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História Deserve Kaisoo Taoris - 32 Jekyll


Escrita por: SraMorgenstern_

Capítulo 35 - 32 Jekyll


– Eu não sabia o que Hae e o vovô eram, até aquele dia que o Jongin me deixou em casa.

Kyungsoo respondeu a primeira pergunta feita por Yixing sentado na cadeira a sua frente, ao outro da mesa no escritório para aonde foi levado.

Ao pisar dentro da casa, Kyungsoo se tornou o foco central das atenções de todos os presentes, que param o que estavam fazendo, no caso conhecendo Kibum, e direcionaram os olhares para si. Dentre os presentes na sala, apenas o rapaz de cabelos castanho escuro e olhar estreito ao lhe encarar, lhe deixando acanhado e até com um pouco de medo, por lembrar vagamente um lobo feroz prestes a atacar, era desconhecido.

Teoricamente, Kyungsoo era um ômega em território hostil,  o deixando inseguro e até com medo, e isso, fazia algumas palavras de seu avô, até mesmo de seu irmão mais velho, vir em sua mente sobre o que poderia acontecer se os Kim chegasse em si, o pegassem, e isso, agia vendo o olhar desse rapaz, o deixou assustado, tanto que, segurou com mais força a mão de Jongin, e discretamente, se escondeu atrás dele.

O primeiro dos presentes na sala a se pronunciar após a chegada de Kyungsoo, foi Junmyeon com Kibum no colo.

Com toda educação que foi ensinado a ter e passou para seus filhotes – que as vezes usam –, o ômega pediu para que fosse descansar, e comer alguma coisa.

E por mais que quisesse descansar, por não ter pregado o olho a noite toda com medo de ser achado e separado de Kibum, e até estivesse com fome, Kyungsoo negou.

Tudo que aconteceu antes de Minseok morrer, as coisas que havia lhe dito, as coisas que seu avô também falou, fossem o que suspeitava a tramóia que tinha quase certeza que era, e por ter fugido com Kibum poderia ter as atrapalhado, precisava deixar todos nesta sala cientes, não iria ser cúmplices das atrocidades de seu avô, jamais, nunca.

Era claro que algo estava por vim, mesmo não sabendo o que era, mas isso não lhe impedia de contar tudo o que sabe, como dito a Jongin no carro, não tinha nada para esconder, e nem motivos para isso.

Amava Hae, amava o avô dos dois, mas eles não podem mais continuar fazendo o que fazem.

O preço pelos atos deles, estava a cada dia mais caro.

E a última pessoa a paga-lo, havia sido Minseok.

Desta forma, lado a lado com Jongin e seguindo Zhang Yixing e Zhang Junmyeon, Yifan e o outro rapaz que uma vez ou outra lhe olhava de canto, enquanto Zitao foi trocar corretamente Kibum, e abraçando o próprio corpo por causa do frio, Kyungsoo atravessou a sala de estar e alguns corredores depois, chegou na porta do escritório, mas ates que entrasse, Jongin lhe envolveu com o casaco do traje que usava e lhe deu um beijo na ponta no nariz, para finalmente, os dois entrarem.

Junto a Jongin, seguiu em direção a mesa, onde do outro lado, já estavam Yixing sentado na cadeira a frente mesa, e Junmyeon, que lhe serviu uma xícara de café, com um olhar que Kyungsoo julgou ser de desconfiado, mas nessas alturas, não podia culpa-lo.

Da mesma forma que estava apreensivo por estar aqui, sozinho – fora Jongin –, o pai ômega de Jongin também deveria estar.

– Você nunca desconfiou de nada, Kyungsoo, nunca viu algo que denunciasse quem eram, nenhum sinal?

Yixing perguntou, e segurando a xícara com as duas mãos, para esquenta-las, já que parecia que esse escritório era mais gelado que resto do pouco que viu da casa, Kyungsoo negou.

Jamais, antes, teve do que desconfiar, bom, para dizer que nunca achou nada estranho, sempre se perguntou real motivo de seu avô viver encarando seu appa e o tratando como se não gostasse dele, já que não fazia muito sentindo pelos anos que passaram praticamente sem se ver, e de seu appa ter aberto mão de Hae para que ele ficasse com o alfa, ao mesmo tempo que adorava seu omma, o tratava com um filho, mesmo ele que nada era dele.

Kyungsoo sempre achou na verdade, que era coisa de alfa, algo relacionado a mãe biológica de Hae, o que não deixava de ser, ou até mesmo, após descobrir o lado oculto do alfa, que era pelo seu pai alfa não ser um Lúpus, mas hoje em dia, agora, tinha quase certeza que era alguma coisa além disso, algo motivava todo esse ódio de Suang pelo seu pai Kisung.

– Não, nada que remetesse a isso.

Kyungsoo respondeu.

– Ao menos os odores deles? Odores de Lúpus são mais fortes do que dos demais lobos.

Novamente, e somente com o gesto de negação com a cabeça, Kyungsoo negou.

Ao outro lado do cômodo, estado um sentado no sofá, e o outro, no braço do móvel, Yifan e Jongdae se olharam.

O odor de um Lúpus é alguns tons – por assim se explicar – mais forte e intenso do que de um lobo normal. É a sua marca deixada pela natureza, para que qualquer um que se aproxime, a note. Era a mais notável das várias coisas que os diferenciava do resto.

Por outro lado, não é como se existisse vários e vário Lúpus por aí, ainda mais, andando livremente pelas ruas, e as poucas pessoas fora desse círculo pequeno – de Lúpus – acabam sempre achando que é somente mais um odor forte, ou confundindo com perfume e ficando nisso. E isso, poderia explicar o porquê Kyungsoo não notou nada durante a vida toda, ao menos, quando conheceu Jongin e Yifan, assim como o resto da família.

Por ser criado por Lúpus, ter um irmão Lúpus, seu olfato já havia se acostumado com esse odor diferenciado, tanto que, passava despercebido, até mesmo, achava que isso era natural em outros alfas ou ômegas.

– Kyungsoo, seu irmão e seu avô são Lúpus, mas você não. Eu nunca ouvi falar de nenhum caso de um filhote de Lúpus que não tenha nascido Lúpus.

Junmyeon falou sentando no braço da cadeira, onde Yixing estava, e o alfa, evolveu a sua cintura com um dos braços o puxando para si, para garantir que não fosse cair dali.

– Suang não é meu avô de sangue, e Hae, só é meu irmão por parte de appa. Antes de se casar com meu omma, meu pai alfa foi casado com outra ômega, ela é a mãe biológica de Hae e morreu em um acidente de carro quando meu irmão tinha pouco mais de um ano. Ela era filha de meu avô.

Kyungsoo respondeu, e o olhar de todos no escritório, foram diretamente para Junmyeon e sua expressão surpresa estampada na face.

Até onde Junmyeon sabia, era um único ômega – fora Kibum – nascido há anos entre os Lúpus.

Porém, essa nova informação, diga-se até, novidade e fato curioso, seria explorado mais tarde.

Yixing desviou o olhar de seu ômega com a face surpresa por saber que sim, existiu outra ômega Lúpus – o que é ainda mais raro – além de si, e abriu a boca para formular a próxima pergunta para Kyungsoo, contudo, a fechou ao ver a porta do escritório ser aberta por Zitao um pouco atrapalhado com Kibum e um mamadeira no colo.

De longe, o alfa viu que o filhote agora vestia em um conjuntinho com orelhas de coelho, que aparentava ser mais quentinho do que as roupas que vestia antes, e que havia sido um presente dado por Junmyeon que, ao seu lado, ao ver o netinho vestido no mesmo, sorriu.

Zitao fechou a porta equilibrando Kibum com a sua madeira – e que os céus o livrem de a separar dele, pois, seu bebê esfomeado é capaz de fazer um escândalo – em um braço, fechou a porta e da forma que jura ser discreto e silencioso com o outro, e foi em direção ao estofado onde Yifan e Jongdae estavam, e assim que chegou nele, Yifan se levantou e pegou Kibum – sem o separar da madeira por lembrar perfeitamente da primeira e única vez que deixou a mamadeira do filhote cair e da forma que ele chorou –, e com ele nos braços, se sentou acompanhado pelo marido ao seu lado.

Com a chegada de Zitao e Kibum, todos da família estavam presente agora, e Yixing, retornou as atenções para Kyungsoo, o olhando sério, porém ponderado, sem chegar a encara-lo, já que não era a sua intenção fazer isso, apenas queria parecer firme e inibir qualquer tentativa do ômega a sua frente de mentir.

– Quando soube da história de Lúpus, o que exatamente foi lhe dito a respeito de nós e da Organização?

Kyungsoo franziu a testa e olhou para ao lado, para Jongin que tinha o olhar fixo do pai alfa, e depois olhou para Yixing novamente.

Era a primeira vez que ouviu o termo organização com essa entonação. Já tinha ouviu algumas vezes o avô se referir aos companheiros dessa forma, mas achou que era somente um modo de dizer, não que fossem realmente algo tão grande ao ponto de até a família de Jongin os chamarem assim.

– Organização?

O ômega repetiu a última palavra da pergunta, e a sua frente, Yixing se ajeitou na cadeira sem soltar Junmyeon.

– É como chamam os relacionados ao seu avô, Kyungsoo, a Organização. Nunca ouviu este nome antes?

– Não desta forma. Quando cheguei na casa do meu avô, acho que dias depois, não me lembro bem, houve uma reunião e nela ele disse algo de organização e alguns alfas participaram dela, eu lembro que perguntei porque somente alfas, e o porquê dela, e meu avô disse que era porque a maioria dos que eram como ele, eram alfas... – Kyungsoo parou de falar buscando exatamente as palavras que Leen Suang usou naquele dia, e a sua volta, a atenção de todos – menos Kibum que estava distraído com o cordão do casaco de Yifan já que sua madeira havia acabado – o olhavam.

– Ele disse algo de enfim ter os dois netos em casa por eu ter regressado.

Kyungsoo parou de falar e suspirou olhando para próprias mãos segurando a xicara de café.

Junto com a lembrança daquela reunião, a primeira que presenciou meio contra a vontade já que não viu necessidade de estar ali, e se sentiu como um troféu a ser apresentado para aqueles rostos desconhecidos, veio também lembrança do que escutou por acidente, por assim dizer, sobre o pai alfa só estar vivo porque havia dado Hae e si para seu avô alfa.

Então levantou a cabeça, pois as outras lembranças que vieram, eram referentes as perguntas feitas para si, exatamente como essas feitas no presente momento.

Kyungsoo sabia bem o que Zhang Yixing e Zhang Junmyeon estavam fazendo, era o mesmo feito pelo seu avô quando chegou na casa dele, de forma mais clara do que o alfa fez, e sem esconder isso, o casal afrente estavam tentando tirar informações suas, de modo mais direto e paciente, porém estavam, e como disse no carro para Jongin, não tinha o que esconder ou mentir. Não queria uma vida de mentiras, mesmo que não pudesse ter a sua vida de antes de volta.

– Senhor Zhang, eu sei que o senhor, os senhores – Kyungsoo olhou para Junmyeon rapidamente – não querem saber o porquê ou como me contaram o que todos aqui são, e como disse para Jongin, eu não tenho nada para esconder...

A imagem de Minseok sendo atingindo pelo tiro invadiu a mente de Kyungsoo, e junto a ela, a vontade de chorar e o desespero por não ter podido fazer nada para ajuda-lo dentro do seu coração, mas aqui não era hora, e nem lugar, para isso.

Como tinha decido, iria contar tudo, e iria fazer isso agora, mas, era melhor falar tudo desde o início.

Então Kyungsoo respirou fundo para tomar coragem, e soltou o ar,

– No dia que o Jongin me deixou em casa de manhã, encontramos meu pai alfa saindo da garagem, eles se conheceram ali e meu sentiu aí o odor de Jongin, descobrindo o que ele é. Meu pai alfa sabe reconhecer um Lúpus e assim que viu Jongin, soube que ele era um e avisou o meu irmão e avô, e na noite daquele dia, meu irmão apareceu em casa e me levou para casa do nosso avô.

Embora Kyungsoo não soubesse, todos na sala sabiam dessa parte da história, viram as imagens das câmeras de segurança a casa vizinha a sua, lhe viram sendo arrastado para dentro do carro e seu irmão tirando contra a câmera de segurança.

Entretanto, mesmo sabendo de tudo isso, ninguém disse nada, apenas deixaram que continuasse.

– Chegamos na casa do meu avô na manhã do outro dia...

– Desculpe te interromper, Kyungsoo, mas está casa, fica exatamente aonde?

Junmyeon questionou interrompendo Kyungsoo, que se limitou a fazer um gesto com a cabeça sinalizando que não havia problema em ser interrompido.

– Fica em Lotto.

Kyungsoo respondeu.

E da mesma forma que sabiam sobre o dia que Kyungsoo foi levado, todos os presentes no escritório, também sabiam sobre a casa em Lotto, contudo, não custava confirmar.

– Assim que eu cheguei, Hae me explicou o que são os Lúpus. No começo, achei que era alguma brincadeira sem graça dele, mas depois, meu avô completou explicando como são e sobre as marcas de Lúpus... – Kyungsoo olhou para o lado, além de Jongin que também tinha uma dessas "marcas" em seus olhos, mas além dele, duas certas pessoas tinham ela mais aflorada, por assim dizer.

E imediatamente, todos os olhares, seguiram o de Kyungsoo, e foram Yifan com Kibum nos braços.

O cabelo quase branco dos dois, e os olhos bicolores de Kibum eram "marcas" gritantes.

– E também disse algo sobre habilidades, e Hae demostrou uma delas atirando com uma precisão incrível, sem errar nenhum disparo.

Kyungsoo finalizou e olhou para Zhang Yixing.

Se recordava perfeitamente da fascinação que seu avô tinha por ele, tanto por ele ser o último Zhang, e por segundo relatos, era bem mais porte que a maioria dos Lúpus, mesmo que o olhando de perto agora, ele não aparente ter essa força toda que tanto ouviu falar.

Assim como Jongin, Yixing não aparentava ter um físico forte, está mais para um magro definido, e por isso, não parecia ser tão forte, o que não quer dizer nada. Como aprendeu desde que foi trazido para esse mundo, nem tudo que aparenta ser, o que realmente é.

– E isso nos envolve, certo?

Junmyeon questionou atraindo a atenção de Kyungsoo de Yixing, para si.

– Sim, meu avô falava muito sobre o senhor Zhang ser um dos Lúpus mais fortes que ele já ouviu relatar e sobre ter de volta o último Wu de volta... eu sempre achei que era sobre Yifan, mas por ele ter sequestrado Kibum, isso não ficou muito claro...

Ao escutar o seu nome e o de Kibum, Yifan desviou um pouco a atenção do pequeno ômega, e olhou para Kyungsoo.

E não foi o único, Zitao e Jongdae também olharam para o ômega.

– Eu passava a maior parte do tempo antes de Minseok chegar, andando pela casa, e algumas vezes, ouvi algumas conversas no escritório do meu avô sobre os senhores, e Jongin e o Yifan......Alguns dos alfas falaram algo sobre o último Zhang ser o mais forte, e para chegar nele, o melhor seria pelos seus filhotes e da mesma forma, até o filhote do Kim...

– Filhote do Kim?

Yixing perguntou interrompendo Kyungsoo, que afirmou com a cabeça.

– Sim, eles falaram de um filhote do Kim... tanto que falavam sobre chegar nos Kim, mas vocês são Zhang...

Kyungsoo respondeu meio confuso.

Uma parte do quebra cabeça tinha conseguido solucionado, tinha entendido o seu papel desse jogo que era apenas um peão, e que esse Kim tinha alguma relação com a família de Jongin, mas ainda não entedia porque se referiam a eles, a família, como Kim e não Zhang.

Depois da resposta de Kyungsoo, Yixing e Junmyeon trocaram olhares rapidamente, e não fizeram mais perguntas sobre esse assunto – pelo menos por agora – em particular.

Até porque, embora não soubesse, se quer, imaginar, Kyungsoo já havia respondido qualquer pergunta do assunto que pudessem fazer.

– Continue.

Yixing pronunciou, e por onde havia parado, Kyungsoo continuou a falar.

– Eu ouvi algumas vezes conversas desse tipo, até tentei achar alguma coisa que disse revelasse mais, mas toda vez que chegava perto do escritório ou tentava perguntar algo discretamente, alguém parecia, então por um tempo, deixei isso de lado, até que Minseok chegou na casa.

A lembrança de ser acordado por Minseok invadiu a mente de Kyungsoo, a forma que ficou feliz em revê-lo e pasmo ao saber do namoro do seu melhor amigo com seu irmão, e como precisou repetir milhares de vezes que não achou ruim, e somente levou um susto com a novidade.

– Pelo que Hae falou, Minseok não sabia de nada até então, e só soube depois que chegou na casa. Eu descobrir um tempo depois que ele foi levado porque sabia aonde eu estava, e aonde fica a casa, e porque ele havia comentado com Hae que Jongin tinha ido até a nossa faculdade.

Kyungsoo olhou para Jongin, que agora, tinha o olhar em Junmyeon.

Foi uma verdadeira guerra convencer seu pai ômega ir consigo até a faculdade de Kyungsoo para ver se tinham algumas respostas, já que estava, na época, proibido de sair sozinho de casa. Naquele dia, não conseguiram nada muito significante, e somente viu Minseok de longe, não podendo falar com ele por Junmyeon o arrastar para dentro do carro por achar o lugar perigoso.

E de fato, com esse relato, o que na ocasião achou que era exagero de Junmyeon, poderia ter seus fundamentos, nada impede que naquela época, Minseok já fosse vigiado pelo namorado.

– Então, seu irmão levou Minseok por saber onde você estava.

Yixing falou e Kyungsoo negou.

– Em partes, eu acredito que foi por isso, mas também, segundo ele, não era seguro para nenhum de nós dois ficarmos expostos, agora, que a sua família de nós.

O olhar de Yixing se estreitou por entender o que Kyungsoo disse nas entre linhas.

Não eram o tipo de lobos que atacavam ômegas ou crianças indefesas.

– Logo depois que Minseok chegou, Hae simulou aquele acidente... ele disse que era melhor que acreditassem que estávamos mortos, e depois dele, não deixou mais eu falar com meu omma e com meu appa, e que era melhor ninguém saber, por enquanto, que estávamos vivos pois poderiam ir atrás deles e dos pais de Minseok para tentarem chegar até a gente.

Aquele dia, agora distante, voltou na mente de Kyungsoo.

A forma que chegou em casa, e como ao tentar assustar o irmão e seu o melhor amigo acabou levando um mega susto ao ver a notícia da sua própria morte no noticiário, de como, Minseok surtou por causa de seus pais e de como ficou sem reação depois do susto.

Naquele dia, Hae jurou para os dois que poderiam falar em breve com seus respectivos pais, mas até o dia que fugiu, não havia comprido a sua palavra, e agora, para os pais de Minseok, era tarde demais.

Os pais de Minseok, sofreram pela morte de um filho vivo, e agora, passariam pelo mesmo sofrimento por ter o filho realmente morto.

Kyungsoo balançou a cabeça afastando o pensamento.

Adorava os pais de Minseok, Namjoon e Seokjin, e só de pensar na dor dos dois, seu coração também doía, afinal, a vida deles eram seu pequeno ômega de olhos de gato, seu lindo Minseok.

– As coisas mudaram depois disso, toda vez que o vovô ou Hae precisavam sair, a segurança era aumentada e, se queríamos sair, era com uma frota atrás, por isso, resolvi não sair mais. Todo tempo que conseguia ficar sozinho, era mais um tempo que conseguia conhecer melhor a casa, já que ela mudou bastante desde a minha infância, e assim, conseguir fugir.

Kyungsoo parou de falar para tomar um gole de seu café.

– E depois de algumas semanas que eu morri....

Um som de risada ecoou – baixo – pelo ambiente e o olhar – sério – de Junmyeon, foi para Yifan.

Por mais errado que fosse, ainda mais, pelo estado que Jongin ficou, quase destruindo a casa ao saber dessa falsa morte, o modo que Kyungsoo se referiu a ela, foi deveras engraçado.

– Eu consegui falar com o meu omma... – Kyungsoo continuou depois da encarada de Junmyeon para Yifan. – E depois ele conseguiu falar com Jongin, e eu, com ele.

Tanto Yixing como Junmyeon, olharam para Jongin, que, sorriu amarelo.

Ambos, ainda não tinha engolido muito bem essa história arriscada de Jongin manter contato as escondidas com Kyungsoo, porém, não era como se tivessem muito o que se fazer agora.

– Depois que falei com Jongin, combinamos que ele esperaria eu conseguir sair de lá... já que não era seguro ele tentar invadir a casa.

– Que bom que pelo menos, alguém tinha juízo e sabia disso.

Junmyeon disse olhando para Jongin que, como um bom filhote mimado pelo pai ômega que é, deu um sorriso de lado e uma piscadela.

– Durante esse tempo que você conversou com Jongin, você viu ou ouviu algo estranho?

– Tudo para mim era estranho... – Kyungsoo disse respondendo à pergunta feita por Yixing – mas, algo que sempre me chamou a atenção, eram as reuniões de madrugada, essas, somente vovô, e as vezes Hae, participavam, em geral, eles me levavam para essas reuniões, assim como a Minseok, mas eram sempre o mesmo assunto, as mesas coisas, porém sempre que conseguia, eu tentava ouvir essas reuniões da madrugada escondido no corredor lateral.

– Você pode nos dizer o que ouviu nessas reuniões?

Em tom brando, mesmo tom que falava com Yifan e Jongin quando os dois eram pequenos, e aprontavam alguma coisa, e dava a chances deles se explicarem, Junmyeon questionou.

Kyungsoo ouviu a pergunta, e olhou para Jongin que afirmou com a cabeça, como se dissesse que lhe apoiava caso não quisesse falar nada, pois aqui, ninguém iria lhe obrigar a falar o que não quisesse.

E notando esse olhar, Junmyeon se ajeitou no braço da cadeira onde estava, sem se soltar de Yixing, e abriu a boca para falar que, se Kyungsoo não estivesse pronto, ou não quisesse falar, tudo bem.

Por pior que fosse a Organização e tudo que eles pregam, eram a família de Kyungsoo, e se estivesse no lugar dele, tivesse que falar coisas que envolvem a sua família, também estaria desconfortável.

Contudo, Kyungsoo foi mais rápido, e ainda olhado para Jongin, voltou a falar.

– Basicamente, eles estão se organizando para fazer algo, eu não sei o que, porque não falaram diretamente o que é, só sei que é algo grande.

Kyungsoo voltou a olhar para o casal a sua frente, focando em Junmyeon.

– Grande ao ponto de mentir que eu estava morto para meu omma, já que não sei até aonde meu appa pode estar envolvido nisso, ele me entregou sem ao menos pensar duas vezes, entendo que ele pode ter ficado com medo do que poderia acontecer, mas, melhor do que ninguém, ele sabia aonde estava me envolvendo, e se não fosse eu ter conseguido falar com meu omma, certamente, até agora, ele pensaria que eu estava morto, e também, chegaram ao ponto de pegarem Kibum. Na noite que eles chegaram com Kibum, meu avô havia saído cedo acompanhado com uns alguns lobos, ele não disse nada sobre aonde ia, porém, quem sai vestido como quem vai invadir um banco, e com tanta gente? Não era atoa, mas não perguntei nada, toda vez que eu perguntava algo, era sempre a mesma resposta: eles faziam isso para que eu ficasse seguro, se me achassem, não seria seguro para ninguém. Então não podia fazer nada além de tentar fugir. Só que aí, Kibum chegou, eu estranhei quando ele disse que haviam abandonado ele por ser ômega...

Um ao lado do outro, Zitao e Yifan olharam ao mesmo tempo para seu pequeno ômega, ainda distraído com o cordão da blusa de Yifan.

Mesmo sabendo que a maioria dos Lúpus são alfas, e para maioria dos seus e de seus ômegas, ter um filhote ômega era uma grande vergonha, Yifan jamais abandonaria Kibum.

Desde que sentiu o odor dele pela primeira vez, o amou, nem mesmo – a coisa mais impossível do mundo – se Zitao não o quisesse, não o abandonaria, ficaria com ele, não deixaria por nada no mundo, pois Kibum era seu, era algo bom que havia feito com quem mais amava no mundo.

E este mesmo pensamento, era o de Zitao.

A partir do instante que viu o teste de gravidez que fez na casa de Han com os dois risquinhos de positivo, depois de quase desmaiar de susto, nasceu em seu coração, um amor incondicional pelo filhote que crescia e se desenvolvia dentro de si, tanto que, por quase quatro meses, escondeu a sua gravidez, não por ter vergonha de ter que criar uma criança sozinho, mas sim, embora nunca tenha falado para Yifan por agora ver o qual estúpido era esse pensamento, ter medo de ter o seu pontinho de felicidade tirado de si.

Mas na outra ponta da sala, o olhar de Junmyeon enfraqueceu um pouco.

O ômega nunca ficou sem amor em sua vida, sempre foi muito amado pelo seu appa que o tratava com um verdadeiro príncipe, por Yixing que desde que se viram pela primeira vez, teve um carinho diferente por si, do qual, só se deu conta do que de fato era quando ficaram mais velhos, e decidiu que os dois iriam se casar, e é claro, tinha o amor incondicional de seus filhotes, seu Yifan com sua carinha séria para tudo, seu Jongin com sorriso doce e olhar bobo, e agora tinha Jongdae, que olhava a tudo desconfiado, mas é um doce e engraçado, e não poderia deixar de mencionar Zitao, o filhote ômega que não teve, e seu lindo netinho Kibum. Contudo, Junmyeon sempre se perguntou como seria ter crescido tento um amor de omma, alguém para cuidar de si, explicar coisas que somente um omma sabe explicar para seu filhote ômega, esse tipo de coisa, que infelizmente, por ter nascido ômega, foi negado para si pela sua mãe que se quer quis lhe ver quando nasceu por não ter conseguido dar um filhote alfa para seu pai, como os outros amigos dele tinham, e querer se livrar de si.

– Ninguém abandoaria um filhote como Kibum estava. Meu avô disse que iria levar ele sabe lá para onde, foi então que resolvi cuidar dele, pelo menos comigo, eu saberia que ele ficaria bem, mesmo não sabendo cuidar de um filhote, até dei um nome por não saber que ele era Kibum....

– Que nome você deu a ele? – Zitao questionou do estofado.

Talvez só talvez, por fazer uma vaga ideia, que se fosse real, deixaria um certo cunhado seu se vangloriando pelo resto da vida, exatamente, como já fazia por Kibum ter os olhos bicolores iguais aos dele, o ômega perguntou.

E também, por mais errado que fosse, se estivesse certo, a face de Yifan seria impagável.

– Eu chamei ele de Nini, Zitao.

Kyungsoo respondeu olhando para trás, em direção de Zitao que, se limitou a olhar para seu filhote nos braços de seu marido.

Ao lado de Kyungsoo, com os olhos brilhando por finalmente, depois de meses – embora não fosse com o nome que pensou que seria – seu sobrinho tinha – de certa forma – o seu nome, Jongin olhou para trás também, para seu irmão mais velho, que apenas negou com a cabeça e lhe olhou em forma de aviso, da forma que queria dizer que se fizesse alguma gracinha levaria uns bons tapas.

Rindo da face emburrada de Yifan, uma face muito engraçada, Zitao olhou para Kibum, se esticou um pouco para pega-lo no colo.

Afinal, por alguns dias, Jongin teve seu grande sonho realizado.

– Continue, Kyungsoo.

Yixing disse atraindo a atenção de Kyungsoo, e fazendo os demais ficarem em silêncio.

Se fosse em outra situação, ou outra pessoa, somente estaria Junmyeon consigo na sala e ninguém mais, e todos os presentes sabiam disso.

– Depois que Kibum chegou, as reuniões ficaram mais frequentes, e para álibi, eu pegava Kibum e ia andar pela casa, às vezes, Minseok ia com a gente, mas a maioria das vezes, era somente nos dois... eu tinha medo de deixar ele sozinho no meu quarto e alguém tirar ele de mim, para onde eu ia, eu o levava. Depois de uns dias que ele chegou, Jongin e eu marcamos o dia que eu ia fugir, uma coisa era ficar lá sozinho e outra era com Kibum, não sabia o que podiam fazer com ele ou até quando me deixariam ficar com ele, mesmo meu avô falando que ele era meu. Então Jongin me disse que tinha conversado com Yifan e Zitao, e que os dois já sabiam que eu estava com Kibum, e com os senhores e o resto da família também. Com isso acertado, resolvemos marcar a fuga para um dia no meio da viagem de Hae, o que me daria tempo para tentar achar mais coisas e convencer Minseok a vir junto, ou pelo menos, falar com ele sem colocar tudo a perder.

– Como descobriu que Nini era Kibum?

Junmyeon questionou.

– Na manhã do dia seguinte que Kibum chegou, eu fui dar banho nele, já que ele ainda estava com as roupas que foi "achado" – Kyungsoo fez aspas com uma das mãos ao pronunciar a palavra achado –, e quando tirei a toquinha dele e vi os cabelos brancos, eu lembrei da foto que Jongin tinha me mandando dele com o Zitao, então vi que era o mesmo filhote.

Junmyeon afirmou com a cabeça após a resposta de Kyungsoo.

– Esse Minseok, é o seu amigo que foi levado, correto?

– Sim... – Kyungsoo respondeu com o olhar distante a pergunta de Yixing.

Minseok era o seu amigo que foi levado, e morto ao tentar sair disso tudo.

– E também era namorado do meu irmão. – Kyungsoo completou.

– Minseok e seu irmão namoravam?

Junmyeon perguntou, e Kyungsoo afirmou com a cabeça, e alguns pontos se ligaram na mente do ômega, assim como na mente de seu alfa.

– Nos primeiros dias desta última viagem de Hae, eu consegui mexer em alguns dos arquivos do escritório do meu avô, não fui muita coisa e não achei nada muito conclusivo, apenas documentos e registros.

– Que tipo de registro? – Yixing perguntou.

– Não sei explicar bem o que eram, mas eram um conjunto de pastas com fotos e alguns papeis, acho que era uma espécie de dossiê, já que em todas as pastas, tinham sobrenomes em suas capas.

– Você se recorda de alguns desses nomes?

– Sim, lembro que tinham pastas como nomes Park, Jeon e Lee e va...

– Você chegou a ver o conteúdo dessas pastas?

Pela primeira vez desde que o interrogatório começou, Jongdae se pronunciou ao escutar o sobrenome de seu irmão, Yangmi, e de sua cunhada, Lisoo.

– Tudo que consegui ver foram fotos de casas, como se estivessem sendo vigiadas, dentre essas, algumas estavam queimadas e de carros destruídos.

Kyungsoo respondeu olhando o rapaz que o encarava desde que o viu passar pela porta da sala, e isso lhe assustava.

Contudo, ao contrário da forma ríspida que o olhava, o olhar do rapaz, agora, estava mais calmo, poderia dizer que estava triste na verdade, o que fez Kyungsoo se perguntar se um desses sobrenomes que falou, era de alguém próximo a ele.

Ainda era muito delicado para Jongdae falar sobre tudo que aconteceu no dia em que perdeu todos que amava, ainda mais, falar na frente do neto e irmão das pessoas que os tiram de si, e que possuía os mesmos grandes e redondos olhos do alfa responsável pela morte deles.

Toda vez que Jongdae olhava para Kyungsoo, não via o ômega e sim, o seu irmão mais velho.

– Você e Jongin, e por consequência, todos nós, haviam combinado uma data para você sair da casa de Leen, por que saiu antes? O que aconteceu para isso?

– Meu avô me pegou no escritório dele, e para disfarçar começamos a conversar sobre meu irmão e Minseok, no meio da conversa, ele mencionou Jongin, e sobre eu em breve poder falar com ele, explicar que tudo que meu irmão e ele faziam era para proteger os seus e que não eram os vilões, em resumo, falar de tudo sobre o ponto de vista deles... – Kyungsoo disse resumidamente para encurtar essa parte. Se já era desconfortável falar tudo que estava falando, seria ainda maior falar que seu avô disse ao mencionar em dar um irmãozinho para Kibum, sendo esse "irmãozinho" um filhote seu e de Jongin.

– E isso me chamou a atenção: se ele e Hae teveram todo esse trabalho de sumir comigo, Minseok e Kibum, por que iria deixar eu conversar com Jongin? Se ao menos com meu omma eu podia falar? Eu pensei um pouco sobre isso, e cheguei à conclusão que estávamos lá como moeda de troca, eu para Jongin, Kibum para Yifan e Minseok por saber onde eu estava quando Jongin foi atrás dele, e por ter uma relação com Hae. Então fui falar com Minseok, conversamos e ele chegou, assim como eu, a mesma conclusão que mentiram para gente, e ele me contou que Hae havia ligado para o vovô e avisado que voltaria dois dias antes, o que acabaria com o plano da fuga. Com Hae em casa, é quase impossível fazer qualquer coisa sem que ele note, por esta razão, decidimos fugir ontem mesmo, separamos algumas coisas para Kibum e nos preparamos.

Os flashs da noite passavam passaram rente aos olhos de Kyungsoo, os flashs de seus últimos momentos com Minseok.

– Minseok viria com você e Kibum, mas ele não está aqui, ele desistiu?

Yixing sabia que alguém tinha morrido no meio da fuga de Kyungsoo, Jongin havia relato ao explicar que precisavam sair imediatamente atrás dele e de Kibum, contudo, não estava aqui para saber ou não das coisas, longe disse, por mais que soubesse de coisas que sequer Kyungsoo imaginava que havia confirmado, estava aqui para ouvir a versão dele de toda a história.

– Não...

Kyungsoo respondeu com o olhar distante, e a atento a isso, Yixing focou a atenção nele.

– Nós seguimos o plano. Logo depois da hora que meu avô costuma se recolher, pegamos Kibum e suas coisas e fomos para a garagem, ele com as coisas de Kibum e eu com Kibum... Kibum estranha as pessoas, então resolvi levar ele, e também, já estou acostumado andar com ele para todos os lados. A gente conseguiu chegar na garagem, e Minseok pegou a chave de alguns dos carros, e quando achei a da SUV, a pegamos e fomos até ela...

Um sorriso triste nasceu na face de Kyungsoo ao lembrar da piadinha de Minseok quando lhe disse que iria dirigir por nunca ter sido tão bom nisso, e junto com esse sorriso triste, seus olhos exibiram um brilho diferente.

Um brilho causado pelas suas lágrimas que há muito tempo, estava reprimindo o aparecimento.

– No meio do caminho, um segurança nos viu, e mandou que parecemos, eu corri em direção ao carro enquanto ele chamava reforços, e quando ele puxou a arma, eu abri a porta e entrei com Kibum... foi tudo muito rápido... – uma lágrima solitária caiu do olho esquerdo de Kyungsoo. – Eu mandei Minseok entrar no carro quando ouvi o primeiro tiro, mas ele não entrou, eu tentei a abrir a porta do lado do passageiro, mas ele acabou... ele... ele foi atingido e caiu para trás.

Toda a desventura daquela cena reviveu diante dos olhos de Kyungsoo, e mais lágrimas caíram de seus olhos, escorrendo pela sua face e suas fartas bochechas.

– Eu vi pelo retrovisor ele caído em meio ao sangue, eu chamei ele, mas ele fechou os olhos.

Kyungsoo parou de falar por uns instantes, enxugou as lágrimas que caíam pelo seu rosto e respirou fundo para se acalmar e se controlar.

Nunca foi o tipo de ômega que chorava na frente dos outros, e não seria agora que começaria ser.

– Ele não abriu mais os olhos, então liguei o carro e sai dali. Se eu ficasse, iriam me pagar também, iriam pegar Kibum, e nos separar, o afastando de mim. Eu desativei o rastreador do carro que já tinha visto motorista do meu avô mexendo nele e sabia aonde ficava, e dirigi durante horas, o mais longe que eu consegui, até que vi o dia nascendo e liguei para Jongin. O resto, os senhores já devem saber.

Kyungsoo finalizou o que tinha para contar, respondendo essa última pergunta feita por Zhang Yixing.

Tudo que sabia, tudo que realmente era relevante, como prometido para si mesmo, e por Minseok, havia falado, mesmo sabendo da desconfiança de cada pessoa – com exceção de Jongin – tinham em relação a si, por ser quem era, e por pertencer a família que pertencia, e sinceramente, não os culpavas, afinal, si próprio tinha suas próprias desconfias e perguntas, não era tão inocente ao ponto de não saber que algo mais era perguntado atrás de cada pergunta lhe feita, e esse algo, mesmo não sabendo o que exatamente era, era respondido por si.

E pelo jeito que os questionamentos avançavam, respondeu a tudo de modo agradável para o casal a sua frente.

– Você quer realmente que a gente acredite que seguranças de Leen Hae mataram o ômega dele?

Kyungsoo virou a cabeça em direção de onde a voz ríspida e com um tom de alfa vinha.

Com as suas ressalvas, Jongdae escutou a tudo, praticamente em silêncio, entretanto, era ilusório demais pensar que, seguranças da sua própria casa matariam um de seus moradores, ainda mais, sendo ele o ômega de um dos seus chefes.

Jongdae não suspeitava que Minseok e Hae não tinha alguma relação, havia lido os relatórios e o mapeamento das atividades da Organização, em especial de Hae, na região de Dourado, na região que o ômega frequentava, porém, ouvir que mataram esse mesmo ômega era querer demais de sua boa-fé.

Independentemente de estar suspostamente fugindo, coisa que agora duvidava, a ligação de um Lúpus com seu parceiro, sendo ele marcado ou não, é algo forte. Lúpus quando amam, amam para uma vida toda, e mesmo que Minseok tivesse fugindo, Leen Hae não mandaria o matar, pois isso seria – se seus sentimentos pelo ômega fossem realmente fortes – a morte para si também.

– Diga a verdade, aonde está o ômega do Leen? Ele desistiu do plano de fuga? Ou achou melhor somente você seguir com o plano já que era mais conveniente conseguir informações de Jongin!

Jongdae pronunciou ríspido – desta vez, contendo o tom de alfa – para Kyungsoo, que, arregalou os olhos em primeiro momento, mais isso, pelo susto da forma que foi lhe dirigido essas palavras.

Era um ômega, e por natureza, se assusta fácil com tons mais graves e hostilizados de alfas.

E se em primeiro momento sua reação foi essa, no momento seguinte, seus olhos se estreitaram, da mesma forma que Jongin ao seu lado.

Nas entre linhas, Jongin também havia entendido o que Jongdae havia acabado de dizer, e ninguém, nem mesmo um dos seus, faltaria com respeito ao seu ômega.

Contudo, antes que pudesse falar ou fazer algo, que certamente geraria um impasse, ou se quer, Yixing e Junmyeon se pronunciarem, Kyungsoo encarou de Jongdae, ao encontrar o olhar do alfa.

Alfa, Lúpus, o que quer fosse, esse alfa não tem o menor direito de se referir assim a si, ainda mais, depois de tudo que passou para conseguir fugir, e deixar seu bolinho de arroz em segurança.

Era aceitável que desconfiassem de si, não os culpavam, mas levantar esse falso, usando sua perda, seu Minseok, e seus sentimentos por Jongin, já era demais.

– Eu digo aonde Minseok está, ele está caído na garagem na casa do meu avô coberto de sangue com um tiro no meio da garanta. Se desconfia disso, se desconfia que me arrisquei milhares de vezes para conseguir sair daquela casa com uma criança pequena, sem ao menos saber para onde ir e somente com a roupa do corpo, ou que estou aqui para espionar você e todos aqui, e usando Jongin para isso, te convido ir lá e ver com seus próprios olhos, o sangue do meu melhor ainda deve estar fresco no chão, mas se não for o suficiente, pode olhar nas câmeras de segurança!

Kyungsoo respondeu alterando a voz, e para ser sincero, sem se importar com os bons modos, ou com o fato de poder estar chorando de novo.

Estava cansado, a meses vivia como se sentisse uma corda no seu pescoço, não tinha com quem conversar, não tinha em quem confiar e a única pessoa que alentou isso quando chegou naquela casa mais perdido em toda essa história que si próprio, estava morta agora.

Minseok estava morto agora, e nunca mais o veria novamente, nunca mais mandaria mensagens para ele de madrugada para surtarem sobre qualquer coisa que envolvesse seu namoro, ou passaria horas e horas conversando com ele por vídeo chamada ou encararia a boy com ele, nunca mais teria Minseok, ou a sua vida de volta, nunca mais seria Do Kyungsoo, o ômega que tinha o sonho de ser um chefe de cozinha, nunca mais teria a sua vida, e a única coisa que ficou dela, a única coisa que agora tinha de verdade, que era seu, insinuavam que o usava para conseguir informações.

De tudo que amava, de todos que amava, só restou Jongin.

– Eu contei tudo que eu sei, se quisessem acreditar tudo bem, se não eu realmente não posso fazer nada...

– o ômega deixou a xícara em cima da mesa – eu vou tentar falar com meu omma e saber para onde posso ir, eu não quero atrapalhar ninguém, com licença.

Kyungsoo disse e se levantou da cadeira onde estava sentado.

Sozinho, havia conseguido fazer o mais difícil até agora, conseguiu bolar um plano e sair, junto com Kibum, daquela prisão de cristais, e se tivesse que cuidar de si mesmo, faria. Não era nenhuma criança, e embora não faça a menor ideia de onde está, acharia uma saída, e seguiria a sua vida, mesmo que fosse fugindo de tudo e de todos, todos os dias.

– Jongin, leve Kyungsoo para que ele descanse um pouco e coma algo.

Yixing disse para o filhote mais novo que encarava Jongdae como um lobo prestes a atacar.

– Jongin.

Yixing chamou novamente, desta vez, com uma entoação mais séria, o que fez Jongin, já em pé por ter levando logo após Kyungsoo, lhe olhar e afirmar com a cabeça.

Jongin apressou o passo para alcançar Kyungsoo que já estava perto da porta.

Para alguém do tamanho dele, Kyungsoo andava rápido.

– Vem comigo.

Jongin disse ao parar ao lado de Kyungsoo que, com os olhos cheios de lágrimas negou com a cabeça.

Sua vida já estava uma bagunça e não queria que a de Jongin ficasse igual, ao menos, causar brigas dentro da família dele.

Contudo, ignorando isso, da mesma forma que ignorava as lágrimas que caiam entre face de Kyungsoo, para não da meia volta e ensinar Jongdae a como se tratar o ômega de outra pessoa, Jongin passou um braço por de trás da cintura de Kyungsoo e abriu a porta com a mão livre para que os dois passassem.

– Yifan, Zitao nos dêem licença.

Yixing pediu educadamente, e o casal, junto com seu filhote perfeitamente acomodado no colo de Zitao, se levantaram e seguiram em direção a porta, deixando somente Jongdae no estofado.

Melhor do que ninguém, Yifan conhecia as formas de Yixing falar, e quando ele fala com toda essa calma logo após acontecimentos passados como o de minuto atrás, não era boa coisa.

Uma coisa era Junmyeon dar bronca ou surtar após algo do tipo, era normal, diga-se de passagem, contudo, Yixing falar alguma coisa, ainda mais, desta forma, era melhor se afastar.

Yixing era o tipo de alfa que não dava muita importância as gracinhas por assim dizer, isso era mais coisa de Junmyeon, tanto que assim como Jongin, Yifan desconfiava que era algum combinado dos dois de como criar seus filhos, certamente, planejado por Junmyeon, já que não é segredo que quem manda e desmanda na casa é ele, e isso também, não é algo que importa para Yixing.

Contudo, ele chegar ao ponto de chamar a atenção, era porque a coisa era grave, independente ou não de já serem todos adultos nesta casa – com exceção de Kibum –, e por isso, a conversa seria com ele.

Yifan não conhecia tão bem Kyungsoo, mas era grato por tudo que fez por Kibum, e isso ninguém lhe contou, viu com os próprios olhos quando o ômega lhe entregou o seu filhote, e também se lembra vagamente de Minseok, e do dia que se conheceram.

Poderia estar errado, mas Kyungsoo não aparentava estar mentido sobre o fim que o amigo teve, tão pouco, em relação aos seus sentimentos por Jongin, afinal, em certo ponto, de tudo que tinha, somente ficou Jongin, escolheu Jongin, mesmo que não perceba ou saiba disso agora.

Assim que a porta do escritório foi fechada por Yifan, após a passagem de Zitao com Kibum, as atenções de Yixing e Junmyeon foram para Jongdae, que, ainda irritado, cruzou os braços.

– Jongdae...

– Eu não disse nada que ninguém aqui não tivesse pensado. Esse... esse...

– Kyungsoo não é o irmão dele ou o avô dele, Jongdae. Todos nós temos milhares de motivos para odiar Leen Suang e Leen Hae, mas, nenhum deles deve ser envolvido a Kyungsoo.

Yixing disse interrompendo Jongdae, que contrariado, negou com a cabeça.

– É loucura trazer esse ômega para cá, está claro que ele está mentido sobre o ômega do irmão, ele é melhor amigo dele, deve ter desistido e esse ômega... – Jongdae disse novamente se referindo-se a Kyungsoo por se recusar a pronunciar o nome daquele que agora tinha certeza que só estava aqui para espionar, e na primeira oportunidade, entregaria todos ao irmão e avô. – Está usando isso para fazer um jogo.

– Jongdae, Yifan encontrou sangue na porta do carro do passageiro como Kyungsoo relatou, e tudo que ele contou, bateu com o que já tínhamos de informações e algumas coisas... foram esclarecedoras. Ele pode estar mentido, mas sobre o ômega, eu acredito que não esteja...

– Acho que Kyungsoo não mentiu... – Junmyeon disse interrompendo Yixing –, e até que ele só contou tudo, até mais o que percebeu, por causa disso. Assim como cada uma aqui, Jongdae, ele perdeu alguém, perdeu mais do que alguém. Todos nós nascemos no meio disso, mas ele, assim com o Zitao, foi trazido, e Zitao as vezes consegue falar com os pais e com os antigos amigos, mas Kyungsoo, pelo que o próprio disse, até o pai alfa pode estar no meio disso, já que o mesmo o entregou. Ele não tem mais nada da vida dele, não pode falar com o pai ômega que para todos os efeitos acha que ele está morto e viu o melhor amigo morrer, a única coisa que ele tem é um irmão e avô psicopatas dos quais fugiu, e Jongin, e sinceramente, ele não trairia a única pessoa que tem no mundo agora, e pela qual, escolheu.

Junmyeon finalizou, e saiu do braço da cadeira por já estar desconfortável sentar-se ali, e sem cerimônias, sentou-se em cima das pernas de Yixing, sem ser solto por ele.

– O que eu quero dizer é que, Kyungsoo é mais um vítima nisso tudo, e não deve pagar pelos atos da família dele, além do mais, se ele está com Jongin, está com a gente, e se eu estiver errado, e se ele fazer algo para machucar Jongin, eu mesmo o mato com as minhas próprias mãos.

– Esse é o modo de vocês de me falarem para pedi desculpas para Kyungsoo?

Jongdae perguntou descruzando os braços.

Por mais que ferisse seu orgulho admitir que foi infantil e imaturo em jogar todo seu ódio pelos Leen e tudo que eles representavam em cima de Kyungsoo, estando ele tão assustado e aparentando estra frágil também, Junmyeon tinha total razão. Kyungsoo não tinha mais ninguém além de Jongin, e mesmo cego de raiva, foi capaz de ver a forma que se olham, e bom, não era perito, mas esse tipo de coisas não dá para mentir ou dissimular.

– Que bom que entendeu.

Yixing respondeu por si e por Junmyeon, que se limitou em encostar a cabeça na cabeça de seu alfa.

– É melhor fazer isso logo.

Jongdae pronunciou se levantando.

Podia ser orgulho quando se deixa levar pela imaturidade, contudo, não era, como nunca foi, para pedir desculpas quando está errado.

– Jongdae, espere um pouco, converse com Kyungsoo e Jongin mais tarde, todos tivemos um dia cheio, é melhor descasarmos também.

– Isso também é o modo de vocês me mandarem descansar?

Jongdae perguntou após as palavras de Junmyeon, e tanto ele, quanto Yixing, começaram a rir

– Viu Jun, nossos filhotes são espertos como você.

Yixing falou, e Junmyeon o olhou, e entendendo o que poderia acontecer, Jongdae resolveu aceitar isso como um sim, e continuou o seu caminho a até a porta do escritório.

Realmente, estava cansado, ainda não havia dormido quando Yixing o chamou, precisava dormir um pouco.

E também, não queria presenciar Junmyeon e Yixing se beijando, afinal, agora eram seus pais, e julgar a forma que Junmyeon olhou para Yixing, era exatamente isso que ia fazer, e ver seus pais se beijando, mesmo não tendo outra opção a não aceitar ser o terceiro filhote alfa de um Junmyeon armado com uma faca na mão quando lhe informou isso, seria um tanto quanto traumatizante ver essa cena.

De novo.

– Eu vou mandar a relatório para os outros, Kyungsoo respondeu algumas coisas que estavam sem saber ao certo o que achar.

Yixing disse após a saída de Jongdae, acariciando o rosto de Junmyeon ainda bem rente ao seu, pelo ômega está com a cabeça apoiada na sua.

– Hum... você precisa mandar isso agora? – Junmyeon perguntou como quem não quer nada, deitando a cabeça no ombro de Yixing.

– Eu tenho que organizar as informações ainda, mas, o porquê da pergunta?

– Nada, é que eu queria aquele bolinho de arroz com caldo de carne que só meu alfa sabe fazer, sabe?!

Todo manhoso, Junmyeon falou, finalizando com um biquinho para ser mais convincente e ter seu pequeno e singelo pedido, atendido.

Como se Yixing fosse capaz de lhe negar algo.

– Você quer completo ou com pouco tempero?

Foi tudo que o alfa perguntou, e sentindo já o gostinho do bolinho bem temperado e encharcado de molho em sua boca, Junmyeon respondeu:

– Com todos os temperos, Xing.

Junmyeon respondeu, envolvendo o pescoço de Yixing com seus braços e se esticando um pouquinho para lhe roubar um beijo.

De bom grado, Yixing retribuiu o beijinho roubado de seu ômega pidão, e delicadamente, colocando uma das mãos sobre a barriga do mesmo, onde, a verdadeira causa por esse, e outros desejos, estava, protegida e crescendo, sobre a qual, agora com as coisas relativamente nos eixos, poderia ser compartilhada com os demais membros da família.

Com Kyungsoo envolvido entre seus braços, Jongin seguiu pelos corredores, da casa até chegar na sala principal e por ela, mesmo com Kyungsoo tentando escapar para seguir até a porta.

Embora no máximo que o ômega irá conseguir chegar, era no portão casa, já que a residência era selada.

O segurou, o levantou, e seguiu em direção a escada com um ômega bravo por querer ir embora por ter sido chamado de mentiroso em sua própria face.

E por mais que não devesse, Jongin gostou de ter um Kyungsoo bravo entre seus braços, mesmo sabendo que na verdade estava triste e frustrado com tudo que aconteceu, pois, era melhor ter um Kyungsoo nestas condições, do Kyungsoo nenhum, como em todos esses meses que passaram distantes um do outro.

Ao fim da escada, Jongin, firme e forte na missão de não deixar Kyungsoo escapar, seguiu pelos corredores, até chegar no qual seu quarto seu quarto, assim como o de Yifan e Zitao e Kibum, ficam.

Mesmo não tendo para onde ir, Kyungsoo ficou chateado com o que aquele rapaz, Jongdae, disse sobre estar aqui para mentir, espionar e usar Jongin, o engano para isso.

Jamais faria isso com Jongin, jamais mentiria dessa forma para ele.

O amava demais para fazer isso.

Emburrado e chateado, e quase levado pelo alfa, Kyungsoo seguiu o caminho pelos corredores da parte de cima da casa, e ao entrar em mais um deles, a primeira coisa que reparou ao ver uma das portas, foi uma pequena plaquinha cheia de bichinhos em uma das portas.

– Esse é o quarto do Kibum, e aquele é o do Yifan e Zitao.

Jongin apontou para o quartinho de Kibum, que havia ajudado arrumar, e após, para o de Yifan e Zitao, com a porta entre aberta.

– E o meu, é o último do corredor.

Kyungsoo desviou o olhar da porta entre aberta do quarto do casal Wu, e o olhou para Jongin, que para não perder o costume, fez sua melhor face de sexy, mas não vulgar, e deu uma piscadela para o ômega, que apenas revirou os olhos e olhou para frente.

Somente então, deixando um sorrisinho escapar.

Jongin sempre sabe como lhe fazer sorrir.

Os dois seguiram para a última porta no corredor.

Jongin parou em frente a porta de seu quarto, a abriu, e deu passagem para que Kyungsoo entrasse, e acanhado, mas de uma maneira diferente da última vez que entrou em um quarto de Jongin com Jongin, Kyungsoo entrou no cômodo.

Esse acanhamento era reflexo de algo que o ômega tentou ignorar e deixar de lado, entendia toda a desconfiança sobre suas intenções aqui, mas nem por isso deixou de se magoar com as palavras lhes dita, principalmente, sobre Minseok.

Sua mente ainda estava confusa e muito cansada, mas não o impedia de ver que havia se exaltado ao responder a forma que respondeu, não se arrependia, mas não era momento para isso.

– Mi quarto, su quarto.

Jongin pronunciando ao fechar a porta do quarto que, milagrosamente, estava todo arrumado.

Kyungsoo olhou em volta do cômodo, e que ao contrário de todo outro que lhe foi apresentado a meses atrás, tinha várias e várias coisas espalhadas em seu interior, livros, fotos, roupas, prateleiras e uma escrivaninha no canto com um laptop em cima, e ao seu lado, três quadros, um de Jongin com Junmyeon, um de Kibum vestido em uma roupinha de urso, e um, com uma foto dos dois juntos.

O ômega lembrava do dia que aquela foto foi tirada, pois era raras as vezes que Jongin quis tirar fotos, já que sempre recusava por dizer não gostar – coisa que agora sabia que era apenas para manter-se anônimo –, naquele dia, enquanto passeavam, Jongin tirou o celular do bolso e o puxou, foi bem rápido esse movimento, e tudo que teve tempo para fazer foi encostar a cabeça no ombro dele, e sorrir.

– Tem toalha limpa no banheiro, se quiser tomar um banho, eu vou pegar roupas limpas para você e procurar algo para que coma, se precisar....

– Eu não quero causar problemas, Jongin. Eu só quero falar com meu omma.

Kyungsoo disse desviando o olhar do quadro seu e de Jongin.

Há muito tempo, aquela insegurança de não ser o suficiente para o alfa não a assombrava mais, ela morreu dia a dia que Jongin se manteve ao seu lado, procurando por si. Isso, ninguém lhe contou, era uma das coisas que ouviu escondido nas reuniões de seu avô e que também, deixa viva em seu peito aquela chama de esperança de sair de onde estava, e poder revê-lo novamente.

Todavia, nunca quis ser um problema para ele, ou a família dele, então se tivesse que se afastar para ficar tudo bem, faria, sem pensar duas vezes.

– Em primeiro lugar, aquilo, lá em baixo, não foi com você. Você não tem culpa de nada do que fizeram, Jongdae só está com raiva com o que aconteceu com o seu irmão e cunhada, e acabou descontando em você. Você não é um problema para mim, bom, só quando não me dá um beijo, mas no resto do tempo, e só a minha solução.

Um sorriso brotou na face de Kyungsoo ao ouvir as palavras de Jongin, em especial, as que se referia a beijinhos. Mas, além desse lindo sorriso que formou um belo e saudoso coração em seus lábios para Jongin, uma outra coisa chamou a atenção de Kyungsoo.

– O que aconteceu com o irmão e a cunhada de Jongdae?

Jongin suspirou ao ouvir a pergunta, e se aproximou mais de Kyungsoo, envolvendo seus braços em torno da cintura do mesmo. E sem precisar demais mais para entender, o alhar de Kyungsoo se abaixou um pouco.

Os dois foram mais duas vítimas da Organização de seu avô.

– Eu vou pegar roupas limpas e algo para que coma, está bem?

Kyungsoo concordou com a cabeça, e ganhou um beijinho na ponta de seu nariz, e logo depois, Jongin o soltou, abriu a porta e saiu do quarto deixando Kyungsoo sozinho, e um pouco mais calmo em relação a Jongdae.

Na verdade, agora, entendeu o porquê daquelas palavras – mesmo ainda estando magoado com elas –, e no lugar dele, também teria feito a mesma coisa, mas pensaria isso mais tarde, estava realmente cansado e agora, iria tomar um banho.

Sozinho no quarto de Jongin, o verdadeiro quarto de Jongin, com o odor bem forte de Jongin que tanto ama, era um novo território a ser descoberto, e já que estava sozinho, Kyungsoo tirou o casaco do alfa, e o dobrou e foi até a cama de Jongin, e o deixou ali, e olhou em volta.

Tinha que admitir, esse novo quarto, ou o quarto verdadeiro de Jongin, era mais a face dele, parecia mais com ele, e pelos céus, o odor dele aqui era tão forte, tão intenso que somente havia o sentido assim, naquela noite mágica, e agora, tão distante.

O ômega sentou-se na cama, desamarrou os cadarços dos sapatos que usavam, tirou as meias, as colocou dentro dos mesmos, e após no cantinho perto da cama, e se levantou.

Andando nas pontinhas dos pés por causa do chão frio, o ômega seguiu para a porta lateral do banheiro.

O local não era muito grande, e era divido por um box de vidro escuro com alguns animais do mar colados nele, e vendo isso, Kyungsoo sorriu, essas coisas certamente eram obras de um Jongin de anos atrás.

E estava certo.

O ômega fechou a porta do banheiro, mas não a trancou, havia perdido esse costume de trancar portas de banheiros por causa de Kibum, sempre deixava um tantinho aberta para poder vigia-lo, e mesmo aqui, seu subconsciente ainda preservava esse hábito.

De porta fechada, Kyungsoo foi até a frente do espelho e se olhou.

Nem de longe parecia o ômega que saiu da casa do avô, estava com o rosto um pouco inchado pela diversas vezes que chorou, os olhos fundos por não dormir – fora o pouco que dormiu durando a viagem para cá –, e um pouco descabelado. Contudo, isso não era motivo para que surtasse agora, e nem depois, parte si, a parti que lembrava todos os dias de como se desesperava para sempre estar o mais apresentável possível quando via Jongin, estaria em choque agora, mas depois dos últimos meses, não poderia mais se dar esse luxo de surtar por algo que parecia tão banal.

Kyungsoo suspirou então olhando para próprio reflexo e abaixou o olhar para o móvel abaixo da pia, e sem cerimônias, o abriu, atrás de uma toalha de banho, como Jongin falou que tinha aqui, e no armarinho em baixo com duas portas, achou uma e a pegou, mas além dela, também achou uma escova de dentes embalada e creme dental, e resolveu escovar os dentes também.

Com os dentes limpos e hálito mais fresco, Kyungsoo começou a tirar a sua roupa. A primeira peça que tirou, foi a blusa de que usava junto com o suéter, após, a calça e junto com a cueca, despido, dobrou as peças e as deixou em cima da tampa do vaso sanitário, entrou no box, e ligou o chuveiro.

A água quente escorrendo pelo seu corpo, foi como um alento gostoso a tudo que viveu e vivenciou nas últimas horas.

E também, um lugar quente e seguro, e acima de tudo solitário, onde pudesse finalmente chorar, expressar toda a dor que estava sentindo.

Dor por ter pedido Minseok, por ter a sua vida, seus sonhos, tirados de si, de não poder mais confiar em seu próprio irmão, avô e pai alfa.

Ainda não estava muito claro a ligação de Kisung nisso, mas Kyungsoo sabia que não podia mais contar com ele, e isso, era também mais um motivo para se afastar de seu omma.

Como estava com saudades de Doyun, como queria estar com ele agora para ter seu carinho, seu amor, seu colo, mas não era seguro para ele, e nem para si. Para todos os efeitos, ainda estava morto para ele, e assim, deveria permanecer.

E assim Kyungsoo ficou por longos minutos com a cabeça em baixo do chuveiro sendo banhado pela agua quente e deixando as suas lágrimas salgadas caírem, até que realmente tomou seu banho, lavou seus curtos cabelos, tirou o sabão do corpo e desligou o chuveiro, e abriu o box.

O banheiro todo estava repleto por vapor já que a pequena janela no lado de dentro do box não havia dado conta de o eliminar todo.

Abraçado ao corpo, Kyungsoo foi até onde havia deixado a tolha, e ao pega-la, notou ao lado da mesma que, havia uma muda de roupa completa, incluindo uma cueca ainda na embalagem, o que lhe fez levantar uma sobrancelha, e além disso, a sua roupa usada, não estava mais em cima do vaso sanitário, e sim, dentro do cestinho de roupa suja.

Kyungsoo então pegou a toalha, se secou, secou os cabelos e vestiu a roupa deixada – no seu achar – por Jongin. Vestiu a cueca que ficou um pouco apertada em sua parte traseira, o que não era nenhuma novidade, algumas peças do tipo, geralmente, ficavam, mas nada que o incomodasse, depois a calça de moletom e por último, a blusa de manga comprida, a qual, ficou um pouco grande em si. Vestido, o ômega pendurou a toalha no suporte preso na parede e abriu a porta do banheiro e saiu.

A primeira visão que Kyungsoo teve ao sair do banheiro, foi de Jongin sentado na cama, com os cabelos meio verde e meio azul molhados e jogado para trás, ele também vestia outras roupas, mais confortáveis e causais do que usava quando saiu do quarto, e além disso tudo, estava com uma bandeja com uma porção de bolinhos e dois copos de suco em cima da cama.

O que também fez Kyungsoo se perguntar, quanto tempo demorou no banho.

– Gosta de bolinhos? Foi meu appa que fez, pode comer sem perigo.

Jongin pronunciou ao sentir o odor inconfundível de Kyungsoo, e olhar para entrada do banheiro, onde o mesmo, estava lhe olhando.

Como reposta, Kyungsoo afirmou com a cabeça e se aproximou devagar da cama, a cada passo, sendo observado pelo olhar de Jongin.

Aquele mesmo olhar que lhe fez perder o controle de tudo.

– As roupas serviram? Foram as menores que achei na reserva do Jun.

– Reserva?

Kyungsoo questionou sentando-se na beira da cama um tantinho acanhado.

A maior parte de si ainda não sabia como reagir ao ficar tão próximo de Jongin, ainda mais, após tanto tempo.

– Jun tem um estoque de roupas para caso alguém chegue, há roupas de todos os tamanhos lá, como ele diz, é sempre bom estar prevenindo.

Jongin respondeu.

Na realidade, esse estoque era necessário pois nunca se sabe quando algum amigo da família pode chegar fugindo.

Mas deixando isso de lado, e vendo o modo que Kyungsoo estava distante para seu gosto, Jongin, como quem não quer nada, começou a se aproximar do ômega por cima da cama, e junto consigo, levando a bandeja com bolinhos e suco que Yixing estava fazendo quando apareceu na cozinha para pegar algo na cozinha.

Não era segredo para ninguém que Jongin não sabia frita um ovo sem queimar a frigideira, porém, queria fazer algo bom para Kyungsoo comer. Seu ômega deveria estar com fome, e era melhor alimenta-lo antes dele dormir um pouco, em seu quarto se tudo desse certo, ou em dos quartos da casa, entretanto, para sua sorte, ao chegar na cozinha, encontrou Yixing cozinhando e Junmyeon olhando a tudo como se estivesse pronto para avançar nos bolinhos a qualquer momento, então pegou a bandeja, uma travessa e dois copos, colocou o suco nos copos e os bolinhos na travessa e voltou para seu quarto, ignorando as gracinhas de seus pais sobre agora ser um alfa seriamente comprometido.

Bom, Jongin era um alfa seriamente comprometido desde que se descobriu apaixonado por Kyungsoo, amando Kyungsoo e por pouco, muito pouco, não o marcou.

Mesmo nesta circunstância, estava feliz em tê-lo aqui.

Estava, como a muito tempo Yifan disse ao reatar com Zitao: completo novamente.

– Abre a boca.

Jongin disse pegou um dos bolinhos e levando até a boca de Kyungsoo com um utensílio, e Kyungsoo, a abriu.

Após dar um bolinho para Kyungsoo, Jongin pegou para si, e por todo que é sagrado, deveria ter feito algo muito bom em sua vida para ter um appa tão bom na cozinha, ou vai ver, era para compensar o desastre que seu omma era.

E após comer o seu bolinho e ver Kyungsoo tinha terminado de comer o dele, pegou mais um e levou para o mesmo, e por sua vez, o ômega negou com a cabeça, pois podia si próprio pegar os bolinhos.

– Ei, eu estou cuidando do meu namorado, então, meu namorado, colabore.

Jongin pronunciou sério, exatamente, como ficava quando era criança e alguém fazia algo que queria fazer.

Causando nenhuma outra reação em Kyungsoo, além do riso.

Convenhamos, Jongin era um alfa feito, capaz de coisas inimagináveis e agora, estava ele, aqui, em sua frente, emburrado por não deixar que lhe der bolinhos na boca.

E também, lhe chamando de meu namorado.

Fazia tanto tempo que Kyungsoo não ouvia Jongin lhe chamar assim, mas como a primeira vez que isso aconteceu, sentiu um quentinho em seu coração.

Mas calmo, depois de rir da face fechada e birrenta de Jongin, Kyungsoo abriu a boca, deixando que seu namorado o alimentasse.

Um a um, os bolinhos foram lhe dados, e entre eles, bebiam um pouco de suco, e conversavam também, não sobre tudo que estava acontecendo, mas sobre coisas que normalmente conversam por mensagens.

Melhor do que ninguém, Jongin sabia reconhecer quando uma pessoa estava com emocional e psicológico abalado, e Kyungsoo, estava assim agora, mesmo que não percebesse isso, e o melhor que podia fazer até ele estar pronto para colocar tudo isso para fora e querer falar sobre, era ficar do lado dele, da mesma forma que ele escolheu ficar do seu.

Kyungsoo poderia ter ficado junto ao avô e irmão, não lhe responder mais, ou até impor para que se quisesse ficar com ele, teria que ficar do lado da família dele, coisa que jamais faria.

Jongin poderia amar Kyungsoo com todo seu coração, mas aqueles por trás da organização, mataram seus pais, os pais de Yifan, a família de Jongdae, atacaram Zitao e roubaram Kibum.

Se Kyungsoo lhe exigisse isso, seria difícil, mas seria o fim da relação dos dois.

Quando um Lúpus ama, ele ama por uma vida toda, mas há coisas mais duradoras e fortes do que esse tipo de amor, como aprendeu com o pai de seu omma adotivo.

Entretanto, aqui estava Kyungsoo, com as bochechas cheias de bolinho rindo de mais uma das suas tentativas de cozinhar, ao seu lado, por escolher está aqui, lhe escolher.

Quando os bolinhos acabaram e assim como o suco nos copos, Jongin levou a bandeja para mesinha, e a deixou ao lado de seu laptop, atravessou o quarto e foi até ao disjuntor ao lado da porta e o desligou.

Lá fora, ainda era comecinho da noite, mas dentro desse quarto, era como se fosse de madrugada, principalmente para Kyungsoo, que ao ver de Jongin, a cada longa piscada que dava, tinha um sonho diferente – que esperava que fosse consigo – de tanto sono.

Com pouca luz vinda da luzinha de emergência que ficava ligada, Jongin voltou para cama, onde Kyungsoo ainda estava sentado o olhando, ou quase, já que não enxergava muito bem, e ainda estava sem óculos.

O alfa parou na frente do ômega, e se abaixou, com o maior cuidado do mundo, o pegou Kyungsoo no colo e o levou mais para cima na cama, para a cabeceira, onde os travesseiros estavam, o deitou, ajeitou as cobertas e o cobriu, e depois, deu a volta na cama sendo observado por um Kyungsoo nervoso por ser pego no colo e deitado na cama, na cama de Jongin.

Sim, ainda não sabia como reagir à quando Jongin faz coisas do tipo.

O lado da cama se mexeu ao lado de Kyungsoo, significando que Jongin havia se deitado, e deixando de lado sua vergonha e seu modo tímido, pelo menos por agora, o ômega se aproximou do alfa, e sem falar nada, deitou a cabeça em cima de seu peitoral e o abraçou com um dos braços.

Jongin foi surpreendido pelo gesto, pois normalmente – como estava se preparando para fazer agora – era si que abraçava, beijava e trazia Kyungsoo para mais perto, mas mesmo surpreso, ajeitou o ômega em um abraço usando os dois braços e se virou para ele.

Mesmo com a pouca luz, Kyungsoo conseguiu ver os olhos bicolores – e agora mais claros – de Jongin olhando no fundo dos seus, da forma mais cumplice que podiam lhe olhar, lhe dando a certeza que fez a coisa certa em fugir, em deixar tudo para trás, ao mesmo tempo que, mostravam que Jongin estaria consigo sempre, e por ter essa certeza agora, deixou tudo de lado, e se agarrou a ele como se fosse um salva vidas em meio a uma tempestade no oceano, pois, pelo menos por hoje, tinha certeza que estava seguro, estava nos braços de Jongin, o melhor lugar do mundo que podia estar, e fechou os olhos.

◾◾

"Os portões da garagem se abriram, e em alta velocidade, Hae manobrou o carro esportivo para dentro da casa, dirigindo até a vaga onde costuma estacionar.

O alfa desligou o carro, tirou o cinto de segurança, pegou a bolsa que levou com a suas armas, e saiu do mesmo travando as portas e ligando o alarme.

Andando pela garagem, o alfa olhou para os lados em busca de algum segurança para que pedisse para levar o resto de suas coisas no porta malas, porém, até chegar na porta que dava acesso ao corredor dentro da casa, não viu nenhum.

Hae abriu a porta e seguiu para dentro da casa, e atravessou o corredor com uma das mãos no bolso, onde trazia uma coisa que há algum tempo, deveria ter dado para Minseok, e que agora, era apenas uma coisinha já que tinham algo mais especial que seria dos dois para sempre, e mesmo não sendo o momento para isso, já que Kyungsoo resolveu fugir, lhe entregaria na primeira oportunidade.

– Que bom que chegou.

Assim que pisou na sala principal da casa, Hae escutou a voz de seu avô, do outro lado dela, no minibar, com um copo de whisky na mão.

– Vim mais rápido que consegui. – Hae disse abaixando-se para colocar a bolsa de trás do sofá, e depois, deu a volta nele.

– Algum sinal de Kyungsoo?

– Nenhum, estão todos atrás dele, mas ele sumiu. Seu irmão deveria estar pensando em fugir há muito, sabia até onde desligar o rastreador do carro.

– Eu disse que era melhor deixar ele falar pelo menos com o omma, Kyungsoo pode não ter o seu sangue, mas é igualzinho o senhor. Se ele quer uma coisa, ele quer uma coisa, mas achamos ele. Ele deve ir atrás do omma, então logo...

– Ele levou o filhote do Wu.

Suang disse virando a garrafa de whisky no copo.

– Kyungsoo conseguiu fugir daqui com um filhote? Como ele fez isso?

Com um tom mais sério, e até surpreso, Hae questionou sentando-se no sofá como habitualmente senta, todo esticado.

– É uma boa pergunta, Hae. Como ele conseguiu fugir de uma casa lotada de segurança e com uma criança.

Suang respondeu e jogou o copo ainda com whisky em direção a parede.

Ao atingir a parede, o copo de cristal se partiu em desenhas de pedacinhos cristalinos e uma mancha de seu conteúdo ficou visível na parede.

Tudo que não podia ter acontecido, havia acontecido.

Kyungsoo tinha fugido e lavado o filhote dos Wu, e isso, para Suang, significava a perda do controle de toda a situação que ele mesmo criou, é claro, em tese, ninguém além de si, Hae e Kisung, sabiam que Kyungsoo estava vivo, e se caso ele aparecesse na casa dos pais, seria imediatamente avisado, contudo, sempre existe a chance mínima de a família do Kim colocar as mãos nele primeiro, transformando o seu maior triunfo, em sua maior perda.

E esse, por agora, não era o seu maior problema, e isso lhe deixava nervoso.

Odiava quando as coisas fugiam de seu controle.

– Eu resolvo isso com segurança, se for preciso, procuro uma nova, mas como disse, Kyungsoo não deve ter ido para longe, ele está sozinho sem dinheiro e com um filhote...

– Não há mais ninguém da segurança aqui, Hae, se quer qualquer funcionário.

Suang desviou a atenção da mancha de whisky na parede, e olhou para o neto.

– O senhor os mandou embora?

– Não, eu matei todos. Não admito erros dos quais eles cometeram, e como ninguém quis assumir a responsabilidade de seus atos, todos pagaram.

O alfa simplesmente respondeu, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Realmente havia perguntando mais de duas vezes quem foi o responsável por tudo que se sucedeu na noite passada, mas o conceito de união a todo custo de seus segurança e funcionários foi maior que o bom senso pela vida, então todos pagaram.

– O...

– Hae, além de Kyungsoo e o filhote, Minseok estava junto na tentativa de fuga. – Suang disse.

Em respeito a tudo que o neto sente por Minseok, e até mesmo o carinho que si próprio tinha por ele, e o ômega já ser parte da família, Suang resolveu não falar nada sobre o que se sucedeu com ele por mensagem.

Esse tipo de coisa, não se conta por mensagem.

– Aonde está Minseok?

Alarmado por conhecer bem o qual perigoso é um Lúpus descontrolado – mesmo que ao matar todas aquelas pessoas, Suang estava em sua perfeita posse de sanidade –, mesmo sem intensão, seu avô poderia ter machucado Minseok, o que no estado dele, acarretaria graves consequências.

– Começaram a tirar quando viram os três indo até o carro, eu não sei o que aconteceu durante isso, eu acordei com o barulho dos tiros... quando cheguei na garagem, Minseok estava caído e ferido....

– Aonde ele está?

De pé, sentindo todo o corpo tremer de um jeito que nunca sentiu antes, em meio a um oceano de sentimentos, e talvez, pela primeira vez na vida, sentindo medo da resposta que podia vir, Hae perguntou mais uma vez para o avô.

– Não houve tempo de o socorrer, Hae. O tiro atingiu a garganta dele e a travessou, ele morreu na hora.

Hae começou a rir negando com a cabeça.

Não, era algum engano ou piada de mal gosto, Minseok não podia estar morto, não era possível que Minseok estivesse morto.

Só viajou por três dias, só três, e só não o levou porque poderia ser cansativo demais para ele, e para o filhote que esperavam.

Haviam combinado de contar a novidade quando voltasse, assim, como iria enfim pedir ele em casamento.

E agora, ele estava morto?

– Ele... Minseok...

Hae tentou formular a frase, mas por mais que tentasse falar, o bolo que havia se formado em sua garganta, não deixava a sua voz sair, e em seu peito, uma dor forte apareceu forte ao ponto que ia fazer seu coração explodir.

Então o alfa levantou a cabeça, e olhou para o avô com vista já embaçada pelas lágrimas, que se quer, percebeu que estavam caindo.

Pela primeira vez em anos, estava chorando, chorando de dor.

E ao ver essa cena, Suang se afastou do bar, e foi até o neto parado no meio da sala chorando.

Pois tudo em sua vida é suportável, menos ver um dos seus netos chorando.

– Eu lamento muito, quando eu cheguei ele já estava morto, ninguém quis falar quem havia atirado, as ordens era para não usarem armas aqui...

O corpo de Hae foi abraço pelo seu avô, e até certo ponto, o alfa conseguiu prestar atenção em algo que Suang falava, enquanto olhava para nenhum ponto fixo com o olhar catatônico por ter pedido de uma só vez, as três pessoas que mais amava, Minseok e o filhotinho dos dois, e Kyungsoo.

Seu mundo havia acabado de desabar de uma forma que nunca imaginou vivenciar, e da pior forma, agora entendia o velho ditado que envolve os seus:

Quando um Lúpus ama, ele ama por uma vida toda.

E Hae amava Minseok, e o amará pelo resto de seus atormentados dias por não ter podido fazer nada, não ter estado ao lado dele e de certa forma, ser sua, a culpa dele e do filhote dos dois, morrerem sozinhos.

– Eu preciso que seja forte quando isso passar, precisamos achar o seu irmão, já perdemos Minseok e não podemos perder Kyungsoo.

Entre os braços do avô, Hae olhou para o lado e mais lágrimas caírem, e talvez pela primeira vez em sua vida, passando um certo pensamento em sua mente, que por agora, seria suprimido pela dor de perder o seu ômega".

◼️◼️





Notas Finais


Oi gente que leu tudo isso.

Até pensei em dividir, mas, melhor deixar tudo junto né.

Tantas emoções em um único capítulo, e revelações. 👀


Views em JADE do Yixing.

Até o próximo capítulo.


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