P. O. V Carol on
13 de fevereiro – véspera do Valentine´s Day (Dia de São Valentim)
- Pronto – falo, enquanto verifico o livro de receitas que Jaqueline me emprestou – Bonnie, onde está o açúcar?
- Está aqui – ela responde e me entrega um pote de açúcar.
- Obrigada – dou um leve sorriso e olho para a pia. Parece que todos os ingredientes estão aqui... “Falta alguma coisa” – Riley, cadê as forminhas?
- Aqui – Riley me entrega. “Ela parece estar animada”.
- Ok... – revezo o olhar entre as duas e dou um sorrisinho travesso – estão prontas para fazerem os biscoitos mais gostosos do mundo?
- Sim! – elas respondem.
“Então... mão na massa! (Literalmente)”. Enquanto Riley e Bonnie misturam os ingredientes, ligo o forno e depois as ajudo com a massa. Como amanhã é Dia dos Namorados (ou como chamam por aqui: “Dia de São Valentim”), estou ajudando Bonnie e Riley a fazer biscoitos para elas levarem para a escola. “Isso é divertido...”.
Bom... Além da data de comemoração ser diferente do que no Brasil, a maneira de se comemorar esse dia também é. “Ou não”. Digamos que não me importava muito com o Dia dos Namorados, para mim, era apenas mais um dia normal... Não havia muita agitação ou conversas sobre esse evento. Apenas uma ou outra pessoa comentando “Odeio o Dia dos Namorados” ou “Vou me entupir de sorvete” ou “Ah, o Dia dos Namorados é hoje? Esqueci”.
Aqui é um pouco diferente, as pessoas por aqui parecem ficar animadas... A escola está decorada com alguns enfeites. Também há cartas deixadas em armários, mensagens entregues pessoalmente... Nessa semana achei um pouco estranho quando o Sr. Walter, vizinho da casa da frente, me desejou uma ótima semana e um bom Dia de São Valentim. Eu não o conheço muito... Só falei poucas vezes com ele, mesmo achando um pouco estranho esse comportamento espontâneo, gostei disso... É como se as pessoas estivessem se aproximando...
- Carol, experimente – Bonnie diz, com um olhar ansioso e me dá uma colher com um pouco da massa.
Experimento a massa, que está um pouco doce demais e com um leve sabor de baunilha. “Poderia comer isso o dia todo...”. Riley e Bonnie me olham com expectativa. Faço um olhar misterioso e fico em silêncio.
- Está muito bom – digo, pegando mais um pouco na tigela. Elas riem um pouco – já escolheram qual forminha vão usar?
- Coração! – Riley responde sorrindo – e você? Já escolheu?
- Eu? – fico um pouco pensativa – Hm... Acho que... – olho para as forminhas em cima da pia... Coração... Ursinho... Peça de quebra-cabeça... Flor... “Qual?” – acho que vou de coração também – sorrio um pouco.
Moldamos os biscoitos e depois os colocamos no forno. Após alguns minutos, o cheiro deles preenche a cozinha... Bonnie e Riley me ajudam a guardar as coisas. “Tem algo estranho...”. A casa está um pouco silenciosa... “Vejamos...”. Jaqueline saiu para o mercado, Rupert está no escritório dele ao lado da sala... Gumball está no quintal e...
- Cadê o Bernardo?
P. O. V Carol off
P. O. V Bernardo on
Faz alguns minutos que já escureceu. Continuo andando perto de algumas lojas que estão enfeitadas para o Dia de São Valentim, algumas pessoas distribuem cartões... Desejando a todos um ótimo dia. Rosas... Corações... Cartões... “O que eu faço?!”. Recebo outra mensagem de Hector.
“Como assim você esqueceu?”
“Eu não esqueci” respondo “Eu só não sei o que vou dar a ela”
“Desculpa, cara” ele escreve “Não sou mto bom nisso”
“Pq não pergunta a Emily? Talvez ela saiba como te ajudar”
“Ok” mando.
“Aarg! Por que eu tenho que ser tão indeciso?”. É amanhã... E eu ainda não decidi o que vou dar a Carol. Faz MUITO tempo que eu não comemoro o Dia de São Valentim e, digamos que, mesmo não comemorando, não me importava também. Eu apenas desejava aos meus pais e minhas irmãs um bom dia e depois meu dia continuava, como todos os outros... “Só que agora é diferente”.
Sei que Carol não se importa muito com isso e que ela provavelmente diria para eu não me preocupar, mas... Não queria que esse dia passasse em branco. Quero mostrar de alguma maneira o quanto gosto dela, porém não queria algo comum como um cartão ou ursinho de pelúcia... “Livros?”. Não... Mesmo sabendo o quanto ela gosta deles, não sei se Carol iria gostar de algum tema relacionado ao Dia dos Namorados.
“Vamos... Pense”. O tempo continua frio... A luz alaranjada dos postes iluminam as ruas, pessoas entram e saem das lojas... Continuo andando. “Do que ela gosta? O que a faria se lembrar do que ela passou aqui? O que...”. Passo na frente de uma vitrine e algo me faz parar. “Acho que já sei”.
P. O. V Bernardo off
P. O. V Carol on
Alguns minutos depois...
- E... Acabamos – falo, me espreguiçando. Não sei por que estou me sentindo um pouco cansada.
- Ficaram fofos – Riley dá um leve sorriso, enquanto olha para os pacotinhos de biscoito que acabamos de fazer.
- E gostosos – Bonnie diz – acho que eles vão gostar – ela sorri um pouco.
- Também acho – olho para elas, que estão com os olhinhos brilhando.
Bonnie e Riley ficam conversando comigo. Fico feliz em vê-las desse jeito... Elas me contam sobre como foi o dia delas na escola e como todo mundo parece estar animado para amanhã. Por alguns segundos, me perco em pensamento... “Onde Bernardo está?”. Jaqueline acabou de voltar do mercado e ele ainda não chegou. Estou começando a ficar um pouco preocupada...
“Calma, ele disse que saiu para andar um pouco. Já deve estar voltando”. Quando volto minha atenção para Riley e Bonnie, percebo que elas estão tentando esconder o riso. “Eu fiz alguma coisa?”. Abro a boca para perguntar o que está acontecendo e alguém cobre meus olhos.
- Por que vocês apagaram a luz? – brinco e elas riem – Bem... – toco as mãos que cobrem meus olhos – posso tentar adivinhar?
- Pode – Bonnie responde.
- É um garoto? – pergunto.
- É – Riley diz (finalmente aprendi a diferenciar a voz delas).
- ... – finjo ficar pensativa – ele é bonito?
- Sim – ela ri um pouco.
- Ele também joga muito videogame?
- Muuuito – Bonnie diz.
Escuto Bernardo murmurar algo para elas.
- Acho que já sei quem é... – tento não rir – Asa Butterfield!
Bonnie e Riley riem, Bernardo tira a mão de meus olhos e finge estar bravo. Acabo rindo também.
- Sério? – ele pergunta.
- Desculpa – paro de rir – eu sabia o tempo todo que era você.
- Claro... – ele diz ironicamente, dá um beijinho em minha testa e sorri um pouco.
Sinto meu rosto corar um pouco, quando Bernardo sorri desse jeito. Por alguns segundos, ficamos nos encarando. Porém, acabo desviando o olhar para Riley e Bonnie, que estavam nos observando o tempo todo. Fico sem graça e me ajeito na cadeira. “Como pude me esquecer de que elas estavam aqui?!”.
- Ah... – tento dizer alguma coisa – por que demorou?
- Acabei me distraindo de novo – ele dá um sorrisinho nervoso. Acho que ele também ficou sem graça por causa delas – o que é isso? – Bernardo pergunta olhando para os biscoitos.
- Biscoitos para o Dia de São Valentim – Riley responde – pode pegar, tem bastante.
Bernardo abre um dos pacotinhos e experimenta.
- Está muito bom – ele come outro.
Bonnie e Riley ficam animadas.
- Vocês não querem levar para seus amigos? – Bonnie pergunta, com um leve sorriso – sobrou bastante.
- Ok – sorrio – obrigada.
- E pra mim? – Bernardo olha para mim, imitando olhinhos de filhote.
- Amanhã você descobrirá – dou um sorrisinho travesso.
- Por quê?
- É surpresa...
P. O. V Carol off
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