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História Descobrindo nosso amor - Diná tenta ajudar


Escrita por: escrevendoporamor

Notas do Autor


Oiee,

espero que gostem do capítulo

Boa leitura!

Capítulo 19 - Diná tenta ajudar


Aproveitou que tinha avisado que precisava resolver um problema e foi para o mercado. Não tinha a menor condição de voltar para a repartição naquele estado e precisava mais do que tudo ficar sozinha. Estela andou por um tempo, pensando em tudo o que tinham vivido juntos, pensando em tudo o que tinha falado e no que ele tinha dito. 

Estava magoada, ferida e desiludida. Durante anos tinha mantido em seu coração o amor secreto por Alberto. Durante anos, esse amor foi fonte de esperança de que ela finalmente pudesse ser feliz em um relacionamento. Mas agora tudo isso tinha sido arrancado dela. 

Terminar com o médico não a fazia sofrer apenas pelo fim do relacionamento. Estela estava dando adeus a qualquer possibilidade de se relacionar com alguém e sabia disso. Seria muito difícil conseguir confiar em outra pessoa depois de Alberto. Se ele que era tão bom tinha sido capaz disso, imagina o que outros homens fariam?

Voltou para casa mais calma, sem resquício de choro, forte como sempre, machucada como nunca. Entrou na casa e encontrou a filha na cozinha. 

- Oi, filha

- Nossa, mãe. Onde é que é a festa?

- Festa? Eu hoje já trabalhei, fiz umas compras pra nossa casa e vou voltar pro trabalho

- Que que tá acontecendo, hein mãe? Antes você nem se pintava - Bia estava incomodada, pensou que aquilo tudo era culpa de Alberto e não queria que a mãe se arrumasse pra ele. Dona Maroca já tinha contado várias vezes que para o pai, ela nunca se arrumou e Bia achava que esse era um dos motivos para ele ter ido embora

- Resolvi abrir os olhos. Sabia que sua mãe ainda não tem 40 anos? Não quero mais brincar de me esconder

- Pode crer

- Quem sabe eu não tô criando juízo?

- Quer dizer que antes você não tinha juízo? - com isso Beatriz concordava perfeitamente

- Não é isso… maneira de dizer. O fato é que eu sou uma pessoa jovem e tenho uma vida inteira pela frente

- Sei… tudo isso só por causa do Dr. Alberto - Bia falou o nome do homem de um jeito que irritou Estela. Odiava quando a menina falava dele com desprezo. Mas não reclamaria, não faria mais isso

- Alberto não tem nada a ver com isso - era uma mentira deslavada, mas Estela preferia falar logo tudo para a filha. Não queria mais ouvir o nome dele, nem ouvir sua voz e muito menos vê-lo - Eu esqueci de avisar… não vai mais haver casamento e, se o Alberto telefonar, faz o favor de dizer que eu não estou

Sentiu o coração partir, mas não precisou lidar com o choro. Não sentia essa vontade quando estava com raiva e, nesse momento, era o que mais sentia por Alberto. 

- Como é que é, mãe?

- Não ia dar certo, sabe filha?

- Ah, então quer dizer que quando meu pai voltar, você vai ficar com ele! - a menina disse sorrindo e a mãe riu

- Seu pai não vai voltar, tira isso da sua cabeça. E se voltasse… eu não ficaria com ele de jeito nenhum - sentiu a presença da irmã, é claro que ela viria - A Diná já chegou, você pode abrir a porta, por favor

Bia saiu reclamando, mas Estela nem prestou atenção. Estava sofrendo, machucada e a filha pensando no pai. Beatriz nem pensara em perguntar se ela estava bem. A loira sabia que a filha era muito jovem, ainda não entendia as coisas, mas ao mesmo tempo algo nela dizia que Beatriz poderia ser um pouco mais sensível e isso não tinha nada a ver com a idade.

Estela saiu da cozinha como se nada tivesse acontecido. Achou que Diná iria aparecer só mais tarde, mas a irmã sempre sabia onde encontrá-la. 

- Oi Diná - viu o brilho no olhar e o sorriso de Diná crescendo ao vê-la

- Estela - a loira a olhou como se não tivesse nada de diferente nela - Até que enfim 

- Gostou, minha irmã?

- Passou um batom, soltou os cabelos - as duas fizeram o mesmo gesto nos cabelos, mostrando que estavam lindos e soltos 

Bia se despediu para ir ao colégio e Diná ficou feliz, queria conversar com a irmã e o faria em paz. Assim que a menina saiu, a morena foi andando pé ante pé até a loira, feliz com a conclusão à qual chegara

- Vai fazer as pazes com o Alberto?

- Não - Estela ficou séria, não queria nem ouvir falar nesse assunto

- Foi isso que eu deduzi - Diná também estava brava. A irmã não podia ser tão cabeça dura a ponto de deixar a felicidade ir embora - Estela, pensa bem. O seu Tibério não contou por mal

- Eu sei - ela já estava pensando que tinha sido muito dura com o amigo - mas ele me humilhou. Alberto só veio pra mim porque teve pena - Diná precisou rir. Será que Estela ouvia os absurdos que ela falava?

- Eu não acredito nisso. Nenhum homem pede uma mulher em casamento por pena. Tira isso da sua cabeça! Tantas vezes eu e o Alberto conversamos e ele te elogiou tanto, Estela

- Mas é claro! Eu sou ótima. Eu sou uma mulher maravilhosa! O problema é que ele não me ama, Diná

- E o que que você entende de amor? - Se Estela não ouvia a razão com carinho, talvez escutasse na base da bronca - Conheceu um homem na vida inteira e esse, Ismael, nunca te amou

Se a ideia de Diná era machucá-la, tinha conseguido. Estela se apaixonou duas vezes na vida e em nenhuma das duas tinha sido correspondida. Também não era uma mulher com vários pretendentes. Era simplesmente uma pessoa que amava muito, mas que nunca era amada. Ficou nervosa de novo, estava com raiva e isso se percebia em sua voz. 

- Sabe qual é o problema do Alberto, Diná? É que ele é um homem de coração muito bom, ele tá sempre ajudando, ele tem sempre pena dos sofredores e aí ele ficou com pena de mim e resolveu me ajudar, foi só isso

- Estela, o Alberto deve conhecer pelo menos umas dez mulheres bonitas e sofredoras e nem por isso ele pediu uma delas em casamento

- A que ele gostaria de pedir em casamento, já é casada

- Estela… o que você tá me falando? O Alberto já amou alguma mulher?

- Logo você não sabe quem é, Diná? - o olhar da loira sobre a irmã tinha tanto sofrimento, tanta tristeza que o rosto de Diná deixou de ser divertido e se tornou preocupado. Será possível que…

- Eu? - Estela confirmou com a cabeça, incapaz de pronunciar aquilo que tentava dizer - Eu? - 

O assunto estava encerrado para Estela. Aquilo já a estava machucando demais e ela não pretendia seguir com aquilo. Alberto amava Diná e ela precisava se conformar com o fato de que sempre seria assim. 

- Eu preciso voltar pro trabalho. Você me desculpe, mas eu...a gente conversa depois

- Estela 

- Diná, por favor - a única coisa que  ela queria era que a irmã a deixasse ir, mas Diná se colocou à sua frente

- Isso que você está me falando é uma loucura. Tira isso da cabeça! - a loira fez muita força para olhar nos olhos da irmã. Não queria contar o segredo do homem, mas precisava se livrar de tudo aquilo

- Ele te ama há muito tempo, Diná. Só eu sabia disso

- Mas eu nunca percebi nada - a morena não queria acreditar, não podia ser ela a causa de todo o sofrimento da irmã. Mas Estela a olhava de uma forma que não permitia que ela tivesse dúvidas. Não havia mágoa naquele olhar, só uma tristeza profunda - Eu sempre tratei o Alberto como um irmão

Estela sentiu os olhos enchendo de lágrimas. Sabia que não era culpa de Diná, claro que não. Na verdade, não era culpa de ninguém. Ela tinha se apaixonado por Alberto, que se apaixonou por Diná, que se apaixonou por Téo, que era apaixonado por ele mesmo. Precisava desabafar e contou tudo para a irmã, mas ao ver o olhar dela, se arrependeu. Estava sofrendo muito, mas não podia trair Alberto daquele jeito. 

- Meu Deus do céu, fiquei furiosa com seu Tibério e agora tô fazendo a mesma coisa. Eu não devia ter te contado. Me desculpe. Agora é tarde, já falei - Estela estava perdendo o controle em seu sofrimento e Diná sabia. Precisava ser forte pela a loira e não se abalaria com tudo o que tinha ouvido 

- Estela…

- Eu preciso ir…

- Estela

- ...a gente pode conversar depois?

- Você tá confundindo tudo. Me ouve? 

Podia até ser verdade que Alberto tenha sentido algo por ela em algum momento. Mas Diná conhecia o médico e ele jamais pediria Estela em casamento por pena. Lembrou-se também da forma como os viu juntos em sua casa, a cumplicidade dos dois conversando à porta, a forma como ele a beijou, abraçando-a com força, distribuindo beijos por seu rosto. 

- O Alberto te ama. Quando vocês estava juntos… eu via amor nos olhos dele 

Estela também via, por isso balançou com a fala da irmã. Pensava que aquele amor que ela enxergava no olhar do homem era coisa da sua cabeça. Mas pensou que fosse fraquejar quando a irmã disse que via o mesmo, por isso se defendeu e todo mundo sabe que não existe defesa melhor do que o ataque. 

- Para de agir que nem o Alberto. Eu não preciso da piedade dele e muito menos da sua - ela falou tão brava que Diná soube que não adiantava continuar. Conhecia a irmã e sabia que se ela tentasse, brigariam. 

Estela foi até a porta e segurou para a irmã sair. Aquela conversa tinha acabado e ela precisava voltar para o trabalho.

- Posso te dar uma carona?

- Vai falar sobre o Alberto?

- Não

- Então eu agradeço muito 

Não conversaram sobre nada. Diná estava refletindo sobre tudo o que tinha ouvido da irmã e Estela estava pensando em tudo o que tinha acontecido desde o dia anterior. Era impressionante como tinha saído dos planos de casamento para aquele lugar sombrio. 

Diná deixou a irmã na porta da repartição e ligou para Alberto. 

- Posso passar aí agora?

- Pode - ele respondeu aliviado - Eu vou agradecer se você vier - o desespero na voz dele era tão palpável que a morena sorriu, pensando que a irmã era mesmo uma cabeça dura. 

Ela chegou rápido no consultório e o médico a estava esperando. Não conseguia mexer em seus papéis e não podia mais mexer no divórcio de Estela. Depois que ela foi embora, ele ficou ali, sentado, pensando em tudo o que tinham vivido juntos, pensando em como reconquistá-la. 

- Licença? - Alberto estava com a cabeça entre as mãos e levantou os olhos ao ver a cunhada entrar

- Oi, Diná - ele se aproximou e a abraçou. Pela primeira vez tinha sido estranho abraçá-lo, a voz de Estela ainda soava em sua cabeça dizendo “ele te ama há muito tempo”. 

- Como você está? 

- Não sei… magoado, perdido… eu não sei o que fazer Diná

- Acabei de vir da casa dela, ela tá bem irredutível. Me disse que você e o seu Tibério a  humilharam, que você estava com ela por pena 

- Pena, meu Deus do céu - Alberto andava de um lado pro outro, angustiado - A Estela misturou tudo, Diná. Ela veio aqui, disse que não acredita em mim e eu gosto dela, eu gosto dela sinceramente, meu Deus do céu. Ela não acredita, não acredita em mim

- Alberto, você tem que entender a Estela. Ela é uma mulher muito sofrida 

- É - ele sabia disso, sabia muito bem disso e seu maior desejo era cuidar dela, não machucá-la, mas agora tudo parecia perdido

- Até me desculpe por eu estar interferindo, mas é que eu gosto muito de vocês dois - Alberto estranhou, Diná estava agindo estranho. Ele tinha ligado para ela, precisava de ajuda - E você sabe que eu te quero como um irmão, não é?

A forma como ela falou aquilo o fez questionar se ela sabia de algo. Por um segundo, o médico ficou parado, olhando para a mulher à sua frente e pensando ‘Será?’

- Eu também te quero muito bem

- É uma pena… é uma pena. Eu fiquei tão contente quando a Estela me contou

- É, pois é. A ingenuidade do Tibério botou tudo a perder - o homem sentou desanimado

Otávio entrou na sala para falar com Alberto. Mas ao ver Diná, ele só tinha olhos para ela, que pareceu retribuir a atenção. Geralmente, o médico adorava ver o amigo, mas o advogado tinha tirado dele o foco e, naquele momento, não podia haver nada mais importante do que o seu assunto. 

Tentou chamar a atenção dos dois de volta para si:

- Dá licença? Vocês tão falando de mim como se eu não estivesse aqui. Eu to aqui e a minha situação é muito séria. Eu sou o noivo abandonado, eu to numa situação séria

Diná anunciou que ia embora, beijou Alberto bem perto dos lábios, completamente distraída e ele precisou ir atrás dela para tentar conseguir a ajuda que tanto desejava. 

- Diná, faz um favor pra mim… conversa com a sua irmã, vê se ela para com essa loucura - a morena arregalou os olhos, tinha se distraído com Otávio e não percebera o quase desespero do amigo - foi tudo um mal entendido, diz pra ela que eu gosto dela de verdade

- Alberto - ela riu - cê parece um adolescente, fica calmo. Fica calmo, a Estela é meio turrona, mas depois eu dobro ela

O médico até tentou desabafar com o amigo, mas Otávio não ouviu, só falava em Diná. Por isso, ele também não se importou e ao invés de conversar ficou pensando em como Estela poderia, depois de tudo o que viveram juntos, pensar que ele casaria com ela por pena. 

 


Notas Finais


No próximo capítulo, o encosto chega


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