Bruna encara a namorada e assente, lhe puxando para um abraço, em seguida elas se olham e se beijam mais uma vez.
— Só cuidado, tá bom? Eu não confio naquela mulher, não quero que você se prejudique por conta dela. — Bruna diz e Alice segura seu rosto para lhe passar tranquilidade.
— Relaxa, meu amor... Nós só vamos conversar, não garanto que não vamos discutir se ela for essa cobra mesmo...
— Ah, mas isso eu garanto! Aquela alí é uma cobra da pior espécie, só está te sabotando. Nos sabotando, aliás.
— Fica tranquila que agora meus olhos estão bem abertos. — Alice diz e dá uma piscadela.
As duas ficam em silencio por alguns segundos e Bruna torna a perguntar.
— E seus pais? Você vai voltar lá segunda-feira?
Alice parece desconfortável com a pergunta, mas sabia que teria que falar com os pais uma hora ou outra e não tinha porquê adiar.
— Talvez quando os convites ficarem prontos, aí já faço duas coisas ao mesmo tempo.— Alice diz com um sorriso forçado.
— Só adiando, hein, dona Alice... To de olho.— Ela diz e beija o rosto da noiva repetidas vezes.
Após ouvirem o choro da neném, as duas seguem para a sala. Elas sorriem ao ver a cena: as crianças estavam dormindo e Elisa puxava os cabelos da irmã tentando chamar a atenção dela e chorava por nao ter sucesso e pelo silêncio total, visto que o desenho acabou.
— Olha isso!— Alice diz se abaixando para pegar a filha, enquanto a outra levava Luke no colo para a cama. — Ei, princesa... Solta o cabelo da sua irmã, solta...
Elisa voltou a chorar ao ser tirada do colchão e colocada no carrinho.
— Espera, Elisa! Só vou colocar sua irmã na cama e já venho pegar você.
Alice leva Maitê até o quarto, que resmunga e abre brevemente os olhos antes de fecha-los novamente. A mamãe dá um beijo na testa de cada um e em seguida sai do quarto.
— Mas você, hein, Elisa?— Ela diz pegando a filha do carrinho, que parou instantaneamente de chorar.— Três meses de pura arte.
A bebê sorri.
— Sem vergonha. — Ela diz e a filha sorri mais, já se assanhando e dando a entender que o sono estava indo embora.— É a sem vergonha da mamãe! Todinha da mamãe, você!
Da porta do quarto do casal, Bruna observava tudo e sorria.
No quarto da neném, Alice liga o abajur e o brinquedo musical para que a neném dormisse, mas pela falta de pilha, o som estava mais abafado do que de costume.
— Olha só... Eu vou cantar pra você, mas não reparar que eu não tenho a voz da mamãe Bruna, tá?— Ela diz em tom baixo enquanto fazia carinho na filha. — Se essa rua, se essa rua fosse minha... Eu mandava, eu mandava ladrilhar com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante... Para o meu, para o meu amor passar...
* * *
— Ela vem hoje, não vem?— Alice pergunta à Paolla, já que Rebeca estava quinze minutos atrasada.
— Vem sim, minha licença acaba só segunda-feira, então ela vem sim. E é melhor chagar rápido, porque eu preciso tirar o leite do meu filho, ele não aceita muito bem a fórmula.
— Pode ir, amiga, eu cubro aqui.
— Ah, eu vou, viu? Daqui a pouco vaza na roupa... Eu volto rápido.— Ela diz pegando as coisas que precisava e em seguida sai.
Alice procura se concentrar no trabalho e vez ou outra trocava algumas mensagens com a noiva e recebia fotinhas de Elisa e das crianças, que entraram mais tarde no colégio por conta de um passeio que fariam.
— Oi! Bom dia, Alicinha!— Rebeca diz e Alice tenta não revirar os olhos tamanho o cinismo.
— Oi.— Ela diz de modo seco.
— Nossa, o que foi? Não deu certo a fuga ontem?
Alice se levanta e vai até a porta, a fechando atrás de sí. Rebeca franze o cenho.
— Graças a você, não. — Ela diz de braços cruzados e expressão séria.
— Do que você tá falando?
— Para de se fazer de sonsa! A Bruna já me disse, e mais de uma vez, a Paolla também me alertou! Para! — Ela diz em tom alto e rude. — Por que? Me fala, por que você tá fazendo isso? O que é que você ganha atrapalhando minha vida?
Rebeca continua lhe encarando com cara de desintedida, mas depois sua expressão é tomada por uma que Alice não pode descrever.
— É sério? É sério mesmo? — Ela pergunta caminhando até ela, de modo que por poucos centímetros, não prendeu Alice contra a parede.
— Que?
— Não é óbvio? ALICE EU GOSTO DE VOCÊ! Eu amo você, amo você, como não viu isso se estava escrito na minha testa esse tempo todo?!? Até sua namoradinha percebeu e você não! Eu amo você, Alice, entendeu agora?!? Amo e não vou desistir de você nunca! Nunca!
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