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História Destinos Entrelaçados - Recuperação (1 parte)


Escrita por: Imagination

Notas do Autor


Obrigada pelos comentários (que ainda tenho que acabar de responder), mensagens, favoritos e seguidores novos!

Capítulo 80 - Recuperação (1 parte)


Recuperação (1º parte)

 

- Nunca pensei que fosses capaz de fazer a justiça mover-se a este ritmo. – Comentou Mike e pegou no copo de vinho que havia sobre a mesa, antes de brindar em tom de brincadeira com Nanaba que sorria.

- Tenho pouca paciência para quem tenta enrolar a lei. – Respondeu.

- Mesmo assim, conseguiste com que todos testemunhassem num tempo recorde e sem que mais ninguém ficasse comprometido, mesmo com o que aconteceu na morte do tal Kenny ou mesmo do banqueiro.

- Não há provas de nada. – Respondeu tranquilamente.

- A Riko continua ao teu lado e ambas continuam implacáveis, mas sei que continuam sem se falar muito fora do âmbito do trabalho. – Comentou o médico, provando um pouco mais da posta de peixe que havia no prato.

- Ela uma advogada muito boa, mas… não está disposta a agir à margem da lei.

- Não posso dizer que não a entenda.

- Mike, se eu não tivesse alguns contactos, aqueles monstros estariam novamente à solta e poderiam destruir a carreira do Irvin, do Levi e não só. Arruinariam a vida de dezenas de pessoas, porque o dinheiro e a influência estrangulam a justiça. – Recostou-se na cadeira com o copo de vinho na mão. – Além disso, os advogados de Utopia também são ótimos e não lhes interessa ver a sua nova estrela envolvida em escândalos. Estamos todos a remar na mesma direção. Dentro de poucos dias, teremos a sessão de alegações finais e depois, em questão de pouco tempo, a juíza terá uma decisão final sobre a mesa. Não acredito que nenhum deles possa sair da cadeia e mesmo que saiam… - Olhou para o conteúdo avermelhado do copo. – O que estão a viver agora é apenas uma pequena amostra do inferno que causaram na vida de outras pessoas. – Olhou para Mike. – Não achas que é justificável?

- Depois do que fizeram com aquelas crianças e com os nossos amigos? – Respondeu com outra pergunta. – A justiça não tem o direito de ser cega.

Nanaba sorriu.

- Hum, falando de coisas menos obscuras. É verdade que vais mesmo conseguir tirar a próxima semana?

- Hum, hum. – Confirmou, depois de mastigar a comida que entretanto tinha colocado na boca. – Vai bater certo com a semana em que não deve haver novidades em termos legais, certo? Portanto, não há desculpas para adiarmos mais.

- E eu que pensava que a lua-de-mel vinha depois.

- A lua-de-mel pode acontecer quantas vezes quiseres.

- Ah sim? – Provocou. – É bom saber que pode não me apetecer devolver um médico tão prestável ao seu local de trabalho.

 

*_*_*_*_*_*_*_*

 

- É uma pena que o Eren não possa vir connosco. – Comentou Christa, colocando mais um saco na mala do carro de Bertholdt e Reiner.

- Temos passado o verão todo a convidá-lo para ir à praia connosco, agora que temos tempo e um carro que não nos vai abandonar a meio do caminho, mas ele insiste em descartar sempre. – Falou Reiner inconformado.

- E não foi o único. – Comentou Ymir, vendo que Armin chegava sozinho com Mikasa.

- O Jean também não vem? – Perguntou o Bertholdt.

- Trabalho. – Responderam Mikasa e Armin, confirmando assim que Annie também não estaria presente.

Se bem que os dois mantiveram silêncio sobre a razão que levava Eren a mostrar-se sempre indisponível para ir à praia, mas arranjava sempre algum tempo se o convívio fosse em casa de algum dos amigos ou mesmo para as aulas de culinária. Estas últimas das quais não desistia, apesar dos comentários não só de Jean, mas também Connie de que quem sabe, o facto de queimar cada doce que tentava fazer era um sinal divino de que não deveria cozinhar.

Ao escutar isso, tanto Christa como Sasha indignavam-se, afirmando com convicção que “a prática faz a perfeição” e que conseguiriam ensinar o amigo a cozinhar doces, bolos, entre outros pratos.

Na verdade, Mikasa e Armin também queria recusar mais uma ida à praia, mas acharam que poderia ficar ainda mais estranho, se eles também se recusassem a ir.

Ir à praia, mais concretamente ver o mar sempre foi um sonho de Eren que ambos conheciam muito bem e por isso, imaginavam o quanto ele queria ver, mas não só com os amigos, mas na companhia de alguém em especial.

Quando lhe falaram em ir à praia pela primeira vez nesse verão, Armin foi o primeiro a mostrar-se confuso com a recusa do amigo. Afinal, era a oportunidade que os três tinham esperado durante tanto tempo. Os únicos no grupo de amigos que tinham carro eram Berthdolt e Reiner e infelizmente, como a praia ainda se localizava a uma distância considerável, o veículo de ambos mostrou-se incapaz de aguentar grandes distâncias.

Assim, nas vezes em que tentaram, acabaram por ter que empurrar o carro de volta, o que depois de várias tentativas, deixou de fazer sentido e conformaram-se com as férias em locais próximos e sem que a praia fizesse parte do vocabulário deles.

Agora com um carro mais do que decente, estranharam a negação do moreno que explicou que Levi tinha prometido, num momento anterior ao acidente que o levaria até ao mar assim que pudesse. Falou dessa promessa com tanta emoção que tanto o loiro, como a irmã viram que nada o convenceria do contrário. Só que insistiu que os dois fossem com os amigos e não se preocupassem, pois ele teria outras oportunidades no futuro de ver o mar.

- Eu que acho a infidelidade imperdoável, violaria os dois naquele cartaz. – Comentou Sasha, chocando o namorado e Berthdolt e fazendo com que Ymir risse abertamente com Armin que sabia que amiga se referia ao cartaz que podiam ver de onde estavam.

- Se fossem heterossexuais, até que concordariam, mas acho que só podemos fazer como todas as fãs. Só podemos olhar. – Falou Mikasa.

- E se eu disser algo sobre a Lya também estar no cartaz, tenho direito ou perco alguma coisa? – Perguntou Connie.

- De facto, também faria algo com ela. – Concordou a rapariga de cabelos negros que só intensificava o choque e alguns e risos de outros.

O cartaz a que se referiam, ilustrava uma das primeiras sessões fotográficas dos três em que Lya encontrava-se deitada sobre um divã, sendo que à sua frente sem que a tapassem, encontrava-se Eren e Jean. O último ajoelhado à sua frente do outro, olhando-o fixamente enquanto o moreno puxava a gravata com um sorriso bem sugestivo.

Era uma alusão à Utopia e acima de tudo, a uma marca de roupa de luxo a quem quase ninguém dava muita atenção visto que os modelos distraíam bastante o público. Pelo menos eram esses os comentários nas redes sociais que disseminavam rapidamente cada imagem nova e questionavam-se sempre para quando seria algo ainda mais provocante. O que perante a dúvida de Berthdolt sobre isso quando conversava com os amigos, Christa respondeu que o que queriam dizer com provocante, era “com menos roupa ou sem ela de preferência”. Isso valeu uns golpes nas costas do mesmo e também de Connie que afirmava mais uma vez que estava a conhecer um lado da namorada e da Christa que o assustava um pouco.

- Mas agora é tarde para voltares atrás. – Falou Reiner divertido. – Já estás muito comprometido, não é Sasha?

- Claro, daqui até ao altar! – Afirmou.

- Deus me ajude. – Murmurou Connie.

 

*_*_*_*_*_*_*_*

 

- O Eren ligou outra vez? – Perguntou Irvin, vendo a professora pousar o telemóvel sobre a mesa, voltando a pegar numa pequena colher para atacar o segundo gelado naquele início de tarde.

- Hum, hum. – Assentiu. – Ainda está com medo que o Levi se afogue.

- E mais uma vez, não lhe disseste que não estás propriamente a vigiá-lo. – Comentou o diretor.

- A fisioterapeuta não vai deixar que ele se afogue. Ela está sempre com muita atenção em tudo sobre ele. Principalmente, agora que está a ver o físico que ele está a recuperar. – Viu Irvin arquear uma sobrancelha. – Por favor, não me digas que não reparaste como ela olha para ele. É como se estivesse a ver um chocolate.

- Não tenho a certeza que isso também tranquilize o Eren.

- Oh, eu ainda não lhe disse, mas estou a guardar este trunfo para quando a oportunidade aparecer. – Pôs mais uma vez a pequena colher na boca e após um curto silêncio, prosseguiu. – Ciúmes sempre apimentam a relação. Nem precisa ser a fisioterapeuta, posso falar das enfermeiras no hospital com sorrisinhos ou da visita do farmacêutico. Essa é a melhor.

- O miúdo que mudou de cor quando o Levi quase lhe caiu em cima no outro dia ao levantar-se da cama?

- Esse mesmo! – Exclamou Hanji. – O miúdo é um recém-formado. Se o coração do Levi não tivesse dono, estaria nas preferências dele. Oh, ele ficou tão querido ao ajudar o Levi a equilibrar-se. Logo ele que não é o tipo de pessoa que tropeça nos chinelos, mas tropeçou justo naquele momento. Se eu não soubesse que a falta de equilíbrio dele é real, poderia dar ideias à Dra. Ana para o próximo romance com um triângulo amoroso.

- Por falar nessa médica, tens mesmo a certeza que ela e a autora que escreve romances gay são a mesma pessoa? Ela parece-me tão séria e profissional. – Comentou o diretor e nesse momento, Hanji riu alto chamando inclusive a atenção de outras pessoas na esplanada.

- Oh, meu querido és tão inocente. – Disse, limpando uma lágrima e pegou no telemóvel. Fez uma pesquisa rápida e colocou um excerto de um livro no ecrã para que o loiro à sua frente, tivesse a oportunidade de ler. Assim que o fez em silêncio, olhou novamente para a professora.

- Isto é um bocado… descritivo?

- Quente é a palavra correta. – Falou Hanji. – É preciso um conhecimento quase profundo de anatomia para poder fazer uma descrição de como é sentir um…

- Será que podemos mudar de assunto? – Interrompeu.

- Não imaginava que fosses púdico. – Falou surpresa.

- Vem aí os pais do Levi, não penso que eles queiram ouvir-te falar deste assunto. – Murmurou e logo em seguida, colocou um sorriso cordial, acenando a Santiago e Catherine. – Boa tarde.

- Boa tarde. – Cumprimentou Santiago.

- Esperamos não estar a interromper. – Falou Catherine.

- Não, sentem-se e fiquem à vontade. – Disse Hanji também sorridente. – A fisioterapia teve uma pausa pequena.

- Ah sim, a Liliana disse-nos que tendo em conta, os progressos e a motivação, podiam recomeçar pouco depois do almoço, embora primeira vão começar por alguns exercícios fora de água. Nós queremos fazer nenhum tipo de pressão e por isso, deixámos os dois à vontade. Ela é sempre tão amável com o nosso Levi que sei que os receios do Eren de que ele se vá afogar ou magoar, não fazem sentido.

- Sim, muito amável. – Comentou a professora, trocando olhares com Irvin.

- Quando me recordo que o Eren perguntou se eu sabia nadar e há quanto tempo não o fazia, quase que veio a correr dos ensaios se não lhe dissesse que estas coisas não se esquecem. É como andar de bicicleta. – Falou Santiago divertido e fez sinal a uma das empregadas de mesa. – O que vais querer, chérie?

- O gelado que a Hanji está a comer parece-me bom.

- É ótimo! – Concordou a professora. – A propósito, Catherine há pouco eu e o Irvin estávamos a falar sobre um assunto que me despertou alguma curiosidade. – Ao ver o ar do diretor a implorar para que tivesse cuidado com as palavras, continuou. – Sobre as visitas do Levi. Um destes dias encontrei um rapazito novo. Um farmacêutico.

- O Miguel é adorável. – Falou a mulher de cabelos negros. – Já não é a primeira vez que visita o nosso filho.

- Ah sim? – Falou Hanji curiosa.

- Passou uns tempos fora e até nos pediu desculpa por não ter ido mais cedo. Pelos vistos, o nosso filho causou-lhe uma boa impressão quando se conheceram.

Oh, nem imagina o quanto”, pensava Hanji divertida.

- Nós só o vimos uma vez. – Interveio Irvin. – Não fazia ideia de que tinha lá estado antes, embora… seja verdade que o Levi não parecia surpreso de o ver.

Quase que por ironia do destino no fim de mais um dia de trabalho, Eren apanhou mais uma vez boleia de Annie para ir até ao hospital e antes que Hanji pudesse comentar com o rapaz sobre uma visita em concreto daquele dia, não esperava que o farmacêutico saísse do quarto no exato momento em que Eren ia bater na porta.

- Ah, com licença. – Disse Miguel, desviando o olhar de Eren que o observou confuso e nada disse, enquanto o desconhecido saía do quarto.

Não me lembro de o ter visto aqui antes”, pensava enquanto Hanji murmurava a Irvin que a situação não podia ter sido mais perfeita.

O moreno entrou e fechou a porta, notando que não havia mais ninguém no quarto além do professor que acabava de comer mais uma bolacha de um pacote que aparentemente lhe teria sido oferecido.

- Eren, vieste mais cedo. – Levi sorriu.

- Sim… tentei despachar-me mais cedo. – Respondeu, notando que definitivamente aquelas bolachas eram parecidas com umas que Sasha tentou ensinar-lhe, mas mais uma vez queimou porque essa parecia ser a sua especialidade. – Estavas com visitas? Pensei que estivesses com a tua mãe ou o teu pai… quem sabe, até os teus avós.

- Estava com o Miguel. Pedi aos meus pais que saíssem, ele queria falar só comigo. – Respondeu, comendo mais uma bolacha. – Não vais sentar?

Eren assim o fez, pousando mais uma rosa sobre a cama que o professor pegou e agradeceu.

- Não me lembro de ter visto o Miguel… – Frisou o nome. - …aqui antes.

- Provavelmente, não se cruzaram antes, mas ele já veio aqui outras vezes. – Respondeu.

Já veio aqui antes? Que Miguel? Não me lembro de Miguel nenhum? E que Miguel lhe traria presentes e faria com que pedisse para falar a sós com ele”, questionava-se o rapaz cada vez menos bem-humorado.

- Queres provar? – Ofereceu o professor.

- Não, estou sem apetite. – Respondeu secamente.

Notando a postura cada vez mais tensa e expressão carregada, Levi começou a questionar-se se teria acontecido alguma coisa ou se teria dito alguma coisa de errado.

- O que foi? Acont…

- Quem é o Miguel? – Cortou.

- Um farmacêutico. Acho que me lembro vagamente dele. Sempre que ia a uma farmácia, encontrava-o.

- Porque é que ele está a trazer-te presentes?

- São só bolachas e… - Falou, acrescentando algo que fez Eren levantar-se do cadeirão. - …não estão queimadas.

- Ah claro, o Miguel sabe cozinhar! – Ironizou. – Desculpe, alteza por não corresponder aos seus padrões. Eu sei que as coisas que trouxe, acabaram no lix…

- Claro que não! – Apressou-se a dizer. – Eu não deitei nada fora. Eu com…ah… - Desviou o olhar.

- Tu comeste? – Perguntou num tom que não escondia a surpresa. – Mesmo que estivessem um pouco…?

- Foste tu que fizeste. Obviamente, não deitaria fora. – Falou num tom mais baixo, mas não o suficiente para que o moreno não o escutasse. Continuando a evitar o contacto visual, guardou as restantes bolachas. – Mas se te chateia tanto, eu…

Eren tornou a sentar-se no cadeirão.

- Não, desculpa… podes comer à vontade, é só que… - Viu os olhos acinzentados, observarem-no com curiosidade, esperando uma explicação. – A ideia de receberes presentes de outras pessoas, de estares sozinho aqui com…

- Incomoda-te? – Indagou confuso.

- Sim… mas não me dá o direito de te impedir.

- Prefiro as tuas visitas, Eren mesmo que quase nem me toques depois daquele beijo na última semana.

- Huh? Espera, tu não estavas aqui sozinho com ele para…

- Achas que quero beijar outras pessoas, Eren? – Questionou num tom triste.

- Não… eu espero que não, mas desculpa… é que alguém não traz presentes a outra pessoa sem uma razão e eu… ah! Não gosto de sentir-me assim!

- Estás preocupado porque ele me acha atraente? – Perguntou, chamando a atenção do moreno. – É isso? Se é isso, não te preocupes. De facto, acho que o ajudei a assumir as coisas.

- Assumir? Então, ele é…

- Gay? Sim, mas o interesse dele atualmente não é por mim. – Esclareceu. – Ele estava com dúvidas sobre como contar à família e apresentar-lhes o namorado. As bolachas foi por ter escutado as coisas que me contou e por ter tentando aconselhar. Embora, não entenda muito bem como pode preferir os meus conselhos a outras pessoas que com certeza, não se esqueceram de partes da sua vida.

- Tu ias à farmácia para dar conselhos ao Miguel sobre a sua vida amorosa?

- Acho que não. – Disse pensativo. – Penso que só me contou acerca das suas preferências aqui no hospital e disse que se abriu comigo porque claramente, eu não era hétero. Se bem que segundo me recordo, durante vários anos estive aberto a qualquer um dos sexos. Acho que pelo menos, isso me deixa com uma mente mais aberta. – Falou enquanto pegava no caderno para confirmar algo. – O nome do namorado é… espera, acho que apontei algures. Ele disse que trabalhava no café onde também estiveste. Kitten? – Virou mais uma página. – Ah sim, Marco.

- Marco? O filho da dona do café?

- Esse mesmo. Conheces? – Perguntou curioso.

- Sim… - Disse surpreendido. – O Marco. Nunca pensei. O mundo é realmente pequeno. – Concluiu com um sorriso.

- Estás melhor agora? Não estás chateado comigo?

- Eu só estava com ciúmes. – Resolveu admitir após um longo suspiro.

- Ciúmes? Porquê?

- Porque… - Hesitou por alguns momentos, mas pensando em quanto o professor ultimamente era completamente honesto com o que sentia ou pensava, não tinha o direito de dar-lhe uma meia verdade ou desconversar. – Porque és alguém tão especial que continuo com medo de te perder para outra pessoa.

Levi ficou em silêncio durante algum tempo.

De todas as pessoas com quem convivia no dia-a-dia ou o visitavam ocasionalmente, Eren era o único que lhe provocava frios na barriga, tornava as suas palavras confusas ou chegava inclusive, como naquele momento, a fazer com que estas se ausentassem por não saber o que dizer. Já tinha concluído que antes do acidente, não era alguém que evitasse o contacto visual ou corasse com facilidade, mas com o moreno não conseguia evitar. Pouco a pouco, controlar essas emoções com outras pessoas era mais simples, mas ele era uma exceção.

O lógico seria que se mostrar alguma exasperação por não conseguir ter o mesmo tipo de controlo com ele, mas não existia traços de nada que se assemelhasse a qualquer irritação ou frustração. Em vez disso, deixava-se levar por aquelas sensações e parecia ser o certo a fazer.

E mesmo sendo honesto quanto ao que dizia ou sentia, não acreditava que muitas vezes conseguisse transmitir o quanto aquelas visitas o deixavam feliz. Como mesmo depois de um dia cansativo em que os progressos tivessem sido menos visíveis, mas bastava que o visse chegar para que o dia valesse a pena.

Nunca pensou que se distraísse tanto com a voz de alguém, mas ainda que não estivesse presente fisicamente, reconhecia a voz do moreno em qualquer anúncio ou aparelho que emitisse música. Isso era o suficiente para lhe roubar a atenção e outra coisa que surpreendeu os profissionais de saúde que trabalhavam com ele, era o facto de que sabia as letras de todas as músicas. Cantava-as muitas vezes inconscientemente, dando-se conta de que estava a fazê-lo, quando ao fim de algum tempo, notava os olhares focados nele. Se o questionassem, como tinha decorado tão facilmente a letra, dizia-lhes apenas que simplesmente as tinha escutado antes e por irónico que parecesse, a sua memória reteve com facilidade a letra ou o ritmo das músicas.

O rapaz não repetia com frequência as mesmas músicas, costumava variar imenso no repertório, mas por alguma razão, conseguia reter com facilidade as músicas. Aliás, qualquer coisa que estivesse relacionada com ele, era extremamente fácil de guardar na sua memória, assim que as ligações certas eram feitas. A partir do momento, em que se apercebia de que era algo relacionado com Eren, aparentemente isso tornava a mais fácil de recordar a informação. Quem sabe, também ficasse mais motivado e isso ajudasse.

Consequentemente, por vezes, acontecia algo que classificava como esporádico, mas falava por impulso. Como se o seu subconsciente soubesse o que devia fazer ou dizer em determinados momentos. Aquele era mais um daqueles casos.

A resposta saiu sem que entendesse o significado por detrás daquelas palavras, pois dava-lhe a sensação de que recuava a algo que ia bem além dos meses em que conheceu o rapaz.

- Não podes perder o que sempre foi teu.

Os olhos verdes espelharam surpresa e nesse momento, o frio na barriga estava de volta, assim como a perceção das palavras estranhas que tinha acabado de dizer. Assim, não foi capaz de manter o contacto visual, começando a olhar para as mãos que tinha sobre os lençóis.

- Desculpa… sei que… sei que foi algo estranho, o que eu disse. Falei sem pensar, eu…

- Levi? – Chamou e sentiu-se tremer ligeiramente, sabendo que aquele tom de voz significava que queria que olhasse para ele. Porém, recusou-se a fazer isso enquanto não tranquilizasse os batimentos do próprio coração que escutava tão alto que nem notou quando o moreno se levantou de onde estava. Só que sentiu quando o peso na cama se alterou e viu que o rapaz estava sentado perto dele. Não dizia mais nada, mas com uma das mãos, tocou no queixo do professor que se arrepiou e com cuidado, fez com que estivessem novamente, olhos nos olhos. – Preciso que saibas que também não me podes perder pela mesma razão. – O hálito quente contra os seus lábios fez com que quisesse encurtar mais aquela distância mínima entre eles, mesmo que quisesse perder-se mais um pouco nos orbes verdes. – Mesmo que não te lembres de mim, diz-me a verdade, consegui com que pelo menos te apaixonasses por mim? Ou tenho que insistir mais um pouco?

- Se eu responder que sim… - Sussurrou. – Vais parar com os presentes?

Eren riu um pouco, encostando a sua testa à do professor enquanto fechava os olhos.

- Não.

- Vais visitar-me menos vezes porque já vais ter a resposta que queres? – Perguntou, também de olhos fechados, ouvindo e sentindo somente a respiração do outro.

- Claro que não. Vou fugir mais vezes dos ensaios.

- Se eu disser que sim, vais beijar-me… mais vezes?

- A tentação vai com certeza, acabar com o pouco autocontrolo que tenho.

Levi distanciou-se ligeiramente e ambos abriram os olhos.

- Se eu disser que… paixão parece pouco para explicar o que sinto quando estás comigo, as respostas de antes continuam válidas?

Eren beijou-o bem de leve e logo sentiu as mãos do professor, colocarem-se na sua camisa e não deixou que respondesse com outro beijo.

- Esta é a razão para estar a controlar-me. As tuas mãos provocam-me imenso.

O professor retirou as mãos da camisa e deixou-as ao lado do corpo.

- E se eu não…?

- Se te mantiveres bem comportado, posso dar-te o beijo que queres. – Viu o outro assentir e sorriu de lado, vendo como de facto, ele estava disposto a ser obediente. Era um sentimento tão estranho e no fundo, sabia que não devia aproveitar-se disso…

Pelo menos, não completamente… mas se aproveitar-me só um pouco, não penso que seja contra”.

Reduziu novamente a distância entre os dois e antes de fechar os olhos, notou como Levi agarrava os lençóis para manter as mãos ocupadas. Tocou os lábios dele e com a língua pediu que o deixasse passar e mais uma vez, não encontrou resistência da parte dele.

Sabia que não era justo que tivesse pedido que não o tocasse, mas não só mantinha uma mão na nuca do professor guiando o beijo, como a outra quase por instinto, foi para as costas dele arranhá-lo de leve.

Assim que o fez, ele gemeu mais uma vez, arrepiando-o e por isso, decidiu retirar essa mão das costas dele e acabou por encontrar uma das que segurava os lençóis. Arranhou-a também, apertando-a conforme ia explorando a boca do professor.

Recordava o gosto e a forma como se movia ao seu ritmo.

Repetir algo que Levi já tinha feito, definitivamente não ajudou a controlar-se. Sem pensar, repetiu aquele gesto, prendeu a língua do professor entre os dentes e como ambos gemeram era uma indicação clara de que devia parar por ali.

Em vez disso, apenas tornou-se mais agressivo com o beijo e nem notou quando uma das mãos do professor esteve prestes a tocar-lhe, mas afastou-a num último instante.

Levi queria tocá-lo. Queria agarrá-lo e não deixar que parasse com o calor que estava a invadir cada poro da sua pele.

Não era justo que as mãos do moreno percorressem o seu corpo sem pudor e ele não pudesse fazer o mesmo. A mão que antes segurava a sua nuca desceu para arranhar o seu peito e a outra agarrava possessivamente a sua coxa.

- Eren… - Sussurrou, aproveitando que se afastava da sua boca para poder respirar, mas logo sentia como o rapaz não deixava de beijá-lo no pescoço. – Posso…

- Não. – Murmurou.

- Ngh… - Uma mordida no pescoço fez com que fechasse os olhos mais uma vez. – Eren… ah… - Desta vez, sentia novamente a língua na sua pele. – Por favor…

- Não. – Repetiu, alcançando a orelha do professor. – Esse era o nosso acordo.

- Mas… Hum… - Outra vez os dentes, desta vez na sua orelha e aquela mão na coxa também não ajudava.

- Se alguém aparecer, será melhor que…

- A Hanji disse que se quisesses, podias pedir-lhe que… nos desse um pouco mais de tempo.

Eren parou momentaneamente e encarou o professor.

- Será que ela está por perto ou terei que subornar alguém para te ver assim mais um pouco? – Beijou o professor e logo se afastou. - Se fores capaz de esperar alguns minutos, faço cada momento que se seguir, valer a pena.

- Eu espero. – Foi a resposta imediata e Eren sorriu, indo na direção da porta enquanto tentava regular a respiração e tentar não parecer muito desesperado.

Puta que pariu, eu não devia estar a pensar nestas coisas, mas…”, abriu a porta e não admitiria em voz alta, mas nunca ficou tão feliz por ver Hanji a poucos metros a conversar com Irvin.

- Eren! – Acenou de imediato e o rapaz aproximou-se.

- Estava calor dentro do quarto? – Perguntou Irvin divertido com o rosto corado do rapaz e agitação que não conseguia disfarçar.

- Sem gracinhas. – Respondeu secamente. – Hanji, onde estão os pais do…

- Ah, nós vamos sair mesmo agora com eles e como a enfermeira só lá passa daqui a uns… - Olhou para o relógio. – Tens cerca de trinta minutos, mas por via das dúvidas dou uma palavrinha ao Mike ou à Dra. Ana e aqui tens. – Entregou-lhe uma pequena chave discretamente.

- Isto é… - Ia falar do rapaz. – Onde conseguiste a chave?

- Eu tenho os meus métodos. – Murmurou e fazendo sinal para que o rapaz se aproximasse, segredou-lhe. – Cuidado para não o marcares muito. Por muito que te quisesse dizer o contrário, ir com calma se calhar é o melhor por agora. Acho que não queres explicar aos papás dele porque é que o filho subitamente voltou a ter dificuldades em andar.

- Hanji! Eu não vou…

- Não percas tempo a contar-me pormenores agora, conta-me depois. Vai que cada minuto é precioso!

- Obrigado, Hanji. – Disse, voltando a passo rápido para o quarto.

- Não conhecia essa conversa da chave. – Comentou Irvin.

- Pormenores, meu querido. Agora vamos que temos que entreter os pais dele no mínimo por meia hora, o que não deve ser particularmente difícil já que nós somos igualmente adoráveis. – Brincou e Irvin acabou por rir com a professora.

Entretanto Eren que tinha regressado ao quarto, acabava de fechar a porta à chave sob o olhar curioso do professor que tal como o moreno tinha pedido, manteve-se sossegado exatamente no mesmo lugar. O rosto continuava ruborizado, mas a respiração estava mais calma ainda que notasse como o observava ansioso.

O rapaz acercou-se novamente à cama, pousando a chave sobre a mesinha onde também se encontrava o caderno do professor.

- Encontraste a Hanji? – Decidiu quebrar o silêncio.

- Sim, tenho menos de meia hora, mas é o suficiente por agora… - Deu mais dois passos antes de ficar mesmo ao lado da cama.

- Vou poder tocar-te?

- Não.

- Mas… mas eu fiz o que pediste. Fiquei quieto. – Falou e Eren quase que sentiu vontade de bater nele próprio porque aquela expressão que estava a ver, não deveria ser…

Não, não! Desde quando ele faz isto?! Esta expressão de cachorrinho abandonado não é justa!”.

- Pode ser que mude de ideias, mas por agora quietinho… - Falou, colocando um joelho sobre a cama e com uma das mãos, alcançou os cabelos negros. Puxou-os um pouco, inclinando o pescoço do outro para que pudesse roçar o nariz na pele e ver como se arrepiava ao mesmo tempo que a respiração de ambos voltava a ouvir-se novamente pelo quarto. – Mesmo que não me possas tocar, posso fazer com que te sintas tão bem… - Espalhou vários beijos na zona do pescoço, subindo até alcançar a orelha do outro. – Confias em mim?

- Hum, hum. – Anuiu.

Eren agarrou o rosto dele, antes de beijá-lo mais uma vez e sorriu contra os lábios dele ao notar que mais uma vez, o professor forçava as mãos a amachucar os lençóis.

Ele sabia que aquilo era uma espécie de tortura e quem sabe, estivesse apenas a pagar na mesma moeda, algo que em outra ocasião também lhe teria acontecido. Se bem que no seu caso, não se portou tão bem e Levi acabou mesmo por lhe bater e deixá-lo bastante tempo com os pulsos presos à cama. E pior, parou completamente o que estava a fazer, teve inclusive o atrevimento de sentar-se na outra ponta da cama e pegar num livro. Eren nem quis acreditar quando ele de facto, ficou a ler quase sem roupa à sua frente.

Resolveu deixar esses pensamentos esquecidos quando Levi começou a mordiscar os seus lábios, tal como tinha feito antes, tentando guiá-lo para um beijo mais profundo, mas o moreno desviou o rosto e abraçou o professor.

- Não é justo, Eren… - Ouviu o professor murmurar e sorriu divertido com o tom de voz amuado. – Estou com a sensação de que te estás a aproveitar de mim…

E vais arrepender-te disto mais tarde.

Eren arrepiou-se ao ter essa frase em mente. Era como se soubesse que eventualmente, aquilo voltaria para atormentá-lo e a voz do professor a dizer-lhe aquela frase soava tão real, como se realmente a tivesse dito naquele instante.

Porém, bastou um olhar na direção de Levi para concluir que aquilo não passava de uma divagação da sua mente. Ele não fazia aquele tipo de comentários, pelo menos, essa parte da sua personalidade aparentava estar bem mais adormecida.

Tomou novamente a boca do professor que gemeu ao sentir as mãos do moreno nas suas coxas, massajando-as com firmeza e isso fazia com que quisesse beijá-lo com maior intensidade. Ideia que mais do que passar pela cabeça do moreno, foi-se tornando cada vez mais real.

Não dava espaço para que Levi tentasse guiar o beijo, começando até a usar o peso do próprio corpo para ir deitando o outro na cama. Ao fazê-lo, também segurou nas mãos para que ficassem ao lado da cabeça dele, mas presas, continuando assim a privá-lo do que mais queria naquele momento.

- As mãos não saem de onde estão, entendido?

Viu o professor acenar afirmativamente, mantendo as mãos ao lado da cabeça enquanto via o rapaz puxar o lençol e afastá-lo em definitivo, pois ainda cobria parte das suas pernas. O professor ainda estava de calções pretos e uma t-shirt cinza clara. Roupa que deveria ter usado, quando regressou da piscina visto que assim que lhe deram autorização para mudar de roupa, começou a dispensar a que lhe ofereciam no hospital.

As mãos do rapaz pousaram sobre o peito do outro e subiram vagarosamente a t-shirt que ele levava sem a tirar. Em seguida, debruçou-se sobre ele, deixando beijos na zona da barriga, notando os arrepios e escutando a respiração bastante audível de ambos.

- Eren…

- Hum? – Passou a língua no umbigo do outro.

- Eu quero…

- Já disse que não. – Cortou Eren, mordendo a barriga do outro e subiu mais um pouco até alcançar um dos mamilos. Usou a língua para o provocar, ouvindo um gemido bem mais audível quando uma das mãos desceu também para o acariciar por cima dos calções. – É bom?

- Ngh… - Viu-o acenar, mordendo o lábio para conter os sons que lhe escapavam com cada vez mais facilidade.

Sorriu de lado e ao mesmo tempo que colocou a mão dentro dos calções e chupou o mamilo. Isso fez o professor gemer audivelmente, arqueando as costas e uma das mãos agarrou os cabelos castanhos. E assim que se apercebeu, afastou de imediato a mão.

- Eu… ah… foi sem querer… - Falou.

- Hum, sem querer? – Provocou o rapaz, colocando-se mesmo de frente ao rosto de Levi. – Mesmo que eu tenha dito que…

- Foi sem querer. – Insistiu.

Em silêncio, o moreno observou o rosto completamente avermelhado do professor, a respiração continuava cada vez mais agitada, a que se juntava os olhos onde podia ver algum receio por ter desobedecido à regra imposta, mas acima de tudo: via desejo. Apesar de toda aquela tortura a que estava a sujeitá-lo, havia uma parte dele que gostava e Eren sabia que não era capaz de ser tão assertivo e irredutível por muito mais tempo. Afinal, ele até aquele momento, tentou seguir o que lhe pediu.

- Tens tido um bom comportamento apesar deste deslize, por isso vou compensar. – Falou, vendo o olhar curioso sobre ele.

- Posso?

- Sim, mas penso que só terás os meus cabelos para te entreteres porque não vou estar numa posição em que me possas tocar muito. – Beijou-o e logo sentiu os braços do professor, envolvê-lo pelo pescoço para mantê-lo perto e por algum tempo, deixou que o beijasse.

- Eren só…

- Shh, se depois quiseres beijar-me, não vou dizer que não. – Sussurrou, deixando somente mais um beijo bem de leve nos lábios do outro, antes de começar a beijá-lo novamente na zona do peito, continuando a descer enquanto as mãos seguravam os calções e o puxavam um pouco para baixo. – Gostaste assim tanto do que estive a fazer? – Questionou, vendo como se encontrava bem duro. – Um conselho, mon cher. – Viu os olhos acinzentados, abrirem-se surpresos. – Embora, tenha dito que me podes tocar e como só deves alcançar os meus cabelos agora, sugiro que uses a outra a mão para tentar controlar o barulho, senão podemos ser interrompidos. – Sorriu de lado, enquanto começava a usar apenas a ponta da língua e começando a alternar com o roçar dos lábios e soprando ar frio.

- Merde! – Agarrou os cabelos castanhos com uma das mãos e com a outra cobriu a boca, gemendo contra ela.

Espalhou mais alguns beijos que iam ficando mais molhados.

- Eren… ngh… ah…

- Hum, é bom? – Perguntou antes de descer mais uma vez com a língua, agarrando as coxas com força e vendo a forma quase agoniante, como o professor se movia e gemia. – Vai ficar ainda melhor… - A um ritmo lento, abriu a boca e foi engolindo a um passo que devia ser uma tortura, a julgar pela forma como os sons sufocadas estavam a ficar mais audíveis e sentia-o tremer. Podia perceber que evitava mover os quadris e provavelmente, engasgá-lo.

- Eren… eu não… ah, ngh…

Desceu mais um pouco, relaxando a garganta tanto quanto possível e ao gemer contra o membro que tinha na boca, quase que ouviu Levi gritar contra a mão que tentava manter sobre a boca.

Assim que julgou que estava pronto para mover se mover, focou-se somente em manter os músculos da garganta sem qualquer tensão e começou a mover num ritmo igualmente lento, baixo para cima sem nunca o retirar totalmente da boca antes de regressar.

Teve que segurar os quadris de Levi que a essa altura não parava de gemer e puxava com bastante força os seus cabelos para que não se afastasse.

A certa altura, decidindo que já o tinha torturado o suficiente com aquele ritmo lento e até porque já não tinha a noção de quanto tempo teria passado, acelerou os movimentos. O que sem qualquer aviso e na forma como fez, não se surpreendeu quando começou a ouvir cada vez mais Levi e tinha a certeza que se não tivesse conter os gemidos, a voz iria ecoar bem alto naquele quarto.

O que é realmente uma pena que não possa acontecer…”, pensava, continuando o ritmo bem rápido e auxiliado pela língua que não devia ajudar ao autocontrolo do outro que parecia estar a perder-se muito rapidamente, “Puta que pariu, continua como antes neste aspeto. Não é justo que tenha tanta resistência depois de tudo o que estive a fazer…”.

Levi sabia que se não tivesse a mão na frente da boca e uma vaga lembrança de que qualquer pessoa poderia ouvi-los, estaria mais do que a gemer, acabaria por gritar mesmo com algumas das coisas que o rapaz fazia.

- Ere… Eren… - Tentava controlar a voz para o avisar.

Afastou um pouco a boca, apenas para poder usar mais pressão com a mão e logo voltou a usar a própria boca, ouvindo-o gritar contra a mão e soube que era uma questão de poucos segundos e logo teve o que queria. Viu como arqueava as costas da cama e a voz perdia-se atrás da mão que forçou a manter na boca.

Apenas se conseguiu afastar, quando a pressão nos seus cabelos acabou e assim que o fez, viu a expressão ainda completamente ruborizada, a respiração bastante descontrolada e os olhos fixos nele. Ao notar esse último aspeto, fez questão de lamber o lábio e murmurar:

- Delicioso, como sempre, mon cher.

Viu como o professor se ruborizava mais, como se fosse possível, mas logo se sentou com um ar que Eren não conseguiu perceber até que viu para onde tinha olhado.

- Oh, não te preocupes. Eu vou tratar disto.

- Mas não é justo…

- Não sei ao certo há quanto estamos aqui e a Hanji disse que… - Levi estava a ignorá-lo e isso foi óbvio quando a mão dele, alcançou as suas calças e começou a acariciá-lo sobre o tecido. – Levi…

- Faço rápido. – Murmurou em resposta, abrindo botão e deslizando o zíper sem que o rapaz o impedisse. Em seguida, usando somente a mão sem tirar os olhos de Eren, Levi começou a masturbá-lo. – Beija-me…

O moreno beijou-o, confirmando mais uma vez que embora o professor falasse muito de germes, bactérias, higiene em geral, a verdade é que no sexo essas coisas pouco ou nada lhe importavam.

As línguas de ambos entrelaçavam-se, à medida que a mão continuava a mover-se cada vez mais rápido. A respiração do moreno acelerou-se, assim como os gemidos foram subindo de tom contra a boca um do outro.

Levi percebeu que não precisaria de fazer muito mais e por isso, parou de beijar o moreno e abaixou-se para tentar fazer o mesmo que lhe tinha sido feito antes.

Contudo, não esperava que Eren lhe agarrasse os cabelos e não deixasse que tivesse algum controlo na forma como tentou engolir, o que obviamente acabou por engasgá-lo. Assim que começou a tossir, o rapaz começou a desculpar-se.

- Desculpa, eu não…

- Não… - Tossiu novamente. – Não faz mal.

- Estás bem? – Limpou uma lágrima do professor enquanto este parava de tossir e acenava afirmativamente, assegurando que estava bem. – Ok, agora temos que nos pôr apresentáveis nos próximos segundos e confirmar que não há provas de nada.

- Eu ajud…

- Não, não. – Disse, saindo da cama e pegou nas bolachas que estavam perto da cama. – Vai comendo bolachas e deixa que trato de tudo. – Tirou também uma para comer. – Ainda estou muito corado?

- Um bocado… talvez se passares água na cara, ajude. – Respondeu, depois de ajeitar os calções, a t-shirt e começou a comer uma das bolachas.  

 - Não estás muito melhor. – Passou a mão nos cabelos negros, vendo o outro baixar ligeiramente o rosto. – Ok, pareces mais apresentável.

- Obrigado.

 

*_*_*_*_*_*_*_*_*

 

- Com sono? – Perguntou, depois de acabar de cantar mais uma canção.

- Não muito, mas deves estar cansado. – Comentou Levi, vendo o rapaz espreguiçar-se e começar a ajeitar-se no cadeirão, onde passava as noites. – Eren?

- Hum?

- Podes dormir comigo. - Falou enquanto mexia distraidamente nos lençóis da cama.

- Ah, eu vou passar a noite aqui.

- Sim, mas há espaço na minha cama. – Falou, encostando-se um pouco mais um dos lados. – Ficavas mais confortável aqui e…

- E?

- Há algum tempo que ando a pensar em sugerir isto. – Admitiu.

Eren sorriu e vendo a opção de não ter que acordar novamente com dores nas costas, decidiu não discutir. Assim que se acomodou na cama, sem dizer uma palavra, Levi abraçou-o, deitando a cabeça sobre o seu peito.

- Posso ficar assim?

O moreno beijou os cabelos negros, acariciando as costas do professor com uma das mãos.

- Sabes que chega a ser fofo quando pedes estas coisas? E digo fofo agora, porque não corro o risco de ser agredido.

Pelo menos, não por enquanto”, concluiu em pensamento.

 


Notas Finais


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« - E ele anda de volta à mão dele e isso nota-se até nos ensaios. Dizem que está pior que uma miúda com menstruação. – Falou e o namorado riu. – A sério, Armin… ele está com um grave problema de frustração sexual acumulada e acho que não é apenas pelo pouco tempo a sós que têm.
- Não, ele disse-me, ok não disse diretamente, mas acho que está com saudades da agressividade e dominância do professor. – Comentou, ainda sem tirar os olhos do livro.
- Ultimamente noto que às vezes o Sargento tem aqueles momentos de olhar do submundo.
- Olhar do submundo? – Repetiu o loiro com vontade de rir.
- Não te lembras? – Questionou. – A Helena ligou-me porque queria passar um recado ao idiota que deixou o telemóvel descarregado e como não era algo que devesse falar em voz alta na presença de outras pessoas, segredei-lhe. Juro que ainda agora me arrepio quando me lembro da forma como o Sargento olhou para mim. »


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