— S/n você não mudou nada — Deidara dizia calmamente enquanto se aproximava em cima da sua águia de argila — Está tão linda quanto a dez anos atrás.
— E você tão inútil quanto a dez anos atrás — S/n respondeu lhe dando as costas e caminhado em direção a floresta fechada, após observar a luta deprimente que ele teve com a equipe Gai — Vejo até que recuperou seus braços.
— Não seja tão cruel — ele a impediu parando sua águia na frente da garota ainda a mantendo em campo aberto — Não é assim que se trata os velhos amigos.
— Não tenho amigos — A moça o olhou com desdém avaliando o loiro de cima a baixo pensando se ele valia ou não o seu tempo, e decidiu que não valia — Apenas pessoas que devo ou não matar.
— Que crueldade — O loiro a encarou com um sorriso sarcástico nos labios — Como pode falar assim das pessoas ? — o deboche dele até a irrtaria se ela pudesse se irritar, mas não tem sentimentos, ela não passava de um boneco oco e vazio moldado a vontade de Danzou.
— Disse o homem que abandonou uma pobre garotinha no meio de uma floresta após perder seu pai por sua culpa e ainda se tornou um terrorista — Por mais pesadas que fosse suas palavras, ela não se incomodava com aquilo, ainda mantinha a expressão neutra e sem vida no rosto.
— Essa doeu — ele finalemente desceu de sua águia ficando frente à frente com a garota — Lute comigo então. Se isso a fará se sentir melhor, eu faço um sacrifício, mas já aviso que nao vai ganhar — ele deu a ela um lindo sorriso malicioso, se ainda pudesse sentir alguma coisa, com certeza sentiria o tal frio na barriga e o arrepio na espinha. Mas como esperado do trabalho impecável de Danzou, não sentiu absolutamente nada.
— Você não é minha missão Deidara — ela simplesmente o ignorou passando por ele como se ele não fosse ninguém, apenas um tronco de árvore parado no meio de seu caminho.
Afinal não podemos julga-la pelas suas atitudes, agora ela era apenas um corpo frio e vazio, dispenso de todas as formas de sentimentos. Ela não sente nada, nem culpa, nem dor, nem amor, nem tristeza, nem saudade, absolutamente nada, ela era apenas uma criatura feita e moldada a vontade de seu mestre, programada apenas para cumprir suas vontades, realizar seus desejos e executar com perfeição cada missão que ele lhe dava.
Mas será que tudo some assim para sempre ?
Deidara olhava bem no fundo dos olhos da ex colega e não via absolutamente nada, não tinha nada lá dentro, não passava de uma casca oca e vazia, como as marionetes de seu mestre Sasori.
Ele não poderia culpa-la por ser assim, afinal tudo isso era sua culpa.
Ainda quando muito jovem, na sua infância conheceu Deidara em sua vila, um garoto lindo, com um sorriso encantador e uma força de vontade avassaladora. Após ser salva por ele de dois brutamontes bêbados que se sentiam no direito de importunar a pobre criança, ela se apaixonou perdidamente por ele e se aproximou assim que teve a oportunidade. Por ele, ela entrou na academia de ninjas mesmo detestando lutas ou qualquer coisa que envolvece machucar outro ser humano. Mas por ele ela aceitou qualquer coisa que viesse, até mesmo passar por cima de seus princípios. Após entrar para o corpo de explosao da vila da pedra ela logo deu um jeito de se aproximar o mais rápido possível da criança que a salvou formando ali o início de uma bela – ou trágica – amizade.
Deidara sempre foi uma criança excelente e falava de sua arte com muita paixão, desde de muito novo sempre fora elogiado por suas esculturas de barro, que realmente eram incríveis. O sonho de s/n era que um dia ele pudesse se referir assim dela para outras pessoas, por isso passou a seguir o garoto para cima e para baixo fazendo quase todas as suas vontades.
Os dois criaram um laço muito poderoso de amizade onde a paixão se tornou mútua, ou pelo menos foi isso que ela pensou.
Deidara ainda muito jovem era treinado pelo Õnoki o terceiro Tsuchikage da vila oculta da pedra, Iwagakure. Mas isso não era o bastante para ele, ele queria mais, queria um reconhecimento maior, queria levar sua arte a um nível elevado de perfeição. Aproveitando-se então do sentimento de s/n por ele, ele passou a pedir "favores" que poderia a causar muitos problemas tanto a ela quanto a sua familia. Intimidada pelo medo e pelo peso da consciência ela acabava negandp ajudá-lo algumas vezes, o desapontado e o irritando por diversas vezes.
Vendo a trsitesa que isso causava a pobre garota pela qual ele também era apaixonado, ele resolveu usar a tristeza dela a seu favor. Ele não queria a fazer mal, de modo algum, mas achou um meio de se beneficiar e ainda a ter por perto. Deidara um dia então ousou se aproveitar de sua fraqueza, a paixão da jovem pelo pequeno garoto problema e a convidou para sair a levando para um local distante da vila onde ele a fez lindas juras de amor e a beijou com um selinho para selar o amor dos dois para sempre, segundo ele, fazendo a suspirar de amor e então concordar com o plano maluco do garoto.
Ele queria ver até onde sua arte se estendia e o quão grande uma explosão poderia ser, então a convenceu que roubasse para ele um jutso proibido. Mas deixou bem claro a ela, que mesmo que ela fosse pega ele fugiria da vila com ela e assim poderiam ter a vida que quisessem juntos. Era óbvio que não era mentira, o garoto falava do fundo do seu coração, pois sabia que seriam expulsos ou mortos e queria passar sua vida ao lado dela, e apesar de usar os sentimentos da garota para manipula-la ele ainda sim tinha por ela muitos sentimentos e por isso jurou protege-la como fez no dia em que se conheceram.
Apos concordar com o plano muito bem bolado de Deidara, em uma noite S/n invadiu o escritório do terceiro Tsuchikage para roubar o tal jutso proibido que Deidara tanto queria, mas por ser uma péssima ninja e mal conhecer os jutsos, ela acabou roubando umas das escrituras do segundo Tsuchikage acionando um alarme onde todos os ninjas de prontidão chegaram rapidamente ao local a pegando em flagrante.
Ela foi julgada por seu crime e considerada uma traidora da pedra. Seu crime não era de gravidade mortal então foi exilada da vila junto de seu pai já velho e fraco.
Deidara jurou a proteger e nos primeiros meses cumpriu com suas promessas e apesar de ainda ser Uma criança de apenas nove anos, sempre a visitava e garantia a segurança tanto da jovem quanto de seu pai.
S/n e seu velho pai passaram a viver em uma pequena caverna perto dos muros de sua antiga vila onde eram alimentados por Deidara que fugia toda noite para levar comida, remédio e outros suprimentos para eles dois.
Após quatro meses Õnoki descobriu os atos ilícitos de Deidara o proibindo de sair da vila e o mantendo escoltando por outro ninjas. S/n é seu pai foram exilados e entregues a morte qualquer ato de bondade de um dos moradores da vila seria considerado traição e seriam todos exilados com eles. Com exceção de Deidara é claro que tinha um ótimo potencial e um lugar especial no coração de seu mestre, ele reconheceu a bondade do pequeno loiro com a amiga e fazendo assim com que o terceiro Tsuchikage o perddoasse e o desce a ele uma segunda chance. Porém ele estaria proibido de chegar perto dos portões da vila ou se quer mencionar o nome de S/n e seu pai.
S/n não sabia que Deidara estava sendo escoltado e mantido trancado dentro daqueles muros, entrando em desespero e solidão com a ausência de seu amigo. Ela então começou a se desiludir a cada dia que passava e o loiro não aparecia para visita-la fazendo a desacreditar cada dia mais de suas promessas que agora pareciam tão vazias. Dois meses depois do sumiço repentino do jovem o pai de S/n ficou sem os remédios que Deidara costumava levar para ele, fazendo com que sua situação ficasse cada dia mais crítica piorando com o simples passar das horas. Três meses depois ele infelizmente faleceu diante dos seus olhos a deixando completamente sozinha naquele mundo egoísta e manipulador.
S/n então com o peso na consciência, se julgando culpada pela morte de seu pai abandonou a pequena caverna e fugiu para o meio floresta tentando se isolar de tudo e todos, principalmente manter distância da vila oculta da pedra. Mas com tão pouca experiência de sobrevivência não conseguia fazer absolutamente nada, a não ser beber água dos rios e comer algumas frutas que torcia para nao serem venenosas, ela provavelmente nao viveria por muito tempo.
Com esse pensamento em mente ela está descidiu percorrer uma jornada, não ficando em lugar só. Percorreria de vila em vila tentaria encontrar para si um novo lar, um bom lugar para se viver e então esquecer de tudo que passou.
Porém, após cinco anos vagando pela imensidão do continente, entrando e saindo de vilas e outros países e sendo tão mal recebida e escurrasada dos lugares pelos moradores, chegou a conclusão que era melhor por um ponto final em sua vida.
Entrou então mais para o meio de uma floresta pensando onde finalmente seria o fim de seu sofrimento de uma vez por todas. Quando encontrou uma bela árvore que balançava seus galhos de forma calma sorriu finalmente achando o lugar. A árvore era imensa e de sombra fresca, um perfume dos doce e bom que ela poderia o sentir para sempre, então descidiu que seria ali um ótimo lugar para finalmente descansar seu corpo de uma vida tão infeliz e cheia de sofrimentos, pensou ela enquanto cavava uma cova para que seu desprezível e imundo corpo jamais fosse achado.
Antes que pudesse se quer cavar metade do buraco caiu ao lado dele desmaiada, fraca pela fome e pelo cansaço, mais morta do que viva. Seu corpo imundo já em puro pele e osso não aguentava mais mexer um único músculo se quer. Seu olhos saltados para fora de tão pouca carne em seu rosto mal fechavam com tão pouca pele envolta deles, suas mãos e pés eram pura caveira e sua boca tão branca e rachada que quase já não tinha lábios.
Mas antes de dar seu último suspiro foi encontrada por um homem, um homem que viu potencial naquele corpo raquítico e palido. Porém ele viu mais que isso, viu um psicológico fraco e uma chance de se ter lealdade infinita. Ele viu possibilidade de ter alguém que ele pudesse controlar por completo, alguém que viveria apenas para cumprir seus desejos sem questiona-lo e fazer suas vontades sem reclamar. Este homem era Danzou Shimura, o líder dos anbu.
Ele a levou até a vila da folha em segredo, cuidou e alimentou até que a menina voltasse a ter cor novamente, mas a manteve escondida em segredo do terceiro hokage ou de qualquer outra pessoa da vila.
Ele a treinou a transformando em uma arma de combate extremamente habilidosa, mas ainda não era suficiente, ele queria uma arma perfeita, uma arma completamente mortal. Então depois de dois anos de treino a juntou ao resto de alguns outros membros recrutados para a anbu onde esperava ansioso que ela pudesse os conhecer e despertar por eles carinho e admiração, queria que ela fosse amiga deles, mas que isso que se tornassem irmãos. Mas não para o bem dela é claro.
Depois de mais um ano juntos de seus novos companheiros e de muito treino e dedicação a colocou diante do seu maior teste. Matar aqueles com que ela passou seu último ano, aqueles que haviam se tornado seus amigos, não, mais que isso seus irmãos. Esse era seu teste final para se tornar um membro de elite da Anbu, matar a todos aqueles que ela amou ou desapontar e ser morta pelas mãos do único homem que a salvou de seu suplício e completo desespero, desapontar o homem que a cuidou e a protegeu por todo esse tempo e ser morta por ele.
Este seria o seu maior teste, ele testaria ali seu senso de lealdade e ambição e se assim m seria digna de lutar e estar ao seu lado quando tomasse a vila da folha.
Por medo da morte, por medo de desapontar a única pessoa que acreditou nela todo esse tempo, o homem que a salvou e dedicou a sua vida a ela, ela aceitou sua missão e aniquilou todos os outros 43 novos integrantes da Anbu, tendo assim de uma vez por todas a confiança de Danzou que se empenhou cada dia mais para apagar o resto da humanidade e qualquer emoção que ainda restava na pobre garota. Se é que ainda restava algo. E quando ele terminasse tudo que restaria seria apenas uma criatura vazia a seu dispor.
Depois de mais um ano ela estava perfeita, estava como ele queria, sem sentimentos, sem humanidade, sem vontade e principalmente sem opinião. Ela já não mais vivia, apenas existia para realizar as vontades de Danzou Shimura. Ela se tornou o que ele queria a arma mais mortal de todas, seu poder é força poderia ser igualado a de Itachi Uchiha, se diferenciando apenas do Sharingan que ela não tinha, mas em questão de lutas e habilidades eram igualzinhos. Mas diferente dele ela não fazia perguntas, não tinha nenhum questionamento, o obedecia seguramente como ele queria, ela era perfeita. Realizou tantas missões que era impossível contar, assassinou a sangue frio tantos que era impossível lembrar, ela se tornou o seu braço direito e também seu esquerdo. Se tornou a anbu mais temida de toda a folha.
Já fazia cinco anos que fora encontrada e treinada por ele, agora estaria em uma missão simples mas de vital importância, seguir o Uzumaki em sua missão para salvar o kazekage da areia, descobrir o esconderijo da Akatsuki e fazer o relatório perfeito para Danzou.
Depois da luta da equipe Gai e da equipe Kakashi ela resolveu ficar por mais uma semana analisando de longe e observando o esconderijo da Akatsuki para ver qualquer movimentação, qualquer coisa suspeita, ou só qualquer coisa que fosse ultiu para seu mestre em seus planos.
Mas infelizmente um dia antes de partir foi pega de surpresa por um antigo amigo, a sua antiga paixão, Deidara, que sentiu o coração quase explodir ao ver de novo o rosto da única pessoa no mundo que realmente foi importante para ele. A única pessoa que ele amou de verdade e que julgava estar morta a muitos anos.
— Então qual é sua missão? — ele a empurrou de leve para frente fazendo com que ela tropeçasse em seu próprio pé, mas ela apenas o ignorou e continuou sua caminhada. Foi treinada muito bem por Danzou, programada para fazer somente o que fosse pedido, qualquer coisa além disso era desnecessário e não valia a perda de tempo — Não vai nem me responder? Nossa você deve me odiar muito não é?
— Eu não te odeio Deidara, nem gosto de você — ela respondeu finalemente ainda sem o olhar — Eu só não sinto absolutamente nada, não tenho emoções. Você não me causa nem interesse, nem desinteresse. Para mim você é indiferente. Simples assim.
— Você costumava ser mais carinhosa do que isso — O loiro deu um sorriso do qual ela não pode ver e a atacou antes que ela pudesse se virar, mas ela esperta e muito bem treinada se moveu tão rápido que ele mal pode ver para onde ela foi. Ela estava em pé sobre um galho de árvore não muito alto e seu ataque medíocre não a atingiu.
— Não vou lutar com você, já disse que você não vale o meu tempo. Lutar com você aqui e agora seria no mínimo um atraso significativo para mim e para minha missão. Tenho um cronograma específico para seguir e não viu deixar você me atrasar.
— Quem deixou você tão fria assim ? — ele soltou uma gargalhada e não desistiu, causou uma distração com um papel bomba que a pegou de surpresa causando uma explosão na frente dos seus olhos o que fez com que ela caísse do galho em que estava, mas caiu em pé.
— Se está tentando me irritar, você não vai conseguir.
— E por que não? Normalmente consigo tudo que eu quero. Até irritar as pessoas.
— Sou indiferente a esse ou qualquer outro sentimento. O máximo que conseguirá com sua impertinência, será meu atraso e sua morte.
— Então lute comigo, ou eu matarei você. Não se esqueça que eu capiturei o quarto kazekage que ainda era um jinchūriki, e fiz isso sozinho.
— Imprecionante ! Mas não será capaz de me matar — ela se moveu novamente ainda mais rápido do que da primeira vez parando atrás do loiro — Teria de ser mais rápido do que eu, mas você não é. É um terrorista, um lutador de próximo ou longo alcance, ótimo em improvisos e planos bem elaborados. Mas não é mais rápido do que eu.
— Sua voz me arrepiou até a nuca — ele sussurrou zombando dela.
— É por isso que você não vale o meu tempo — Mas antes que ela pudesse sair ele fez algo, algo que saberia que seria capaz de provoca-la e talvez ceder novamente a sua vontade.
Ele queria uma luta justa e limpa, mas queria que ela ganhasse, queria apanhar dela como forma de pagar por ter a abandonado no passado após jurar que fugiria com ela, mas não queria entregar a luta. Não que isso fosse suficiente, mas seria uma forma de começar a pagar por uma dor que ele sabia que a causou a dez anos atrás, quando encontraram o corpo do pai da jovem já sem vida enterrado no meio da floresta. Ele poderia ter a ajudado a superar se estivesse presente, mas ele não estava. E sabia que a morte dele e essa nova versão sombria dela, era culpa dele. Uma culpa que ele não suportava carregar.
Ele foi mais rápido do que o raciocínio dela, causou uma pequena explosão na sua frente calculando para onde ela iria e a cercando. Viu seus olhos olhar rapidamente um galho de árvore e se moveu para lá no mesmo tempo que ela. Ele a deixou entre seu corpo coberto pelo manto da Akatsuki e tronco grosso da árvore e antes que ela pudesse reagir a beijou, beijou de forma lenta e suave a deixando por um instante sem reação e se lembrando de tempo passado, de um tempo quando ainda eram bem jovens e um pouco ainda inocentes e ele a beijou pela primeira vez, começando a desfazer o trabalho que Danzou levou tantos anos para aperfeiçoar. Não era sua intenção sentir algo e sim a provoca-la deixando-a irritada, mas o misto de sentimentos dentro dele foi inevitável. Assim como os dentro dela.
Um beijo, um simples beijou que durou segundos a desencadeou um misto de sentimentos, como raiva, dor, sofrimento, insegurança, traição, e principalmente ódio, mas um que ela não admitiria, amor. Ele trouxe a tona todos sentimentos pelo qual ela passou os últimos cinco anos com Danzou tentando suprimir e fazer com que eles desaparecessem por completo. Ele trouxe na mente dela um passado do qual já não mais a machucava a muito tempo, mas agora, machucou de novo.
Ele conseguiu o que tanto queria, fez com que ela sentisse alguma coisa de novo, raiva, a raiva por ainda ama-lo depois de tantos anos de agonia e agora deveria estar pronto para enfrentar as consequências dos seus atos tão impensados.
Em apenas um golpe ela o derrubou de cima do galho o jogando de cara no chão, antes que ele se levantasse ela pulou lá de cima caindo ao seu lado e pisou na sua cabeça e com uma certa força a precionando ainda mais contra o chão de terra.
— Por que fez isso ? — ela perguntou ponto ainda mais força em seu pé.
— Apenas deu vontade — ele respondeu com um sorriso cínico fazendo com que ela pisasse ainda mais forte.
— Eu não queria lutar com você — ela levou o pé para trás dando -lhe um chute tão forte e rápido no rosto que foi impossível de defender, o pobre loiro rolou umas duas vezes para o lado e levantou levemente seu rosto vermelho e cuspiu sangue do seu lado — Mas foi você quem pediu por isso.
— O que foi ? — ele se levantou ainda com aquele sorriso cínico no rosto que estava começando a causar nela pela primeira vez desde que viu esse sorriso uma certa raiva — Eu não perdi ainda.
— Se quer lutar Deidara, então vamos lutar, mas teremos uma luta justa — Seu rosto não era mais uma face inexpressiva, estava tomada pela raiva e pelo ódio, podia ver que seus sentimentos comecaram a voltar com uma certa força. Bem como ele queria — Sem nenhum tipo de jutso, apenas as kunais e as shurikens, assim não vamos chamar a atenção de ninguém. E você não poder a trapacear.
— Se você quer assim, então tudo bem — ele soltou de sua cintura a sua pequena bolsa de argila e pegou a bolsa que a garota o jogou com algumas armas ninjas.
Num ato sem pensar ela o atacou e acertou seu rosto com a ponta da kunai fazendo um corte superficial mas que ainda sim sangrou. Ela mesma não entendeu seu ato, agir assim sem pensar, o atacar no calor do momento não fazia seu estilo de luta, ela era expecionalemente boa em lutas justamente por sua frieza em campo, sua falta de sentimentos a deixava pensar com clareza a tornando assim uma das anbu mais poderosas da vila da folha. Mas agora ali diante do homem que ela julgava ter acabado com sua vida e depois daquele beijo maldito que ele lhe deu, era como se o treino pesado e desumano de Danzou não tivesse válido de nada.
Eles começaram a luta, ela o acertou primeiro, ele a acertou depois, golpes seguidos de golpes, era uma luta bem mais difícil do que ela poderia imaginar, Deidara era bem mais rápido e poderoso do que ela pensou. Não, não era isso. Ela observou seu estilo de luta, suas técnicas enquanto lutava conta a equipe Guy, Kakashi e Naruto, sabia bem seus movimentos principais, suas técnicas e como encurralá-lo. Então como ainda estava levando tanto tempo para finalizar algo que deveria levar minutos? A resposta era simples, ela deixou que seus sentimentos interferissem no meio da luta e querendo ou não, ela seria incapaz de matar o homem que ela tanto amou e ainda ama.
Tentou esvaziar a mente, mas não conseguiu. Olhar para Deidara ali bem na sua frente com aquele sorriso petulante no rosto, a lembrava de tudo que passou nesses dez anos, de como foi exilada, de como seu pai morreu bem diante dos seus olhos, de como sofreu todo tipo de humilhação e desprezo, da forma como foi abandonada por seu grande amor, de como acreditou nas suas promessas vazias e forá traída por ele da maneira mais cruel possível. Ela o mataria ali, nem que aquilo lhe custasse sua própria vida.
Ele se aproximou de frente e ela lhe deu um chute tão forte que o mandou de costas no chão.
— Desista dessa luta — ela se aproximou e se ajoelhou em cima dele, precionando o joelho contra a barriga e outro contra um dos braços e colocou uma kunai no seu pescoço — Acabou Deidara. Você perdeu.
— Eu não perdi — ele deu um sorriso tão arrogante quanto sua fala é antes que ela pudesse se mexer um papel bomba explodiu em suas costas a lançando longe de cara no chão — Tem sorte que é um papel bem fraquinho, quase não causa danos, só faz barulho.
Ela tentou se levantar mas sentiu seu braço falhar pelo cansaço e pela dor, faziam horas que estavam ali naquela inútil que não os levava a lugar nenhum. Quando se apoiou no braço caiu de novo no chão batendo o rosto com ainda mais força do que da primeira vez.
— Deidara, você é um homem morto — ela fez um pequeno movimento que ele não percebeu e jogou nele algumas kunais e shurikens que o lançou até uma árvore ficando preso por seu manto.
— É incrível como você me surpreende — ele estava totalmente preso pelas armas ninjas, menos o seu braço direito não ficou preso na árvore já que ele havia tirando de dentro da manga e escondido dentro dentro do casaco, deixando a manga vazia. Ele usou o único membro que ele poderia mexer, seu braço direito fazendo um sinal perto do rosto — Mas eu sou mais esperto que você. Katsu.
Boooooom.
A árvore atrás dela explodiu e por pouco não caiu em cima dela, se e ela não tivesse sido tão rápida e se movido para cima de um galho estaria morta neste segundo. Ele fora mesmo capaz de quase mata-la? Ou sabia que ela desviaria a tempo ?
— O que significa isso ? — ela o olhou com ainda mais ódio do que já o olhava fazendo com que o corpo do loiro se estremecer inteiro — Eu disse que seria uma luta limpa Deidara. Então porque usou um jutso de explosão em mim.
— Eu sou vilão aqui. Não vou seguir suas regras S/n — e então ele sumiu, deixando apenas seu manto preso naquela árvore. Usou um jutso de substituição ? Não, apenas a distraiu e saiu. Quantas vezes não manipulou a aquela luta a seu favor sem que ela percebesse?
Mas a verdade é que ele só queria a deixar cada vez mais irritada fazendo com que ela se entregasse ainda mais a aquele luta e o fizesse pagar pelo que ele fez com ela no passado. Mas ela não parecia querer isso. Ela não se soltava para aquela luta – sim ela lutou e bateu nele – mas não se soltava o suficiente para o punir pelo seus atos e mostrar a sua verdadeira força.
Então ele apareceu a dando um golpe contra o peito que a jogou longe forçando seu corpo contra uma árvore, ela bateu tão forte suas costas que perdeu o ar junto de suas forças caindo ajoelhada no chão. Ele se aproximou rapidamente e segurou seu rosto o levantando em sua direção.
— Você fica linda assim — Seu sorriso era malicioso e maldoso mas tinha algo a mais nele, tinha desejo, vontade, calor e mil coisas que era possíveis de ver só de olhar para ele.
Ela enrijeceu o corpo tentando se afastar, mas isso foi impossível já que atrás dela estava uma árvore que a impedia de sair de lá, mas isso não a impedia de usar um jutso para fugir do local. Então por que ela não saiu de lá ?
Ela começou a ficar vermelha enquanto encarava aqueles lindos olhos azuis céu que a encarava de volta sedento por ela, cheio de desejos. Ele se aproximou bem lentamente ainda com o gosto do primeiro beijo na boca a admirando e limpou o pouco sangue que escorria de seu nariz soltando seu queixo. Ele se aproximou ainda mais seus lábios ficando a poucos centímetros do dela a deixando completamente sem reação e força, ele ergueu a mão a apoiando na árvore ao lado de sua cabeça impossibilitando — ou não — sua saída dali. Ele não dizia uma única palavra e ela não ousava nem respirar com medo do que poderia acontecer depois, ele ergueu sua mão livre a levando novamente até o queixo da garota e levantando seu rosto na sua direção com uma certa força.
O simples toque daqueles dedos gelados em sua pele já a fez arrepiar paralisando seu corpo da cintura para baixo e a deixando completamente imóvel. Ela se esqueceu do seu treinamento, esqueceu de tudo que passou. Como era possível estar sentindo tanta coisa por ele se não sentia nada a muito tempo ? Ela havia abandonado seus sentimentos, sua humanindade, tudo. Era apenas um instrumento de batalha usado por Danzou e nem se quer se lembrava de se importar com isso. Ela não era absolutamente nada e agora ali com Deidara se sentia uma pessoa pela primeira vez em muito tempo, deixando a paixão que fingiu ter esquecido aquecer e queimar em seu corpo e coração novamente.
Ele puxou o queixo da garota sua direção com uma certa violência – aquilo com certeza deixaria marcas em seu rosto – mas ela não se importou com isso, apenas prestava atenção ao sorriso no rosto do loiro de olhos azuis que crescia ao ver o desespero em seus olhos e a boca da menina salivar de desejo imaginando os dois. Ela foi tomada pelo desejo eminente dos lábios dele e antes que ele fizesse outro movimento ela mesma o beijou.
O beijo era quente, sedento e cheio de desejo, diferente do que ele havia dando mais cedo. Ele a beijava de um jeito novo, mas sedento, mas agressivo, mas exigente roubando toda a concentração dela. Ele agarrou sua cintura a puxando mais para perto de si e ela agradou a parte solta de seu cabelo o prendendo ainda mais naquele beijo. As mãos de Deidara desceram até suas pernas dando um impulso para ela que deu um leve pulo as cruzando na cintura dele. As mãos dele permaneceram nas pernas dela enquanto a levava até a uma pequena caverna a alguns metros dali enquanto ainda se beijavam ferozmente.
Ele entrou na caverna a deitando no chão e deitando em cima dela, nesse momento eles se separaram pela falta de ar. Mas essa separação durou pouquíssimos segundos e ela o puxou novamente para outro beijo e sem exitar nenhum momento se quer ele a beijou novamente, sedento por ela, pelo corpo dela. No desespero do momento em tê-la só para ele, ele mesmo arrancou seu manto da Akatsuki e ela rapidamente tratou de tirar a camisa preta dele e depois a blusa de telinhas que vinha por baixo.
Ele rapidamente retirou as roupas do corpo da garota a deixando praticamente nua, somente com a roupa íntima. Seus lábios desceram até o pescoço dela parando em seus ombros e enquanto ela agarrada com força seus cabelos, tendo ali mesmo, no meio de uma floresta, dentro de uma caverna a consumação do amor dele por ela e o dela por ele.
— Ja é noite. Eu preciso ir embora — ela ainda estava deitada sobre o peito nu dele apenas coberta pelo manto preto de nuvens vermelhas.
— Por que ? — ele estava com o braço erguido apoiando sua cabeça sobre ele e o outro abraçava a garota.
— Tenho um trabalho a fazer e preciso terminar — ela se sentou usando o manto para cobrir seu corpo e procurar por suas roupas que estavam em algum lugar naquela mini caverna.
— Foge comigo ?
— O que ? — ela se virou assustada para ele — Por quê?
— Eu te pedi isso quando ainda eramos crianças. Não me esqueci desta promessa.
— Jura ? — ela deu uma gargalhada — Isso aconteceu quando a gente era duas crianças idiotas e você me usou isso para me manipular.
— Mas não era mentira, nem naquela época, nem agora — ele sentou atrás dela a abraçando por trás — Foge comigo ?
— E para onde a gente iria ? — ela perguntou com desdém, zombando do loiro por achar que era mentira seu convite inusitado.
— Para onde você quiser — ele desceu um caminho de beijos em suas costas a arrepiando e ignorando sua zombaria.
— E a Akatsuki?
— Eu nem queria entrar, para começo de conversa — ele parou os lábios ao lado dos ouvidos dela e sussurrou — Eu quero você.
— Se estiver brincando comigo Deidara, eu te mato antes de dizer a próxima palavra.
— Eu nunca falei tão sério em toda minha vida — ele a virou rapidamente para ele a encaixando no meio de suas pernas — Vou perguntar uma última vez. Foge comigo ?
— Fugo — ela deu um sorriso para o loiro que a beijou apaixonadamente a girando e deitando por cima dela outra vez.
Depois de um tempo ela se levantou novamente, vestiu suas roupas e se despediu dele com um beijo molhado. Ela precisava ir embora e terminar a missão que começou, já havia se decidido essa seria sua última, então queria terminar com perfeição.
O dia já estava amanhecendo lá fora o céu azul escuro começou a dividir sua tonalidade com um azul claro quase branco e bem longe entre as montanhas o sol começou a surgir iluminando aquele lugar frio e escuro.
— Te encontro exatamente aqui em sete dias ao nascer do sol — ela falou dando um último beijo no loiro explosivo antes de ir embora — Não ouse me deixar esperando Deidara ou te caço até o fim do mundo e te mato da forma mais dolorosa possível.
— Eu jamais faria isso.
Ela sorriu para ele e partiu de volta para sua vila o observando ir embora sobre aquele pássaro gigante de argila.
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Depois de três dias de viagem S/n finalmente chegou a vila oculta da folha indo direto até o esconderijo Anbu falar com Danzou. Passou a ele todas as informações que reuniu sobre os membros da Akatsuki até mesmo sobre Deidara, mas omitiu algumas coisas. Ela o informou que Sasori da vila da areia foi morto pela senhora Chyo sua avó e por Sakura ninja da folha, e que Deidara se explodiu após enfrentar a equipe Gai tentando matá-los, mas que Kakashi usou seu Mangekyo Shanrigan e salvou a todos.
Após dar todas as informações detalhada que conseguiu reunir nesse tempo sobre cada membro ela se retirou deixando Danzou no mesmo lugar analisando cada informação.
No meio da noite ela fez suas malas, juntou as poucas coisas que tinha e fugiu, no meio da noite deixando tudo aquilo para trás. Danzou, Anbus, ninjas, nada disso importava mais. Havia recuperado os sentimentos que perderá a muito tempo e não abriria mão deles nunca mais em sua vida. Não seria mais uma marionete sem emoções que Danzou controlava para fazer aquilo que ele não se julgava capaz de fazer. Agora ela mesma tomaria as rédeas da situação e controlaria sua vida, da maneira que ela queria e não do jeito que outras pessoas acima dela julgava correto.
Queria ser livre, queria a liberdade de escolha, a liberdade que fora tirada dela a muitos anos trás enquanto ainda era apenas uma criança. Queria ser livre para escolher amar alguém ou não, queria ser livre para escolher ficar ou ir embora de um lugar, queria a liberdade que aquela fulga finalmente a traria, queria a liberdade de fazer o que quisesse. E escolher fugir com Deidara daria a ela essa asa para voar.
No meio da noite enquanto Danzou dormia, enquanto poucos ninjas faziam a segurança do lugar ela pegou tudo que tinha, ou seja, quase nada e sumiu entre as árvores daquela imensidão, sumindo assim no escuro da noite abandonando aquela vida que ela nunca quis. Nunca quis ser ninja, nunca quis matar pessoas, sejam elas culpadas ou inocentes, nunca quis a vida que levava, nunca quis ser uma assassina, nunca quis ser uma arma para alguem. Queria uma vida feliz, calma, tranquila ao lado da pessoa que ela sempre amou, Deidara. Ela só queria a paz de finalmente ter escolhido seu próprio destino.
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S/n chegou ao local marcado um dia antes, assim teria tempo de bolar um plano e se preparar para quando Deidara chegasse. Passou o dia na floresta treinando suas habilidades e a noite na caverna onde teve a sua primeira noite de amor com alguém.
No outro dia junto do nascer do sol s/n se manteve ao lado de fora da caverna esperando pelo seu grande amor. Não se moveu um centímetro até que o sol nasceu no céu ansiosa pela vinda dele, mas ele não apareceu na hora marcada. Esperou por ele até que o sol tomasse a posição no alto do céu, indicando assim meio dia, e ele ainda não havia aparecido. Esperou até que o sol se alaranjasse indicando já o final daquele dia mas ainda sim, ele não apareceu.
Como foi tão tola a ponto de abandonar tudo que havia conquistado por ele ? Fez tudo de novo, como a dez anos atrás, confiou em suas palavras bonitas, confiou no seu amor por ele, principalmente confiou no amor dele por ela. No passado ele usou um simples selinho para controlar uma simples garota e agora usou dos sentimentos dela novamente, fazendo amor com ela para manipulala mais uma vez. Foi aí que ela se lembrou das palavras dele – Eu sempre consigo tudo que eu quero – como pode ter sido tão tola a ponto de se entregar para ele depois de dez anos sem se verem ? Era mesmo uma completa idiota.
No passado abandonou tudo que tinha para ajudá-lo naquele plano ridículo causando a morte de seu próprio pai e início de uma vida trágica é decadente e agora fez a mesma coisa. Abandonou sua estabilidade, sua profissão, seu nome como ninja, sua reputação de melhor Anbu da folha, ela abriu mão da sua vida na folha para fugir com um criminoso que nem se deu ao trabalho de aparecer.
— Ele não vem S/n — Danzou gritou de cima de uma pedra e deu um salto parando na sua frente — Não imaginei que meu melhor trabalho me trairia um dia. Ainda bem que te segui até aqui.
— Por que me seguiu ? Eu fiz tudo que você me pediu, lhe trouxe as informações como você queria. Então como se quer sabe que eu fugi ?
— Porque você estava diferente. Sim, voce se deu ao trabalho de esconder muito bem que suas emoções voltaram, mesmo eu achando que elas haviam ido embora para sempre. Mas você não disfarçou uma coisa, o seu brilho. Você tinha um brilho nos olhos S/n, um brilho de quem estava amando de novo. Meus melhores trabalhos não possuem isso, porque para isso é preciso sentimentos e vocês não tem. Aonde eu estava com a cabeça quando pensei que uma menina que já havia sentido coisas como a dor, a perda, o amor, poderia os abandonar para sempre ?
— Eu sou grata a tudo que fez por mim mestre. Mas isso não é algo que eu queira mais. Eu quero tomar as minha próprias decisões, sem que ninguém me influencie. Eu quero ser livre.
— É o que você quer ? Fugir com alguém que nem se deu ao trabalho de aparecer. Entenda S/n ele não ama você. Não te amou no passado, não te ama no presente e nunca vai te amar no futuro. Deixe de besteira e volte comigo para sua vila, sua casa, o seu lar — Danzou esticou o braço erguendo a mão na direção da jovem que exitou em pegar e se afastou.
— Mas você confiaria em mim novamente ?
— Seria preciso um trabalho árduo, e novas técnicas para te deixar perfeita de novo. Eu teria uma missão para você caso aceite voltar, uma missão que finalmente acabaria com todos os nossos problemas e me faria confiar em você novamente. Mas isso depende de você.
— Qual seria essa missão?
— Se quiser voltar para casa S/n, deverá achar e matar o Deidara.
— E por que ela faria isso ? — Deidara apareceu sobre oo céu, voando em seu enorme passaro de argila como aquele sorriso petulante em seu rosto.
— Está será sua missão mais importante S/n. Mate o e volte para seu lar, junto a todos que realmente gostam de você.
— Sera que gostam mesmo? Ou apenas gostam do trabalho que eu faço? Da minha obediência e da minha agilidade ?
— Ela ira comigo — Deidara parou o pássaro ao lado dela esticando sua mão para que ela subisse, mas ela se manteve exatamente do mesmo jeito e não subiu na águia.
— Ele te abandonou a dez anos atrás, por culpa dele seu pai está morto e você quase morreu se eu não tivesse a encontrando. E novamente ele lhe abandonou, não apareceu no horário combinado e te deixou esperando. Mas eu, eu salvei a sua vida quando estava praticamente morta, caída ao lado da cova que você mesma cavou, eu te fiz o que você é hoje S/n e posso te salvar de novo. Mate ele e volta comigo para casa.
— Eu não te abandonei no passado. Eu fui proibido de sair dos muros da vila, era escoltado dia e noite pelos ninjas de lá quando descobriram que eu estava te ajudando. Quando fugi você foi a primeira coisa que eu procurei, mas infelizmente não te encontrei. E agora eu me atrasei, isto é verdade, mas somente porque ele enviou Anbus para armar uma armadilha para mim enquanto eu vinha para cá. Mas como pode ver me livrei de todos eles — ele realmente parecia bem cansado e um pouco machucado — S/n vem comigo.
Antes que S/n pudesse estender a mão a Deidara, Danzou o atacou com suas kunais o que o fez cair de cima de seu pássaro e s/n correu para socorre-lo antes que ele batesse a cabeça no chão.
Ele se levantou rapidamente pegando um pouco de argila em sua bolsa e a dando a boca na palma de sua mão para que se misturassem com seu chakra. Ele criou pequenas aranhas que mandou discretamente na direção de Danzou e outra escultura maior para causar uma distração. Mas como ja esperado por S/n nenhum dos dois ataques de Deidara funcionou contra seu mestre.
Deidara partiu então para outros contra golpes, usando explosões cada vez maiores e mais precisas e se concentrando completamente no seu novo rival. S/n com medo do que poderia acontecer a Deidara resolveu interfiri na luta a favor de seu grande amor.
A luta dos três duraram horas, Danzou era extremamente forte e ágil, mil vezes a mais que ela, o que já era esperado já que ele era o seu mestre e a ensinou tudo que ela sabia, mas ele não a ensinou tudo que ele sabia.
A noite logo caiu escurecendo aquela floresta sombria tornando a luta ainda mais complicada do que já era. Deidara e Danzou lutavam para matar um ao outro, queriam levar a garota com sigo custe o custar, mas S/n não queria isso, não queria a morte de nenhum dos dois, queria apenas ir embora em paz com seu amor, mas sem precisar matar seu mestre para isso. Ela interferiu a favor de Deidara porque ele era seu grande amor e sabia que talvez ele não fosse palho para seu mestre, mas ela seria incapaz de matar o homem que a salvou de seu desespero, o homem que a salvou da morte. Assim como ela seria incapaz de realizar a missão que Danzou a deu de matar o grande amor da sua vida.
S/n sabia dos erros de Deidara, sabia o que ele fez no passado, sabia o quanto ele a magoou. Mas ela sabia que a culpa não era só dele, ela se deixou iludir pelas palavras bonitas dele no passado, ela sabia o que suas ações causaram a ela e seu pai caso fosse pega, ela aceitou roubar aquele jutso, ela aceitou tudo que ele falava a ela. Se tinha alguém errado nesta história era ela, pois foi ela quem se permitiu passar por tudo que passou.
Assim como Danzou que a transformou em uma arma de combate e tirou suas emoções, ela se permitiu isso. Ela fora com ele para a vila da folha, ela aceitou sua ajuda, ela aceitou os treinos desumanos que ele a passava. E foi ela quem matou aquelas 43 pessoas com quem ela dividiu o seu último ano. Foi ela quem se livrou de tudo que podia sentir, ela se fez a arma perfeita de Danzou e passou a viver a vontade e escolhas dele. Se ela tivesse que culpar alguém, com certeza era ela mesma, porque ela quem se permitiu passar por tudo que passou.
Mas agora acabou, ela estava cansada. Fez a vontade de Deidara no passado e as de Danzou em seu presente, ela deveria agora ser dona das suas próprias escolhas e descidir ela mesma seu futuro, pensar com sua própria cabeça e se dar as sua próprias opções.
Respeitava Danzou por tudo que ele a fez, mas não voltaria com ele. Amava Deidara do fundo do seu coração e por isso iria embora com ele. Ela o amava e não suportaria mais viver longe dele, queria passar o resto de sua vida ao lado dele como planejavam ainda quando crianças, ela tomou sua decisão baseada no que ela queria, fugiria com seu grande amor e nada mudaria isso. Ou mandaria?
Em meio aquela luta sem fim, Danzou usou um jutso de distração que distraiu Deidara o fazendo cair em sua armadilha e assim liberando mais de vinte kunais e shurikens que o atingiria em seus pontos vitais, vendo aquilo S/n se moveu o mais rápido que pode ficando a frente de Deidara e sendo ela atingida pelas armas ninjas caindo com força no chão. Ela salvou a vida dele, mas desta vez por escolha dela, ela se deu a opção de o salvar ou assistir e ela escolheu a de salvar sua vida.
— O que você fez ? — Deidara agarrou o corpo ensanguentado da amada que estava no chão — Por que fez isso?
— Porque eu não podia ver você morrer — ela falou com dificuldade e em seguida tossiu sangue — Nenhum de vocês dois.
— Do que você está falando ? — Danzou se aproximou lentamente sem deixar nenhuma emoção a mostra, seu rosto era de indiferença a morte de sua subordinada.
— Eu não deixaria a pessoa que me salvou morrer, não se eu pudesse evitar — ela virou a cabeça lentamente para seu mestre — Obrigada por tudo que você fez por mim mestre Danzou, obrigada por salvar a minha vida — mas ele não respondeu, apenas manteve o silêncio enquanto a observava perder suas vida aos poucos.
— Você não deveria ter feito isso — Deidara dizia a ela já debrussado em lágrimas pela vida da mulher que ele tanto amava está sendo perdida bem na sua frente e ele novamente não poder fazer nada.
— Mas eu tô tão feliz — ela sorriu para ele limpando as lágrimas que escorria em seu rosto — Eu finalmente fiz minha própria escolha, por minha vontade. Eu estou me sentindo tão livre agora, eu pude escolher como eu queria morrer e não morri pela escolha de outras pessoas, foi pela minha.
— Como pode se sentir feliz se está morrendo ? — Deidara entendia perfeitamente o que sua amada dizia, só não queria aceitar aquele fim tão trágico. Finalmente tinha a encontrado, poderia dar a ela a vida que a prometeu, mas agora isso jamais aconteceria.
— Porque eu escolhi morrer, foi minha escolha. Eu estou partindo nos braços do homem que eu tanto amo e não poderia me sentir mais feliz que isso, de todas as formas que pensei que morreria essa foi a única que não passou pela minha mente. Deidara, Eu Te Amo.
— Eu também Te Amo Muito — Disse ele entre soluços e lágrimas.
— É muito bom — ela disse baixo e com dificuldade enquanto seus olhos começaram a se fechar sozinhos — Finalmente ouvir isso.
E ali diante do homem que ela devia toda sua gratidão e nos braços do grande amor de sua vida, ela partiu em paz com um sorriso no rosto feliz por ter acabado assim.
Danzou não disse uma palavra se quer, apenas abaixou a cabeça é partiu sem dizer nada ou demostrar o menor arrependimento. Mas ele havia sim sentindo profundamente a morte da garota que ele criou como sua filha, a sua forma é claro.
E Deidara permaneceu ali com o corpo da pessoas que ele tanto amava, o corpo da mulher que ele tanto desejou sua vida inteira, morta em seus braços. Ele chorava em lamentações se desculpando por tudo que a fez no passado mesmo sabendo que isso já não adiantava mais. Ele permaneceu ali com ela em seus braços já sem vida enquanto se despedia pela última vez do seu grande amor.
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