História Desejo Proibido - Você de novo?

Depois de já ter usado o banheiro, volto ao restaurante, analisando o local até onde meus olhos alcançam, querendo encontrar o rapaz do banheiro. O restaurante tinha ficado ainda mais cheio, dificultando meu objetivo de achá-lo. Vou andando, e sem me dar conta, já havia chegado na mesa onde Lucas ainda esperava por Fernanda e Christian.

— Sério que ainda não voltaram? — me surpreendi por ver que Christian e Foquinha ainda não tinham voltado.

— Ainda não, e acho que é melhor assim — Lucas falou, sério. 

— Por quê? — estranhei, franzindo a testa.

— Eu só... queria me desculpar pelo modo como falei com você hoje mais cedo. Não foi legal — Lucas se desculpou. Rápido demais, mas se desculpou. 

— Eu não esperava por esse pedido de desculpas — fui sincera. Não sabia que Lucas sabia se desculpar. — Mas não precisava, eu não deveria ter perguntado.

Vi que Lucas iria me falar algo, mas o que quer que seja que ele me diria, não poderia ser ouvido por Christian e Fernanda, que chegavam com seus pratos cheios de comida. Portanto ele disfarçou e fingiu que nada estava acontecendo. Olhei para a fila, que já estava bem menor. Peguei meu prato e me levantei, mas antes que eu desse meu segundo passo para ir em direção ao buffet, sou interrompida por Lucas que perguntava se poderia me acompanhar.

— É só me seguir — falei.

Já na fila, eu estava atrás de um homem branco e careca que tinha uma montanha de comida em seu prato. Só de olhar me senti satisfeita por uma semana. Quando eu estava pegando uma salada de alface, me lembrei que Lucas estava logo atrás de mim, ou melhor, ao meu lado. 

— Achei legal você se desculpar — falei, sem saber se seria uma boa ideia voltar a tocar no assunto.

— Eu não faço muito isso, então não ache que vai acontecer de novo — ele falou, e eu ri.

— É claro que não — respondi.
                                                                                                                       ***

Todos nós já havíamos acabado de comer, já fazia uns minutos que Christian havia ido para seu quarto, e eu estava prestes a fazer o mesmo. Fernanda queria ficar sozinha com o Lucas para que juntos eles pudessem fazer algumas das atividades que ela havia programado dias antes.

— Ari, mais tarde eu preciso falar com você. É importante — Fernanda falou, depois bebeu um pouco do seu suco pelo canudinho.

— Tudo bem, é provável que eu esteja no meu quarto — a informei e saí, tentando me lembrar do caminho que me levaria de volta para meu quarto.

Enquanto eu andava pelo enorme hotel, ia olhando para as portas dos quartos dos hóspedes enquanto repetia o número do meu quarto na mente. 

— 208! — exclamei, animada por ter achado. Quando eu estava passando o cartão necessário para a porta se abrir, a porta do quarto ao lado do meu se abriu, e ver a pessoa que estava saindo dele me fez querer rir. Caramba, universo. 

— Ei, você! — ele falou, igualmente surpreso ao me ver.

— Coelho, certo? — eu tinha certeza de que seu apelido era mesmo aquele, mas achei que demonstrar dúvida seria um pouco charmoso. 

— Pode me chamar de Guilherme, se preferir— e ele finalmente havia ganhado um nome. 

— E o meu nome é Ariana, o que eu acho bem melhor do que "garota do banheiro" — falei, lembrando do modo como ele havia me chamado algum tempo atrás. 

—Desculpe por aquilo — se desculpou, sem graça. — Ariana é um bom nome, caso isso melhore um pouco as coisas.

— Que garota não gostaria de ouvir um elogio desses? — brinquei, causando risos nele. 

— Legal você ser minha vizinha de quarto, mas agora eu realmente preciso ir. Te vejo depois? — perguntou.

— É claro — falei, tentando segurar meu sorriso. 

Depois de ter encontrado com o Guilherme — ou Coelho. Eu realmente não decidi como seria a melhor maneira de chamá-lo. Eu não havia feito nada, apenas ficado deitada na cama, mexendo no celular. E também havia assistido a uns episódios de uma série que estou acompanhando. Mas agora resolvi tomar um banho e dar uma olhada no hotel, e talvez chamar Christian para ir comigo. É um hotel tão grande e a cidade é tão bonita, que até me envergonho de não ter saído antes.

Quando eu havia tirado minha roupa e colocado meu roupão rosa, ouço leves batidas na porta. 

— Droga! — reclamei baixinho para que a pessoa atrás da porta não escutasse — Tô indo! — dessa vez, falei mais alto. 

Olho através do olho mágico e vejo o Lucas olhando diretamente para mim. Ou melhor, pro olho mágico.   

— Ariana, eu... — Lucas para de falar assim que abro a porta por inteira, permitindo que ele consiga me ver melhor. 

— Você...? — digo sem paciência, esperando que ele termine a frase. Eu havia percebido que Lucas tinha me dado uma boa olhada, mas não havia entendido o motivo dessa.

— Fernanda pediu para eu te avisar que você deve encontrar ela em uns quarenta minutos e pediu para que eu te levasse até o lugar, já que você não saberia ir sozinha.

— E por que ela não vai comigo? — questionei.

— Ela foi pro salão de beleza faz uns dez minutos, disse que precisava de uma hidratação capilar, ou pintar as unhas, não lembro — ele fez uma expressão confusa enquanto tentava lembrar do que Fernanda havia realmente dito. 

— Tudo bem, então — me satisfiz com suas respostas. Olhei para o braço de Lucas e vi que em seu pulso havia um relógio, então eu lhe perguntei as horas.

— 15:00 em ponto — ele respondeu após checar o aparelho e eu me surpreendi com a velocidade com que o tempo havia passado.

— 15:30 você passa aqui no meu quarto, pode ser? — perguntei, mesmo sabendo que poderia ser. Ele concordou e saiu, me deixando livre para tomar meu banho, para que depois eu pudesse encontrá-lo.