História Destinos escondidos - Recaída?!

- Larga ela agora! - Eu disse e ele olhou para mim assustado enquanto camila estava com os olhos repletos de lágrimas. - LARGA! 

- Quem é você? Sai daqui, esta nos atrapalhando. - O garoto disse com a maior cara de pau.

- Muleque larga ela agora. - Eu disse aumentando a voz e segurando o seu braço. - Vai largar por bem ou vou te forçar? 

- Você por acaso é o que dela? - Perguntou agoniado e respondi sem pensar.

- Namorada. Agora vaza. - Eu disse e ele ficou nos encarando, puxei o braço dele com força o fazendo se soltar de Camila e george vinha se aproximando então o mandei levá-lo para fora.

Olhei para Camila que estava com o rosto cheio de lágrimas e me abraçou assim que o garoto saiu de perto. Aquele abraço... aquele cheiro... eu sei que não é o melhor momento para estar pensando nisso mas não dá, depois de tanto tempo, depois de tanta distancia a pego numa situação que eu nem imaginava.

A abracei apertado e acariciei seu cabelo enquanto ela repousava a cabeça em meu ombro. Depois de alguns segundos ela levantou o rosto e eu o sequei.

- Laur - Ela ia falar.

- Não fala nada, vou te levar para as meninas, se acalma. - Eu disse e ela assentiu. A abracei pelo ombro e levei-a até a mesa onde todos estavam e contei a dinah o que havia acontecido.

- EU VOU MATAR AQUELE IDIOTA! - Ela disse enquanto camila se acalmava e me olhava.

Sai aos poucos e fui para a sacada, não dava para vê-la naquela situação e permanecer parada, mas não podia fazer muito, o namorado dela estava ali e que namorado é esse que não está quando ela mais precisa? Quando ela mais necessita dele?! Concordo com a Dinah em não ter ido com a cara desse ser.

Acendi um cigarro e me encostei na sacada olhando aquele meio de árvores que cercavam a rua e meus pensamentos voaram em tudo o que aconteceu, primeiro a gente não havia nem se falado e a pego naquela situação... e se eu não tivesse chego naquele momento será que alguém ia aparecer para ajudá-la?!

Não minto, me doeu vê-la chegar na festa e não me dar nem um Oi, mas não demonstrarei isso de forma alguma, não posso ser a mesma lauren de anos atrás, eu amadureci, eu aprendi, eu cresci.

Pov Camila

Estava conversando com uns amigos de dinah quando resolvi tomar uma água e já que não tinha ali fora, fui até a cozinha. Tomei a água e quando estava saindo um garoto que desconheço me puxou e me prensou contra a parede da pilastra, a olhei assustada e tentei empurrá-lo mas ele era mais forte que eu.

- Me solta garoto, nem te conheço. - Eu disse.

- Eu sei que você quer gata, vem cá vai. - Ele dizia nitidamente bêbado e tentando passear a mão pelo meu corpo que eu empurrava. Estava com medo, assustada e nervosa mas precisava parecer forte.

- Me larga, eu não quero nada de você seu nojento. SAI! - Eu dizia mas parecia que ele tinha problemas auditivos.

- Não garota, eu quero seu beijo e sei que você quer o meu. - Ele continuava repetindo diversas coisas e eu já estava me desesperando e sentia meu olhos arderem cada vez mais.

- Larga ela agora! - Ouvi atrás de mim e agradeci aos céus por alguém ter vindo me ajudar mas aquela voz não me era estranha e vi que era quem eu pensava quando ela se pôs na diagonal dele.

Eu estava assustada e com medo, ela começou a discutir com ele que me soltou assim que ela disse que era minha namorada... namorada, essa palavra soa tão bem vindo dela.

Meus olhos que estavam cheios de lágrimas, se esvaziaram quando ela começou a discutir com ele, o que podia acontecer se ela não aparecesse?! Prefiro nem imaginar.

Assim que ele saiu, não aguentei de medo e a abracei, despejando todo meu nervosismo e desespero ali, naquele colo que eu não devia ter saído. Ela me abraçou de uma forma que só ela sabia e se afastou depressa me levando para a mesa em que todos estavam me fazendo sentir falta do contato.

Fiquei me acalmando aos poucos e no fim, as meninas foram dançar e sobramos eu,lucy e ally já que lauren havia saído assim que me deixou ali. 

- Vai lá Camila. - Vero disse e a olhei sem entender. - Não se faz de idiota, vai atrás da lauren logo.  

Travei. Mas dessa vez não errarei de novo. Me levantei e passeei pela casa atrás dela a encontrando na sacada da frente da casa apoiando os braços na madeira e olhando a rua com o que parecia ser um cigarro... droga, ela voltou a fumar.

- Hruhrum. - Cocei a garganta e ela me olhou. - É...

- Oi. - Ela respondeu. - Você está bem? 

- Estou. Obrigada lauren.

- Não precisa agradecer Camila. - Ela disse com voz rouca. 

- Preciso lauren. E preciso também me desculpar por não ter falado com você assim que cheguei foi por que christo .- Ela me cortou.

- Não se explique, não tem por que... você teve seus motivos, eu também não a cumprimentei. - Ela disse num fio só de voz e era a verdade.

- Mas eu quem devia ter ido e não você. - Eu disse e ela deu de ombros. Reinou um silêncio que eu tratei de cortar. - Sinto a sua falta lauren.

- Eu sentia. - Um tiro em mim doeria menos. - Tudo bem, eu sinto. 

- Porque está agindo assim? - Perguntei.

- Cansei de sentir demais. - Eu disse. - Não quero bagunçar a minha vida toda de novo. 

- Me desculpe. - Ficamos no silêncio novamente. - Obrigada por aparecer na hora certa, não sei o que aconteceria ali. - Eu disse e ela negou.

- Não me agradeça, estava no lugar certo e na hora certa, acho que ele não vai mais te atrapalhar. E aliás, onde estava seu namorado?  - Perguntou meio "tanto faz".

- Não sei . - Respondi -nem havia pensado no Christo, só me toquei agora que ela o citou- num fio de voz e sim, eu estou precisando do seu abraço mas não posso pedir isso a ela.

Fiquei a olhando de canto e tantos anos se passaram e eu senti tanto a sua falta, tantos anos se passam e eu sinto mais a sua falta, ela está madura, está mais mulher do que antes e não se abala mais por coisas fúteis. 

Com ela eu me sentia em casa mesmo estando distantes.

Pov Lauren

Senti uma necessidade enorme em fumar e relaxar um pouco por isso fui para o lugar da casa que mais me agradava, a sacada.

Fiquei lá perdida nos pensamentos quando a dona deles chegou do nada e por nada. Tentou se desculpar mas eu não podia fazê-la se sentir culpada por nada até porque eu também não havia ido a cumprimentar, mas enfim. 

Sei que meu jeito seco e frio podia estar a machucando mas cansei de me machucar sempre, cansei de sofrer por palavras ditas ou não e agora eu tenho uma garota maravilhosa ao meu lado que nunca ao menos imaginei conhecer, e não posso decepcioná-la.

Mas aquele aperto no peito em vê-la ali ao meu lado com a saudade aumentando, a falta batendo na minha porta, e ela segurando o choro estava complicado e me machucando.

Ficamos as duas caladas, no repleto silêncio se não fosse pelo som longe que vinha dos fundos da casa e por alguns pássaros que brincavam por ali. 

- Porque voltou a fumar? - Perguntou e dei de ombros.

- Só fumo quando quero relaxar. - Disse e ela assentiu.

- Como está a sua avó? - Perguntou.

- Melhor impossível, e tia sinuhe? 

- Bem. Ela fala de você as vezes. - Sorri de lado e meu deus sinto tanta falta delas. Se eu conseguisse diria milhões de coisas a ela ali mesmo mas a única coisa que deixei sair sem nem tentar guardar foi:

- Sinto sua falta. 

- Mila, te achei! - Joanna disse, ela é uma amiga da empresa de dinah e pelo visto amiga de camila.. - Dinah ta desesperada por que as bebidas estão acabando e pediu para eu vir te procurar para ir comigo. - Ela dizia rápido e quando percebeu que camila estava comigo disse:  - Oh, desculpem. 

- Não tem problemas, já estava saindo. - Eu disse e camila ainda estava me olhando com um leve sorriso, acho que ela ia me abraçar mas a garota apareceu então saí em direção aos fundos e senti o olhar de camila pesar sobre mim. - Pode deixar que aviso que você a achou. - Avisei.

Mesmo eu me fazendo de durona, mesmo eu tentando não sentir nada, a confusão na minha mente voltou... ela sempre volta. Liguei para cara e ficamos conversando até tudo aquilo sumir da minha mente e eu me recompor.

Voltei para os fundos e as meninas ficaram me olhando esperando eu dizer algo, mas sinto em lhes informar, não vou falar nada agora.

- Vamos beber? - Perguntei e Dinah sorriu me abraçando.

- Você está bem? - Assenti. - Mais tarde podemos conversar? - Assenti de novo e fomos continuar a noite.

3:00 am.

Só estavam os mais próximos agora ou seja, por volta de 10 pessoas e só quem não estava tão bêbada éramos eu, camila(+-) e um amigo de dinah.

Depois da conversa de eu e camila, não nos falamos mais e poucas vezes nos encaramos ao mesmo tempo.

- LAUR, VAMOS PARA A PISCINA. - Mani gritou e pulou na piscina e aquela merda estava gelada.

- Não, obrigada. - Eu disse dando risada e me sentei na borda vendo dinah, mani, george, ally, tay e keana brincando de pega-pega ali dentro.

Lucy e vero haviam sumido, já até imagino o que esteja acontecendo... e camila estava sentada do outro lado com o namorado.

Minutos se passaram e vi que o namorado de Camila não estava mais ali e que ela se aproximava de mim.

- Não vai entrar? - Perguntou sentada ao meu lado.

- Não e você? - Perguntei e ela negou. - Cadê seu namorado? 

- Me disse que já ia e eu disse que ia ficar. - Ela disse e eu assenti e bem lá no fundo estava agradecendo por isso.

- Meninas, vamos comer alguma coisa lá dentro! - Ally disse e saíram da piscina nos deixando a sós.

Senti o olhar de camila pesar sobre mim e revezar entre meu rosto e a água da piscina.

- Vai ficar me olhando sem falar nada? - Perguntei a fazendo sorrir de lado.

- O que quer que eu fale? - Rebateu e dei de ombros. - Como está lá em tampa? 

- Tudo bem, consegui me acostumar a viver lá e por aqui? 

- Como sempre foi. - Respondeu.

- Tay quer voltar pra cá. 

- E você quer? - Ela perguntou.

- Sim, mas não sei se poderei vir por agora, acho que ainda vai demorar. A empresa de lá ainda é relativamente nova e me apeguei novamente a minha avó. - Respondi e ela assentiu com um semblante caído.

Enquanto o silêncio reinava, começou a tocar uma música de Little Nation- Passos perdidos e aquela música não sei se caiu bem ou mal naquele momento. Olhei para camila e ela retribuiu... ficamos nos encarando sem dizer nada, deixando apenas nossos olhos conversarem entre si e se aproximarem gradativamente sem que percebêssemos e quando vi, minha mão já estava no seu rosto, seu rosto já estava próximo ao meu e nossas bocas já estavam unidas em um vem e vai de lábios, uma troca de carinhos, de saudades e de sentimentos ...aquilo não era certo, nada disso estava certo, eu tenho Cara e ela Christopher mas precisávamos disso, eu acho.

Era apenas uma troca de carícias entre os lábios, não podíamos aprofundar o beijo e sabíamos disso mas só aquilo já bastava, aquele beijo transmitia tudo o que estávamos sentindo, transmitia tudo o que queríamos dizer, transmitia tudo o que havia de ser dito mas que não dissemos.  

Nos afastamos aos poucos ainda de olhos fechados e quando abri os meus ela também os abriu e eles brilhavam, acredito que os meus também, ficamos nos olhando com um sorriso no canto e eu a abracei; ela colocou a cabeça em meu pescoço e eu me afundei entre seus cabelos.

- Sabe que isso não podia acontecer né? - Ela perguntou e eu assenti.

- Sei, desculpe.

- Se arrependeu? - Perguntou com um olhar triste e eu neguei.

- Não. - Respondi e ela sorriu. - Vamos. - Me levantei e a puxei junto para irmos nos juntar aos outros.

- Tudo será como era até antes desse beijo né? - Perguntou.

- Acredito que infelizmente sim. - Respondi a realidade mesmo que não fosse a minha vontade. Ela ficou me olhando mas eu logo desviei e entramos em casa.