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História Desde agora e para sempre - Capitulo Quinze - Ela


Escrita por: magnors e Bane

Notas do Autor


Anteriormente em 'Desde agora e para sempre': Aline e marcos começaram uma amizade colorida. Numa saida para se divertir, Aline e Cris acabaram por arranjar briga com alguns skinheads, mas levaram a melhor graças a seu amigo e dono do bar, Morcego. Em um erro no jornal, a garota acabou enviando as mesmas matérias do dia anterior, o que quase custou seu emprego, mas por algum motivo desconhecido (ou nem tanto) recebeu mais uma chance do seu chefe.

Obs: O capitulo a seguir tem uma passagem de tempo de 2 meses em relação ao anterior de Aline.

Por favor comentem o que estão achando.
Boa leitura :D

Capítulo 16 - Capitulo Quinze - Ela


Fanfic / Fanfiction Desde agora e para sempre - Capitulo Quinze - Ela

4 de julho de 2014.

 

          Dolores está nervosa. Claro que está, apesar de tentar não transparecer. As mãos contorcem em seu colo sem parar; finjo não reparar. O caminho até o estúdio de moda é longo, de forma que coloco uma música que goste com o intuído de acalmá-la. Não funciona.

            O estacionamento está lotado, tenho que dar várias voltas e por fim, decido parar em uma quadra próxima.

            - E se meus sapatos sujarem? - Dolores pergunta, apreensiva.

            - Não vão. - olho em volta. - Vamos pela calçada e asfalto. Nada de barro por ali.

            É natural que esteja preocupada com cada detalhe. A seleção para as modelos do ano tem a fama de ser muito exigente.

            Chegamos até a fachada espelhada da agência, sem imprevistos, e admito que a arquitetura imensa do lugar intimida quem ousa passar por aqui. Endireitando os ombros, a garota assume uma pose confiante e atravessa as portas, eu a sigo.

            Aparecemos com cerca de uma hora de antecedência, mas o local está tão cheio de garotas que faz alguém que sofre de ansiedade como eu querer sair correndo. Fico feliz por Dolores não ter o mesmo problema.

            Quando driblamos aquelas várias aspirantes à Gisele Bündchen e finalmente conseguimos uma senha - apesar de ser um número bem alto -, sinto-me um pouco mais aliviada. Agora é só questão de tempo.

            O hall é enorme. Cheio de poltronas e cadeiras para que todas as competidoras se acomodem sem problemas. Com muita sorte conseguimos encontrar uma espécie de mesinha, a qual está livre, e corro para pular em um dos bancos altos, antes que qualquer outro tenha a chance de fazê-lo. Deposito a bolsa sobre a superfície metálica da mesa e cruzo os calcanhares.

            Dolores demora um pouco mais para se acomodar. Por sua expressão, percebo que a confiança que esperava manter começa a esvair.

            - Parece que vai demorar. - comento.

            Ela olha para baixo e mexe em uma das unhas. A resposta é breve:

            - Sim.

            - Que tal sairmos para comer alguma coisa? É cedo e não lembro de vê-la tomar o café da manhã.

            Imagens das cafeterias espelhadas ao redor do edifício flutuam deliciosamente pela minha cabeça. Provavelmente outras pessoas tiveram a mesma ideia que eu, pois vez ou outra alguém sai pela porta ainda segurando o papelzinho, com a senha balançando entre os dedos. Olho para Dolores esperando encontrar concordância ou até um pouco de animação em seu semblante, mas me deparo com o completo oposto.

            Ela parece preocupada.

            - Melhor não. - diz e desvia o olhar. - Sem fome.

            Estranho. Antes costumávamos todos tomar o café juntos, mas agora as coisas mudaram. Cada um vai para seu canto.

            Entediada, deixo meu olhar vagar pelos vários rostos que lotam os arredores. Cabelos lisos, meninas magras. Muitas clavículas e ossos visíveis saltando da pele. Tenho um bom pressentimento sobre a audição de Dolores. Suas curvas se destacarão no meio de toda essa gente.

             Porém, quando a hora chega, minha certeza vacila sob o olhar crítico dos juízes. É evidente que a de Dolores também.

            - Número 87. - uma mulher loira de nariz empinado declara, franzindo o cenho quando nos aproximamos. - Siga-me. - se volta para mim. - Você pode esperar aqui.

            Dou um tapinha discreto de incentivo nas costas de minha meia-irmã e a observo desaparecer em um longo corredor. A garota provavelmente terá que vestir algumas roupas para esse comercial de moda, fico imaginando qual combinação esquisita seria.

            Após esperar por uns dez minutos, decido ir atrás de algumas rosquinhas. Talvez ela volte com fome.

 

~ <> ~

 

            Com a fila um pouco maior do que previ, volto atrasada para a agência. Quando estou prestes a entrar, alguém abre abruptamente as portas e esbarra em mim. Cambaleio para trás, tentando equilibrar as rosquinhas e a mim mesma, quando percebo que se trata de Dolores.

            Seus olhos brilham, cheios de uma tristeza que não consigo entender. Até que me abraça pela cintura e enterra o rosto em meu peito.

            - Ah, querida. - murmuro, passando os braços ao redor dela. - Sinto muito.

            Ela não diz uma palavra, só continua ali por alguns minutos. Espero pacientemente, sem querer pressioná-la. É óbvio que não conseguiu o contrato. Afasta-se, fungando uma vez e segue até o carro, tentando manter a postura. A admiro por isso.

          Queria que Verônica estivesse aqui, provavelmente ela saberia o que fazer em relação aos sentimentos partidos da filha. Infelizmente a mulher não pode nos acompanhar por ter que resolver problemas no banco.

            Já no caminho para casa, tomo coragem para perguntar:

            - O que falaram?

            Silêncio. Ela respira fundo e solta o ar pesadamente. O queixo está apoiado em uma das mãos enquanto seus olhos passeiam pela paisagem da via costeira

            - Que eu tinha que perder peso. Alguns quilos, não sei.

            - O que?! Tem que ser brincadeira.

            Fico pasma. Dolores é magra, apenas tem os quadris largos e seios mais cheios, o que honestamente é bem bonito.

            - Mas não é. - responde simplesmente.

            Lembro de todas aquelas garotas magras e me sinto furiosa com a horrível realidade que aqueles padrões impossíveis impõem. Aperto minhas mãos em torno do volante e não pergunto mais nada pelo resto do percurso.

 

~ <> ~

 

            Deixo os preparativos do jantar nas mãos de Verônica por um instante. Seria uma refeição especial para animar Dolores e comemorar o fato da seleção brasileira ter se classificado para a semifinal.

            Não sei que tipo de família comemoraria tal acontecimento além da minha. Talvez muitas. O Brasil tem uma séria obsessão por futebol.

            Temos carne de cordeiro, bem macia; costelas de porco, Camarões grelhados, feijoada com farofa para acompanhar, além da salada de maionese. Meu pai até comprou uns acarajés - apesar de eu preferir abará -. Com certeza sofreríamos de severas dores de barriga pelos próximos dois dias. Mas Verônica e papai simplesmente pareciam ignorar as consequências, ou de fato não se importavam.

            Com o jantar na mesa, nos servimos com gosto. A única que não se faz presente é Dolores, que estava no banho quando fui chamá-la. Mas porra, que banho demorado. Terminamos a refeição e ficamos esparramados na sala nos sentindo como balões inflados. E ainda assim, nada dela aparecer.

            Verônica não se importa. Guarda a comida em potes e os deixa organizados na bancada para que a filha se sirva quando tiver fome.

            Permanecemos ali até que gradualmente todos vão para seus quartos, sendo a última e pouco interessada no filme que preenche a tela. Desligo a televisão e apago as luzes, seguindo escada acima.  A única luz acesa é a do quarto de Dolores.

            Bato na porta levemente. Está tarde e não pretendo acordar ninguém. Ouço um murmuro e tomo isso como permissão para entrar.

            Ela se encontra deitada sobre a colcha rosa com o rosto enterrado no travesseiro. Vira a cabeça para o lado a fim da voz sair clara.

             - Está tudo bem? – indago, levemente preocupada.

             - Sim.

             - Boa noite, então.

            Quando me viro para sair, ela chama a atenção:

            - Preciso falar com você sobre uma coisa.

            Dirijo-me até a ponta da cama.

            - Claro.

            Momentos de silêncio se estendem enquanto espero pacientemente. Dolores se ergue de repente, como se um onda de empolgação percorresse seu corpo.

            - É aquele garoto.

            - Que garoto?

           - O que conheci durante as férias. - ela soa tímida. Demora até completar a frase e a pronuncia com visível esforço. - Nós quase nos beijamos.

            Tento puxar à memória esse tal garoto, mas nada me vem, então concentro nos fatos atuais.

            - E o que aconteceu para não se beijarem? Você não queria?

            Dolores contorce as mãos, um pouco constrangida.

            - Queria, muito.

            - Então...?

            - Seria errado. - diz, atropelando nas palavras.

            Sinto vontade de rir.

            - Por deus, por que beijar um garoto seria errado? - pergunto, a voz se elevando mais do que pretendera.

            - Shhh. - Dolores leva o dedo aos lábios. - Alguém pode escutar! E você acabou de citar o motivo.

            - Como assim? - fico confusa.

            - Deus.

            - O que "Deus" tem a ver com isso?

            Ela levanta e começa a andar em círculos.

            - Seria errado perante os olhos do Senhor. Pouco prudente e nada casto.

            - Caralho, você está falando que nem uma testemunha de Jeová. - rio.

            - Cala a boca, é sério! - exclama, mas não consegue conter um sorriso por conta da piada.

          - Daqui alguns dias usará saias até as canelas e sairá batendo na porta da casa dos outros. – continuo, em tom descontraído.

            Ela joga uma almofada em mim.

            - Tudo bem, tudo bem. - digo, erguendo as mãos em um pedido de desculpas. - Deus não tem nada a ver com isso, querida. Ele não se importaria com tal coisa. "Ame o próximo", lembra? - tento.

            - Mas não significa amar tanto assim.

            Solto uma gargalhada.

            - Às vezes acho que você leva a igreja muito a sério.

            - Sim, eu levo.

            Seguro seu pulso com delicadeza e a faço sentar ao meu lado.

            - Certo, mas não deixe isso te impedir de viver sua vida. Amar, beijar, transar.

             Ela solta uma exclamação e seu rosto adquire uma tonalidade vermelha que se sobressalta no tom de pele moreno.

            - ‘Transar’ não é uma palavra proibida. Mas claro, só quando for mais velha. - abrando a frase anterior, devido à sua personalidade acanhada.

            O rubor cede aos poucos e Dolores acena com a cabeça.

            - Prometo que não irá para o inferno ou algo assim. – sorrio e ela devolve o gesto, ainda incerta.

           Nesse instante um celular vibra, e sei não ser o meu.

           - Ah, é ele. - Dolores enterra a mão no rosto.

            Tenho vontade de rir do drama que é ser adolescente. Fui exatamente assim. Só que sem envolver Deus na história.

            Agarro o aparelho antes que ela tenha a chance de pegá-lo. Dolores solta uma exclamação quando fico em pé na cama, erguendo o celular. Ela me imita, mas não importa quanto pule, não consegue alcançá-lo.

            - Não pode fazer isso! - guincha.

            Dou um sorriso diabólico.

            - Posso e vou. - com isso salto da cama e corro pelo quarto enquanto digito. Dolores parece prestes a ter um colapso nervoso.

            - Pronto. - jogo o celular para ela. - Agora você tem um encontro.

            Me encara, perplexa, e olha para a tela. Sei que por dentro seu coração deve estar batendo vigorosamente contra o peito, com aquela sensação peculiar de quando estamos começando a nos apaixonar. Está tudo estampado em seu rosto.

            Ela fica muda e cai pesadamente na cama.

            - Durma bem. Te ajudo com a roupa depois - mando um beijinho e saio do quarto.

 

~ <> ~

 

            Dia de jogo. O verde e amarelo ofuscava a visão de quem entra para nosso jardim. Um cheiro delicioso de carne já flutua até meu nariz atiçando a fome.

            Meu pai e Verônica concordaram em fazer um churrasco para assistir à seleção jogando e permitiram que eu levasse quem quisesse.

            Naturalmente lá estavam Cris e Eric, acompanhados de Olivia em uma das mesas. Marcos prometera vir com uns amigos. Era a hora de meus amigos terem um vislumbre do meu mais novo passatempo.

            Repórteres comentam sobre os últimos jogos e placares da competição, fazendo suas apostas e análises. Papai presta atenção com seus amigos e vez ou outra vai até a cozinha para ajudar Verônica com o fim dos preparativos.

            Tecnicamente eu deveria usar uma blusa do Brasil, mas optei por um vestido curto azul escuro, marcado a cintura. Como tem uma das cores da bandeira, julgo ser o suficiente.

           - Eu aposto em 3x0. - Olívia sorri. Cutuca Cris, que chuta um placar, um pouco incerta.

            - 2x1?

            Olívia parece satisfeita quando a de cabelos azuis joga uma nota de cinco na mesa.

            - 5x0. - Eric declara.

            Inclino-me sobre um de seus ombros.

            - Para o Brasil, certo?

            Ele dá um sorriso maldoso.

            - Para a Alemanha.

            Dou um leve tapa em sua cabeça:

            - Sai pra lá, herege.

            - Caralho, Eric. Isso dá má sorte. - Olívia reclama.

            - Bobagem. - ele responde e tira uma nota de dez. Se vira para mim.- E você, Aline?

            - 1x0. - ergo a voz, dando ênfase na última palavra. – Brasil!

            Ele dá de ombros enquanto as duas outras garotas o encaram rindo.

            - Tenho que pegar a grana lá dentro. - declaro e vejo meu pai se aproximando.

            O homem sorri para meus amigos em sua camisa da seleção. Carrega uma espécie de caixa térmica transbordando de gelo e cervejas.

            - Opa! - Cris sorri.

            - Assumo que aceitam, então.

            Olivia dá uma piscadela.

            - Claro que sim. - a ruiva se inclina para uma das latinhas.

            O único que faz careta para o álcool é Eric. Deixo uma nota mental para buscar algum refrigerante na cozinha.

            Meu pai se afasta com a promessa de trazer linguiças e picanha mal passada, quase prontas.

            - Já volto então, galera.

            Puxo um long neck da caixa e me dirijo para a porta dos fundos. Verônica não mais está na cozinha - deve ter subido para um banho - e João Victor joga vídeo game na sala. Sem sinal de Dolores. Quando chego ao patamar das escadas, prestes a subir, a campainha toca.

            Abro a porta para encontrar os cabelos encaracolados e o sorriso brilhante que se tornou muito familiar nas últimas semanas.

            - Marcos! – tento controlar a empolgação. Ele dá um breve abraço.

            Afasto-me para encontrar Nick e Caio atrás dele. Os dois segurando engradados de cerveja e sacos de carvão.

            - Que gentileza de vocês. - meu tom é brincalhão. Nick, já acostumado com minha presença, revira os olhos sorrindo e passa por mim sem nenhuma cerimônia. Caio parece mais contido, mas tenho certeza que isso logo mudará.

            Todos entram na sala e João Victor grune um comprimento, concentrado demais no jogo para produzir qualquer palavra. Marcos acha graça.

            - Estava indo buscar dinheiro para o nosso bolão. - explico, os guiando até o fundo da casa.

            - Dessa eu quero participar. - Nick soa animado.

            - Pode continuar finge que a casa é sua. - Marcos brinca.

            Caio dá de ombros.

            - A gente se vira por enquanto. – completa.

            - Beleza então. Já faço as apresentações.

            Dou meia volta e subo os degraus de dois em dois. Viro para a esquerda, e quando entro no cômodo sou surpreendida por um puxão na cintura. Meu primeiro instinto é soltar uma exclamação, mas uma mão forte cobre minha boca.

            - Então esse é seu quarto. - a voz rouca de Marcos murmura.

            Me solto do aperto.

            - Não acredito que me seguiu. – protesto.

            - Surpresa! - ele encosta a porta do quarto com o pé e eu solto uma risada.

            Logo aquelas mãos estão entrelaçadas em meus cabelos, puxando-me para mais um daqueles beijos arrebatadores.

            Não consigo evitar e solto um gemido baixo, o que parece atiçá-lo ainda mais.

            - Ok. - tento me afastar com certa dificuldade. - O dinheiro.

            - Sim. - ele sorri maliciosamente e me imita. - O dinheiro.

            Com isso olha em volta, como se quisesse gravar cada detalhe do cômodo. Desde minha parede azul bebê, com desenhos de flores delicados se curvando em prateado por sua extensão, até o coelho de pelúcia aconchegado em um dos travesseiros. Senta na cama sem nenhuma cerimônia e pega o bichinho.

            - Que fofo.

            Já com meus singelos cinco reais - nunca apostaria mais que isso, por maior que seja a empolgação com futebol -, entro na defensiva, achando que Marcos está tirando sarro do bichinho mais fofo que existe. Mas sua expressão é suave.

            - Não, sério. Acho você e tudo isso muito fofo. - ele indica o quarto.

            Meu coração salta.

            Com o coelho em mãos, ele levanta e me dá um selinho.

            - Tudo bem, senhor admirador. Acho que devemos descer.

            Temo que se passar mais alguns instantes perto daquela cama, vou arremessá-lo ali e só sairemos do quarto quando o jogo tiver acabado.

            - Tem razão. - concorda. Pelo brilho no olhar, parece pensar o mesmo que eu.

           Já lá em baixo, percebo que Nick e Caio se viraram muito bem. Caio conversa animadamente com meu pai enquanto Nick tenta arrastar uma mesa para se juntar à dos meus amigos. Olívia fala algo, vibrante como sempre, e Cris ostenta uma carranca engraçada.

            - Galera, esse é o Marcos. - apresento-o. - O que foi Cris? Parece que alguém não está muito em clima festivo. - me referindo a ela com um tom jocoso.

            Ela inclina a cabeça em direção a Nick.

            - Esse idiota já acertou a base da mesa e da cadeira em meu pé duas vezes! - reclama.

            Nick dá uma gargalhada.

            - Sinto muito, gata. - claramente não sentia.

            Cris bufa e Eric aparenta se divertir com a cena. Marcos também.

            Logo Caio se junta ao grupo e estão todos conversando amistosamente esperado o jogo começar. Eric toma seu refrigerante e o resto de nós se contenta com as cervejas geladas. Em um momento, Nick oferece colocar algumas doses de vodka no copo do asiático, zombeteiro, como sempre. Mas Eric não aceita. Cris fita Nick com desaprovação, como se ela mesma nunca tivesse tentado induzir Eric para o mau caminho.

            A partida começa. A população começa os fogos e buzinas. Muito barulho e bagunça.

            - Não acredito que o Neymar não vai entrar em campo. - Caio reclama.

            - Quem? - Marcos ergue uma sobrancelha e recebe um olhar incrédulo.

            - Você só pode estar brincando. - Caio diz enquanto Nick gargalha.

            Marcos parece feliz, mas não usa nenhuma camisa de time. Posso notar que não é um grande entusiasta desse esporte em particular. Fico feliz por ter comparecido mesmo assim.

            O jogo começa, a empolgação é intensa. Todo o quarteirão grita e torce. Meu coração acompanha os toques da bola. Porém logo o entusiasmo vai por água abaixo.

            Os cinco gols da Alemanha vêm na primeira meia hora de jogo. Ninguém consegue acreditar. Torcedores choram nas arquibancadas e Nick está tão bêbado que nem percebe a goleada que estamos levando, só presta atenção na sua garrafa e irritar Cris.

            É o intervalo. Acho que um dos amigos do meu pai está chorando. Mas a maior parte das pessoas tira sarro da situação.

            Eric não consegue parar de rir e Caio xinga com todas as forças.

            Marcos não parece nem um pouco abalado pelo primeiro tempo. Pede licença para ir ao banheiro, e alguns minutos depois, decido segui-lo. Uma ideia repentina surge na mente.

 

~ <> ~

 

            - O que está fazendo? - Marcos exclama em um sussurro surpreso. - O segundo tempo acabou de começar.

            - Quem se importa? Estamos perdendo de 5x0 mesmo. - o guio para um cômodo oculto. - Talvez o Brasil faça seis gols. Vai saber.

            Marcos suprime uma gargalhada.

            O quartinho é uma espécie de dispensa, onde guardamos vassouras, panos e sabão em pó. Essas coisas necessárias. Fica em um dos corredores na lateral da casa. Se seguíssemos em frente, chegaríamos ao jardim da frente, mas em vez disso o levo para o cômodo e fecho a porta.

            É relativamente iluminado. Uma longa janela no topo da parede permite a entrada de luz, mas não é grande ou baixa o suficiente para vermos alguma coisa por ela. Ou sermos vistos. Perfeito.

            As estantes estão todas bem organizadas com os produtos, graças à Verônica. Uma bancada de mármore foi fixada em uma das paredes para passarmos roupa.

            Sem nenhuma cerimônia, Marcos me ergue pelo quadril, apoiando na pedra branca. Suas mãos sobem por minhas coxas e levantam o vestido à medida que nos beijamos.

            As carícias descem para meu pescoço, a boca macia me dando arrepios e estimulando as partes íntimas. Meus seios já imploram pelo seu toque. Uma das alças finas do vestido escorrega pelo ombro, fazendo com que o decote desça até quase revelar meus mamilos. Vendo aquela cena provocante, Marcos não aguenta.

            Agarra minha bunda e o delicioso toque de seus lábios estimula o seio esquerdo. Uma das mãos cede o aperto e passa a contornar o mamilo. O prazer das carícias me faz arfar e fechar os olhos com força. Sinto que estou me rendendo às deliciosas sensações.

            Porém suas mãos descem repentinamente para minhas coxas, e sobem o vestido até revelar a calcinha de renda azul clara. A carícia delicada se volta para a sensibilidade que pulsa entre minhas pernas, umedecendo a renda, me fazendo ansiar por mais e mais

            Em um movimento rápido, a calcinha é arrancada. Minha primeira reação é fechar as pernas e tentar cobrir a parte íntima, que agora está exposta. Claro que Marcos não permite, segurando firme minhas coxas abertas e ofegando tão pesadamente quanto eu. As provocações perceptivelmente o excitavam no mesmo nível.

            Está de joelhos antes mesmo que eu perceba o que pretende fazer. Poucas vezes durante o sexo ele me tocara daquela maneira e a expectativa da novidade faz a região abaixo do ventre pulsar. Ele percebe.

            E então seu rosto está entre minhas pernas, me excitando até outro nível inimaginável de prazer, ainda pouco conhecido por mim. Uma de minhas mãos agarra seus cabelos, o mantendo ali ao mesmo tempo que o aperto firme em suas mechas expressa minha satisfação. A outra tenta abafar os gemidos inevitáveis.

            Ele mantém minhas pernas afastadas e continua ali até que a onda forte do ápice me leve até o êxtase, contraindo o centro de meu prazer e fazendo-me perder em uma escuridão avassaladoramente deliciosa.

            Quando se ergue para me beijar, minhas pernas ainda tremem e eu arfo pesadamente. Continua me abraçando até que a sensação se abrande.

            - Você fica linda assim. - ele sussurra, os olhos flamejantes direcionados para os meus. Segura meu rosto entre as mãos e acaricia a face ruborizada graças às sensações anteriores.

            Porém gritos nos arrancam do torpor pessoal. Tento arrumar meu vestido rapidamente.

            - Será que o Brasil fez um gol?

            Marcos pondera por um instante.

            - Pela entonação das vozes, temo que não.

            - Droga. - digo, saltando da bancada.

            Abrimos a porta para voltarmos à agitação da copa, mas mal dou dois passos antes de esbarrar com Cris. Ela parece confusa.

            - O que estão fazendo aqui?

            - Hãn... - Marcos hesita. - Panos. Nick derramou cerveja.

            - Oh, pior que derramou mesmo. - apesar de aceitar a explicação, Cris ainda se mostra desconfiada. Provavelmente meus cabelos desgrenhados entregaram toda a situação. Tento penteá-los discretamente.

            Os gritos continuam.

            - Que porra tá acontecendo? - Marcos pergunta ao caminharmos de volta para o churrasco.

            A expressão de Cris se contorce.

            - Não queria estragar a tarde de vocês, mas...

            Ela se interrompe e aponta para a enorme televisão instalada perto da churrasqueira.

            - Estão passando replays dos gols? - Marcos pergunta, confuso.

            - Não.

            Calada, me aproximo da tela, em direção a todos os xingamentos.

            Não posso acreditar no que vejo. O placar marca 7x1.

            Acho que vou desmaiar. E o desgraçado do Eric ganhou a aposta.


Notas Finais


Sei q a copa já passou a um tempão, mas aqui está a 1ª parte do nosso especial da copa.
Alguém joga água nesses dois, estão pior que gato no cio kkkkkkkkkkk
Onde estavam durante o famoso 7x1? Deixem nos comentarios, estou curioso.
Eu (magnors) estava assistindo com minha mãe, fui beber agua quando estava 3x0 e quando voltei já estava 5x0, só desisti daquilo e voltei pro computador kkkkkkkkkkkk
Tadinha de Dolores, mas Aline sempre estará lá por ela, podem acreditar. Muito bonita a relação das duas, será q isso um dia se estenderá para Verônica?
O proximo cap e segunda parte do especial da copa será um cap de Marcos e sairá dia 10/10, quarta feira. Será que o Brasil é hexa em 2034? Veremos.
Por favor, comentem o que estão achando.
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Obrigado por ler e até o proximo. Abraço <3


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