1. Spirit Fanfics >
  2. Descobrindo nosso amor >
  3. É o fim?

História Descobrindo nosso amor - É o fim?


Escrita por: escrevendoporamor

Notas do Autor


Sinto muito gente, mas não me odeiem!
Usei os diálogos da novela, mas também acrescentei coisas à conversa dos dois. Espero que vocês gostem!

Capítulo 18 - É o fim?


Estela tinha razão desde o princípio. Alberto era capaz de fazê-la sofrer de uma forma como ninguém nunca tinha feito. Muito mais do que Ismael fizera. Muito mais do que qualquer outro ser humano tenha feito. 

É claro que isso estava maior por causa da humilhação que ela sofrera e pela traição de seu Tibério, alguém a quem ela realmente considerava um amigo. Conversou com seu Tibério e deixou claro que não seriam mais amigos e que, para ela, ele estava morto. Viu a reação do homem e isso também a machucou, mas não voltaria atrás. 

Em casa, fez tudo com raiva e Bia sabia que algo estava errado, mas nem perguntou. Conhecia a mãe o suficiente pra saber que era melhor se afastar. Estela tomou jantou, tomou um banho e colocou o pijama. Deitou a cabeça no travesseiro e amaldiçoou o fato de que Ismael a deixou tão na merda que ela sequer conseguiu arranjar uma casa com dois quartos. Privacidade era artigo de luxo e há muitos anos ela não sabia o que era isso. 

Fechou os olhos para tentar dormir, mas na sua mente só vinha Alberto. Lembrou-se do primeiro beijo deles, do dia em que ele assegurou que estava apaixonado por ela, dos olhares, dos carinhos, da noite que passaram juntos. As lágrimas escorriam livremente por seu rosto e ela percebeu que não conseguiria ficar ali, Bia ia perceber que a mãe estava chorando e ela não queria discutir isso com a menina. Levantou sem fazer barulho, deitou no sofá e percebeu que ali era pior, toda vez que olhava para aquele sofá verde lembrava da sensação de ficar ali nos braços dele. 

- Parabéns Ismael… nem lugar pra sofrer em paz eu tenho e a culpa é sua - sentou no sofá mesmo, as pernas esticadas, os braços em volta do próprio corpo e chorou. Estela finalmente deixou o pranto sair, mas ainda se esforçou para não soluçar, sofreu baixinho para que Bia não acordasse. 

Pensou em tudo. Lembrou de tudo e sentiu uma dor inédita. 

- Burra! Só sendo muito burra pra achar que ele esqueceria a Diná e olharia pra você, Estela. Tinha que ter se entregado tanto?

A vida é realmente impressionante. Há poucas horas ela estava nos braços dele, acreditando que finalmente a vida estava sorrindo em sua direção, feliz como nunca. Agora, estava ali, enfrentando o extremo oposto de tudo aquilo. 

Foi para a cama quase na hora de acordar, deitou a cabeça no travesseiro e foi vencida pelo cansaço. Como Alberto podia ter sido tão canalha? Ela se perguntava com frequência, mas como resposta, seu cérebro teimava em lhe mandar a imagem do médico deitado em cima dela, já completamente nu, mas ainda com o olhar carinhoso e perguntando “Tem certeza, meu amor?”. Será que aquele homem poderia mesmo ser um canalha?

Seu lado racional sempre respondia que sim. Mas aí vinham imagens dele cuidando da mãe dela, abraçando-a e sorrindo. Nessas horas, Estela achava que era possível morrer de amor e talvez ela estivesse pronta para fazê-lo. 

Sonhou com ele, conseguiu ouvir a voz dele dizendo ‘eu te amo’ enquanto eles se beijavam em um parque tão bonito. Estela acordou com um sorriso no rosto, mas o corpo exausto e então foi invadida pelas imagens do dia anterior e a sensação de que caia mais fundo no poço que acabara de entrar. 

Levantou antes da filha, hoje precisava pegar o ônibus e era bom sair mais cedo. Se olhou no espelho, estava horrível. Se arrumou, ficou pronta e mais uma vez se olhou no espelho. Sem graça como sempre. Apagada como sempre. 

- Por isso que o Alberto prefere a Diná - ela sorriu com amargura. 

Hoje precisava terminar com ele, ia sofrer, mas precisava fazê-lo. Foi pensando nisso que ela decidiu se trocar de novo. Ia usar maquiagem até apagar todo e qualquer vestígio das lágrimas e da noite mal dormida. Também ia aproveitar e mostrar que também podia ser exuberante, talvez na hora do término, Alberto percebesse que tinha perdido uma mulher muito bonita. 

Quando esse pensamento passou por sua cabeça, lembrou do primeiro beijo deles. Ali, na cozinha dela, ele dissera “A Bia é uma menina muito esperta, ela sabe que tem uma mãe muito moça, muito bonita”. Estela podia ouvir a voz dele dizendo isso, sentia seu coração acelerar e via o olhar doce  do médico sobre si. Olhou-se no espelho e viu a lágrima escorrendo, mas rapidamente limpou-a 

- Chega de choro, Estela. Já chorou demais por homem e o Alberto provou não ser tão diferente assim 

Fez a maquiagem, vestiu uma calça vermelha e uma blusa preta. A calça era um pouco larga, mas a blusa além de ser bem apertada e marcar todas as suas curvas ainda a deixava com os ombros de fora. Estela tinha comprado aquela roupa depois que começara a namorar com Alberto, mas ainda não tivera a coragem de usá-la perto dele, pensou que talvez já soubesse que iam terminar em breve. 

Ele não disse que você fica mais bonita de cabelos soltos, então cabelos soltos é o que ele vai ver hoje - ela disse com raiva. Estava assim, variando entre tristeza, mágoa e raiva. Não era saudável, mas raiva era o sentimento que mais lhe agradava. 

Colocou um cinto preto, óculos escuros, brincos elegantes e saiu. Ainda viu seu Tibério passando, mas realmente foi de ônibus. Assim que entrou na lotação viu como os homens a olhavam diferente, revirou os olhos e lembrou o motivo de ter decidido usar roupas largas. Um deles até tentou puxar assunto, mas só conseguiu receber em troca a força do ódio que estava inicialmente reservada para o futuro ex namorado. 

Trabalhou um pouco, adiantou o trabalho, mas estava agitada demais. Não falava nem com o seu Tibério e nem com Regina, já não a suportava em dias normais, imagina nesse dia. No meio do manhã pediu para o chefe dispensá-la por algumas horas, conseguiu, respirou fundo e ligou para o médico. 

- Alberto? Sou eu, Estela - ele estranhou, ela nunca se identificava, sabia que não era necessário

- Oi, meu amor - o homem falou de forma galanteadora e ela sentiu o coração disparado, um frio na barriga que quase sufocou-a

- Eu preciso ir aí, tá bem?

- Tá com saudade? Quer que eu vá aí pra gente almoçar junto?

- Não, não, não - ela disse rápido - tem que ser agora 

- Tá bom, amor - ele perguntou assustado com o tom dela - É importante? Aconteceu alguma coisa, meu bem?

- É muito importante 

- Eu te espero. Vou avisar minha secretária que é pra te deixar entrar assim que você chegar, tá bom? - ela não respondeu - Te amo

- Eu to indo aí - ela disse e desligou, deixando-o cismado 

Alberto ficou muito preocupado. Tinha saído da casa dela no dia anterior e estava tudo bem. Pensou que pudesse ter acontecido algo com dona Maroca, afinal estavam em um momento tão bom da relação que sequer pensou que fosse algo entre eles. 

Aproveitou que estava sem pacientes e foi até o banheiro, arrumou o cabelo, arrumou a camisa e voltou para a cadeira que ocupava. Olhou pela sala para ter certeza que tudo estava em ordem e sorriu, lembrando que Estela já havia estado lá mil vezes e que ela já havia elogiado a decoração e a organização do lugar. 

Enquanto ela não chegava, ele separou alguns documentos que estava doido para mostrar. Ia fazer só no sábado, mas estava tão animado que não aguentaria até lá. Tinha falado com o advogado indicado por Otávio e já tinha os primeiros documentos para o divórcio de Estela prontos. Iam se livrar disso mais rápido do que imaginavam e poderiam casar.

Quando Estela bateu na porta, Alberto sentiu o coração disparar de tanta animação.

- Entra - ela respirou fundo antes de entrar, precisava de muita força para fazer aquilo.

Ela entrou na sala e Alberto ficou estático. Levantou, mas não disse nada, só ficou olhando pra ela, dos pés à cabeça, da cabeça aos pés e Estela pensou que a boca dele parecia um pouco aberta

- Meu Deus, como você está linda - ela sentiu as pernas bambas ao ver como ele a olhava e sorriu, sabendo que tinha atingido seu objetivo. Ele se aproximou com calma, incapaz de tirar os olhos dela -  Oi, meu amor - ele tentou beijá-la, mas Estela virou o rosto - O que foi?

- Quer dizer que o seu Tibério te contou que eu estou apaixonada por você? - ela viu Alberto perder a cor, a compreensão atingindo seus olhos. Eu vou matar o seu Tibério, ele pensou

- Sim

- E aí você resolveu se aproximar de mim porque… porque não, né? Aproveitar que eu já gosto de você e se fingir de apaixonado

- Que? Eu não fiz isso?

- Não?

- Não. Eu to apaixonado. Muito. Queria até te mostrar que - ele ia mostrar os documentos, mas ela não deixou

- Acabou, Alberto

- Que? - ele perguntou surpreso

- Você não podia ter feito isso comigo - ela disse com emoção na voz - eu não mereço

- Mas o que é isso, Estela - ele disse sorrindo, tentando minimizar o que estava acontecendo - Não é nada disso, meu… - ia chamá-la de ‘meu amor’ e fazer um carinho no braço dela, mas Estela percebeu e mudou de lugar, impedindo-o 

- O Tibério foi um cretino, sabia? - ela disse com raiva, o dedo em riste 

- O homem é uma criança - Alberto estava ficando assustado

- Criança? - ela perguntou incrédula - Ele foi leviano 

Alberto conhecia Estela, conhecia aquela pose, aquele tom de voz. Tudo o que eles haviam construído estava demolindo, todas as barreiras que haviam sido ultrapassadas estavam sendo reconstruídas diantes de seus olhos e ele não sabia o que fazer. Tentou chamá-la a razão

- Tá, mas você vai querer desmentir o que ele me contou? - ele sorriu apaixonado, mas ela julgou ser um sorriso vaidoso que reforçava todas as teorias dela 

- Logo eu? Eu que não costumo fazer confidências com ninguém 

- Estela, ele descobriu e foi me contar feliz da vida, ele só queria nos ajudar, meu Deus do céu

- E você ficou morrendo de pena

- Não é nada disso - a ideia era tão absurda para Alberto que ele riu e tentou colocar as duas mãos no rosto dela 

- Pena de uma infeliz que gostava de você, não foi? - ela pensou que fosse chorar, mas se segurou, seria forte 

- Estela, não é nada - o homem novamente tentou segurar o rosto dela com as mãos, mas ela se desvencilhou 

- Eu não merecia isso. Você não podia ter feito isso comigo não - o coração de Alberto estava apertado, era mais grave do que ele pensava 

- Fica calma Estela… o Tibério não tem nada a ver com a nossa aproximação 

- Eu devia ter me tocado. O Alberto gostando de mim - ele confirmou com a cabeça - De repente - ela riu amarga - Uma mudança muito rápida, não foi?

- Mas foi, Estela - os olhos dele pareciam tão sinceros que ela quase duvidou de tudo - de repente, eu descobri que é de você que eu gosto, eu te amo - Estela já estava balançada e ao ouví-lo dizer ‘eu te amo’, ela quase permitiu que ele tocasse seus cabelos, mas se recuperou rápido

- Não mente pra mim, não precisa - ela viu o rosto dele se transfigurar, chamá-lo de mentiroso realmente o tinha machucado - Dr. Alberto, médico de necessitados e infelizes, não é? Eu não me incluo na sua lista, não seja caridoso comigo porque eu não preciso da sua piedade, Alberto - ela disse quase chorando, falar a última parte precisou de um esforço que ela não se sentia capaz de fazer e Alberto ficou magoado. 

Ficou magoado com as palavras dela, a rispidez, a agressão. A amava tanto, tinha demorado para perceber, mas tinha tanta certeza desse amor que era impossível descrever o sentimento de injustiça que invadia seu peito. 

- Estela pelo amor de Deus, seja razoável - ele falou com calma

- Quem não foi razoável foi você, Alberto. Você me humilhou, brincou com meus sentimentos sendo que eu pedi pra você não fazer isso. Eu deixei claro que… eu me entreguei inteira pra você

- Não parece

- O que? - ela perguntou surpresa

- Se você se entregou inteira pra mim, se estava inteira comigo na noite em que nós fizemos amor - ele falava com calma, mas era visível que estava fora do prumo. Estela corou ao ouví-lo lembrar daquela noite - você tem que saber que eu estava inteiro ali, entregue a você, amando e sendo amado por você - ela não esperava aquilo e mais uma vez fraquejou, mas se recuperou rápido, com mais raiva que antes. Sua voz era calma, pois ela se controlava para não chorar, mas ao mesmo tempo estava mordaz

- Se tem uma coisa que eu aprendi com o Ismael, Alberto, é que um homem faz qualquer coisa por uma noite como aquela que eu te dei. Sabendo quem é o meu marido, você deve saber que não é a primeira vez que me enganam pra me levar pra cama. Mas eu admito que você foi além, me fez achar que você era doce e amoroso como ninguém 

A loira se surpreendeu ao ver a cara de Alberto se transfigurando em um misto de dor, raiva e mágoa. Nunca o tinha visto daquele jeito. 

- Estela, eu não admito que você fale assim comigo - ele ainda estava calmo, mas toda a doçura de sua voz tinha sumido. Ele fechou os olhos e ela estremeceu ao perceber que ele estava se esforçando para se controlar. Por incrível que pareça aquilo a machucou, parecia que ele estava sendo destruído e ela era a responsável por  tudo  - Estela… eu te amo, eu falei com o Otávio Jordão, ele me indicou um bom advogado, eu to agilizando seu processo de divórcio - ele tentou encostar no rosto dela novamente, mas ela se virou com raiva para pegar a bolsa, precisava sair dali ou ia começar a chorar

- Eu não quero mais, não precisa - ver que ela ia embora, foi demais para Alberto

- Pera um momentinho, por favor - ele a pegou pelo braço de forma firme, mas sem machucá-la e colocou a bolsa dela de volta no sofá. Agora não controlava mais o tom de voz - Cê tá sendo muito injusta, Estela

- Se tem uma coisa que eu não tolero, Alberto, é que sintam pena de mim - ele bateu nas pernas com as mãos, exasperado. ‘Mas como é cabeça dura’, ele pensou

- Mas não é pena, meu Deus do céu. É amor - ele a olhou,  mas a tinha perdido. Era mais fácil brigar com ele assim, falando alto, sem aquela mágoa toda na voz

- Amor, paixão, seja o que for você sente por outra pessoa. Eu to sabendo muito bem - ela virou de costas, uma única lágrima escorreu, mas ele não viu - Dr. Alberto, o bondoso, o generoso, tem que estar sempre praticando as suas teorias espirituais, não é isso?

- Não é nada disso - a voz dele era cansada

- O que que custava dizer duas palavrinhas ternas pra uma infeliz, uma coitada que gostava de você? Foi demais pra minha cabeça - ela ia chorar muito e sabia, por isso mais uma vez foi pegar a bolsa para ir embora 

- Espera, um momentinho Estela - e mais uma vez Alberto a segurou pelo braço, tentando tomar a bolsa de sua mão - Eu não sou mentiroso e muito menos leviano - agora estava realmente com raiva 

- Bondade demais atrapalha, sabia? - ela também estava com raiva, era um sentimento ruim e que a loira pensou que jamais se dirigiria à ele 

- Estela, eu te quero, eu te quero muito - as pernas dela tremeram e os dedos dele chegaram a roçar em sua bochecha antes que a mulher conseguisse afastar o rosto. Ela negou com a cabeça e falou o que mais a magoava, o que ainda precisava ser dito

- Você ainda ama a Diná - Alberto sentiu Estela tremer em seu braço, tinha tanta dor em sua voz, no seu olhar que ele sentiu como se alguém tivesse dado um soco em seu estômago. Alberto quis abraçá-la, beijá-la e hesitou sem saber como agir. O problema é que ela julgou que essa hesitação era a confirmação do que ela tinha dito

- Isso não é verdade - por mais que quisesse não a beijaria a força e olhando para ela, sabia que Estela não queria beijá-lo. Se aquele fosse realmente o fim, Alberto queria lembrar dos lábios dela com doçura, desejava os beijos que haviam trocado no dia anterior - Não é verdade - ele reforçou quando viu a cara de desdém dela - Eu amei, eu amei um dia a Diná, esse amor acabou. Estela, eu amo você - mais uma vez essa frase, mais uma vez ela fraquejou e dessa vez reagiu tarde demais, os dedos dele já estava acariciando sua bochecha 

- Se você está querendo esquecer alguém, procura outra pessoa pra te ajudar - precisa ir embora e pegou a bolsa

- Estela, espera aí - ele a segurou de novo

- Me larga, Alberto - ela gritou, desesperada para ir embora

- Pera aí, Estela. Vamos conversar 

- Não tenho mais nada pra falar - ele ainda a chamou uma última vez, mas ela precisava ir embora. Estava doendo demais, queria chorar e se ele dissesse ‘eu te amo’ mais uma vez, ia acabar permitindo que ele a beijasse. Mas não queria isso, o último beijo deles tinha sido lindo e essa imagem ele não ia estragar. 

Alberto ficou olhando a mulher de sua vida sair de seu escritório como um furacão. Bateu a porta com força e sentou-se no sofá. O pescoço estava rígido, a boca seca. Coçou os cabelos com força, sentia o nervosismo dentro do corpo, e sentia dor. Amava Estela e ela o tinha machucado, também tinha terminado tudo e ido embora e ele nem conseguiu se defender. 

O homem sentia que tinha ido do céu ao inferno em menos de 24 horas. O pior é que já estava acostumado a recorrer a Estela nos momentos difíceis, se apoiar no amor dela, ser confortado nos braços dela, mas não podia mais. 

Ainda tinha o fato de que nem sabia como a reconquistaria. A única certeza em Alberto era o seu amor e o desejo de tê-la de volta. 

Estela saiu do consultório sem ar. Chegou na rua, foi ao orelhão, colocou uma ficha e esperou.

- O que aconteceu, Estela? - Diná perguntou preocupada. Estava sentindo um aperto no peito e soube logo de quem era a culpa. Estela só soluçou e a morena ficou preocupada - Estela? - ela perguntou doce, sentando-se direito na cadeira que ocupava na locadora 

- Tá ocupada? - Estela perguntou chorando e Diná revirou os olhos

- Pra você nunca… o que houve, meu bem?

- Ele me enganou, Diná - ela disse em prantos

- Quem? 

- Alberto

- Que? - Diná perguntou incrédula - Do que você ta falando? 

- Sabe o seu Tibério? - a morena ouvia a irmã soluçar e ficou se perguntando se alguma vez já tinha presenciado Estela naquele estado

- Que trabalha com você?

- Isso. Ele…. ele percebeu que eu amo o Alberto - ela chorou mais

- E….

- E ele contou… ele contou… pro Alberto

- Mas vocês estão namorando há meses, acho que o Alberto já sabia que você o ama, não? Você não tinha dito

- Não, Dina - Estela chorou mais e Diná a interrompeu

- Não tinha dito? Nem quando vocês…

- Ele contou antes… antes da gente começar a namorar… foi por isso que o Alberto se interessou por mim

- Como assim, criança? - Estela passou a mão pelo rosto, tentando se controlar e respirou fundo antes de voltar a falar

- Ele falou pro Alberto que eu o amo e ele ficou com pena de mim, Diná. É só  por isso que ele se interessou, pena  - Diná  se remexeu na cadeira, se tinha uma coisa na Estela que a tirava do sério era essa cegueira com relação a ela mesma

- Onde você está?

- Na frente do consultório dele - Diná suspirou, fechou os olhos e colocou uma mão na testa

- O que você fez, Estela?

- Eu terminei tudo. Eu não preciso da pena dele

- Ai Estela como você é tonta. O Alberto não tem pena de você

- Tem sim. E sabe qual é  o pior?

- O que?

- Eu pensei muito e ele fez isso porque ele é bom demais. Nem pra ser canalha direito ele consegue - Diná riu baixinho - Eu achei que ia xingar ele e não consegui, só elogiei "bondade demais atrapalha, Alberto", "você é muito bom Alberto"

- Porque você tá procurando defeito onde não tem - Diná falou brava

- Eu preciso ir, tenho que voltar pro escritório. 

- Vou na sua casa hoje, a gente precisa conversar

- Tá. Obrigada 

Dina desligou o telefone e recostou na cadeira. Como Estela podia ser tão bonita, tão inteligente, tão bondosa, tão amorosa e tão tapada? Ela estava se perguntando o que fazer quando o telefone voltou a tocar

- Alô?

- Diná? - ela sorriu ao reconhecer a voz que parecia desesperada de uma forma como ela nunca tinha ouvido, mesmo conhecendo-o há anos

- Oi, Alberto

- Você tá ocupada? - Diná pensou em como eles eram parecidos. Só Alberto e Estela conseguiam ficar desesperados e ainda assim manterem a preocupação com o próximo

- Não. Ela terminou com você, né?

- Diná, ela não me deixou falar - a voz de Alberto era tão… sofrida que Diná sentiu vontade de bater em Estela 

- Eu vou na casa dela hoje pra conversar 

- Eu amo a sua irmã. Ela acha que é pena, pelo amor de Deus, é impressionante a capacidade da Estela de achar que ela não é digna de ser amada. Eu a amo. Muito 

- Vai dar tudo certo, Alberto. Olha, vou falar com ela hoje e se ela não aceitar voltar com você hoje mesmo, eu passo aí amanhã, tá bom?

- Tá, obrigado. 

- Que isso, Alberto. Quero ver vocês felizes. Até amanhã

- Até - ele ia desligar, mas desistiu - Diná?

- Que?

- Eu amo a sua irmã e eu vou lutar por ela - a morena sorriu, Estela merecia isso

- É bom saber, cunhado. Até amanhã

Desligou o telefone com uma missão em seu peito. Ia bater em Estela até colocar juízo naquela cabeça dura!

 


Notas Finais


O que vocês acharam?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...