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História Destino, acaso ou coincidência? - Facho de esperança e amor


Escrita por: OtakuEscritor

Notas do Autor


Oii, amores. Postei meio atrasado, mas aqui estou eu com o PENÚLTIMO capítulo... Hora de as cortinas se fecharem, infelizmente(?)
Espero que gostem

Capítulo 19 - Facho de esperança e amor


- TEM A VER COM VOCÊ SER GAY?
  - Hã? Como sabe?
  - Eu sou seu pai. Eu sei de tudo - brincou.
  - Já faz um tempo que sinto atração por homens. Mas nada mudou. Ainda sou exatamente a mesma pessoa que vocês conhecem, e odiei ter de guardar esse segredo de vocês.
  - Você tem certeza?
  - Realmente tenho. Faz muito tempo que eu sinto isso. E só agora estou à vontade para falar disso com vocês.
  - É só uma fase?
  - Não.
  - Entendo. Estou feliz por ter me contado... Obrigado.
  - Espera, só isso? Não vai querer me deserdar?
  - E por que faria isso? Não é como se você fosse um assassino, um pederasta ou algo assim. Estou orgulhoso de você. Espero... que você seja feliz... Os dois...
  Assentimos - e eu chorei.
  - Tudo isso... foi necessário...
  Um silvo agudo do aparelho. Por fim, meu pai fechou os olhos. Para sempre. Eu não chorava de tristeza, mas de felicidade - comemorava a vida do meu pai. Vivi o tempo todo com medo da reação dele diante da minha sexualidade, e no fim todo o medo foi algo tão tosco.
  - A morte e a vida são uma só - disse e abracei minha irmã.
  - Uhum. Uma vela se apaga, outra se acende. Agora, somos só nós dois, maninho.
  É engraçado reparar em como a vida tem momentos de luz e escuridão. Em como a tragédia e a insanidade não existem de verdade. E tudo, tudo vale a pena no fim.
  Há, de fato, beleza em tudo. Como escreveu Fabiane Ribeiro em A Menina Feita de Espinhos: "Há beleza na tristeza e na dor, até mesmo na raiva. E há beleza na vida, em suas despedidas e em seus desencontros. E também em suas artimanhas maquiavélicas, sempre adiando a felicidade."

  Trinta de setembro, sexta-feira, o último dia do mês. Estávamos na aula de Língua Portuguesa, minha matéria preferida depois de Filosofia, mas minha mente estava distante. Eu havia falado com a senhora Neite no dia anterior e ela me contou que o Sauan havia lhe dito que estava amando Nova York e que não voltaria para o Brasil tão cedo. Isso me destruiu.
  - Matheus! - a Karla, que sentava atrás de mim, me cutucou.
  - O-Oi?
  - A professora tá te chamando.
  - Ah, s-sim?
  - Traga sua atividade para eu dar o visto.
  - Sim.
  Pus o caderno na mesa dela - eu me sentava na primeira carteira, de frente para a mesa do professor. A Maria Amélia, professora de Língua Portuguesa, vistou meu caderno e mo devolveu.
  - O que houve, Matheus? - ela perguntou. - Hoje você está meio desligado.
  - Desculpe, professora. É que meu pensamento está longe. - Nos Estados Unidos, para ser exato.
  - Tudo bem. É a adolescência.
  - Com licença, Maria Amélia - a coordenadora, Sebastiana, apareceu na porta. - Ligação para o Matheus.
  - E-Eu?
  - Sim. De uma senhora chamada Neite.
  - Com licença, Maria Amélia?!
  - Claro.
  Acompanhei a dona Sebastiana até a secretaria, onde ela me deu o telefone sem fio.
  - Alô, dona Neite.
  - Matheus, preciso que venha para cá urgentemente.
  - O que houve?
  - Não dá para explicar. Preciso... que venha... aqui para casa agora. Pelo amor de Deus, rápido!
  - Tá bem, tá bem. Eu já estou indo. - Desliguei o telefone e me virei para a coordenadora: - Aconteceu algo muito, muito grave com ela, eu tenho de ir ajudá-la. A não ser por mim, ela não tem mais ninguém - menti.
  - Tudo bem. Não se preocupe com seus materiais, guardaremos eles.
  - Obrigado.
  Saí do colégio às pressas. Corri por um tempo, desviando de árvores, transeuntes, animais, lixeiras, parando antes de atravessar ruas, até finalmente chegar ao casarão dela. Toquei o interfone e ela destrancou o portão para mim.
  - Senhora Neite, o que houve? - perguntei quando ela abriu a porta.
  Notei que ela estava bem vestida demais para alguém tão desesperada. Ela usava um vestido vermelho longo, sapatos de salto e o cabelo solto pelas costas. Estava maquiada, com um batom vermelho mais discreto, os olhos pintados com motivos egípcios.
  - Por favor, eu peço que não se irrite, mas nada grave aconteceu. Sente-se, por favor...

- Eu não entendo. Se não aconteceu nada, por que me tirar da aula? Dona Neite, eu estou perto de fazer o ENEM.
  - Eu sei, mas tenho algo para você.
  A porta se abriu.
  - Mãe, cheguei! O que aconteceu de tão grave que a senhora me ligou ontem e me fez voltar dos Estados Unidos e... e... Mamá?
  Virei-me para trás.
  - S-Sauan?
Fora uma artimanha da senhora Neite para nos encontrarmos? Ela disse, a nós dois, que algo urgente estava acontecendo? E assim nos reunimos? Fora isso?
  - Acho que o meu plano funcionou - ela falou, sorrindo.
  Sim, fora isso, mais ou menos...


Notas Finais


E aí, o que acharam? Espero que tenham gostado... Comentem, please ^.^
Ah, quem dera fosse tão fácil sair da escola assim, hein?
(E, obrigado, dona Neite *.*)
Até o próximo - e último :´) - capítulo, meus pimpolhos


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