História Destino - Capítulo 17

Meu coração batia acelerado, podia ouvi-lo nitidamente. Eu não sabia o que pensar, minha cabeça estava a mil.

– O que você vai fazer? -Ino perguntou.

– Eu não sei, estou confusa. - disse ainda pensativa. - Eu tenho que ligar para o Sasuke. - murmurei olhando para o meu celular. - É isso! Preciso falar com ele.

– Agora? Sakura vocês brigaram agora pouco, não acha que ele está furioso com você? - perguntou me olhando.

– Não interessa Ino, Sasuke matou alguém! - exclamei nervosa.

– Ele precisa atender. - procurei seu número, ligando em seguida.

– O que você vai falar com ele? Não acha que esse não é o momento mais adequado para você ligar para ele?

– Não. Eu não sei Ino, não sei o que vou falar, mas ele precisa atender.

– Droga! - joguei o celular na cama com força. - Ele não atende!

– Lógico, ele não quer falar com você, vocês acabaram de brigar. - Ino disse como se fosse óbvio, mas em minha cabeça não era motivo suficiente para ele bancar o garoto revoltado agora.

– Não é hora para Sasuke ficar revoltadinho Ino, ele supostamente matou alguém. - disse irritada.

– Supostamente? Não está mais que óbvio? - perguntou, confusa.

– Eu prefiro acreditar que ele ainda possui um pouco de juízo, e não saiu por aí matando ninguém.

– Ele só atende quando quer, garoto irritante. - murmurei irritada.

– Conheço alguém muito parecida. - Ino disse irônica.

– Eu vou ignorar esse seu tom irônico. - disse revirando os olhos. - Eu acho que vou enlouquecer. - fechei os olhos com força.

– Calma Sakura, vai dar tudo certo, você vai ver. - Ino disse sentando ao meu lado.

– Não, não vai Ino. - disse a olhando. - Toda vez que eu tento me livrar do Sasuke, alguma coisa o trás de volta para minha vida. - Suspirei, cansada.

– É o Destino, ele quer que vocês fiquem juntos. - sorriu.

– Quer saber? Já estou cheia do Destino. - disse cansada. - Se Sasuke não quer me atender, vou ficar um tempo fora. - disse séria.

– O que?! Para onde você vai? - Ino perguntou alarmada.

– Vou ficar umas semanas na casa da minha mãe, até eu melhorar.

– Você vai fugir do Sasuke?

– Não Ino, pela primeira vez eu vou pensar antes de ir falar com Sasuke, preciso colocar meus pensamentos em ordem. - disse a olhando. - Se formos conversar agora, iremos brigar, e eu já estou cheia disso.

– Finalmente. - Ino disse levantando os braços.

– Finalmente o que? - perguntei confusa.

– Parece que finalmente você está usando a razão, acho que vai ser ótimo você ir ver sua mãe, já que ela é a única que você escuta. - sorriu.

– Sim, amanhã eu ligo para o Sorata e peço para aquele idiota vir me buscar.

– Ele não estava viajando?

– Não, ele já voltou. Mas agora preciso dormir, minha cabeça está cheia. - deitei na cama, me cobrindo.

– É você está certa, acho que eu também preciso. - disse apagando a luz. - Boa noite.

– Boa noite, Ino. - fechei os olhos.

Eu precisava me afastar de tudo e de todos, principalmente de Sasuke.

Minha cabeça parecia que estava girando, e várias imagens de Sasuke a rondavam. Imagens dele mais jovem, voltando para sua atual aparência. Por mais que eu não gostasse de Sasuke, eu não queria que ele se tornasse alguém mau.

Eu não conseguia entender o porquê dele matar Sasori por mim.

"Eu não tive culpa!"

"Eu teria te ajudado sim!"

As palavras de Sasuke, da nossa discussão mais cedo, voltavam para me confundir. Eu estava confusa. Se Sasuke matou Sasori quer dizer que ele realmente não tinha culpa, que ele...

"Porque você simplesmente não acredita que eu me importo com você?"

... Se importa comigo.

Não! Eu estava ficando louca, ele precisa ficar longe de mim, não posso deixar Sasuke entrar na minha vida.

Logo senti meus olhos pesarem, levando-me para o mundo dos sonhos.

Acordei sentindo os raios solares invadirem minha janela. Cocei meus olhos, acostumando-me com a luz solar. Me levantei com a ajuda da muleta, o que era realmente desconfortável.

Entrei no banheiro, indo tomar banho.

Saí do banheiro enrolada na toalha, tomando cuidado para não escorregar.

Vesti uma camisa verde água soltinha, uma saia azul marinho e calcei uma sapatilha bege. Sequei meus cabelos os deixando soltos, borrifei um pouco do meu perfume, enquanto pegava minha bolsa.

– Bom dia! - Ino disse animada.

– Bom dia! - respondi.

– Não vai levar nenhuma mala? - Ino perguntou confusa.

– Não, eu já tenho roupas lá, acho que o Sorata já está chegando, mandei uma mensagem para ele.

– Já tomou seus remédios? - perguntou sentando a mesa.

– Vou tomar depois do café da manhã. - disse colocando um pouco de suco no copo.

– Hoje a empresa está fechada. - Ino disse tomando seu chocolate.

– Estão de luto pelo Sasori. - continuou.

Eu não sabia o que eu deveria sentir. Ele tentou me matar, eu não iria dizer que sentia muito. Acho que sentia um certo alívio, mas não gostava de sentir isso, porque querendo ou não, ele era um ser humano, ele merecia viver, mesmo sendo mau.

– Hum. - murmurei por fim, dando uma mordida na minha torrada.

– Os funcionários foram convocados para irem ao enterro. - Ino disse olhando-me receosa.

Sorri em escárnio, era só o que me faltava.

– Eu acho que os funcionários precisam ir, mas eu me demiti, então estou oficialmente livre de qualquer coisa que envolva aquela empresa ou Sasori. - disse tomando um gole de suco.

Senti meu celular tremer, avisando que Sorata estava lá em baixo.

– Bom, Sorata chegou, até daqui a algumas semanas. - disse apoiando nas muletas. - Tchau Sah, sentirei saudades. - abraçou-me.

– Eu também. Tchau Ino. - sorri entrando no elevador.

– Estou oficialmente livre de tudo por duas semanas. - murmurei sorrindo, saindo do elevador.

Sorata estava mais a frente, parado em frente ao seu carro, sorrindo.

– Oi sonsa. - disse me abraçando.

– Oi sonso.

– Você foi atropelada por um caminhão por acaso? O que aconteceu? - perguntou sarcástico, mas sabia que esse era o seu jeito preocupado.

– Longa história, o que você precisa saber é que um idiota bateu no meu carro e que eu estou bem.

– Hum. - murmurou desconfiado.

– Vai continuar aí parado ou vai abrir a porta para mim? - perguntei sarcástica.

– Idiota. - murmurou emburrado, abrindo a porta.

– Obrigada, muito cavalheiro. - debochei.

– Acho que deveriam enfaixar sua boca, assim você calaria a boca. - debochou.

– Idiota. - revirei os olhos.

– Olha, deixou o cabelo crescer. Prefiro assim. - disse bagunçando seu cabelo, enquanto dirigia.

Sorata tinha os cabelos castanhos escuros, olhos da mesma cor, pele clara, alto, não muito forte e era mais velho que eu. Mesmo não tendo a mesma cor de cabelos e olhos, éramos muito parecidos.

– E como está a Dona Mebuki? - perguntei mexendo no seu carro, procurando bala.

– Bem, mas vai surtar quando te ver assim. Ei não mexa aí!

– Relaxa, vou explicar tudo para ela e pronto. Por que não posso mexer? Eu quero bala. - disse ainda mexendo nas coisas.

– Não tem balas aí, toma eu tenho chocolate. - sorri, tomando o chocolate da sua mão.

– Liga esse som, que carro mais silencioso. - disse comendo o chocolate.

– Você que pediu. - sorriu.

O carro logo foi invadido pelo ritmo do Skrillex. Meu irmão adorava música eletrônica, uma das razões por eu também adorar.

– Está muito alto! - gritei, quando ele colocou no último volume. - Abaixa um pouco! - gritei o vendo aumentar mais, ele sempre fazia isso para me irritar.

– Sorata!

– Tá bom! - sorriu zombeteiro.

– Sonso. - disse o olhando entediada, enquanto o mesmo sorria.

Abri a janela, quando Sorata aumentou a velocidade. Sorri sentindo o vento bater contra meu rosto.

Não demorou muito, e chegamos em frente ao prédio. Sorri olhando o meu antigo prédio.

Sorata abriu a porta para mim, me pegando no colo, enquanto eu segurava minhas muletas.

– Você está pesada. - disse zombeteiro.

– Está me chamando de gorda, seu idiota? - perguntei irritada.

– Sim. - debochou.

– A culpa não é minha que você é um palito em forma de gente. - sorri sarcástica.

– Sonsa!

– Sonso!

– Vamos logo, quero ver a minha mãe. - disse ansiosa, entrando no elevador.

– O elevador não vai fugir.

– Engraçadinho você, hein? - revirei os olhos.

Toquei a campainha sorrindo, enquanto Sorata me colocava no chão.

– Sakura! - minha mãe sorriu, abrindo a porta.

Mebuki Haruno, tinha os cabelos rosados, olhos verdes, pele clara, corpo curvilíneo e era a melhor mãe do mundo. Éramos muito parecidas, não só fisicamente como também emocionante.

– Mãe! - a abracei fortemente. - Estava com muita saudade. - sorri.

– Eu também. - me abraçou, beijando meu rosto. - Mas o que aconteceu com você? - perguntou preocupada. - Está machucada.

– Não foi nada mãe, não precisa se preocupar, só foi um pequeno acidente.

– Sorata entra logo e para de brincar com as muletas da sua irmã. - minha mãe disse entediada.

– Ele é idiota. - disse sentando no sofá.

– Cala boca, retardada. - disse ligando a televisão, colocando em chaves.

– Podem parar com isso vocês dois. - nos repreendeu.

– Mas como foi esse acidente, Sakura? - perguntou séria.

– Um idiota bêbado bateu no meu carro, mas está tudo bem. - Não podia dizer que Sasori era o mandante do meu acidente. - Só tive essa leve torção no pulso e no tornozelo, nada de mais. - sorri levemente, a tranquilizando.

– E você está fazendo os curativos corretamente, ou está fazendo tudo de qualquer jeito, com preguiça? - perguntou verificando meus curativos, minha mãe era enfermeira.

– Eu estou bem, mãe. É sério. O Sorata me disse que você estava de folga durante esses dias e resolvi passar um tempo com vocês. - sorri.

– Que bom, achei que iria demorar mais para me visitar, estava com saudades. - disse séria.

– Eu também mãe, sabe como eu te amo, né? - a abracei, a enchendo de beijos.

– Eu também te amo. - sorriu.

– Mãe vamos no meu quarto, preciso falar com você. - disse olhando pro Sorata.

– E por que eu não posso ouvir? - perguntou desconfiado e curioso.

– Por que não é da sua conta. - disse levantando com a ajuda da minha mãe.

Entrei no meu quarto o vendo do mesmo jeito que eu deixei. As paredes eram creme, preferia um roxo mais minha mãe falava que era muito escuro e que um quarto tinha que ser claro. Minha cama, guarda roupa e criado mudo eram em lilás. Sentei na cama, com a minha mãe ao meu lado.

– Mãe, preciso de um conselho.

Suspirei, encostando meu corpo na cama.

– É sobre um certo garoto, chamado Sasuke? - sorriu.

– Como você... Ino. Foi a Ino não foi? - perguntei entediada.

– Sim, ela me contou que ele voltou, mas só contou algumas coisas.

– É, ele voltou. Mas ele está tão diferente, mãe.

– Diferente como? - perguntou.

– Ele não é mais o mesmo garoto que me irritava a alguns anos. Você lembra como ele me irritava, né? - perguntei a olhando.

– Lembro. - respondeu.

– Então, desde que ele voltou, a Ino não para de falar que eu preciso deixar ele entrar na minha vida. Por que ele está diferente, está mudado, além de se mostrar bastante preocupado comigo.

– Mas você sabe o que eu acho sobre isso, por que eu o deixaria entrar, para depois ele me magoar? - perguntei.

– Sakura, não é só porque o meu casamento com o seu pai não deu certo, que não dará certo com você. - disse séria, me olhando.

– Eu tenho medo, mãe. Medo que eu me magoe. Que ele me magoe.

– Sakura, você precisa viver mais, não deixe que o medo te impeça de fazer isso. E mesmo que não dê certo, não se apegue às coisas ruins, mas sim as boas. - respondeu, sorrindo.

– Obrigada mãe. - agradeci. - Você é a melhor mãe do mundo, tem os melhores conselhos que eu poderia querer. - a abracei. - Eu te amo. - sorri.

– Eu também te amo. - sorriu. - me encheu de beijos, me fazendo rir.

– Mas vamos levantar, por que temos duas semanas inteiras para aproveitar. - sorriu.

– Vai ser as melhores semanas da minha vida. - sorri, vendo Sorata entrar no quarto.

– Vamos para o shopping depois do almoço, e o Sorata vai dirigir. - disse sorrindo, o abraçando também.

– Eu amo vocês. - sorri.