e para baixo, ele ri e arfa quando minhas mãos acertam o corpo dele.
- Isso. - ele fala como se isso fosse a coisa mais majestosa que estávamos fazendo.
É com todas as minhas forças dou um soco em seu rosto e ele vira para lado rindo enquanto escorre sangue de seu nariz. Ele para e me encara.
- Agora é a sua vez. - ele para e segura minhas mãos.
- Minha... Minha vez de quê? - se ele está pensando que eu quero que ele me bata também...
- Vou lhe retribuir. - interrompe. - Vamos, no começo é diferente mas depois...
- Não. - é com um ímpeto movimento levanto e pego sua arma no chão.
Aponto-a para ele e ele da uma risada de deboche. O homem da um passo para frente e eu miro em seu coração.
- Se você se aproximar, eu te mato. - digo convicta que não estou muito causando nenhum medo nele, pelo contrário, o babaca parece estar gostando.
Com um sorriso de divertimento no rosto ele se aproxima de mim e antes que eu possa atirar suas mãos prendem em meu pescoço.
- Sua vadiazinha, quem você pensa que é? - ele pergunta e cospe em meu rosto.
Quero gritar e bater nele até minhas forças se esgotarem, nunca fui tão humilhada como hoje, quem cospe no rosto do outro?
Com um rápido movimento ele pega a arma da minha mão e a joga no chão. Estico meu braço para conseguir alcançá-la mas ele me suspende no ar segurando em meu pescoço. Sinto meus pulmões se espremerem e meu ar se esvair cada vez mais.
- Vai pagar pelo que fez menina rebelde. - ele cochicha em ouvido quando meus pés tocam o chão.
Seguro meu pescoço é meu ar vai voltando aos poucos, certamente amanhã estará marcado. Antes que eu posso fazer qualquer coisa que ele me levanta em seu colo e prensa meu corpo na parede é sem nenhum aviso entra dentro de mim. Acerto seu rosto com socos, arranhões e ele parece não sentir nada. Cada vez suas investidas vão ficando mais rápidas e minhas lágrimas caindo.
- Sua cachorrinha, chore mais. - ele olha para mim e da um tapa em meu rosto. - Chora porra!
Então sem saída me vejo chorando para o homem maníaco, ele ruge e balança a cabeça como se fosse um animal.
- JÁ CHEGA! - grito. - SOCORRO!
De repente ele para e me deixa de pé e me olha com ódio.
- Cansei disso, você já me encheu o saco.
É quando estou prestes a levantar minha perna para acertá-lo minha cabeça vai de encontro a parede e meu corpo fica mole perdendo as forças, tremo quando o impacto do meu corpo se choca com o chão é a escuridão me engole por completo.
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