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História Desire: Weakness - Visita


Escrita por: shtcouldbeworse

Notas do Autor


Eu sei, eu sei... Eu sumi!
Tô tentando arrumar minha vida aqui no Spirit, não desistam de mim!

Capítulo 2 - Visita


Fanfic / Fanfiction Desire: Weakness - Visita

Não precisava vir aqui, você já está fazendo o bastante.

— Você não iria almoçar se eu não viesse.— Henry disse.

É, eu não iria mesmo. Tenho tanto trabalho para fazer que até esqueço de comer, e quando tento tenho vontade de pôr tudo para fora, talvez seja o estresse, não sei.

— Estou indo embora esta noite, já fiquei tempo demais aqui.

— Mas já? Hm, okay...— murmurei.

— A empresa está precisando de mim. Você… vai ficar bem sozinha?

— Thomie vai cuidar de mim, não se preocupe.— brinquei.— Tem notícias de Christopher?

— Falei com ele hoje cedo, ele também está preocupado com você.

— Preocupado?— perguntei.

O garçom acaba de aparecer com nossos almoços e meu olfato não recebeu muito bem o cheiro da comida, que cheiro esquisito. Comecei a fuçar o prato como uma louca, tem algo de errado aqui.

— O que você está fazendo?!— ele perguntou.

— Essa comida… parece estragada.

— Eu pedi o mesmo que você e o gosto está ótimo, pare de fazer isso, é nojento.— ele resmungou.

— Eu não vou comer um isto. Ei, garçom… pode me trazer outra coisa?

Enquanto o garçom anotou meu pedido notei que Henry me encarava um tanto intrigado, o quê?! Eu não vou comer essa droga.

— Sabe quando foi a última vez que te vi assim?

— Quando?

— Há quase três anos atrás. Não faça essa cara, sabe bem do que estou falando.— ele respondeu.

— Não, eu não sei. Você está viajando, é impossível.— resmunguei.

— Talvez eu esteja viajando, mas também posso não estar.

— Hm, Hanna!

Finalmente alguém para me livrar dessa conversa desnecessária, convidei Hanna para almoçar comigo mas esqueci de avisar que Henry estaria aqui, ela  desenvolveu uma espécie de “crush” pelo meu ex marido quando o encontrou em meu apartamento semanas atrás, eu contei a ele, é claro.

— Hanna, como vai?

— Lily não me disse que estaria aqui… bom te ver, Henry.

                 •••

— Mas a sua cara…

— Lily, pare! Eu o acho bonito, só isso!— Hannah resmungou.

— Então não vai querer saber o que ele disse sobre você.

— O que ele disse?!

— Que a acha bonita.

— Você está mentindo… está?

— Eu não minto.— respondi.

Nossa conversa foi interrompida por Gina, ela parecia tensa ao dizer que queria conversar comigo. Onde está a caixa com que trouxe meus objetos para essa sala? Talvez eu precise os embalar novamente.

— Lily, você lembra daquele projeto que passei para você… semana passada…

— Lembro. Tive que refazer algumas coisas da planta antiga mas estamos bem, os operários começam essa semana.— respondi.

— Então… eu tenho uma coisa chata pra te pedir…

— O que seria?

— É que o projeto era da minha irmã, ela meio que “abandonou” quando entrou de férias, só que agora ela está me infernizando com isso, ela quer de volta.

— Hã? Mas eu já fechei com os investidores… eu refiz tudo, isso é injusto.

Hannah concordou do outro lado da sala, isso é injusto pra caralho. Isso não é uma brincadeira, é meu trabalho, meu nome em jogo.

— Você está certíssima, eu sei, mas…

— Se eu estou certa então não devo devolver, qual é! Não somos mais crianças no fundamental, sua irmã não tem mais nada pra fazer?

— Lily…

— Não, não é justo.— murmurei.

— Mas ela já está assumindo…

— Quê?! Mas como…

— Eu sei, me desculpe… eu só não quero mais problemas com Eva. Eu te recompenso de algum jeito, eu juro.

— Fala sério, isso é ridículo.— resmunguei.

— Eu tenho que ir… desculpe.

Olhei para o jarro de flores em minha mesa e tive vontade de atirar em Gina ao vê-la saindo, quem é essa tal de Eva?! Ninguém toma minhas coisas assim.

— Não fazia idéia que Eva estava de volta… que 3 esquisito.— Hannah disse.

— Por que?

— Eva não largaria as férias pra nada, tem alguma coisa aí.

— Eu nem sei quem é mas já odeio, ela não tinha esse direito! Parece que meu trabalho não vale de nada, não sei o que estou fazendo aqui.— resmunguei.

— Eu não culpo Gina, muito pelo contrário. Eva não é uma pessoa fácil de lidar.— ela explicou.

— Como assim?

— Eva não pede, ela toma. As duas sempre foram mimadas pelo pai mas Eva é a preferida do velho, só não está na presidência porque não consegue ficar muito tempo em um lugar.

— Saquei. Basicamente essa vaca também é minha chefe?

— Mais ou menos… eu não recomendo que pergunte sobre o projeto, sabe? Ela é muito… estável.

— Ótimo.

                  •••

Hoje pode ser considerado uns dos piores dias que tive aqui em Manhattan, se já não bastava o desaforo que fui obrigada a atirar na agência, o motor do meu carro resolveu morrer de novo e vou ter que ouvir Henry dizer  um “eu te avisei” mais uma vez. O pior é que depois de passar quase duas horas tentando resolver o problema, o mecânico me diz que eu teria que trocar de motor para isso parar de acontecer e que é mais vantajoso comprar outro carro. Espero que Henry já tenha ido, ele só vai saber quando ver o carro novo. Ah, e também tem essa azia horrível… preciso de medicamento.

— Diana? Você já pode… o que ainda faz aqui?

Assim que entrei em casa encontrei Henry a brincar com Thomie na sala de estar, tinha uma mala cinza recostada ao sofá e pude jurar que ele havia se atrasado e acabou perdendo o vôo, ele sempre faz isso.

— Meu vôo foi cancelado, irei pela manhã.— ele disse.

— Entendi. Onde está Diana e por que Thomas está acordado?

— Eu a liberei, e Thomie não está com sono, isso é visível.

Beijei o rosto de Thomas enquanto tentava arrancar um dos meus sapatos, estou começando a odiar esse par.

— Você não pode guardar a droga da mala? Ela não vai sair Dali sozinha e estou cansada demais para bancar a babá.— resmunguei.

— Wow, que bicho te mordeu?!

— Estou estressada pra cacete, não me faça ficar mais ainda. Sem perguntas, okay?!

— Bom, essa mala nem é minha então pode analisar que você tem visita.

— Visita?!

Olhei para a mala mais uma vez e senti meu estômago doer ao reconhecer de quem era, oh merda.

— Onde ele está?— perguntei.

— No seu quarto. Ele disse que ia tomar banho mas pela demora deve estar te esperando… boa sorte com isso.

— Droga…

Recolhi minhas botas do chão e segui para meu quarto, caminhei devagar como se estivesse me aproximando da guilhotina. Eu sei, é ridículo mas a merda é séria, ele deve estar me odiando agora. Encontrei a porta entreaberta e entrei, Chris estava a olhar a vista pela janela da suíte com as mãos no jeans, ele me ouviu entrar e mesmo assim não olhou pra mim, meu estômago revirou quando a voz rouca ecoou pelo quarto, lá vamos nós.

— Lily.

— Chris… não me disse que viria.

— Eu não sabia que tinha que avisar.— ele respondeu.

— Não foi isso que eu quis dizer… você entendeu.— murmurei.

— Não, eu não entendi. Na verdade não estou entendendo nada que venha de você ultimamente.

— Ah, não me venha com essa! Eu tentei falar com você milhões de vezes e você não me atendeu só por birra, não somos mais crianças, Christopher.

— Você sabe bem porque não quis falar com você, as coisas não são do jeito que você quer, Lily!

— Eu tive um dia horrível, não preciso de mais drama agora. Se é um pedido de desculpas que você quer, então me desculpe! Droga, não podemos voltar ao normal?!

— Normal?! Não estamos bem desde o ano novo, as coisas não se resolvem sozinhas, Lily. Sente-se e lide com elas.

— Eu estou tentando!— gritei.

— Não o bastante!

Tentei dizer algo mas a queimação em meu estômago triplicou ao ponto de me fazer correr para o banheiro e vomitar, que porra eu comi?!

Chris tentou me ajudar mas não tinha muito cabelo para segurar, ele ficou parado ao meu lado até que eu terminei tudo e escovei meus dentes, ele não disse absolutamente nada. Arranquei minhas roupas e pulei no chuveiro, quando saí ele não estava mais lá e sim sentado na minha cama observando meus movimentos pelo quarto, eu queria dizer alguma coisa mas não consigo, não quero piorar o que já está uma droga e pelo jeito ele também não. Vesti uma camisola qualquer no closet e depois voltei para o quarto, fiquei aliviada por ainda encontrá-lo lá. Me aproximei com passos leves até parar entre suas pernas, eu só quero esquecer esse dia horrível e dormir nos braços dele, sentir o cheiro gostoso que ele tem quando acorda e ouvir um “eu te amo” assim que abrir os olhos de manhã.

Tentei sentar em seu colo e ele negou, isso doeu um pouco.

— Amor… — murmurei.

— Eu vou dormir no quarto de hóspedes, se precisar me chame.

— Fique aqui comigo, por favor…

Levantei seu rosto e depositei um beijo em seus lábios mas ele se negou a me beijar de volta, isso nunca aconteceu antes.

— Eu preciso pensar, ainda estou bem chateado com você.

Ele depositou um beijo em minha testa antes de deixar o quarto, eu poderia dizer que chorei mas na verdade só corri para vomitar de novo, talvez chorei entre os intervalos mas nada que desse tempo para dar um escândalo.

Eu só queria me encolher e chorar mas nem isso estou podendo, o Karma acordou de mau humor hoje e eu fui a escolhida.



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