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História Destino ou não - O culpado por isso


Escrita por: ChloeBrittana

Capítulo 7 - O culpado por isso


Certas vezes, as pessoas passam por momentos de loucura na vida, todas elas, sem exceção. Pode acontecer na infância, na adolescência, na fase adulta ou na velhice. Não é algo que surge do além. Mas sim, algo que é desencadeado por determinadas “chaves metafóricas” presentes dentro do cérebro humano.

Muitos chamam esse período de doidera. Para quem observa de fora, pode sim, parecer hilário e/ou bizarro, mas independente disso, para quem sente a “loucura”, é simplesmente devastador, sem sentido, provocativo, e por ai vai.

Errar é humano, pensar e se desesperar também.

A pergunta que não queria se calar era: Por que, Rosefield, tinha o incrível poder de deixar a jovem, Brittany S. Pierce, tão paranoica? Era difícil decidir qual das opções poderia ser a grande vencedora, ou melhor, a chave que estava libertando tal doidera. É claro que, a estudante, não se sentia radiante na cidadezinha - nunca esteve e era improvável ficar - disso nós já estamos cansados de saber... Por mais que Brittany tivesse arrumado “amigos” por lá, decidiu viver no modo automático, o que significava que: Ela não via a hora de ir embora o mais rápido que pudesse. De preferência, num piscar de olhos.

Repetir várias e várias vezes que ela gostava da cidade não mudava sua real opinião sobre ela, podia até ser teimosia de sua parte, mas era teimosia mesclada à ansiedade, estresse e drama.

A Pierce não era mais a garota de Seattle, com aqueles amigos glamorosos, divertidos e parecidos com ela. E não gostava mais, de ser chamada de “Pierce”, desde que seu pai arruinou as chances dela fazer amizades normalmente, sem ajuda de uma televisão.

Oito meses morando em uma mini-cidade! Só mais um ano, você aguenta. Você aguenta.

Outra coisa que Brittany odiava, ultimamente, se tratava de: Não lembrar-se das coisas...

Por quê? Porque isso nunca aconteceu antes, ora bolas. E sim, ela estava irritada com Santana Lopez também. Uma pessoa que ela conheceu por dois dias! Dois dias! E nem foi por dois dias completos, dois dias pela metade! Não, não foi pela metade... Foi bem menos que a metade! E é claro, os minutos da audição, para líder de torcida, deveriam ser colocados nessa lista também... Ou não? Porque ela fingiu não conhecer a outra, então a situação era confusa, enfim...

Brittany estava irritada, pois a tal garota a proporcionou a melhor manhã que ela vivenciou na cidade - quando elas se conheceram - e depois, no dia que a Lopez, supostamente, já deveria estar de volta ao solo de Lima: Elas se embriagam e a loira acorda seminua. Mas, e a conclusão da história? Era isso que estava faltando para a Pierce: A “grande” resposta para o buraco em branco na sua mente...

A vida é, digamos que, uma vadia malvada.

Desde que Brittany se lembra por gente, em Seattle, ela costumava confiar nas pessoas... É, visto que lá era bem diferente. Não só porque amava a cidade grande, mas também, porque nunca conheceu pessoa com sorriso mais irônico, debochado e sarcástico que Santana Lopez antes, nem olhos castanho-escuros tão intrigantes, que se assemelhavam demais a de um felino prestes a caçar... O que dava medo.

Então sim, confiar naquele “ser maravilhoso” podia ser uma tarefa difícil, ainda mais para a garota loira, atordoada e resentida, com várias coisinhas da vida. Não que Santana precisasse falar a verdade para ela, no fundo seu ódio era por si própria: Ela nunca bebeu a ponto de apagar daquela forma, e se a outra soubesse o que houve com elas, nem que fosse uma pequena cena, uma luzinha no fim do túnel, já a deixaria mais aliviada... Caramba, a policia passou perto de pegar ambas portando aquelas garrafas! É difícil esquecer.

Por que ela se sentia, a pessoa mais bipolar do mundo, pesando em todas essas coisas?

Enquanto, o conversível-prata, seguia a rota da velha moto preta de Puckerman, Brittany reparou o quão estranha à situação poderia estar ficando. Portanto, sua mente racional voltou como, um enorme, tapa na cara: Opa! Talvez ela devesse ter falado com Santana, ao invés de fingir que não a conhecia e depois a perseguir. Sim, era isso que ela devia ter feito. Mas que idiota! Por que ela estava tão incomodada de ver a fulana com Puck?

Brittany pare!

A adolescente notou que sua amiga, Quinn, estava falando ao celular no banco ao seu lado. Brittany a observou por poucos segundos, e suspirou dando retorno pela rua em que seguiam até então.

Fim da perseguição.

Tudo isso havia acontecido em apenas: três minutos insanos. Mais insanos, na mente da loira, do que no mundo real. Dava para acreditar?

— Ok, ok, eu vou falar com ela. – Foram as últimas coisas que Fabray disse antes de guardar o telefone. – O que aconteceu? Desistiu de seguir a Santana sem motivo, mulher?!

Brittany riu e apertou o volante, sem tirar os olhos da pista.

— Sem motivo mesmo! Eu não sei por que eu fiz isso, Quinn. – Admitiu a loira, sentindo-se mal. – O dia tá estranho...

— Sim! Eu concordo plenamente! Ainda bem que você sabe... Você tá bem, Britt?

— Não muito, eu tô um pouco agitada. – Brittany sorriu nervosa. – Se você puder ignorar eu agradeço.

— Claro... Mas antes disso, posso perguntar uma coisinha?

— Depende.

Se fosse sobre Santana, não, ela não podia perguntar.

— Quantos copos de café você tomou hoje? – Quinn interrogou. – Você sempre fica agitada quando toma mais de um. É engraçado.

Ah é! Brittany havia tomado três ou quatro copos de café pela manhã, ela não tinha certeza. Sempre foi uma amante da bebida, aprendeu com seu pai, e ultimamente exagerava bastante no consumo. A culpa era do cozinheiro Vitor, funcionário de sua casa. Ele, surpreendentemente sabia fazer um café magnífico, diferentemente de seus pratos de comida, mas isso, do ponto de vista da menina, é claro.

A loira evitava comer as refeições que o homem preparava. Entretanto, em compensação, o café, era impossível não tomar, impossível! Ela necessitava de um copo cheio em, pelo menos, algum momento do dia, para relaxar... Ou não. E só descobriu este tesouro, quando resolveu dar uma chance ao trabalho de Vitor, ele era um cara legal, mas essa é outra história.

— Tomei três copos... – Brittany respondeu incerta, ela mordeu o lábio inferior. – Por ai...

— Você comeu alguma coisa sólida de manhã, ou só tomou café? – A garota continuou o interrogatório.

Brittany olhou de relance para a amiga.

— Só tomei o café... – Revelou receosa. – Não deu tempo de comer.

— Meu deus! Que absurdo Britt, eu sei que você não gosta da comida da sua casa, mas sobreviver de café não dá! É suicídio, e pra piorar, hoje a gente nem almoçou por causa da treinadora... O que será que te deixa nesse estado? A cafeína ou o açúcar?

A Pierce constatou que estava sem cinto de segurança, e começou a jogar o carro para perto da calçada.

— Talvez seja... – Ela estacionou rapidamente. – Um pouco de cada.

— Por que você se entupiu de café afinal? Não tá dormindo mais?!

— Estou...

Brittany puxou o cinto e o prendeu, Fabray não tirou os olhos verdes dela.

— Mas fiquei nervosa com a ideia de Roz Washington ter virado a nossa treinadora. Eu não sou fã de mudanças de professor...

— Por que você não me falou nada? – Quinn riu e deu um empurrãozinho na outra. – Você é muito boba, Pierce. Não se preocupa com ela.

— Não me chama de Pierce... – A loira pediu.

— Desculpa. Hábito de sobrenomes...

Brittany ligou o conversível novamente e voltou a encarar Quinn.

— Então Quinnie, onde o Sam e o Finn estão?

— Eu disse pra eles irem para o Breadsticks, pensei da gente comer lá, faz muito tempo desde a última vez. E ai, o que acha?

— Ótimo, porque eu enjoei daquele outro restaurante...  

— Sem café, viu? – Avisou Fabray.

— Tá bom... – Ela suspirou. – Eu entendi.

A Pierce ligou o rádio de seu conversível e direcionou-se ao restaurante. Quando elas chegaram, procuraram por Finn e Sam, e logo elas os acharam, não foi difícil: Estavam acenando, com largos sorrisos, estampados nos rostos. Provavelmente haviam chegado uns dois minutos antes delas.

Ambos se tratavam de jogadores de futebol e novíssimos membros masculinos do clube de celibato, o que era raridade, mas Quinn Fabray conseguiu que tal coisa acontecesse. O verão rendeu muito a ela, seus projetos estavam dando certo... Ela tinha um dom, quer dizer, dois: planejamento e execução. Que mente maligna. Saúdem a Quinn Fabray! Espera ai, o que? Nada disso.

— Chegamos! – Disse a loira de olhos verdes acomodando-se na mesa.

— Que bom! Estamos morrendo de fome, o treino foi muito pesado hoje. – Sam praticamente choramingou. – Mas o Finn disse que tínhamos que ser cavalheiros e esperar as moças.

— E ele está certo, Evans. – Disse Quinn, antes de depositar um selinho em Finn. – Estava com saudades.

— Eu também.

Brittany revirou os olhos, e foi para seu lugar. Ficar de vela para qualquer casal nunca é uma coisa atrativa, legal ou emocionante. É chato, essa é a pura verdade, e para piorar: Tinha dias que Fabray e Hudson ficavam grudentos demais (e aquele era um dos dias). Pelo menos, Sam estava de vela também, então não iria ser um fim de tarde, tão enjoativo assim, para a líder de torcida.

Se bem que o Evans estava, há um bom tempo, tentando chamar uma atenção a mais da Pierce, mas ela não se encontrava, nem um pouco, interessada em namorar mais ninguém daquela cidade depois de David Karofsky. Então o loiro não tinha chances com ela, embora achasse que sim.

Posteriormente ao longo lanche/jantar dos jovens, eles dirigiram-se para a saída do estabelecimento. Brittany, havia se equipado com seus fones de ouvido, pouco antes de levantar-se de sua cadeira, e agora ela andava ignorando a existência dos outros três adolescentes. Celular em mãos, música alta, e os olhos fixados na tela iluminada.

Parecia uma antissocial.

A Pierce navegou aleatoriamente por suas redes sociais e observou as fotos recém-tiradas de Kurt e seus outros amigos de Seattle. Claramente ela era um ser facilmente esquecível para eles. Ela curtiu algumas fotos, e sorriu. Obviamente ela ficaria triste mais tarde. Mas, de alguma forma, sentiu algo bom no coração só por saber que eles estavam bem e aparentemente felizes. Ah é, o nome disso era empatia. As pessoas andam muito esquecidas ultimamente...

— Então eu joguei a bola e ele pegou tão rápido que eu mal vi... – Finn contou orgulhoso, para Quinn, após atravessarem a porta. – Foi incrível!

— Foi mesmo! – Concordou Sam.

— Queria ter visto! – Ela disse rindo, enquanto segurava a mão do rapaz de cabelos negros. – A Brittany tá andando muito rápido, ela não devia ter tomado aquele refrigerante...

A líder de torcida notou que a outra estava bem à frente deles, andando com os olhos fincados no aparelho celular, nem para a direção correta ela estava indo.

— Acho que ela só não está a fim de conversar, Quinnie. – Concluiu Finn sorrindo para a namorada. – Então, hoje foi o primeiro dia de audição das animadoras, né? Como foi?

— Foi estranho...

Eles, Evans e Hudson, começaram a andar tão devagar - para ouvir Quinn falar sobre o dia - que quem visse a cena, juraria que os mesmos estavam parados no lugar. Enquanto isso, adiante, Brittany tropeçou em alguma coisa, no chão de concreto, e sentiu mãos estranhamente familiares a segurarem pelos ombros.

Porcaria de pedra! Por que tinha uma pedra no estacionamento?!

Ela subiu os olhos azuis e encontrou olhos castanhos bem perto dos seus. A pessoa tirou um dos fones de ouvido da loira, e indagou próximo de sua orelha direita:

— Vai me pagar outro sorvete por isso?

A loira arregalou um pouco os olhos, e a outra riu ao voltar para frente dela.

— O-Oi Santana. – Brittany gaguejou e deu um passo para trás, sem saber para onde olhar, mais cedo ela começou a perseguir a latina, e agora a mesma havia brotado em sua frente, coisas estranhas acontecem. – Desculpa... Eu tava meio distraída.

— Não, você não estava... Você é distraída. É diferente. – Santana sorriu e colocou as mãos no bolso. – Comprou outro celular?

Brittany encarou as mãos.

— Ah é... Foi meu pai que deu. – Ela disse o guardando ligeiramente, junto aos fones de ouvido nos bolsos. – Tudo bem com você?

Os olhos azuis fitaram Santana, e a morena arqueou a sobrancelha.

— Você já me perguntou isso hoje.

— É... Bom... – Brittany não sabia o que dizer. – É...

— Você fica diferente de cabelo preso, senhorita amnésia, quase não te reconheci, lá no ginásio, também. Acredita? – Comentou a latina em tom divertido, ela adorava jogar indiretas. – A propósito, eu adorei sua nova franjinha.

A Lopez subiu sua mão à altura do rosto da loira, passando o dedo indicador sobre a franja, bagunçando-a. A Pierce se deixou gargalhar e arrumou sua franja novamente, aquilo dava cócegas.

— Obrigada. Eu... Cortei nas férias.

— Ficou ótimo, mas eu já falei isso... – Santana sorriu brevemente. – Então, o que faz por aqui?

— Tava comendo com umas pessoas... E você?

Antes de a Lopez ter a chance de responder, Sam, Finn e Quinn chegaram atrás de Brittany e cortaram o assunto. Fabray cumprimentou Santana apaticamente e disse aos meninos que ela era uma das novas lideres de torcida do McKinley.

— Eu preciso ir agora... – Santana avisou, e saiu pelo lado direito da Pierce. – A gente se vê amanhã, Brittany.

A latina caminhou sozinha para dentro do Breadsticks. O que é que aquele dia estava sendo? Uma completa bizarrice? Tudo estava fora do normal... Ou só parecia estar? Santana havia mesmo “salvado” Brittany de novo? O que ela devia a outra agora? Sua alma? Não, a verdade é que: O universo realmente gosta de reencontros misturados a excentricidades e uma pitada de nostalgia. Como dito anteriormente... A vida é uma vadia e coisas estranhas acontecem.

Sem mencionar o fato de que: Morar em uma cidade pequena é igual a esbarrar muitas vezes com rostos conhecidos, você gostando ou não dos indivíduos.

Ah! Que Setembro maravilhoso.


Notas Finais


Até <3


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