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História Destino - Aioros X Saga


Escrita por: Mache

Notas do Autor


Saint Seiya, obviamente não me pertence.

Capítulo 14 - Aioros X Saga


“No céu uma constelação
Escolherá um vencedor
Brilhando não se extinguirá
Até cumprir sua missão
Mostrará a armadura do poder
Revelar o caminho pra vencer, oh yeah
Ah! O céu do amanhã será azul
Me lembrar que essa luz me guiará
Como um sonho
Ah! Em meu coração guardo este céu azul
Que eternamente brilhará”.
Céu Azul – Cavaleiros do Zodíaco.

 

 

Santuário.

Depois que Aioros a deixou sozinha, Mirela não conseguiu pegar no sono. Ela sabia que tinha que descansar, porém, não importava o que ela tentasse fazer para manter a mente limpa e serena. Simplesmente não conseguia. O beijo sempre lhe invadia os pensamentos e ainda sentia o gosto dele em seus lábios. Layla havia saído e a deixado sozinha por algumas horas achando que, assim, lhe daria privacidade e sossego, mas isso não aconteceu.

Andou pelo quarto, sentou na janela, apreciou a vista e até mesmo escutou uma certa confusão se instaurar dentro do santuário de Athena. Nada prendia a sua atenção por bastante tempo. Procurou por livros na estante de seu quarto e descobriu que todos eles estavam escritos em grego. Observou apenas as gravuras até os devolver para o local de origem. Tornou a se jogar na cama, mas o sono não vinha. Bebeu um pouco de água para acalmar a garganta que ainda doía.

Estava quase desistindo quando Layla entrou no quarto com uma bandeja cheia de pães, rosquinhas e frutas. Ela a depositou na cama com cuidado e preparou uma xícara de chá de camomila para Mirela, que aceitou de bom grado.

“Coma algo, mas devagar”. Sugeriu a amiga. “O chá vai deixar você mais calma, te ajudando a dormir”.

“Tenho tantas coisas na cabeça que parece impossível desligar”. Mirela mordiscava um morango extremamente suculento. “Toda vez que eu engulo, sinto como se várias agulhas arranhassem a minha garganta”.

“É normal”. Layla sentou-se com ela. “Você sofreu um trauma muito grande”.

“Eu devo ser maluca”. Mirela colocou o morango na bandeja e bebericou o chá. “Eu não estou pensando exatamente nisso”.

“No que está pensando então?” Layla perguntou por educação, pois já imaginava onde os pensamentos da garota estariam.

“Eu sei que você viu e eu peço desculpas por isso”. Ela segurou firme a xícara esperando que a mesma aquecesse os seus dedos gelados pelo nervosismo. “Estou tentando entender o que está acontecendo comigo”.

“Acho que a senhora está apaixonada”.

“Layla”. Mirela chegou mais perto da mulher. “Eu não sou muito boa nesses assuntos do coração, pois nunca realmente me envolvi com ninguém”. Ela tentou não parecer mais nervosa do que já estava. “Você acha que tem como a cabeça pensar em alguém e o coração em outro?”

Layla pensou naquilo por um momento. Ela também não entendia muito sobre relacionamentos e sobre o amor, nunca tinha se apaixonado. Esteve sempre ao lado de Athena e não tinha tempo para se envolver com ninguém – ou até mesmo olhar desta forma para outra pessoa.

“Não sei, senhorita”. Respondeu com sinceridade. “Eu nunca gostei de ninguém”.

“Sério?” Mirela perguntou incrédula.

Aos olhos de Mirela, Layla era linda. Longos cabelos castanhos claros, pele alva, olhos que lhe lembravam duas jabuticabas de tão escuros e brilhantes. Ela era uma mulher bastante bonita.

“Você é tão bonita”. Disse avaliando-a. “Como ninguém se interessou por você?”

Layla não se achava bonita, apenas uma pessoa normal como qualquer outra. Ela nunca poderia se comparar às deusas do Olimpo. Ela sempre achou Athena a mais bonita, talvez por ser a sua senhora. Mesmo não gostando da deusa do amor, tinha que admitir que a mesma era magnífica e ela não queria nem pensar em Hera, Ártemis e Perséfone, as quais ela já tinha tido o prazer de conhecer e esbarrar no Monte Olimpo.

“Deve ser porque no Monte Olimpo não têm muito servos, apenas servas”. Ela disse dando de ombros.

“Sério?” Mirela se ajeitou melhor na cama para prestar atenção na mulher. “Quer dizer que os homens mesmo são os deuses?”

“Sim”. Ela serviu mais chá para Mirela. “E convenhamos: eles não servem muito para se relacionar”. Ela disse em um sussurro.

“Posso imaginar o porquê”. Mirela voltou a beber o chá.

“Mas respondendo a sua pergunta anterior”. Layla pegou um morango e o comeu. “Acho que se você tem duas pessoas em seus pensamentos, ou melhor, cada um habita um lugar diferente em você, você deve tentar esclarecer o sente por cada um deles. Acredito que aquele que está em seu coração deva ser o escolhido”. Layla a encarou.

Mirela levou os dedos aos lábios. A memória do beijo de Aioros ainda era tão vívida para ela. Não seria justo com ela e com a outra pessoa se ela também não se permitisse experimentar os seus lábios.

“Você está bastante vermelha agora”. Layla tentou esconder o riso.

Mirela levou as mãos ao rosto, evitando olhar para a mulher. Meu Deus! Ela tinha mesmo pensando em beijar outra boca? Se ela não estivesse tão envolvida em tentar mudar as coisas com Aioros e Saga, será que ela teria se envolvido com os dois dessa forma? Se suas colegas estivessem em seu lugar, com certeza estariam se envolvendo com todos os santos de Athena. Esse era o comentário quando estudava.

Mas aquilo não era ficção. Ela não podia beijar todo mundo. Por mais que o seu lado travesso e tarado - que ela mesma não imaginava existir - quisesse muito isso. Passou as mãos pelo cabelo e voltou a encarar Layla, que a observava, bastante atenta, a cada movimento dela.

“Minha cabeça foi longe”. Ela disse timidamente.

“Sua cabeça foi parar no beijo dado pelo cavaleiro de Sagitário”. Layla não pode deixar de sorrir ao observar a expressão no rosto dela. “Não precisa esconder isso”.

“Eu não posso esconder isso de você, afinal, você estava aqui”.

“Eu tentei não ver, mas foi impossível”. Layla estava sem graça. “Vocês fizeram uns barulhos”.

“O quê?” Mirela lutava para não esconder o rosto no meio dos travesseiros. “Como assim barulhos?”

Agora era a vez de Layla ficar vermelha. Ela não sabia como explicar ou como dizer o que tinha escutado e visto. Era algo pessoal dos dois. Ela pegou uma maçã e a mordeu, tentando se concentrar no gosto doce da fruta.

“Se você está assim, tão calada, deve ter sido vergonhoso demais”. Constatou Mirela.

“Não é isso”. Layla tentava pensar em algo. “Só foi algo meio que pessoal de vocês e eu meio que acabei invadindo a privacidade…”

Mirela tacou uma almofada em Layla, assustando-a. As duas se olharam e caíram na gargalhada. Elas ficaram assim, rindo e despreocupadas por um tempo, até alguém bater à porta. Layla foi a primeira a se ajeitar. Ela colocou os fios de cabelo de volta atrás da orelha e ajeitou a roupa antes de atender a porta.

Assim que seus olhos escuros se encontraram com os de Aioros e Saga, ela sentiu uma vontade enorme de voltar a rir, porém, se controlou trincando os dentes.

“Um momento, por favor”. Pediu com educação.

Mirela, que encarava a porta com curiosidade, não pôde deixar de ficar rígida ao ver os dois na soleira. Ela pigarreou e se arrependeu imediatamente ao sentir a dor na garganta, mas tentou ignorá-la. Layla fez um gesto para que ela se arrumasse e assim ela o fez. Alguns segundos depois, a amiga fez um gesto para que os dois homens entrassem no quarto.

O primeiro que entrou foi Aioros e, logo em seguida, Saga. Os dois estavam estranhos ao ver de Mirela. Saga parecia mais frio do que o habitual e Aioros tinha uma expressão nada usual. Ele sempre era tão alegre e descontraído, mas agora parecia aborrecido e até um pouco tenso. Será que era devido ao beijo que eles haviam dado? Sentiu um frio estranho na barriga.

“Como se sente?” Perguntou Saga, tentando não mostrar tanto interesse em sua voz.

“Estou melhor”. Mirela não queria olhar nos olhos de Aioros. “O que houve?” Resolveu focar somente no geminiano, assim não ficava com tanta vergonha.

Aioros chegou perto dela, sentando-se na beirada de sua cama. Isso acabou com a sua ideia de evitar os olhos dele. Aquele verde intenso a deixava maluca. Teve que se controlar para não morder os lábios ao pensar no beijo deles.

“Estamos aqui para lhe avisar que Shion nos encarregou de cuidar de você”. Foi direto ao ponto. O sagitariano estava incomodado com a presença de Saga. Ele queria ter dado aquela notícia sozinho, mas o amigo disse que iria junto, já que era trabalho dele também. “Shion disse que, por sermos mais próximos, você seria nossa incumbência”.

“Eu não quero atrapalhar”. Mirela estava começando a ficar nervosa. É claro que ela queria passar mais tempo com os dois, mas não nessas condições. Queria que fosse algo natural. “Não gosto de me sentir assim”. Ela disse mais para si mesma.

“Sente-se como?” Saga perguntou antes que Aioros pudesse falar alguma coisa. “Te incomoda a nossa presença?” Ele não diria que a presença dele incomodava Mirela. Não daria esse gostinho a Aioros.

“Não”. Ela tratou de esclarecer as coisas. “Não foi isso que eu quis dizer”. Mirela sentia-se um pouco boba por dizer aquilo. “Eu queria que as coisas fossem naturais entre a gente. Não queria que fosse algo imposto, forçado, sabe?”

Layla, que apenas observava a conversa de longe, arregalou os olhos ao escutar o que ela estava dizendo. Mirela estava começando a deixar os seus sentimentos expostos daquela maneira. Mas uma vez Layla sentiu que estava invadindo a privacidade da amiga.

“Nosso dever é proteger você”. Aioros disse de forma convicta. “Ninguém está nos forçando a nada”. Ele segurou as mãos dela.

Saga não gostou nada do que estava vendo. Quem Sagitário achava que era para ter esse tipo de intimidade com ela? Imediatamente ele pensou no beijo que os dois haviam dado. Fechou os punhos com força.

“É isso!” Mirela levantou-se e começou a andar em círculos. Estava muito ansiosa e nervosa para ficar parada. “Não quero ser uma obrigação ou dever de ninguém”.

“Não estou com você por dever ou obrigação”. Saga tinha entendido o que a estava incomodando. “Estou aqui porque quero. Porque gosto de estar contigo”.

Mirela parou de andar, encarando-o. Ele estava perto da estante de livros. Apesar de parecer descontraído, era notável pelos seus punhos que algo o incomodava. Ela queria muito descobrir o que o deixava daquela forma.

Aioros respirou fundo, levantando-se da cama.

“Por mais que seja uma ordem, é sempre um prazer poder ficar ao seu lado, Mirela”. Ele também sabia jogar esse jogo. Aioros encarou Saga e esboçou um sorriso torto para o amigo. “Estamos juntando o útil ao agradável”.

Era só imaginação de Layla ou ela estava vendo uma competição dos dois homens pela amiga? Era quase palpável a tensão no ar entre os dois.

“Vocês acham que o que aconteceu pode acontecer de novo?” Tentou mudar de assunto.

“Com certeza”. Saga falou ainda encarando o amigo. “Estamos providenciando para que isso nunca mais se repita”.

“Nesse momento, todos estão trabalhando para que se descubra quem fez isso com você”. Aioros falou de forma séria. “Não se preocupe, vamos resolver tudo”.

“Não tenho medo por mim”. Mirela já tinha dito isso a ele antes. “Tenho medo por vocês”.

“Você não tem medo de morrer?” Saga perguntou, incrédulo.

“Não. Eu não tenho”. Ela disse especificamente para ele. Ela podia ver os olhos dele ficando sombrios. “Já aceitei o meu destino”.

“O quê?” Aioros a puxou para encará-la. “Como assim aceitou o seu destino?”

“Tem alguma coisa que você não nos disse?” Saga se aproximou dos dois. Ele não gostou da forma como Aioros a puxou, entretanto, o que ela disse tinha chamado a atenção dele. “O que te faz ter tanta certeza que morrerá?”

“Eu só aceitei que isso fosse possível de acontecer quando entendi onde eu estava e o motivo de estar aqui”. Ela disse dando de ombros.

“Já que tocou nesse assunto, por que não nos conta o verdadeiro motivo de estar aqui?” Perguntou o Sagitariano. Já estava mais do que na hora dela dizer a verdade para ele. “Acho que já provei ser digno de sua confiança”.

“Não a pressione”. Saga se intrometeu. “Se ela pudesse falar, já tinha falado”. Ele não deixaria que Aioros a pressionasse e a forçasse a falar sobre o seu irmão e o plano deles. Não queria dar esse problema a ela e causar um tumulto dentro do santuário, desnecessário no momento.

“Eu não estou pressionando”. Falou indignado. “Só quero que ela saiba que, seja o que for, eu posso ajudá-la”.

“Você já ajuda demais, não acha?” Saga disse de forma irônica.

“O que você quer dizer com isso, Saga?” Aioros começava a ficar nervoso.

“Parem com isso!” Mirela se meteu no meio dos dois. Ela podia sentir o cosmos de ambos se agitarem, e aquilo a deixou com muito medo. “O que eu tinha para fazer aqui, eu já fiz”. Mirela colocou uma mão no peito de Aioros e a outra no de Saga. Ela queria manter os dois afastados. “Por isso eu falei que Athena estava enganada a respeito do que ela me pediu”. Ela sentiu os músculos dos dois relaxarem sob as suas mãos. “Não quero ter o desprazer de vê-los brigar, ainda mais por causa de uma bobeira”.

Saga foi o primeiro a se afastar. Ele não gostava de perder o controle, ainda mais na frente dela. Contudo, o que o fez se afastar mesmo foram as palavras dela. Ela realmente acreditava nele. As palavras que ela havia lhe dito em seu leito de morte eram verdadeiras. Aquilo lhe aqueceu por dentro. Se Aioros não estivesse ali, ele a beijaria.

“Desculpe-me”. Aioros não gostava de irritá-la e muito menos agir de forma agressiva. Ele não era um moleque. “Eu não queria perder o controle”. Aioros olhou para Saga um pouco mais tranquilo. “Vamos fazer um rodízio”. Ele acrescentou olhando para ela agora. “Esta noite Saga ficará por aqui, e na próxima será eu”.

“Não preciso de guarda-costas”. Ela disse ligeiramente irritada. “Vocês podem ficar nas casas de vocês”.

“Sinto muito”. Foi a vez de Saga falar. “Apesar de estar com você ser um prazer, cumpriremos com os nossos deveres e eu espero que você não tente nos atrapalhar”.

Mirela o encarou, incrédula. Há alguns segundos, Saga e Aioros estavam quase brigando. Mas agora eles estavam de mútuo acordo. Como as coisas mudavam rápido entre eles! Ela não conseguia entender os homens. Pelo menos o clima entre eles tinha suavizado um pouco.

“Façam o que quiserem”. Falou irritada. “Se quiserem ficar os dois na minha porta, tudo bem, eu não me importo. Só não se matem!”

Ela foi até a porta, abrindo-a e indicando que aquela conversa havia acabado entre eles. Saga queria ficar e conversar com ela, mas não ousaria ser um incômodo. Voltaria para casa e se prepararia para passar a noite ali, com ela. Essa seria a sua chance para esclarecer as coisas. Ele a olhou mais uma vez e foi embora sem nem, ao menos, esperar por Sagitário.

Aioros, por sua vez, ficou ali esperando que Saga fosse embora.

“Aioros, eu quero ficar sozinha”. Ela falou quando viu que o mesmo não estava saindo. “A gente pode conversar mais tarde”.

“Eu sei”. Ele disse um pouco chateado. “Eu só queria que você me desculpasse por ter agido de forma estúpida com você e até mesmo com o Saga”.

Mirela revirou os olhos. Era muito difícil ficar irritada com ele. Ela foi até ele e o abraçou. No primeiro, momento Aioros se assustou com o gesto dela, mas depois ele retribuiu o abraço com carinho.

“Eu estou irritada, mas não é com você ou com o Saga”. Ela beijou a bochecha dele com carinho. “Eu só não quero ter que ser salva por vocês”.

Ele entendia o que ela queria dizer.

“Eu vim aqui para salvar vocês, e não para ser salva”.

“Eu sei”. Ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. “Você não se dá conta do que já fez por nós?”

“Eu não fiz nada”. Ela disse triste. “Quero fazer tantas coisas por vocês”.

Aioros sorriu com a ingenuidade dela. Ela já tinha feito tantas coisas no santuário. Até Saga estava diferente. Ele participava mais e se permitia conversar com os outros cavaleiros. Antes, ele estava muito arredio e solitário. Ele mesmo se sentia mais próximo do cavaleiro de gêmeos, por mais que eles brigassem, o que era natural aos seus olhos. Nem sempre eles concordariam com tudo, e Aioros sabia que Saga gostava de Mirela, por mais que ele não admitisse.

“Eu me sinto um homem mudado desde o dia em que você apareceu”. Ele beijou a testa dela com carinho. “Vou deixar você sozinha. Não se cobre muito”.

 

 

 

 

 

 

Mirela o observou ir embora e deixou seu corpo cair pesado na cama. Olhou para o teto e suspirou. O que ela faria com aqueles sentimentos que brotavam dentro dela? Por que ela tinha que ter se apaixonado pelos dois? Por que não podia simplesmente gostar de Aioros e só? Seu coração pulava no peito só de imaginar que, dali a algumas horas, Saga estaria do outro lado da porta. Será que ela conseguiria manter os sentimentos por ele fechados em seu coração? Sentiu a mão de Layla em seus cabelos. Ela os penteava com carinho. Nem percebeu quando adormeceu.



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