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História Destinos que se cruzam ( Michaeng) - Retorno


Escrita por: ireneking

Notas do Autor


Boa leitura meus amores.
Espero que estejam gostando.

Capítulo 11 - Retorno


Fanfic / Fanfiction Destinos que se cruzam ( Michaeng) - Retorno

                Son Chaeyoung

Desde às 5h da manhã estou com os olhos fixos no relógio. Na verdade, estou desde às 04:45min e 57 segundos. Pode parecer estranho eu sei, mas estou ansiosa para que o dia amanheça rápido, mas parece que o tempo e o sol não estão ao meu favor. Tentei fechar meus olhos e me concentrar para voltar a dormir mas não consegui. Outra coisa que me foi surpresa é que,... Eu não pensei e nem cogitei a possibilidade de me dopar, os medicamentos sempre ficavam próxima a minha mesa, e dessa vez eu não quis, desejei dormir naturalmente, não consegui infelizmente. Mas ao menos, pela minha corrente sanguínea só passava os remédios de acordo com a prescrição. Um passo a mais não é mesmo?.

Foi pensando em tudo que vi o dia amanhecer. O sol finalmente apareceu e com ele uma frente fria agravel. Olhei para a janela e meus lábios formaram um sorriso quando vi e ouvi pássaros cantando do lado de fora. Senti naquela manhã uma paz que não sinto a muito tempo, assim também como uma felicidade que estava se fazendo morada dentro de mim de uma forma inexplicável. Fechei meus olhos e deixei meus pensamentos me levarem para alguma dimensão e assim fui. Meditei um pouco mais de uma hora, e quando abri meus olhos já fui me sentando na cama. 

Meus olhos miraram mais uma vez o relógio e esse já marcava quase 7h da manhã. Como era domingo então não poderia esperar que minha mãe ou Dahyun entrassem eufóricas no meu quarto. Dahyun certamente se encontra dormindo e minha mãe provavelmente está regando as flores no jardim dos fundos, ou preparando o café da manhã enquanto todos dormem. Pensei em ligar para a mais velha vir me ajudar no banho mas pensei muito antes. Sempre ocupei demais minha mãe e estava na hora de continuar minha " sessão independência ". 

Arrastei meu corpo até a beirada da cama para alcançar minha cadeira que estava próxima. Estava tão determinada a alcançar a cadeira que não prestei atenção na posição do meu corpo e muito menos da distância que estava entre o meio e o fim da cama, foi então que puxando mais ar dos meus pulmões para adquirir mais força e quando finalmente alcancei o braço da cadeira, não vi que a trava das rodas estavam levantadas e pela força do meu corpo, acabei escorregando e sentindo uma dor forte na minha bochecha direita. Fiquei deitada no chão por tempos e só recobrei a consciência quando percebi que estava nos braços de meu pai.

— Filha, está me ouvindo?. Minha visão que antes estava turva foi voltando ao normal. — Chaeyoung.

— Estou bem. Falei com um pouco de dificuldade. Logo minha mãe entrou correndo no meu quarto com o telefone em mãos e os olhos inchados. 

— Dr hoo dong nos orientou a levá-la para o hospital. 

— Não!. Levantei meu tronco tendo o apoio do meu pai. — Não quero ir para hospital, eu estou bem.

— Filha você caiu e ficou inconsciente, você precisa fazer exames para ver se está tudo bem. Meu pai tentava me convencer mas eu estava disposta a lutar.

— Não, eu não quero ir. Estou bem, não sinto dores nem nada. Talvez eu tenha tido um queda de pressão. 

Vi que os dois ficaram em silêncio e trocavam olhares. Menti para eles, sentia dor na cabeça e na parte da minha bochecha, mas se eu contar a verdade. Será o dia todo no hospital entre raios x e seringas nas minhas veias. Simplesmente eu ia perder o dia que tanto esperei chegar.

— Meu amor e se você se sentir mal?. Minha mãe sentou na cama ao meu lado, o telefone em mãos indicava que ela ainda não havia mudado de ideia.

— Se eu me sentir mal eu aviso. Prometo, mas por favor. Eu não quero perder esse dia.

— Filha é só um dia comum. Meu pai disse com um tom irônico.

— Não, não é. Não é um dia comum. 

O desespero já estava começando a me dominar. Tanto que eu nem percebi o que havia dito. Novamente os mais velhos trocaram olhares junto de suspiros. Estava conseguindo convencê-los.

— Tudo bem, mas me prometa que qualquer coisa você vai nos avisar. Minha mãe disse firme, o olhar sempre fixo no meu.

— Eu prometo.

Levou mais alguns minutos para que os dois aceitassem minha promessa, mas então a confirmação de cabeça que os dois me deram me levou a sorrir largo. Minha mãe me ajudou durante o banho e tive que conter o gemido de dor quando ela passou uma pomada no meu rosto. Tinha machucado feio, mas para mim não foi nada. Pedi minha mãe que me ajudasse a escolher uma roupa confortável mas que fosse algo também interessante. A mais velha não me questionou em nada, mas pelo seu olhar eu soube que ela sabia o que eu achava que ela não sabia. Confuso eu sei. Mas é isso que acontece quando você tem uma família onde os ancestrais eram espiões ou qualquer outra coisa que os fizessem ver claramente e ter a habilidade de esconder com maestria.

E o motivo desse desespero Son Chaeyoung?.

Então, eu não sei ao certo. Até sei, já que uma certa japonesa ficou de vir em minha casa em pleno domingo somente para ver como eu estava e dar algumas orientações sobre o novo lugar das minhas sessões. Mas isso é realmente os motivos do meu desespero? Por que a droga da minha ansiedade estava me torturando? Eu devo sentir algo? Eu sinto algo? Ou é apenas uma sessão de tortura?. Meu Deus! Estou lutando contra meus pensamentos a quase 40 min, até mesmo o café da manhã passou despercebido e agora eu estava aqui, sentada em minha cadeira na sala, mais precisamente em frente a janela que dava uma visão para a rua, esperando ansiosamente um certo alguém.

Decidi que não ia ficar aqui me torturando, precisava fazer alguma coisa. Eu até poderia chamar Dahyun mas a morena saiu de casa após o café alegando que ia fazer umas caminhadas no parque. Até sei qual o exercício que ela vai fazer. Segurei nas rodas de minha cadeira e as conduzi até o caminho da cozinha. Minha mãe estava falando ao telefone com alguém e tinha um sorriso imenso na boca. Provavelmente mais uma de suas amigas que vai se escalar para vir almoçar aqui.

— Está precisando de alguma coisa meu amor?. Minha mãe perguntou assim que desligou o telefone.

— Não, na verdade eu queria perguntar algo.

— Claro o que seria?. Senti minhas bochechas corrarem, eu não queria fazer essa pergunta mas eu estava ansiosa demais para esperar.

— É... Cocei minha cabeça tentando buscar forças. — Mina vai vir?. Disse rápido e rezando para que ela tenha entendido. Assim eu posso formular outra coisa para dizer. Porém, minha mãe, é minha mãe!.

— Vem sim, inclusive estava agora no telefone com ela.  Olhei supresa para minha mãe. Desde quando ela tem o telefone da Mina? E desde quando tem essa intimidade toda?. — Ela disse que está vindo e que precisou trazer seu cachorrinho novamente. Ligou para perguntar se estava tudo bem dele vir.  Minha mãe deu um sorriso largo, muito largo e assustador.

— Desde quando você tem o telefone da Mina.

— Desde sempre. Disse simples.

— E por que nunca me contou?.

— Porque você nunca me perguntou. E muito menos me pediu, e não te devo explicações. Deu de ombros e colocou o seu avental que pela arte era um tanto estranho, já que o desenho era um corpo definido de uma mulher que vestia apenas um biquíni que parecia infantil.

Olhei desacreditada para a mulher a minha frente, que me deixou sem palavras com uma reposta fria e específica. A mais velha ligou o rádio que tinha na cozinha e se dirigiu a dispensa para pegar alguns legumes e iniciar seu ritual. Minha mãe dançava meio desengonçado ao som da música enquanto cortava algumas cebolas. Uma vez meus pais me perguntaram porque eu não gostava de trazer meus amigos em casa. A reposta está aí, bem na sua frente.

— O que vai fazer para almoçar?. Perguntei para ver se conseguia arrancar mais coisas dela sobre a ligação de Mina.

— Kinchi, Bibimpap, porco e outras coisinhas. E de sobremesa um sorvete de pistache. Por quê? Quer ajudar em algo?.

— Eu posso?. Mamãe olhou surpresa. Nem ela e muito menos eu estava esperando isso. Desde meu acidente eu não tinha tido esse momento entre nós duas que sempre acontecia.

Eu amava cozinhar com minha mãe. Era um dos momentos mais engraçados que fazíamos juntas, mas então veio o acidente que além de me trazer problema nas pernas, me trouxe mau humor e muitos outros sentimentos ruins que me afastaram dela. Mamãe rapidamente colocou o outro avental em mim, esse que tinha o corpo de um homem sarado só de cueca. A mais velha me levou até o balcão e me entregou uma faca e uma tábua para cortar alguns legumes enquanto ela preparava a carne. O clima na cozinha estava divertido, logo meu pai chegou para nos fazer companhia. Os dois gargalhavam e hora ou outra dançavam no meio da cozinha arrancando algumas gargalhadas minha. Meu coração gelou quando a campainha tocou, mamãe rapidamente limpou as mãos em um pano e se dirigiu até a sala para atender a porta.

Como a música estava em um volume alto, e a cozinha era um pouco distante da entrada. Não deu para ouvir quem seria a pessoa que havia chegado, mas o decorrer dos segundos eu ficava mais nervosa. Foi só então que logo meus olhos cresceram quando ela entrou com seu lindo sorriso gengival ao lado de minha mãe e em uma das mãos uma coleira que estava em cachorro peludo e grande. Mina logo notou minha presença e seu sorriso foi direcionado agora para mim.

— Olá Son Chaeyoung. Sua voz me fez retribuir o sorriso que estava se formando.

— Olá Dra Myoui. Nos encaramos por uns segundos até que voltei meu olhar para o peludo que tinha um olhar curioso. — Você trouxe o Ray. Perguntei com um sorriso na voz. Chamei por ele que logo respondeu abanando o rabo e vindo em minha direção. Levei minhas mãos até sua cabeça onde fiz vários carinhos no pelo macio.

— Desculpem por isso. Tive que levá-lo ao pet shop, e minhas amigas ficaram de ir buscar, mas houve um imprevisto.

— Não se preocupe minha querida, o Ray é muito bem vindo. Minha mãe falou com sua simpatia deixando Mina mais aliviada.

— Eii você o trouxe?. Posso ficar com ele? Prometo cuidar direitinho. Suga entrou na cozinha como um furacão e veio direto em minha direção sem cumprimentar todos. O moreno se ajoelhou ao lado do felpudo que se entregou rápido aos carinhos do meu irmão.

— Claro que pode. Só toma cuidado, ele adora sapatos. Mina respondeu entregando a coleira na mão de Suga que tinha um sorriso grande.

Suga rapidamente levantou do chão e saiu correndo para o quintal acompanhado de Ray que estava tão eufórico quanto meu irmão. Olhei para Mina que tinha um sorriso lindo nos lábios ao observar meu irmão e seu cachorro pela janela que dava visão ao quintal. Desviei rápido meu olhar quando ela virou a cabeça em direção a mim. Eu não poderia ser pega.

— Você vai almoçar conosco não é? Sim claro que vai. Minha mãe perguntou e respondeu ao mesmo tempo sem dar chances para Mina responder ou protestar alguma coisa. — Deixa eu pegar suas coisas, você não precisa trabalhar hoje. Minha mãe rapidamente puxava a bolsa de Mina de suas mãos.

— Mas Chaeyoung...

— Eu estou bem Minari. Podemos fazer alguns alongamentos outra hora. Falei a interrompendo arrancado outro sorriso de minha mãe que nos deixou na cozinha. 

— Você está bem mesmo? E a dor?. Mina perguntou ao se aproximar mais de mim. 

— Estou bem, não sinto dor. 

— O que aconteceu com seu rosto?. Mina se agachou em minha frente e levou uma de suas mãos até o lado do meu rosto que estava machucado. Seus dedos leves passavam pelo curativo que minha mãe tinha colocado.  Seus olhos mostravam a tão conhecida preocupação. Mina logo percebeu que estava muito próxima do meu rosto e quando seus olhos encontraram os meus, seu rosto logo mudou de cor. Quando afastou sua mão do meu rosto, tratei logo de segurar para não correr o risco de deixá-la se afastar.

—  Eu caí da cama. Mina rapidamente cresceu os olhos e eu fui mais rápida para explicar e não deixá-la mais preocupada. — Não se preocupe, não foi nada sério.

— Precisa ter cuidado Chaeng. Sorri ao ouvir o jeito que ela chamou meu nome incompleto.

Minha mãe voltou para a cozinha nos pegando em nossa bolha e Mina rapidamente se afastou soltando nossas mãos. Pude perceber um olhar de malícia da minha mãe e logo revirei os olhos. Minha mãe para disfarçar logo chamou Mina para nos ajudar o que achei um absurdo já que ela era visita, mas a castanha ficou do lado da mais velha e logo aceitou ajudar. Não acreditei quando minha mãe colocou um avental em Mina, esse que tinha o desenho de um homem forte cheio de tatuagens com uma sunga vermelha e pequena. Mina não conseguiu segurar o riso, o que levou a nós duas também caírem em gargalhadas. Minha mãe ligou o rádio novamente e o clima na cozinha estava divertido.  

A campainha novamente tocou e dessa vez meu pai gritou dizendo que ia atender. Enquanto eu ajudava Mina com os legumes, minha mãe já estava temperando a carne e jogando tudo dentro da panela.

— Tigrinha, você tem visitas. Meu pai apareceu na porta da cozinha e nós três paramos o que estávamos fazendo quando um garoto apareceu atrás dele segurando um buquê de rosas e uma caixa de bombons em mãos. Fiquei parada por alguns segundos tentando decifrar se era mesmo a pessoa que eu pensei ser.

Jungkook estava vestido com uma calça jeans rosada, uma camisa social escura de mangas longas, o cabelo perfeitamente comportado, um sorriso tímido nos lábios e um olhar com um pequeno brilho escondido. Demorei mais algum tempo até voltar ao normal. 

— Olá. A voz grave dele soou ainda tímida. — Eu trouxe isso pra você. O mais velho se aproximou estendendo as flores e a caixa de bombons. Eu os peguei de sua mão e voltei meu olhar para ele.

— Desculpa não ter avisado. Nós podemos conversar?. Olhei para meu pai que estava com os braços cruzados na porta. Minha mãe não estava diferente, e depois olhei para Mina que pude ver algo diferente em seu olhar. Eu não soube decifrar o que era.

— Vamos ao meu quarto. O garoto abriu um largo sorriso e se posicionou atrás de minha cadeira. Olhei para Mina mais uma vez e ela abaixou o olhar, o que achei estranho.

Jungkook me ajudou a chegar até o meu quarto e fechou a porta logo em seguida. Ele virou minha cadeira em sua direção, e um pouco atrapalhado sentou na cadeira que tinha em frente minha mesa que usava para estudar. Seus olhos percorreram meu quarto e depois pararam em mim, suas mãos estavam cruzadas e suas pernas balançando freneticamente e o silêncio no quarto só ajudava o nervosismo do garoto.

— Obrigada pelas flores e os chocolates. São os meus preferidos. Resolvi quebrar o silêncio. 

— É eu sei. Ele suspirou e abaixou a cabeça respirando profundamente. — Chaeyoung me desculpa, eu...

— Por quê?. O cortei e seus olhos encontraram os meus novamente. — Por que sumiu? Por que me abandonou?. Um telefonema Jungkook, nem mesmo um telefonema você foi capaz de fazer. Você sempre foi meu melhor amigo, mas me decepcionou e me machucou. Meus olhos já estavam marejados e eu não pude mais segurar as lágrimas que tinha neles.

— Eu não pude. Não consegui. Sua voz saiu sussurrada e então eu percebi. Ele também estava chorando. 

— Por quê? Por que não pôde?.

— Tive medo.

— Do quê?. 

O mais velho passou as costas das mãos limpando as lágrimas que ainda caíam. Seus olhos estavam tão vermelhos quanto os meus. Sua expressão abatida e recuada estava quase me fazendo desistir de uma discussão com ele, mas eu precisava saber o motivo.

— Me sinto culpado Chaeyoung. Fixei meus olhos aos seus. — Porque foi minha culpa. Se eu não tivesse te desafiado, se não tivesse te obrigado a fazer aquela corrida, mesmo sabendo que você era inexperiente, isso não teria acontecido. Eu não tive coragem de te encarar. Quando soube que você tinha perdido o movimento das pernas, eu quis morrer. Mas então eu acordei e precisei vir aqui, porque você é como uma irmã que eu não tenho. Eu vim porque preciso do seu perdão, e sinto sua falta.

Meus olhos não paravam de deixar as lágrimas cair. A cada palavra que o mais velho falava, era como se cada pedaço do murro que criei fosse caindo. Eu estava disposta a não perdoar, a não ter mais sua amizade.  Mas eu não podia, sinto sua falta e nunca imaginei que ele pudesse se sentir dessa forma. Eu não o culpo, nunca pensei isso, nunca acreditei ou sequer cogitei culpar alguém por algo imprudente que eu mesma fiz. Deixei novamente o silêncio se estabelecer no quarto enquanto eu me recuperava do inesperado.

— Eu não tenho o porquê te perdoar. O mais velho me encarava como se não tivesse entendido o que disse. — Eu nunca te culpei. Você não tem culpa Kook. Minha única raiva de você foi por ter me abandonado, mas até isso já passou. 

— Você me perdoa então?. Ele perguntou com os olhos marejados e o sorriso pequeno.

— Claro seu idiota. 

Seu sorriso ficou maior e ele se ajoelhou em minha frente para poder juntar seu corpo no meu em um abraço. Choramos, rimos e nos perdoamos durante aquele longo abraço. Passamos longos minutos entre conversas e risos. Contei tudo a ele, desde minha sessão de fisioterapia até os conflitos que estou passando em meu relacionamento, apenas deixei oculto algumas dúvidas que vinham crescendo com o decorrer do tempo sobre uma certa japonesa que estava na cozinha com minha mãe. Isso eu não contei, até porque eu preciso primeiro saber o que tanto isso significa e o porquê de estar se tornando meu tormento.

— Seu pai quase não me deixou entrar. O mais velho estava agora todo a vontade despojado em minha cama.

— Não o culpe. Ele pensou o mesmo que eu, assim como minha mãe e o restante da família.

— Acha que devo comprar flores e chocolate para todos?. Gargalhei. 

— Você é tão idiota. Gostei desse visual. Parece um adolescente quando vai encontrar a família da namoradinha. O moreno também gargalhou. — Você fez outra tatuagem?.

— Fiz duas, olha. Jungkook ficou em pé em minha frente e desabotoou a camisa logo me mostrando a nova tatuagem que tinha nas costelas. 

— " Prefiro estar morto do que legal". Li a frase que estava tatuada. — O que significa essa frase?.

— É o mesmo que dizer. " Prefiro morrer a viver sem paixão".

— Uou. Uma batida na porta e uma autorização para entrar, nos fizeram focar na pessoa que tinha a metade do corpo no quarto e a outra fora.

— Desculpa atrapalhar. A voz doce e suave de Mina me fez abrir o sorriso assim que vi que era ela. — É que sua mãe pediu para vir chamar, o almoço já está pronto. Mina olhou rapidamente para Jungkook e seu rosto corou, foi só então que percebi que ele estava com a camisa aberta mostrando sua barriga.

— Obrigada Minari, já estamos indo. A mais velha apenas balançou a cabeça em confirmação e fechou a porta. — Dá pra você fechar essa camisa?. 

— Quem é a gata?. Jungkook perguntou abotoando a camisa. — Você pode me apresentar?.

— O quê? Não!.

— Por quê não? Qual é Chaeyoung, ela é linda e é muito meu tipo. Quebra essa. Não sei porque mas um incômodo muito grande me afetou ao ouvir o interesse do meu amigo.

— Cadê sua namorada?.

— Está na faculdade. Respondeu tranquilo. — E aí? Vai me apresentar?.

— Jungkook por Deus! Você namora.

— E qual o problema?.  Virei meu rosto para ele quando já estava indo em direção a porta.

— Se você não quer ficar só com a garota, por que não termina? Você tem que respeita-lá. Se não quer, termine, mas nunca traia a pessoa que está com você.

— Que papo é esse agora?. Bufei chateada com o cinismo do moreno.

— Traição é algo ruim Kook, ninguém merece passar por isso. Quando estamos com alguém nos doamos de corpo e alma. E tudo que queremos é respeito e ser amado da mesma forma. Se você não está satisfeito com seu namoro e acha que não consegue ficar sozinho com a pessoa. Então coloque um fim, mas não a  traia. O moreno ficou pensativo e me encarava envergonhado.

— Você tem razão. Desculpa, meu lado cafajeste sempre fala mais alto. Balancei a cabeça em negação e sorri pequeno para ele. — Mas vem cá, quem é ela? E qual o nome. Bufei.

— Jungkook.

— O quê? Não estou fazendo nada. 

— Mina não é para você, como você disse. O seu lado cafajeste sempre fala mais alto. E não, não vou te apresentar e não dê em cima dela. Fui o mais firme e séria possível.  Apesar de amar Jungkook. Mina... Mina só não é para ele.

— Tudo bem!. Ele levantou as mãos em rendição me fazendo revirar os olhos.

Voltamos para a sala de jantar e todos já estavam nos esperando. Jungkook teve que ser bem educado para conseguir ficar entre nós, além de meus pais, meus irmãos também o olhavam com certo desprezo, mas eu entendia o lado deles. Minha cadeira ficou ao lado de Mina que estava mais a vontade mas percebi que ficou mais distante de mim. Ela falava pouco e aquilo estava me incomodando. Jungkook não fez exatamente o que pedi, ele não tirava os olhos da castanha e eu lançava vários olhares para ele, que quando notava mudava o seu foco. O almoço estava sendo bem descontraído. Aos poucos meus pais e irmãos suavizaram seu olhar para Jungkook e o moreno já estava mais envolvido.

Encerramos tudo e eu tive que expulsar meu amigo, já que ele queria ficar puxando assunto com Mina e pude perceber que ela estava meio envergonhada. Mina logo disse que precisava ir mas antes ia fazer alguns alongamentos em mim. Deixamos meus irmãos e Dahyun limpando a cozinha e fomos para meu quarto. Queria poder ficar um tempo a sós com ela, queria conversar, ou somente ficar ao lado dela já que não tivemos isso hoje. Jungkook pegou muito meu tempo, não que eu esteja achando ruim, até porque eu sentia falta do meu amigo e queria muito vê-lo, mas também não queria deixar Mina sozinha, apesar de ter certeza que ela ia ficar bem com minha mãe. A mais velha tinha uma certa admiração por Mina que eu achava lindo.

Sobre admiração. O que conversei com Jungkook sobre traição me deixou muito pensativa. O que ando sentindo a respeito da japonesa está me deixando confusa. Eu amo Somi, ou talvez eu pense que a amo, mas nunca senti algo com Somi que me fizesse ter certeza do meu amor por ela. É claro que meu namoro com ela ainda está acontecendo, e por mais que ela ande novamente sumida eu a entendo. O que sinto por Mina é um carinho muito grande de amizade, talvez por ela ter aparecido em um momento muito frágil e me mostra aos poucos como tudo pode ficar melhor. Mas confesso que ver o interesse de Jungkook por ela me deixou muito, muito incomodada. Talvez pelo fato de saber que ele pode machucar ela caso venha acontecer algo, ou talvez por que eu não queira que ela se envolva com outra pessoa. 

Essa segunda opção é a que me deixa mais confusa. Afinal. Quem eu sou para desejar que ela não fique com outra pessoa? E por que exatamente eu penso Isso?.







Notas Finais


Alguém sabe responder a Chaeyoung?.


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