O primeiro a ter que ir foi Logan, sua viagem seria no dia seguinte. Eu o conheço já faz anos, nossa amizade sempre foi a melhor. Ele é o melhor.
Eu contava tudo pra ele, era como um irmão de outro sangue, me doía não poder contar sobre a estranha revelação que eu tive poucos dias antes, mas doía mais ainda não poder incluí-lo na minha aventura. Ele sempre esteve comigo e eu sempre estive com ele, éramos a dupla de ouro.
Saímos juntos pela cidade uma última vez, ele planejou todo o trajeto. Andamos muito para no final chegar em frente à um shopping, seria um local qualquer se não fosse o lugar que eu o conheci. Sem eu sequer sentir, eu estava chorando e ele me abraçando.
- Não fica assim, Sam. Eu sempre serei seu irmão e estarei junto contigo pra te encher o saco, mesmo que você não queira! - disse ele enquanto eu retribuía o abraço - Sem contar que nada irá mudar entre nós, só a distância de nossas casas.
Com um sorriso forçado, concordei, era verdade, afinal: nada mudaria além disso, ele era meu melhor amigo, pra sempre.
Com as costas da mão, limpou as lágrimas em meu rosto. Logan não era mais alto que eu, por isso era fácil o abraçar, e eu o fiz denovo.
Chegando em casa me joguei na cama. Quando Alice me chamaria? Eu seria capaz de atravessar a barreira sozinha novamente? Me perguntei isso até não aguentar mais a ansiedade e voltei ao parque, às duas árvores.
Dessa vez me concentrei em meus sentimentos mais profundos. Eu sentia tristeza, mas a vontade de ver o grande pátio de pedra era maior.
Quando passei pelas árvores, senti o mesmo aperto: eu tinha conseguido. Foquei em deixar meus olhos abertos dessa vez para ver o que aconteceria.
Me vi caindo, como se eu estivesse saltando de paraquedas mas sem o mesmo. A vista era linda, um céu rosa estava à minha volta. Dessa vez eu conseguia ver além do grande muro: uma floresta quase infinita, quase. Na linha do horizonte uma nuvem de fumaça subia lentamente, provavelmente feita por uma fogueira.
Quem faria uma fogueira lá e o que mais existia além daquilo? Eu não tinha mais tempo pra pensar nisso, estava caindo rápido demais e me esqueci disso.
Olhei para baixo e vi Alice parada no centro do pátio, claramente nem um pouco preocupada com a minha situação. Eu apenas me apavorava a cada metro que ficava mais perto do chão.
Então, sem aviso prévio, um vulto passou ao meu lado. Mal tive tempo de ver o que era e, de repente, estava são e salva no chão ao lado de Alice.
- Não vai agradecer seu salvador? - perguntou ela - Ele demorou pra aprender à fazer isso em queda livre.
- Obrigado pela exposição, srta. A! - disse em protesto uma voz masculina familiar atrás de mim. E então, tomada pela curiosidade, eu me virei e o vi.
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