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História Desejo Ardente - Capítulo três


Escrita por: RoseMurched

Capítulo 4 - Capítulo três


Julie havia acordado com os feixes da luz do sol entrando pela cortina, piscando alguns vezes pela claridade percebeu o horário no relógio digital ao lado marcando 11:46 AM. Do seu lado da cama tinha apenas vestígios que alguém estivera ali. Ela se sentou sentindo o contato dos pés com o chão frio. Esfregou os lábios secos um ao outro olhando o ambiente luxuoso em que estava. 




Ela jamais havia sonhado com algo assim, pelo menos com o futuro que imaginava ter e a única coisa que ligava ela a tudo que imaginou era sua mãe. Julie se levantou sentindo o forte perfume que ela com certeza ainda iria se lembrar durante os próximos meses exalando pelo ar. Tudo ali tinha o cheiro dele, era como se estivesse impregnado tudo até mesmo ela. O banho foi demorado, ela se esfregava com força como se pudesse tirar cada lugar em que ele a tivesse tocado ontem, mesmo que ainda não estivesse transando com ele, ela sabia que uma hora ou outra teria que ceder a vontade do homem.



(...)







O novo hospital em que sua mãe foi transferida, era luxuoso. Não só pelo bairro o lugar mesmo indicava. Haviam pessoas chorando na recepção, outras caminhavam de um lado pelo outro e tinha os médicos que bebiam o café observando as pessoas. Julie caminhou observando cada um até chegar a enfermeira que sorria alegremente mostrando os dentes amarelados.


— Olá senhorita. Em que posso ajudá-la?


— Eu.— Julie hesitou antes mesmo de dizer. Era estranho pra ela dizer que queria ver sua mãe, mesmo 1 meses depois do acidente.— Gostaria de ver Ellis Murray. 


— Aguarde só um instante, por favor.— a mulher adentrou ao balcão mexendo no computador e olhou Julie sorrindo novamente.— Quarto 10, no penúltimo andar. Vou-lhe entregar o crachá.— a mulher levou a mão a algo e entrou a Julie que devolveu um sorriso fraco a mesma.


Ao entrar no elevador e apertar o frio botão do penúltimo andar, observou ao seu redor suspirando. Julie sentia falta de Peter e Melanie. A garota se encostou a cabeça sentindo o frio aço do elevador em contato com sua pele.


O elevador parecia subir o mais lento possível, a cada andar era como subir pra ver algo que ela jamais aceitaria. Julie ainda parecia visitar um estranha, não sua mãe. Até finalmente chegar ao seu andar, do lado de fora um médico sorriu ao perceber a presença da garota que apenas o olhou, saindo do elevador olhou aos lados. Indo pela direção direita do corredor. A porta do quarto 10. Era a última, Julie levou a mão a maçaneta hesitando abrir a porta. Até que finalmente abriu. O quarto era iluminado e grande, a cama enorme e tinha uma poltrona vermelha ao lado da cama. Também havia uma pequena estante com alguns livros velhos e um vaso, como se esperassem flores. Julie entrou ouvindo seus passos pelo ambiente, se sentou na poltrona e olhou a figura da mulher que aos poucos aparentava os longos cabelos castanhos claros de sua mãe.




A poltrona era confortável. Confortável o bastante pra pegar no sono.



O homem sorria alegremente atrás da garotinha pelo espelho, enquanto a mulher arrumava o vestido rosa no corpo da garotinha que sorria exibindo a falta do seus dois dentinhos da frente.


— Você está linda, querida. A garota mais bonita do mundo.— a figura paterna falou atraindo o olhar curiosa da menina.


— Sério mesmo?— ela se virou, correndo o mais rápido possível pro colo do pai.


— Jamais mentiria pra você.— o homem falou a envolvendo em um abraço, enquanto a erguia.


— Harry, não amassa o vestido dela.—a mulher falou soltando o ar.— E ainda falta arrumar o cabelo.


O homem olhou a menina a sua frente, colocando uma mecha atrás de sua orelha.


— Você está linda de qualquer jeito.


Aos poucos por um toque estridente, a imagem do homem a qual Julie pouco se lembrava foi se embaçando até abrir os olhos e perceber que estivera sonhando. Seu telefone vibrava e fazia um barulho um tanto irritante. Ele o pegou o levando a orelha.


— Alô.

— Sorry. Não sabia que estava dormindo. Tá afim de tomar um café? Irei embora daqui 2 dias. Queria te ver antes.— a voz de Melanie ecoou pela linha.



Julie olhou ao lado vendo a figura da mãe novamente. Afastou o celular um pouco vendo o horário de quase duas da tarde.


— Julie?— Melanie chamou no telefone novamente.— Ta ai? 

— Sim. Vamos. Mesmo lugar? 

— É...sim.— Melanie falou por fim.— Te espero lá em 30 minutos.



A ligação se encerrou mas não conseguiu tirar Julie de seus pensamentos. Ela teria sonhado com seu aniversário de 7 anos, seu pai ainda estava vivo e sua mãe ainda era a mulher feliz que sempre fora antes. Ela se levantou olhando uma última vez pra Ellis e saiu caminhando pelo mesmo percurso que fez.



                                            (...)



O lugar onde Melanie e Julie se encontravam, era como uma cafeteria mas a diferença é que possuíam mesas ao ar livre. Julie avistou a figura de cabelos escuros de longe, Melanie por outro lado só percebeu a presença da amiga após a mesma se aproximar. A morena sorriu alegremente se levantando pra abraçar a mesma.



— Pensei que não viria, demorou muito. Como está sua mãe? — Melanie falou quando ambas se sentavam.


— Aos poucos volta a parecer com a figura de antes, só espero que acorde logo. Odeio hospitais.— Julie apoiou o cotovelo a mesa recebendo um olhar de reprovação de Melanie.



Melanie sempre alertara Julie sobre os modos a mesa e a mesma sempre dizia que não se importava.



— Hum.— A garota levou um colher do bolo a sua frente na boca.— Como está o emprego? 


Julie sentiu o estômago enjoado com apenas a pronúncia a algo levado a Nolan Hall. O homem que simplesmente decidiu chantagear a mesma usando a vida da própria mãe.


— Ótimo.— a voz seca saiu. Julie suspirou.— Me tornei secretaria particular dele.


— Pela sua voz, parece não estar muito feliz. Qual o problema?— Melanie levou um guardanapo limpando os lábios.— Sei que é difícil por conta da sua mãe, Julie...Lamento por isto. Mas tudo bem estar triste, não precisa...


— Melanie.— Julie a cortou cansada de ouvir o mesmo diálogo sempre.— Eu estou bem, só estou cansada. 


— Peter é horrível mesmo.— Melanie falou.— Deveria estar aqui mas sumiu como um idiota. Eu vou embora, Julie. Eu estou indo, você vai ficar sozinha.— Melanie levou as mãos ao rosto limpando as lágrimas que escorriam.


— Ei.— Julie colocou a mão sobre o braço de Melanie.— Lembra quando a gente se conheceu?


— Como eu poderia esquecer? Você parecia tão triste. Eu tinha que ser sua amiga, se não você com certeza iria passar os dias do intervalo com aquele urso rosa feio.— Julie solta uma risada sem graça acompanhada por Melanie.


— Você se lembra na hora de ir embora? O quanto ficávamos tristes esperando chegar o outro dia? Então imagina que estávamos nessa parte. E depois iremos no ver de novo. — a voz de Julie sai suave, fazendo Melanie sorrir-lhe calorosamente.


— Sinto muito pela faculdade mas se serve de consolo. Você iria ficar feia com olheiras.— Melanie passa a mão limpando uma última lágrima.


— Você vai ser uma péssima jornalista. — Julie fala rindo novamente.


O tempo voou, como se cada momento passa-se o mais rápido. A despedida foi ruim, Julie jamais havia sido boa com elas. Ela teria descobrindo isso quando seu pai havia falecido.O caminho de volta era longo mas Julie preferiu caminhar ouvindo as conversas alheias e pássaros ao redor.


— Julie.— a voz masculina a vez parar, como se seu corpo bloqueasse todos seus sentidos


A se virar viu a figura loira com a respiração ofegante. Seu peito subia e descia, como se estivesse correndo. As lágrimas que havia segurado desde antes agora desciam livremente sem qualquer pudor.


Peter caminhou se aproximando e a puxando pra um abraço. Ele acariciava suas costas e a apertava a ele.


— Minha bela, Julie.— ele sussurro baixinho.— Me desculpe.


— Onde.— a voz dela falhou por um instante e ela sentiu a forte dor de cabeça a atingir.— Onde você estava? 


Peter não disse nada, eles apenas ficaram ali abraçados. Como se o mundo estivesse vazio e apenas ambos existissem.


— Sinto sua falta.— a voz aveludada de Peter  murmura.


— Você não ligou. Você não enviou uma mensagem. Nada.— Julie não disfarça o choro na voz.— por favor, não faça isso, não aja como  se você se importasse.


— Eu sempre me importei. Sempre vou.


Julie abraça a Peter, apertando mais a nele. Como se não acreditasse que o mesmo estava ali depois de 1 mês. Sem notícias. 


— Eu sinto que todo mundo está longe de mim. Por favor, apenas fique.— ela súplica falando baixinho.


— Eu não vou a lugar nenhum.


Julie sorri ao ouvir sua suave voz, enquanto sente o cheiro do perfume que provavelmente iria ficar em sua roupa. 


E uma velha lembrança, chega a ela. 






O som estridente da música era ouvido de longe, Peter e Julie caminhavam um ao lado do outro rindo. 




— Sério, ainda bem que eu tenho você.— a garota se encostou acidentalmente no braço desnudo de Peter, causando um leve arrepio nos pelos do braço da mesma.


— Melanie, sempre faz isso.— Peter fala rindo.


— Sim, ela é Max. Vão ser aquele casal que se casa aos 25, e se divorcia 6 vezes no mesmo mês.— Julie continua e ambos rirem pelo efeito do álcool.


— Típico da Melanie, ela escolheu o pior cara pra se apaixonar.— Peter fala sobre risadas enquanto se encosta sobre a parede de tijolos,Julie para em sua frente.



As pupilas dilatadas da jovem o encaravam, podia sentir o frio na barriga apenas pelo toque de alguns segundos antes.


— A é? Aposto que daqui 1 ano você,quem vai tá namorando com alguém no estilo Max.— a loira fala vendo a cara de surpresa do garoto a sua frente.


— Porque? 


— Ah, fala sério, Peter. Você é o único cara na turma que não pensa com a cabeça de baixo. Metade das garotas são doidas por você, ou você não percebe ou é um puto de sonso.— Peter ergue as mãos em defesa.


— Estou ofendido, senhorita Murray ou futura senhora Walker.


Por um instante o riso de Julie cessa e olha seria pra Peter.


— Que foi? — ele indaga curioso.


— Acha que tipo de casal iriamos ser?— ela diz enquanto evita o olhar nos olhos. Trocando  o peso de um perna pra outra.


Peter esfrega os lábios e sorri pra loira a sua frente.


— Seríamos com Holly e Gerry.— o tom suave da voz de Peter ecoou pelo ar.


— Qual a história deles? — Julie o olha.


— Holly é casada com Gerry, o amor da sua vida. Porém Gerry perde a vida devido a uma doença, a vida de Holly desmorona. A boa notícia é que ele deixou tudo planejado. Antes de morrer, Gerry escreveu várias cartas que irão guiá-la, não apenas por sua dor, mas também por sua redescoberta.— Peter fala com a voz doce e rouca, causando arrepios na loira enquanto leva até sua mão direita e entrelaça os dedos ao de Julie que sente as batidas do peito aumentarem.


— Mas ele morre, não gostei disso. Queria um final feliz pra gente.


— Sim, ele morre. Mas a história deles é incrível sobre como um amor tão intenso pode tornar a finitude da morte no início de uma nova vida, que o amor verdadeiro não é egoísta.— Peter coloca o polegar sobre a bochecha de Julie que fecha os olhos ao sentir o contanto do dedo quente sobre sua pele.— Eu não me importaria em me casar com você, mesmo que fosse por pouco tempo pra depois morrer. Eu iria amar cada momento em que passássemos juntos iguais a eles.


Julie abre os olhos vendo o loiro a sua frente. 


— Se um dia nós casarmos, quero que dure pra sempre.— Julie falou se inclinando e colocando a palma de ambas mãos sobre o peito de Peter, apenas alguns centímetros de distância um do outro. Ela podia sentir o hálito quente do loiro sobre seu rosto.


— Viver isso com você vai ser uma aventura incrível.— O loiro mostrou um sorriso amplo antes de selar um beijo aos lábios dela



(...)


O caminho de volta pra casa de Julie, foi calmo ambos andavam em silêncio apenas ouvindo os barulhos ao redor. Aquilo dava uma calma tão grande a garota, que ela jamais havia sentido em todo esse tempo apesar que isso não durou muito assim que seus olhos bateram sobre um carro tão luxuoso a qual ela sabia que não pertenceria a nenhum de seus vizinhos.


— Peter, eu preciso ficar sozinha.— Julie parou antes mesmo de chegar a porta de sua casa, recebendo o olhar verde água sobre ela.


— Oque? Como assim? — indagou ele sem entender a repentina mudança.


— Quero descansar hoje, sozinha.— Julie lança um olhar em sua casa e logo volta a olhar Peter.— Me deixe, preciso pensar. Não quero sua companhia agora.— a garota passa ao lado do loiro que ainda a olhar sem entender.


Mas Peter não iria insistir, esse era seu pior problema. A rápida desistência.


Julie caminhou os 3 degraus de madeira velha até abrir a porta. O lugar estava escuro e silencioso. Um passo a dentro e podia o ouvir da madeira velha ranger.


A garota se virou fechando a porta e procurando pelo interruptor de luz, após o pressionar a luz falhou algumas vezes ao ligar mas logo se acendeu.


— Onde você estava?— a voz masculina a fez se virar sentindo o ar lhe faltar.— Com quem você estava falando?


— Eu não lhe devo uma explicação.— Julie falou sentindo o peito subindo e descendo pelo nervoso.— Por favor...


Nolan se aproximou sentindo o efeito que acareava na jovem, podia ver seus dedos tremerem e a respiração acelerada.


—  Você está tremendo.


Julie apenas o olhava, não sabia oque ele queria ou porque dá tanta insistência da parte dele apenas por uma noite de sexo. 


— Eu não gosto quando eles tocam em você.— o homem continuo falando enquanto seus dedos subiam pelo braço fino da garota que apenas respirava profundamente.— Você é minha agora? Entendeu? Me responde, caralho.— um tom mais alto a fez fechar os olhos.


— Eu não sou um objeto. Nem quero ser nada sua....você é desprezível.


— Eu vou trancar você no seu quarto até você aprender, te fazer assistir cada sofrimento da sua mãe. Se assim for preciso pra você entender. Que eu te quero AGORA, seja de uma maneira boa ou ruim....e olha eu realmente não queria usar essa segunda opção, querida.— o tom áspero que a garota já conhecia saiu dos lábios do homem.


Os olhos chorosos se abriram dando a ver íris azuis.


— Isso é loucura....— Julie falou quase como se sussurra-se.


Mas mal ela sabia, que havia acabado de se tornar a obsessão do homem a sua frente.



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