1. Spirit Fanfics >
  2. Descobrindo nosso amor >
  3. Morte

História Descobrindo nosso amor - Morte


Escrita por: escrevendoporamor

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 6 - Morte


O convite para sair com Alberto foi a última coisa boa que aconteceu na semana da Estela. Aliás, depois disso, tudo degringolou. Ela brigou com Diná para defender a mãe e a mãe brigou com ela por causa de Diná. 

No trabalho tudo seguia horrível. Regina a torturava, ela não sabia lidar com o computador e a nova função a deixava louca. Se sentia incompetente e parecia que todo mundo pensava o mesmo. Em casa, as brigas com Beatriz não reduziam. Era sempre a mesma cobrança “meu pai, meu pai, meu pai”. A menina falava como se ela a tivesse abandonado e não Ismael. 

Para fechar tudo e destruir de vez seu ânimo, sua vida e qualquer sombra de felicidade em seu coração, Alexandre morreu!

Já Alberto sentia que a vida estava finalmente caminhando. Depois de convidar Estela para sair, começou a pesquisar locais interessantes, espetáculos teatrais e filmes que podia ver com ela. Decidiu aproximar Diná e Otávio para fazer os dois amigos felizes e se sentiu muito satisfeito ao perceber que isso não causava o menor sofrimento ao seu coração, muito pelo contrário. Para completar, conversara com Tibério sobre Estela e além da conversa aquecer seu coração com amor, ela também o encheu de esperança

- Eu estive conversando com a Estela e ela me confessou… - o coração de Alberto acelerou nesse momento, ele podia sentir a diferença nas batidas

- Confessou o que?

- Ela… confessou que realmente gosta do senhor. Palavra de honra - foi impossível para o médico esconder a satisfação ao ouvir essas palavras, se Estela estava fazendo confidências a seu Tibério, talvez isso significasse que ela estava se abrindo mais

- Mas, pera aí… conta direito Tibério. O que ela falou? Me conta tudo o que ela falou

- Bem, ela disse que o senhor, naturalmente, tem alguns problemas, não é? Mas que com o tempo irá superá-los - Alberto sorriu sentindo muito carinho pela mulher, se ela soubesse que só conseguia pensar nela

- Ah Tibério, eu já superei. Mais do que você imagina

- E ela disse também que ficou muito contente com uma coisa que o senhor disse pra ela

- O que foi? 

- É que o senhor disse que não gostaria de ser tratado como se fosse um irmão, não é? - Alberto só confirmou e sorriu. Cada vez mais queria aquela mulher e lhe impressionava como era fácil satisfazê-la. Dissera que não queria ser um irmão pra ela, foi um flerte, mas nada muito elaborado e fora justamente isso que ela guardara para si. 

Mais uma vez, Alberto se perguntou como podia ter sido tão burro ao não perceber que ela estava a seu lado o tempo todo. Quando Tibério saiu, ele quis ver Estela, mas sabia que ainda não era o momento, precisava agir com calma, especialmente para ela não desconfiar que ele sabia de tudo. 

Planejou combinar tudo para o encontro deles no dia seguinte, mas tudo foi interrompido pela trágica morte de Alexandre. 

Alberto foi rapidamente chamado por causa de Dona Maroca. Quando ele chegou na casa, Estela já sabia o que tinha acontecido. Depois de voltar da cadeia, Raul e Téo passaram na casa dela para buscá-la e contar a verdade.

A primeira coisa que o médico fez ao entrar no apartamento de Diná foi buscar a loira com o olhar. Ela estava sentada, chorando. Os olhos azuis, tão bonitos, pareciam o mar de tão cheios de águas que vertiam por suas bochechas sem que ela tivesse nenhum controle sobre elas. 

Ela chorava tanto que nem percebeu a presença dele. Alberto ficou parado, observando e quando criou coragem para dar um passo em direção à mulher, foi interceptado por Téo que o levou para ver dona Maroca. 

Raul foi quem deu a notícia à senhora e Alberto ficou ao seu lado. Quando ela começou a chorar, ele saiu, em busca de água. Decidiu que o melhor seria medicá-la e fazê-la dormir. Na cozinha encontrou Estela, sozinha, desamparada. Ela estava apoiada no balcão, um copo de água a sua frente, olhando para o nada. Alberto chegou ao seu lado e não disse nada, apenas colocou a mão em seus cabelos, puxando-a de leve, ela se deixou levar e sem nem saber como acabou com a cabeça encostada no peito do médico que a envolveu com os braços enquanto ela chorava. 

Eles ficaram assim por alguns momentos e ela se sentiu tão confortada, tão forte que logo conseguiu se controlar 

- E a mamãe?

- Está mal - ele deu um beijo terno nos cabelos dela - eu vim buscar uma água, vou colocar sua mãe pra dormir - com muito esforço, a loira se afastou. Queria ficar perto dele, mas não podia atrasá-lo mais, a mãe era o mais importante. 

Eles entraram no quarto da senhora e Estela ficou consolando a mãe enquanto Alberto preparava a medicação. Ela deu a medicação à Maroca e ficou com ela. O momento era tão íntimo que o médico se sentiu obrigado a sair, por mais que quisesse ficar ao lado da loira, sabia que não tinha o direito de invadir aquele momento. 

As pessoas começaram a chegar no apartamento. Alberto tentou ajudar ao máximo em tudo o que pudesse, mas queria tanto ficar perto da mulher que sempre que ele conseguia, se esgueirava para perto dela. Falou um pouco com Josefa e logo se aproximou da mesa, fez um carinho em Estela e em Raul, mas quando o homem levantou, massageou os ombros dela 

- E aí, Estela? - ela colocou a mão sobre a dele e por cinco segundos eles se sentiram acalentados. Mas logo Andreza e Guiomar entraram e ele se afastou, deixando-a com a falta da presença dele ao seu lado. 

Por isso, Estela resolveu perguntar sobre o enterro. Sabia que nada estava completamente resolvido, mas queria ouvir a voz calma do médico. 

- Alberto, eles já decidiram onde é que vai ser o velório?

- Não, ninguém me falou nada ainda. 

- Eu acho que tinha que ser no cemitério, não é Raul? Tinha que ser enterrado no túmulo da família junto com o papai - ela não conseguia controlar a voz e nem o choro

- Pera aí, Estela - o coração de Alberto estava pequeno com o sofrimento dela - Eu não sei, você ouviu, Raul ouviu também… a dona Maroca foi taxativa, ela deixou as decisões todas na mão da Diná. 

- Coitada da minha irmã, gente. Ela não tem cabeça pra isso. Ai que vida louca. - Estela sofria tanto que estava cercada por todas as mulheres e Alberto nem conseguia mais se aproximar dela - Logo a Diná, a Diná foi a última a estar com ele. Com vida

- Olha Estela, acho que a Maroca tá com a razão - Dona Guiomar era cautelosa, sempre tão carinhosa com a família - O Alexandre era um filho pra Diná, ela vai saber tomar as providências adequadas 

- Acho que a Diná foi a única amiga que o Alexandre teve. Meu Deus do céu, como ela entendia aquele menino - Estela olhava para Alberto enquanto ele falava com dor, mas também com a calma que só ele saber trazer - Me lembro que antes dela casar, eles saíam, viajavam juntos, ela era a preferida dele - a loira concordou, tão mais calma do que estava antes, mesmo depois de tanto tempo, ainda a impressionava como ele fazia bem à ela.  

- Dele só não, Alberto. Eu vou falar com ela

Foi com essa grosseria desnecessária que Raul partiu ainda mais o coração da irmã. Alberto levou a mão à cabeça, sem acreditar no que acabara de ouvir, viu o impacto que aquilo causara na mulher e quis tomá-la em seus braços, mas não pode. Não era nada além de um amigo e tinham muitas mulheres ao redor dela. 

Alberto ficou no apartamento o máximo que conseguiu. Depois que Raul desceu e os procedimentos começaram a ser tomados, ele aproveitou para ir ver Otávio. Ele voltaria apenas para a cremação. Passou em casa, tomou um banho e ligou para Estela:

- Alô? 

- Bia? 

- Sim?

- É o Alberto… como você está?

- Eu ainda não acredito no que aconteceu, tio - a menina começou a chorar, tão frágil e o médico pensou em como gostaria de estar lá com as duas, sendo um ponto de conforto

- Eu sinto muito, Bia

- Obrigada, tio

- Eu realmente acredito que seu tio foi pra um lugar melhor

- Eu também 

- Bia, eu posso falar com a sua mãe? - a menina nem respondeu, só gritou pela  mãe e passou o telefone pra ela

- Oi Alberto

- Oi Estela… eu queria saber se vocês precisam de uma carona para ir ao crematório

- Não, nós vamos de táxi… não precisa se incomodar

- Estela…

- Oi?

- Me deixa ir buscar vocês - ela ficou em silêncio, percebeu que ele pedia, quase implorava - por favor

- Tá bom. Eu te espero, então

- Obrigado - ela soltou o ar e Alberto achou que aquele som foi um sorriso se formando nos lábios dela. Era realmente isso

- Eu que preciso agradecer

Alberto passou para buscá-las. Entrou na casa e finalmente conseguiu dar o abraço que desejava em Estela. A apertou em seus braços e eles ficaram parados no meio da sala sem se mexer, a única coisa que realmente se movimentava era o coração dos dois, acelerado. 

Como era de se esperar, a cerimônia foi muito triste. O médico ficou no fundo do espaço, enquanto a loira ficou ao lado da mãe, incansável. 

Ele queria levá-la em casa, mas não poderia, pois precisava ir até o apartamento de Diná para ajudar dona Maroca. Abraçou Estela mais uma vez e sussurrou em seu ouvido

- Se você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, me liga

- Obrigada

- Eu estou com você, Estela. Sempre - ela só acenou e ele se afastou, permitindo que ela entrasse no carro de Tibério. 

Estela foi para casa e chorou, mas se sentindo confortada por Alberto. Mais do que nunca seu coração e sua mente estavam tomados pelo homem. Ele ainda passou na casa de Diná e recebeu seu Tibério em sua casa

- Eu queria falar sobre a cerimônia - Alberto logo se assustou, pensou que talvez algo tivesse acontecido com Estela no retorno para casa

- Aconteceu alguma coisa? Algo com a Estela?

Mas não era ela o assunto, o protetor de Tibério viu o Alexandre na cerimônia. Nada poderia ter deixado o homem mais preocupado. Alberto estava tão cansado que só pensava em dormir. 

Tomou um banho, deitou na cama e pensou em Alexandre, rezou por ele. Mas quando seu corpo relaxou sua mente só teve espaço para uma coisa: Estela!

 

 


Notas Finais


Tá chegando!!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...