História Destino (Nomin Version) - O Ponto de Calmaria...

E então o primeiro ano do ensino médio chegou e com ele vieram as responsabilidades para com o time. Treinos pesados, exercícios exaustivos e cansaço triplicado para Jeno e Mark, que quase não tinham mais tempo para nada.

Apesar da fama dos garotos e a exaltação devido à forma como chegaram ali, mesmo sendo tão novos – sendo a maioria dos jogadores alunos do último ano, os assistentes e o técnico do time nunca deram mole para os dois, muito pelo contrário, era exatamente por isso que eles exigiam mais dos garotos.

E o resultado não demorou a chegar.

Jogo de estreia dos novatos:

Time da casa: 2

Visitantes: 0

A didática do treinador era muito simples: entrou no time, nada de ir para o banco e ficar lá até que um jogador titular se machucasse.

 Não.

Ele não queria entulhos desnecessários em seu time, por isso os que chegavam já entravam como titular e se não fossem bem no primeiro jogo... Adeus time secundário!

Mark e Jeno, no entanto, sempre foram uma boa dupla. No primeiro gol, o canadense foi ajudando Jeno a penetrar no campo adversário, com toques e dribles habilidosos, sabendo que estava sendo muito marcado, em um bom passe, Jeno entregou a bola perfeita para Jungwoo – um dos principais atacantes do time – que marcou o gol.

1 x 0 pra casa.

No segundo lance, depois de um quase gol do time adversário, mas perfeitamente defendido por YangYang, a sangue e suor eles novamente invadiram a área adversária, sendo marcado por três zagueiros do outro time, Mark conseguiu passar a bola pra Jeno e este fez um golaço depois de dois dribles suados e uma caneta em Suho – um dos atacantes do outro time.

O jogo fora incrível para os dois e garantiu, de forma perfeita, a permanência deles no time.

-X-X-X-

A popularidade aumentou e a exigência dos técnicos também, mas nada que o Lee não desse um jeito para conseguir um tempinho a sós com seu pequeno.

Parado em frente à porta da casa da família Na, Jeno esperava pacientemente que viessem atendê-lo. Passou a mão por entre os fios do cabelo, sentindo-os ainda molhados devido ao recém banho. Após o treino dessa tarde, o moreno fora correndo para sua casa, banhando-se e arrumando-se em tempo recorde para poder ter mais tempo com o amigo.

_ Nono! Você veio! – assim que atendera a porta e deparara-se com o moreno de cabeça baixa, mas não menos desconhecido por isso, Jaemin se jogou em seu pescoço, abraçando-o como se fizesse uma década que não o via.

_ Oi, Jaemin. – apesar do tom de voz tão desinteressado, o aperto retribuído de forma aconchegante em sua cintura deu a certeza ao menor de que ele também sentira a sua falta. Já estava habituado aquele comportamento.

_ Venha, entre.

Jaemin saiu puxando o maior até o seu quarto, sentando-se na cama e esperando que o amigo fizesse o mesmo.

_ É impressão minha ou você parece cansado? – o mais velho perguntara, sentando e apoiando a costa no espelho da cama, esperando que o menor se aconchegasse entre suas pernas, como sempre faziam.

_ Eu tomei remédio a algum tempo e ele já esta apresentando um dos efeitos, desculpe por isso. – o menino explicou, deitando-se contra o peitoral do amigo, sendo prontamente envolvido pelas mãos quentes do Lee.

_ Não se desculpe por isso, ok? – ele concordou com a cabeça e fechou os olhos, apreciando a companhia e o toque já tão conhecido por si.

_Como foi seu treino hoje?

_ Muito cansativo! Eles estão cada vez mais exigentes, principalmente com a aproximação do campeonato.

_ E você, provavelmente, só chegou em casa e veio para cá, certo?

_ Humhum.

_Você precisa descansar mais, Jeno!

_ Não há nada que me deixe mais calmo ou relaxado do que ficar com você!

Jaemin sorriu, sentindo o seu rosto esquentar e seu estômago revirar, coisas que o Lee causava em si, mas que ele nunca saberia dizer o porquê.

_ Como estão as coisas em sua casa, Nono? – era um assunto delicado para o moreno, Jaemin sabia disso, mas precisava tentar ajudar seu amigo ou pelos menos fazê-lo desabafar um pouco.

_ Ela continua lá... Dormindo!

O "ela" a quem ele se refere é Lee Tiffany, sua mãe.

Uma mulher que um dia fora linda, carinhosa e cheia de vida. Mas hoje não passa de um corpo ligado a vários tubos, com uma máquina que a mantém viva, um número na porta de um quarto branco e com o passado mais triste e conturbado que Jaemin já vira.

O pequeno Jeno desde cedo foi submetido a presenciar os fatos que levaram sua mãe a condição em que está.

Com um casamento conturbado, Tiffany sempre tentou camuflar suas dores e engolir suas angústias. Com a chegada do primeiro filho, a felicidade naquela casa não poderia ser maior e fora a época em que ela mais estava feliz, mas nem tudo seguiu assim.

Quando Jeno completara três anos, mais uma vez a bela mulher engravidara e novamente a felicidade a atingiu. A menina em seu ventre já estava sendo aguardada ansiosamente com um quarto todo decorado em rosa, bonecas e ursos, o  quarto dos sonhos para a sua primeira filhinha.

No sétimo mês de gestação, a mulher começa a ter as dores do parto e Lee Yeri vem ao mundo... Morta!

Fora o primeiro baque que a vida dera contra os muros da senhora Lee.

Siwon se afastara da mulher, deixando-a sozinha quando ela mais precisou. Brigas e gritarias preenchiam o silêncio daquela casa e assustavam o pequeno Lee encolhido no canto de seu quarto com as mãos sobre as orelhas.

 Frieza, descaso e falta de carinho caracterizavam perfeitamente a relação entre o casal e o pequeno Jeno era quem sofria com tudo isso.

Aos cinco anos de Jeno, Seulgi vem ao mundo.

 Uma bebê linda e que restaurara um pouco da felicidade daquela casa, nada muito prolongado.

As brigas pioravam, o estado psicológico de Tiffany piorava e Siwon já nem escondia mais seu descontentamento com o casamento. Não que ele não amasse sua esposa, mas a ideia conspiratória que ela insistia em manter em sua mente fazia o homem sair do sério às vezes.

Jeno crescera em um ambiente hostil e isso fez com que o menino se retraísse, tornando-o uma criança reclusa e de poucos amigos.

Aos doze anos de Jeno, Fanny dá à luz a Lee Mina, mas o que viera depois foi o que assinou sua sentença: depressão pós-parto.

Esse fora o último ataque contra as muralhas que prendiam os sentimentos ruins daquela mulher. Tudo veio ao chão!

Depois de três meses numa incubadora, por ter nascido pequenina demais, Mina viera para casa. As empregadas não deixavam a bebê sozinha, mesmo sem ter ideia do grau de insanidade da patroa.

E tudo só piorou.

Foram três tentativas de suicídio, inúmeras mutilações no corpo, gritos histéricos, xingamentos ensurdecedores e tudo que uma mulher completamente descontrolada emocionalmente poderia fazer, Tiffany fez.... Inclusive tentar afogar o seu bebê de quatro meses enquanto chorava e cantava uma musiquinha de ninar.

Ela era mantida em um quarto, antes usado como porão da casa, medida que o marido tomara com medo de que a mulher atacasse seus filhos. Até o dia em que Siwon disse "chega" e decidiu mandá-la para um hospital psiquiátrico, mas antes de conseguir tal feito, a mulher conseguira fugir com um carro, o que foi a pior coisa que ela poderia ter feito.

Já fazia dois anos que ela estava lá e Jeno nunca odiara tanto alguém como ele odeia o pai, pois ele era o culpado por tudo que sua mãe passou e consequentemente, o que suas irmãs passam.

Jaemin era o único ponto de equilíbrio do menino Lee, como o próprio dissera, não existia ninguém e lugar algum que o deixasse mais calmo do que ao lado do menino Na.