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História Desejos Proibidos - Motivos para chorar


Escrita por: CeciliaBento

Notas do Autor


Oi, Balinhas de Hortelã?

Gente faltam somente 13 dias para o Natal!!!! Eu queria fazer até um capitulo de Desejos Proibidos no Natal, mas, nem posso garantir que vá rolar. Apesar de já estarmos no outono nesse cap.

Enfim, tem muita bomba nesse capitulo e a história que tava chegando perto dos finais esta alguns capitulos maiores. :D

Eu sou uma sem vergonha por demorar tanto a postar, mas, amo vocês!

:)

Acho que isso é um feliz NATAL! POIS NÃO SEI SE VOLTO AQUI ANTES DISSO.

BEIJOS!

Capítulo 12 - Motivos para chorar


 

Gaara batia com avidez em um grande saco de boxe preso ao teto da oficina na qual ele trabalhava e morava. O som de seus golpes era pontuado com diversos xingamentos, o homem orgulharia um marinheiro.

Havia feito sexo com ela outra vez.

Não bastava as imagens que tinha de Ino rebolando em cima dele, suada e arfando. Ele necessitou pressiona-la contra a madeira desgastada do guarda roupas, ainda podia sentir as pernas dela em volta de sua cintura.

Sentiu a pressão em sua virilha quando um breve vislumbre do rosto de Ino passou pela sua cabeça, os dentes superiores e infantis mordendo o lábio em prazer, com nojo por si deixar levar por uma garota que ele deveria odiar golpeou por diversas vezes o saco de couro preto, que tinha mais fita adesiva do que couro, imaginando a cada novo golpe que socava a si mesmo.

"Traidor" rosnava entre dentes para aquela parte de seu corpo que estava se mostrando tão suscetível à menina.

O calor que corria em suas veias devido ao exercício físico era reconfortante, a pulsação retumbante em seus tímpanos impedia que seus pensamentos fossem altos de mais.

- Maldita bruxa! - grunhindo.

Rodou em volta do saco pulando na ponta dos pés, com movimentos rápidos deu quatro socos precisos. O saco balançou pesadamente soltando um rangido em seu gancho enferrujado.

- Que disposição!

Gaara olhou em direção a porta, parando o saco antes que o acertasse na volta de um balanço. Sasori estava de pé na entrada da oficina, vestia jeans e camiseta velha.

- O que quer aqui? - perguntou grosseiro, retirando a camiseta suada esfregou-a no rosto com força.

O ruivo sorriu abertamente levantado uma das sobrancelhas em uma expressão de puro divertimento.

- Pensei em te chamar para pescar, beber um pouco e relaxar...

- Por quê? - Gaara interrompeu seco, deixando claro que o seu imenso mau humor matinal estava duas vezes pior àquela manhã.

Porém, o outro apenas gargalhou descontraído.

- Por que somos amigos, e nada do que você possa dizer vai mudar isso docinho.

Sasori sempre o chamava de docinho quando queria irrita-lo, eles eram bons amigos apenas pela insistência que o ruivo tinha de sempre incluir Gaara em suas atividades livres.

Gaara não entendia como uma pessoa como ele poderia querer manter amizade consigo, mas, há muito tempo atrás havia decidido que não valia a pena impedir Sasori de aproximar-se.

- Sei.

- Vamos lá, não negue que precisa de um tempo no meio do mato com uma boa dose de testosterona para por essa cabeça dura nos eixos. - Gaara apenas tombou a cabeça de lado, os cabelos grudados de suor. Ele estava considerando rapidamente as opções que tinha para o dia, e elas não eram nada boas. - Eu sei que você não tem nada melhor para fazer. Vai ficar aqui se culpando por querer a menina o dia inteiro enquanto a noite não vem?

Ele sabe que o amigo tem razão, sua mente estava em pavorosa com um juiz e júri imaginário discutindo uma sentença, a sua sentença por desejar de todas as formas pecaminosas existentes Ino Yamanaka.

Ele a queria e essa era a sua única certeza, queria como nunca quis ter algo na vida e não podia perdoa-se por isso.

Enquanto tomava um banho frio que o fazia ranger os dentes, lembrou-se da primeira vez que a menina aproximou-se dele há muito tempo atrás. Ino era uma criança cheia de vivacidade e alegria, usava os cabelos em duas tranças que caiam pelos ombros miúdos, faltava-lhe um dos dentes superiores podia notar pelo grande sorriso que sustentava. Gaara odiou a garotinha por que foi assim que foi ensinado, porque seu pai dissera que os Sabaku e os Yamanaka tinham um sentimento mútuo de ódio.

Não entendia nada sobre a vida ou como as coisas funcionavam, e isso fez a raiva crescer em seu peito, ela tinha tudo sem fazer nada para merecer e ele esforçava-se ao máximo e não tinha nada. Aquilo era injusto e por não ter alguém para culpar ele a culpava.

Agora se sentia ridículo por tudo o que havia feito, ela era uma menina e não tinha culpa de nada. Não era culpa dela se seus pais eram ferrados, se ele não tinha uma casa confortável ou comida decente, mas, naquela época em que a inveja o cegava o caminho mais fácil era colocar a culpa em quem não tinha como se defender. 

Aprendera cedo que a melhor defesa era o ataque, e ele atacava. Colocou terror na pequena cidade, dedicou boa parte do seu tempo em manter todos os sentimentos abafados, só a raiva era permitida. Ele era um Sabaku tinha como obrigação ser forte, sobreviver a tudo e a todos.

- Eu trepei com a filha do Yamanaka. 

As palavras saíram da boca dele com pesar. Sasori estalou a língua na direção do ruivo que enxugava os cabelos com uma toalha encardida, para ele Gaara parecia mais raivoso do que arrependido pelos atos. 

"E você acha que ninguém ouviu?'' 

Pensou em debochar, mas, proferiu outras palavras. 

- Foi bom? 

Ele hesitou por dois segundos. 

A boca entreaberta e os olhos ferozes chocados com a pergunta displicente, então, balançou a cabeça como se afastasse o choque inicial e bufou com desinteresse. 

-Pra caralho. - Desabafou de vez. - Acho que ela quer repeteco.

Sasori riu e Gaara abriu um meio sorriso, quase envergonhado. 

- Então... - o mais novo começou. - Qual é o problema? 

- Ela não vai mais querer olhar na minha cara. Eu fodi a menina de jeito e fui um merda. Eu sou um merda!

Era natural para Gaara agir com brutalidade e mais natural ainda era ele se menosprezar com toda a constância do mundo. Sasori estava acostumado demais com esse lado dele e quase nunca refutava quando o mesmo começava a se auto intitular um monte de lixo, mas, dessa vez era diferente. 

Não podia deixar que ele se denegrisse sem chances de defesa. Naquele julgamento mental onde Gaara era o advogado de acusação e juiz, ele seria o advogado da defensoria. 

- Você não acabou de dizer que ela queria repeteco? - Questionou seguindo-o até o andar de cima. - Ela gostou ou não gostou, afinal? 

Porém, Gaara não respondeu. 

Continuou subindo os degraus da escada de ferro fundido em caracol até chegar ao andar superior onde passou direto pelo único comodo e bateu a porta do banheiro a suas costas. Evitando as perguntas de seu companheiro insistente que seguia fazendo tantas perguntas quanto ele nunca tinha imaginado ser possível. 

                                  

                                                                        ************

 

Ino estava deitada em sua cama sem conseguir conter o sorriso idiota que estampava seu rosto toda vez que os pensamentos traiçoeiros se voltavam para Gaara. Não, ela não estava apaixonada por um Sabaku. 

Ela saberia reconhecer quando estivesse entrando nessa furada, pela segunda vez em sua vida e pularia fora o mais depressa que conseguisse. 

Estava tão certa disso que quase sentia-se tentada a procurar por ele outras vezes, com a única intenção de satisfazer os seus desejos proibidos. Ino tinha certeza absoluta de que ele seria capaz disso, afinal, tivera uma dose extra de toda a maestria do mecânico em fazer-la arquear o corpo cada vez mais. 

Rolou na cama fechando os olhos com força, agarrando seu travesseiro e apertando-o contra o rosto, deu gritinhos histéricos contra o tecido amarelado que tratou de abafar tudo. A euforia pós-coito estava basicamente abafando todos os outros sentimentos e pensamentos que ela deveria ter. 

Era até bom. 

Ino tinha decidido que pensar em corpos suados, movimentos frenéticos e mãos ásperas, era mil vezes melhor do que pensar em mãos frias, aperto sufocante e olhos cruéis. E assim, ela enchia-se de imagens de Gaara para esquecer as de Sai. 

- Até que fim você chegou!

Sakura reclamou entrando de supetão no quarto. A loira retirou a almofada do rosto e olhou para a irmã surpresa. 

- Não sabia que você estava aqui. - O sorriso crescia em seu rosto a cada palavras dita. - Você pintou o cabelo? 

- Não. - Respondeu de mau-grado. - É só uma ilusão de ótica. - E jogando-se na cama ao lado da irmã, perguntou: - Onde é que você tava? 

- Na casa da Karin. - Ino virou-se na cama abraçando o travesseiro para olhar diretamente nos olhos verdes de Sakura. - Onde mais estaria? 

- E esse sorriso desavergonhado na cara... - A rosada estreitou os olhos. - Você viu um passarinho verde ou...

- Nada. - Interrompeu a irmã, sem controlar o seu rosto que se alargava em um sorriso ainda maior. E mudou de assunto, usando de sua tática mais infalível. - E a sua faculdade?

Infelizmente essa tática nunca dava certo com Sakura. 

- Esqueça a faculdade. - Abanou a mão em direção do rosto da outra, encostou-se melhor na cabeceira da cama e completou, arqueando uma sobrancelha. - Você tá com cara de quem andou se esfregando por aí. - Esquivou-se de uma almofada jogada pela mais nova. - Aliás, você tá cheirando a sexo! 

- Sakura! 

Exclamou tentando não rir, mas, era impossível ao lado de sua irmã. 

- Vamos lá, Ino! - Estalou a língua em uma careta divertida. - Me conte o nome do pobre infeliz que vai sair todo borrado daqui de casa assim que o chefe souber?

-  Ele não vai saber. - Ela sussurrou. - Não pode nem sonhar com isso. Ouviu bem?

A loira viu o rosto de sua irmã se contorcer de divertimento para choque total. As duas sempre brincavam de maneira leve e descontraída sobre garotos, e Sakura sabia de todas as brigas e alfinetadas que a mocinha tinha com o Sabaku. Ela era a primeira a implicar com a mesma sobre casamento e quando se juntava a Karin, ninguém segurava as duas e suas piadinhas sobre livros de romances e como aquilo renderia uma boa história. 

- Você não teria coragem... - Arrastou as palavras uma após a outra porque não conseguia acreditar no que sua mente estava pensando. Ino, a santinha da família, não teria ido tão longe quanto ela. - Teria?

 - Ele é bom, Saky. - disse desesperada, sem pensar muito nas palavras e menos ainda no sentindo que elas tinham para si. - Só não sabe disso. 

Sakura passou as mãos pelos fios tingidos, torcendo-os entre os dedos e prendendo-os na parte de trás da cabeça com um elástico que trazia no pulso. Respirou fundo duas vezes enquanto analisava o rosto da irmã. 

- Ino... - Começou lentamente. - Você está me dizendo que está apaixonada por quem eu acho que você está apaixonada? 

- Não diria apaixonada. - Falou pensativa. - É mais um lance carnal, sabe?

- Ele é bom assim?

Ino sorriu minimamente. 

- Selvagem. 

Sakura abriu um sorrisinho sem vergonha. 

- Gaara Sabaku definitivamente subiu no meu conceito. - Disse antes de levar uma uma enxurrada de almofadadas da irmã. 

As duas gargalharam alto no meio daquela brincadeira que era só delas, deixando a saudade morrer entre risadas que duraram cerca de vinte minutos. Quando estavam cansadas o suficiente para conseguir fazer qualquer coisa além de olhar para o teto e sorrir como duas crianças idiotas deitadas lado a lado, foi nesse momento entre as ultimas risadas que saiam ofegantes de suas bocas que o peso dos segredos de cada uma delas chegou. 

As lágrimas de riso começaram a cair de Sakura e Ino não ficou para trás. Tão logo as risadas estavam saindo sofridas e chorosas das duas irmãs Yamanaka. E parecia que iam durar ainda mais que as gargalhadas, antes que enfim os prantos se acalmassem e elas pudessem enfim desabafar. 

 

                                                               *********************

- Já era hora docinho! - Sasori exclamou quando ele finalmente saiu do banheiro. - Foi bom pra você?

- Vá se ferrar! - retrucou enquanto andava nervoso pela oficina, pegando tudo o que achava necessário e empurrando dentro de uma mochila velha.

Logo os dois começavam a descer a rua coberta pela neblina que não se dissipou, Gaara segurava à mochila pelas alças na mão direita apenas alguns centímetros do chão, enquanto a mão esquerda ocupava-se em manter seu arco firme no ombro. Os pelos de sua nuca ficaram eriçados quando uma rajada de vento passou cortante por eles, Gaara parou olhando para o céu procurando pela posição do sol entre as nuvens nubladas.

- Relaxa, eu ouvi no rádio ontem que o tempo vai melhorar. – Sasori falou distraidamente e retirou um pequeno controle do bolso de seu jeans, acionando o botão ele destravou o carro.

Um Jeep Wrangler quatro portas na cor verde oliva piscou os faróis próximo a calçada, Sasori entrou logo no carro ligando o sistema de aquecimento, iam passar o dia com o traseiro molhado no fundo de um barco queria manter-se quente o máximo possível. Gaara cuspiu no asfalto e voltou a caminhar até o carro, colocou suas coisas no banco traseiro sabendo que o porta malas estava cheio com as tralhas para pescaria e logo tomou seu lugar ao lado de Sasori.

- O dia vai ser abafado, assim que o sol sair vai agradecer de ter o rabo na água. – comentou colocando o cinto, enquanto o amigo tirava o carro do acostamento sorrindo.

Passaram pelas adoráveis casinhas de dois andares da Maple St, algumas eram todas de tijolos vermelhos como o Banco da cidade, um pequeno prédio de um único andar feito em tijolos vermelhos, portas e janelas brancas e outras eram de madeira pintadas de branco com janelas de persianas azuis. Não existiam grades ou sistemas de segurança naquelas casinhas e comércios, a cidade dormia com as portas destrancadas e as janelas abertas na maioria das vezes. Gaara nunca se perguntava se devia ou não passar a tranca em sua oficina, ele simplesmente encostava o portão e saia.

Antes de seguirem para o rio tiveram que parar na S&S Market para abastecer o isopor com gelo e refrigerantes das maquinas que ficavam próximas à calçada, o comercio ainda estava fechado eles sabiam por uma plaquinha presa ao vidro. Gaara gostava de morar em uma cidade pequena afinal, as preocupações eram muito pequenas por ali. A maioria das pessoas era amiga de muitas décadas e mantinham a comunidade como uma grande família, apesar de que Gaara, não fazia parte dessa família e nem queria fazer.

O cheiro de café fresco e bacon torrado saia de dentro do Jubilee outro prédio onde o térreo era feito de tijolos vermelhos e o primeiro andar de madeira branca com um telhado verde musgo. Dois homens estavam parados próximos às colunas, abrigados embaixo do alpendre. Um tinha barba rala e loira e cabelos finos da mesma cor saiam por baixo de um boné de beisebol, vestia uma blusa xadrez em tons de azul e verde com um colete acolchoado cinza chumbo por cima, calças caquis que Gaara achou ridículas. O outro tinha aparência mais durona, cabelos negros e olhos escuros, beirando os quarenta, estava com uma camiseta regata igual a que Gaara usava e uma blusa de botões aberta, calças camufladas e boné igual, relíquias do tempo de exercito.

- Você não se importa se eles vierem com a gente né? – Sasori falou enquanto encostava o carro no meio fio,  Gaara revirou os olhos dando de ombros. Não tinha nada para falar sobre aquilo, pouco importava se ele gostava ou não dá companhia dos outros dois, não iria voltar para casa e ficar pensando besteira.

Os dois embarcam nos bancos traseiros do carro e Sasori começou a fazer as apresentações, mesmo que elas fossem desnecessárias. Todos se conhecem em Frindsville, mesmo que só de vista.

- Pessoal esse é o Gaara, meu melhor amigo e exímio caçador. – ele acelerou o carro em direção à floresta. O loiro que devia ter uns vinte e dois anos sorriu do trocadilho e o outro apenas balança a cabeça. – Ele precisa de um tempo com homens para esquecer sua primeira paixão...

- Cara você é o filho do Hasa né? - O loiro falou coçando os poucos pelos no queixo. – Eu sou o Naruto, mas, todos me chamam de Naru.

O filho do Hasa, essa era a definição que as pessoas tinham dele. Isso sempre ia ser assim, filho do velho caçador que colocava o terror na cidade quando bêbado.

- Hum... sou. Acho que é isso que sou. – respondeu dando de ombros e encostando a cabeça no vidro do carro, o sol começava a aparecer entre as nuvens e a neblina se dissipava tornando tudo úmido pelo orvalho.

- Então quer dizer que o nosso amigo está apaixonado? – O outro disse com a voz grossa e rouca. Gaara conhecia seu irmão, seu nome era Itachi. – Quem é a felizarda?

- Ah... vocês precisam saber. É algo muito engraçado na verdade, um amor impossível. – Sasori debochou risonho, recebendo olhares curiosos do banco de trás, porém, conteve-se ao perceber que o homem ao lado estava furioso e encolhido.

- Qual é cara começou agora fala! – Naruto anunciou aproximando-se do espaço entre os bancos da frente.

Um Sabaku não se apaixonava, e Gaara não pretendia ser o primeiro.

- Deixa de ser curioso moleque. – Itachi repreendeu o rapaz. – Não vê que o homem está em negação.

- Ah, mais ele está mesmo! – O ruivo riu alto. Gaara remexeu-se no banco desconfortável, pensando que o dia seria uma verdadeira merda.

- Nós não vamos falar para ninguém não é Itachi? Conta ai Sasori, por favor!

Gaara rosnou baixinho em ameaça, mas, isso não funcionava com o amigo. Nunca funcionou.

- Ele tá caidinho pela filha do velho Yamanaka. – Sasori disse por fim, virando o carro no final da rua e entrando em uma estrada de terra.

- Porra! Você tá muito fodido em cara! – Naruto zombou.

Itachi não teve nada a declarar, ele não gostava de fofocas apesar de esse ser o maior entretenimento da cidade. Gaara fechou os olhos dando a entender que não queria mais assunto, ou que não participaria daquele. Ele não havia saído de sua casa para pensar sobre aquela garota, muito menos falar sobre ela.

O clima no carro ficou tenso por alguns minutos, Itachi e Gaara pareciam agradecidos por isso, mas, Sasori e o jovem Naruto não conseguiriam manter o silencio por muito tempo. Parecia que eles eram ligados à pilha alcalina e não podiam ficar calados, logo um discussão iniciou-se por causa do som do carro. Itachi não queria que ele fosse ligado de maneira alguma, Gaara não se meteu nessa briga e os outros três continuaram a discutir até que o som foi ligado.

Logo a voz do rapper texano Nelly encheu o carro, a música Just a Dream tocava baixo e fez Gaara abrir os olhos, aquela música era uma piada e ele estava perguntando a si mesmo se fora destino ou Sasori.

Ele pensava em Ino, ela era como uma droga em que ele estava ficando dependente. Sempre estava pensando em quando finalmente ia usá-la, ela era a dona dos seus pensamentos e sonhos. Pensava em si mesmo, em como estava perdendo o controle de seus atos e de seu corpo, e depois pensava em como tudo parecia errado, ela era delicada e macia. Ele tinha um jeito selvagem, bruto e áspero. Nada fazia sentido, era apenas um sonho.

- Desliga essa merda... – pediu grosseiro.

- Qual é cara? Deixa a gente escutar... – Sasori começou, mas, Itachi já havia se adiantado esticando o braço e desligando a música. – Poxa! Vocês dois são terríveis.

Gaara agradeceu com os olhos e Itachi apenas balançou a cabeça ajeitando-se no banco traseiro outra vez. O silêncio dessa vez durou alguns longos minutos, Sasori tamborilava os dedos no volante e Naruto parecia entretido em seu aparelho de celular sorrindo como um idiota, vez ou outra.

- Você devia dar em cima dela. – o rapaz anunciou quando estavam estacionando o carro próximo ao rio, e recebeu três olhares confusos e perdidos. – Na Ino. Quero dizer. – explicou-se rapidamente, mesmo que não houvesse necessidade. – Vai ver ela gosta de você, se ela não gostar é só seguir em frente. Metade dos caras do colégio sabem que ela não é virgem mesmo.


- Como você sabe disso, moleque? – Itachi perguntou olhando por cima do ombro do rapaz.

Gaara fechou os olhos com força desnecessária, tentando acalmar sua pulsação. Aquilo não podia ser verdade, aquele garoto não podia está falando sobre a brincadeira idiota que fizeram com ela como se fosse uma coisa natural. E ele não podia ficar tão abalado com aquela menção. Porque tinha certeza que era apenas um comentário de mau gosto, além disso, ele não devia sentir nada por aquela garota e se não sentia tinha que manter-se sobe controle. Sasori virou-se no banco soltando o cinto de segurança rapidamente, lançou um olhar furioso para Naruto.

- Uns boatos que rolam entre os caras... - Ele passou a mão pelos cabelos da nuca, confuso. - Que ela vai fácil com qualquer um.

Sasori lançou um olhar significativo para o loiro que saiu rápido do carro para fugir, mas, a merda estava feita. Gaara saiu do carro rapidamente e correu atrás do garoto, os dois ficaram em uma brincadeirinha ridícula de pega-pega, Naruto ia para um lado e o outro o seguia e depois ele parava rindo, Gaara rosnava e os dois seguiam para o outro lado. Gaara rosnou furioso, jogou-se em um salto contra o loiro e os dois rolaram no cascalho. A essa altura Itachi e Sasori tinha descido do carro e tentavam separar os dois.

- Seu filho de uma macaca... – o rapaz falou rindo, enquanto Itachi e Sasori seguravam o outro que tinha nos olhos um brilho perigoso e mortal. – Eu tô tentando te ajudar!

- Eu não pedi sua ajuda! Me solta! Eu vou quebrar esse merdinha! – gritou, irado.

- Calma, cara! Ele só queria brincar um pouco. Pega leve! – Sasori não ajudava em nada com aquilo, mandar uma pessoa furiosa ter calma era como jogar querosene em uma fogueira.

- Uma brincadeira de muito mau gosto, diga-se de passagem... – Itachi comentou soltando Gaara. – Deixe que eles se entendam antes que assustem os peixes Sasori!

  - Dane-se! – Gaara explodiu andando firme até o porta malas do carro. - Não tenho nada com isso!

- Tesão recolhido é uma merda meninos, e vou lhe dizer uma coisa rapaz... – Itachi começou a falar enquanto abria a porta malas do carro. – Só vai passar quando você enfim suprir essa necessidade.

- Ou vai piorar... – O ruivo falou sorrindo, enquanto ajudava o mais velho a retirar o isopor do carro.

                                  

                                                                      *************

- Eu não fui para a faculdade. 

Foram as primeiras palavras que Sakura soltou em tom choroso de desabafo. Ela e Ino estavam deitadas de lado agora, os olhos igualmente inchados e úmidos fixos nos da outra. 

- Como assim? - Perguntou baixo, porém, surpresa. - Não foi? Você saiu daqui batendo o pé por causa dessa faculdade, ou eu que estou louca? 

Sakura passou as mãos embaixo dos olhos verdes, retirando os resquícios de lágrimas dali com as pontas dos dedos. 

- Eu inventei tudo aquilo. - Falou sem vergonha de ser julgada por sua irmã, ainda mais agora que sabia que a mesma estava se enrolando por aí com o Sabaku mais novo. As duas estavam no mesmo barco furado e ele provavelmente afundaria na mesma velocidade para ambas. - Fui morar com Sasuke.  

Ino mal podia acreditar naquilo. 

Sua irmã não era a moça mais comportada da cidade, disso ela tinha absoluta certeza, mas, nunca esperaria que Sakura se deixasse envolver com um Uchiha. Não que os Uchiha fossem tão odiosos quanto os Sabaku para seu pai, eles nem chegavam perto disso, contudo, Sasuke não era nem de perto um dos caras com quem sua adorada irmã sairia por uma noite. 

Quem diria morar por meses junto dele. 

Aquilo parecia ainda mais absurdo do que Ino fazer sexo selvagem com Gaara duas vezes seguidas, mas, quem era ela para julgar. 

- Me explica isso do começo porque eu estou completamente perdida. 

 Pediu entre sussurros. 

- Eu sei o que parece... - A rosada quase sorriu. - Eu sei que você não esperava que eu dormisse com Sasuke Uchiha, mas, aconteceu. 

- Ninguém esperava isso, você quis dizer. - Corrigiu Ino.

- Eu gosto dele, Ino. - Declarou tristemente. - Mais do que deveria. 

Ela não entendia. 

- O que diabos você tá fazendo aqui se já estavam com a vida feita em Washington? - Ela levantou-se procurando um cigarro no meio de suas coisas escondidas em uma caixa. - Você pelo menos tava em Washington?

- Atlanta. - Sakura falou quando Ino abriu a janela do quarto para a fumaça do cigarro recém aceso saísse. - Ele tem um apartamento bacana perto do centro. 

Ino soltou uma longa baforada de fumaça para fora da janela. Seus pais não estavam em casa e ela sentia-se confiante de fumar ali, afinal, seu pai também era um fumante quase compulsivo e nunca sentiria o cheiro de nicotina em seu quarto e associaria a ela.

Ofereceu o cigarro para Sakura que negou com a cabeça, deu de ombros e tragou longamente indicando que ela continuasse a falar. 

- No começo era só um sexo muito bom, com o perigo do papai descobrir que estava saindo com o filho do Fugaku e tudo o mais. - Ela riu de leve, Ino balançou a cabeça em concordância. 

Fugaku era o rival numero um de Inoshi, depois que Hasa morrera. Eles competiam por tudo e sempre trocavam farpas, mas, principalmente Inoshi odiava o fato do outro ter tido dois filhos homens. E para piorar ainda mais toda a história, a mulher do Uchiha era noiva do velho Yamanaka quando o deixara para casar com o outro. 

A única alegria de Inoshi em não ter casado com Mikoto era saber que seu filho mais velho andava por aí com um outro rapaz. Ele não aceitaria ter um filho afeminado. 

- Tudo bem, mas, o seu problema ainda é menor do que o meu. - Declarou a loira apagando o cigarro no parapeito da janela. - Pelo menos nós sabemos qual é o problema do nosso pai com o Uchiha. - Passou as mãos pelos cabelos e suspirou. - E você e Sasuke parecem ter tudo sobre controle. - Sua voz tinha uma pontinha de inveja. - Já eu... Tenho muitos motivos para chorar. 

- Conto se você contar. - Sakura soltou. 

- Contar o quê? 

- Os meus motivos para chorar. 

Ino fitou a irmã pensando em quantos segredos dela. Pesando mentalmente todas as coisas que ela poderia ou não contar. Nunca contara a Sakura sobre a caixa enterrada nas margens do rio, nem podia. O segredo naquela caixa não era só seu. 

Suspirou decidindo que poderia contar algumas outras coisas para a irmã, porém, precisava que ela se mantivesse calma e não formasse um completo escândalo como estava acostumada. Acendeu outro cigarro tragando duas vezes em completo silencio antes de finalmente falar. 

Sakura havia esperado pela irmã, conhecendo-a tão bem quanto a si mesma. Observando cada detalhe angelical que Ino tinha em seu corpo miúdo e firme, ela podia ver o brilho desejoso que a mais moça tinha nos olhos, contudo, também havia muita tristeza pesarosa ali. E talvez, um leve brilho de medo que ela nunca presenciara nos olhos claros da irmã.

Ino era forte e ela sabia disso, afinal elas eram Yamanaka. E um Yamanaka sempre tem razão. 

- Sai tentou me agarrar a força e Gaara arrebentou a cara dele. - A boca de Sakura escancarou-se. - Sua vez! - Ino implorou com os olhos.

- Estou grávida e não quero ter esse bebê. - Soltou a bomba de uma só vez. 


Notas Finais




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