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História Destino - Capítulo Um


Escrita por: BluePuddin

Capítulo 1 - Capítulo Um


 
Me levantei da espreguiçadeira assim que comecei a sentir minha pele arder e subi pro meu quarto, encontrando meu irmão no mesmo corredor. 
-Espero que não se atrase para o almoço. - Assenti, já abrindo a porta. - E para o jantar, você tem saído muito ultimamente. 
-Sim, sozinha. Vou estar aqui, não se preocupe. - Dei ênfase no "sozinha" e fui tomar banho, quando sai já eram onze horas. 
Peguei um vestido simples, meu livro favorito e uma bolsinha, saindo antes que alguém me parasse pra falar daquele almoço de novo.
Depois de cinco anos, meu irmão resolveu parar de frescura e pediu a namorada em casamento, me surpreendeu, mas me acostumei com a idéia de ser a única solteira, já que minha irmã estava com um deus grego mais que perfeito pra ela, e nessa mesma época acabamos morando todos num casarão enorme. Então desde essa coisa de nós morando na mesma casa e todos comprometidos, minha vida ficou dividido em duas partes, uma destinada a livros e a outra às tardes que passo na cafeteria que abriu perto daqui. 
Dei um tempo do pessoal do trabalho também, gosto de festas, principalmente as que eles vão, mas ultimamente com a correria da cerimônia, tenho preferido ficar sozinha, quieta com meu livro na mesa do cantinho da cafeteria.
Não tinha fila, na verdade não tinha que ninguém lá, só um cara com uma fatia inacabada de torta e um livro aberto. Ele era bonito, muito, mesmo que não desse pra ver seu rosto direito pra confirmar. Tinha cabelo castanho, suavemente repicado, mais curto atrás, com uma franja grande o suficiente pra cobrir toda a testa. Acho que ele não ficaria tão bem de topete quanto com esse corte.
Tropecei numa mesa por não parar de encara-lo, e ele levantou a cabeça e me encarou. Me sentei envergonhada e abri o livro pra esconder a cara. Minha pele não tinha queimado com o tempo que fiquei no sol, mas com os segundos que ele me olhou, não duvido que fiquei vermelha. Quando menos esperava, ouvi um prato bater na mesa. 
-Se importa se eu me sentar aqui? - Arregalei os olhos e neguei com a cabeça. Que maravilhoso efeito os asiáticos tem em mim, ainda mais com um sorriso desses. - Abaixe o livro por favor. - Sussurrou, quase me fazendo derruba-lo ao perceber que ainda tampava o rosto com ele.
-Me desculpe. - Sussurrei sem jeito. Foi então que percebi porque ele veio falar comigo. - Também é o seu favorito? - Perguntei apontando para o livro que colocara em cima da mesa. O mesmo livro que o meu. 
-Sorte a minha que é não? - Sorriu, me fazendo sorrir também. 
-Eu... Acho que foi melhor que ambos morressem, pelo menos assim teriam paz, em algum lugar. - Comentei mexendo nas letras em relevo que formavam o título  "Romeu e Julieta".
-Você morreria por quem ama? 
-Não faz sentido lutar até a morte pelo sorriso de alguém e não poder vê-lo no fim de tudo. - Respondi automaticamente. - Você não é daqui. – Mas eu realmente adoraria que fosse... 
-Não, mas estou pensando em me mudar pra cá. – Ele parecia ter lido minha mente. – É uma bela cidade.
-Por que está aqui?
-Um evento que um amigo do meu irmão decidiu fazer, mas como meu irmão estava muito ocupado sendo a definição em pessoa do termo “cafajeste”, ele me mandou no lugar. – Ri. 
-Imagino que você e seu irmão não se dêem muito bem. 
-Nos damos bem o suficiente pra não nos matarmos. 
-Acredito que ele implique pelo jeito que se veste também. – Comentei, observando o detalhe de ele estar usando camisa branca e calça social. Ele riu, comendo uma garfada de torta.
-Ele diz que me visto como um velho. 
-Na minha opinião, você fica lindo com essa roupa. – Sussurrei sem encara-lo. 
-Acredito que você ficaria deslumbrante com um vestido de grife, vermelho e cheio de brilho, mas você não tem noção do quanto fica linda com esse que está agora, justamente por ser simples. – Arregalei os olhos e o encarei, voltando a corar de vergonha. Abri a boca pra tentar falar algo, esperando que ele risse e falasse que estava brincando, mas seu sorriso não me deixava acreditar que estava brincando. 
E ele não estava brincando. 
-Eu não sei seu nome... 
-Jason. E você?
-Abby. 
-É um prazer conhecê-la. 
-O prazer é todo meu. – Ele sorriu mais uma vez e terminou a torta. 
-O que vai fazer essa noite? – Mordi o dedo, quase raspando o esmalte da unha sem querer. Pior dia da minha vida pra ter um jantar marcado! – Desculpe, esqueci que tenho um compromisso hoje com esse amigo do meu irmão a noite também. 
-Podemos almoçar amanhã, também tenho um jantar hoje. – Mordi o lábio, lamentando a perda da oportunidade de vê-lo de novo. Ele seguiu meu gesto, prendendo meu olhar em seus lábios. 
-Namorado? 
-Família. Queria estar dispensada de todos os compromissos que meu irmão inventou essa semana... 
-A semana toda? 
-Não, mas ninguém sabe o que pode acontecer. – Bufei frustrada. Ele riu, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto e a colocando atrás da orelha. 
-Me mande fotos do jantar, aposto que pelo jeito seu irmão vai te fazer usar um vestido vermelho de grife. – Ri, brincando com as pontas do cabelo. 
-Não é vermelho, é azul! – Falei sorrindo.
-Bom, então vai combinar com o terno que vou usar hoje a noite. 
-Seria engraçado se estivéssemos falando do mesmo jantar. – Sussurrei sem parar de sorrir. Sua mão continuava no meu rosto, acariciando minha bochecha de leve. 
-Seria divertido. – Olhei para o relógio na parede atrás dele. Faltavam quinze minutos pro meio dia. 
-Eu tenho que ir. – Disse me levantando. Ele segurou meu pulso. 
-Não esqueça o seu livro. – E me entregou o livro. Mas eu sabia que não era o meu, e sim o dele. Esperto. 
-Vou te ligar, almoçamos juntos amanhã. – Ele abriu a boca pra falar algo, mas depois percebeu que eu já tinha notado que o livro era o dele. – Até amanhã Jason!
-Não posso esperar para vê-la de novo Abby! – E beijou minha mão antes que eu saísse. 
Fui correndo pra casa e subi direto pro quarto pra me trocar antes que alguém me perturbasse pela minha roupa. Encarei meu armário até ouvir a campainha e entrar em desespero. Coloquei um vestido tomara que caia cor de ameixa e calcei um dos saltos novos, uma Anabela preta. Passei um pouco de rímel e gloss cor de rosa. 
Desci as escadas quase tropeçando no tapete, e quase gritei ao ver um certo alguém no meio da sala. 
-Jason! – Ele ficou sem reação ao me ver. 
-Eu sabia que estava certo! – Finalmente falou, sorrindo de orelha a orelha. Coloquei o cabelo pra trás da orelha sem saber muito o que dizer. Meu irmão observou a cena toda como quem queria expulsar o garoto dali por nos conhecermos. 
-Abby, esse é o irmão do Aaron. – Falou ainda tentando descobrir de onde nos conhecíamos, e o que ele queria dizer com “eu sabia que estava certo” acompanhado daquele sorriso lindo. – Ele não pôde vir e mandou o irmão no lugar. 
-Eu sei, ele me contou. 
-Aaron falou com você? – Meu irmão arqueou a sobrancelha.
-Não, eu que contei pra ela. Nos conhecemos agora a pouco na cafeteria. – Jason sorriu, e eu pude sentir no ar que meu irmão não estava gostando daquilo. 
-Então, vamos almoçar? – Falei antes que a briga começasse, os empurrando pra sala de jantar. 
-Tenho que ficar pra esperar os outros, vão na frente. – Falou com certa dificuldade, afinal ele não queria que nós dois ficássemos sem supervisão que eu sei, mesmo assim, fomos.
-Parece que hoje a noite vai ser divertido. – Comentei lembrando da nossa conversa. 
-Parece que seu irmão não foi com a minha cara, isso sim. – Ri, e ele acabou rindo também.
-É só ciúmes básico, não se preocupe. – Parei e me olhei no espelho do corredor. – Acho que não devia ter passado nada na boca... 
-Quer que eu tire? – Perguntou me fazendo encara-lo. Corei, esperando que ele estivesse brincando, de novo. 
-Como? – Sussurrei sem saber o que fazer, e sem saber o que ele faria. Ele me deu um selinho demorado, e depois lambeu meus lábios. No calor do momento, acabei o puxando de volta antes que ele afastasse e o beijando. 
Jason apertou minha cintura e me empurrou contra a parede, quase batendo no espelho. Quando ele quase desceu o beijo pro meu pescoço, ele parou, e encostou a testa na minha, tão ofegante quanto eu. 
-Provavelmente não deveríamos ter feito isso... – Sussurrei tentando recuperar o fôlego. 
-A gente sobrevive. – Riu, mantendo o sorriso quando passei a ponta dos dedos ao redor de seus lábios. 
-Ainda bem que era gloss!
-Com certeza. 
-É melhor irmos logo. – Comentei ajeitando o vestido que estava subindo com aquela ação toda. 
-É, antes que seu irmão queira me matar de vez. 
-Bom, ele tem uma tarde toda pra arranjar um motivo oficial pra isso.



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