História Destiny - REESCREVENDO - So Confused

Era uma manhã ensolarada de Quarta-Feira, e todos os oito garotos estavam sentados ao ar livre, no jardim daquele castelo degustando do bom café da manhã. Sim, Jeongguk também estava ali, por incrível que pareça. Mas apenas, talvez pelo fato de que o Rei e a Rainha haviam viajado juntos recentemente para algum reino vizinho ao qual o Jeon não sabia o nome, apenas que tinham afins negociáveis que envolviam o seu reino, e o melhor de tudo; sem data prevista para retornar.

Então ele livremente poderia se juntar aos outros dali, já que não havia a presença perturbadora da Park. E claro que Jeongguk não deixou de notar em como Jimin parecia ligeiramente mais sociável e leve naquela manhã. Até distribuía sorrisos discretos para si, deixando o ômega ainda mais confuso com tudo aquilo, já que o loiro sempre fora grosseiro consigo.

— Que tal irmos ao povoado hoje? Tenho que comprar algumas ervas caseiras, minha omma pediu para que eu às levasse para casa quando voltar. Sabem como ela ama inventar pratos estranhos com essas coisas... — sugeriu Seokjin, ao tomar um gole de seu café descafeinado.

— Eu gosto da ideia, ficar enfurnado dentro desse castelo o dia inteiro é tediante. Sinto que estou criando raízes. — Yoongi revirou os olhos, passando eles rapidamente pela figura de Jeon, que estava alheio das coisas ao seu redor, concentradinho em mastigar um de seus bolinhos apetitosos. 

— Eu não poderei ir, minha omma marcou o estilista que irá fazer meu terno para hoje, não posso desmarcar, sinto muito pessoal... —  disse Baekhyun, suspirando  tristemente. Jimin se sentiu levemente mal ao constatar que acabara de comemorar internamente o que foi dito por seu noivo.

Não era como se o alfa não gostasse da companhia do ômega, mas às vezes ele era... grudento demais. E isso o irritava profundamente.

Jimin sempre foi um alfa livre, gostava de aventuras perigosas e de não se prender a ninguém, e descobrir em seu décimo nono aniversário que estava fadado há uma vida comprometida com um desconhecido, não o deixou muito contente. Mas não pôde fazer nada quanto à isso, sua mãe era muito boa na arte da persuasão.

— Sem problemas meu bem, faça o que tem de fazer, eu e os meninos precisamos mesmo de um tempo só nosso, sabe? Para relembrar os velhos tempos... — o Park usava um tom manso, para que o outro não pensasse coisas erradas sobre sua pessoa, o que acabou funcionando pois Baekhyun concordou prontamente.

— Você também irá Jeongguk? — o ômega que estava distraído demais franziu o cenho para a pergunta de Hoseok.

— Hmm onde exatamente? — o ômega já se sentia um pouquinho mais solto em relação aos amigos do Park, eles eram acolhedores e divertidos, tudo o que Jeongguk mais apreciava e buscava nas pessoas, e que poucas o concebia aquilo.

— Ao povoado, e não aceitamos um não como resposta. — disse Namjoon sorrindo, deixando amostra suas covinhas fundas.

Jeongguk pensou. Seria uma boa ideia ir? Sair e respirar o ar fresco, ver outras pessoas, divagar sobre às lojas... e até mesmo poderia sorrateiramente observar as roupinhas de neném que tanto almejava compra... é, não seria uma má ideia no fim das contas.

— Eu vou. — disse convicto, sorrindo abertamente.

E todos comemoraram. Até mesmo Jimin, mas claro que de uma forma mais sutil. Enquanto seu interior revirava-se de ansiedade.

— Então estamos esperando o quê? 

[...]

Após todos eles estarem devidamente arrumados - exceto Baekhyun - caminharam em rumo aos portões do palácio.

Jeongguk estava um pouquinho mais atrás de Hoseok e Yoongi, que conversam animadamente, e ao lado deles estava Seokjin. Namjoon e Taehyung caminhavam um ao lado do outro também, mas esses estavam apenas observando aos arredores. E Jimin, bom este estava meramente ao lado de Jeon, onde vez ou outra seus olhos se fixavam na figura baixa e distraída do ômega. Este observava tudo à sua frente com os olhinhos brilhando, assemelhava-se uma criança descobrindo o mundo...

A garganta de Jimin garganta coçava para que falasse com o moreno, mas tinha receio de ser ignorado, mesmo sabendo que Jeongguk jamais faria isso.

Cada vez que seus olhos se desviavam para o moreno, malditos flashes daquela noite onde ambos compartilharam fervorosamente a mesma cama vinham em sua mente, e engolindo em seco às dispersavam rapidamente.

Não faltava muito para que chegassem ao centro do povoado onde o comércio funcionava, e por mais que Jeongguk morasse por ali há dezoito anos, foram poucas às vezes em que ele pisou ali, já que sua mãe fazia questão de o deixar em casa todas às vezes em que a mesma e seu pai, ou até mesmo com Baekhyun, saíam para festivais ou apenas passeios entre eles. 

— Bom, eu vou procurar às ervas e não vou demorar, podem circular por aí, depois eu acho vocês. —Seokjin já se afastava do grupo indo em direção há algumas lojas, enquanto o restante se entreolhavam. 

— Por onde começamos? — o primeiro a se pronunciar foi Taehyung, que ainda observava tudo ao redor.

— Vamos nos separar, depois podemos ir até o parque de diversões que perto da praça, o que acham? — sugeriu Hoseok, já se colocando ao lado de Yoongi.

— Hmm, ok, eu vou com o Taehyung. — ambos os Kim não perderam tempo e se afastaram também, o que sobrava apenas Hoseok e Yoongi, mas o ômega ao lado do alfa agarrou um de seus braços e o puxou para si, começando a caminhar.

Então restou apenas Jeongguk e Jimin.

E o ômega não poderia estar mais nervoso.

— Parece que sobrou apenas nós dois... — Jimin constatou o óbvio rindo levemente, e o coração de Jeongguk falhou uma batida.

— P-Por onde quer começar? — perguntou nervoso, suas mãos suavam e seu coração parecia querer sair por sua goela. 

— Não sei, vamos só... andar. 

O ômega assentiu, logo seguindo receoso o alfa, que caminhava tranquilamente, sem se importar com os olhares que lhe eram lançados. 

— É... espere aqui um minuto, eu já volto. — ouviu Jimin dizer e o viu se afastar em direção à um carrinho de sorvetes. O ômega não pôde deixar de sorrir fraquinho com aquilo. Estava parecendo um bobo apaixonado... o que te fato era.

Enquanto o Park ia atrás dos sorvetes, os olhos de Jeon brilharam ao olhar para uma das vitrines de uma loja em sua direção, seu corpo sendo movido sem autorização até ali, automaticamente. Estava encantado com o objeto pendurado no pescoço de um manequim, aquilo era lindo... Ofegou com o quão belo o objeto era.

— Gostou do colar?

Ele estava alheio admirando o colar que nem ao menos percebeu a presença do alfa atrás de si, provocando um breve susto ao ter a fala sussurrada rente ao seu ouvido.

— Céus, Jimin, quer me matar do coração? — sua mão direita em seu peito e a canhota em sua testa demostrava o quanto assustado ele havia ficado, e Jimin sorriu para aquilo.

— Nah, jamais. Pegue. — esticou o braço e entregou a casquinhas de sorvete de morango para o ômega, que sorriu tímido.

— Obrigado... 

— Mas então, gostou do colar? É muito lindo...

— Ahhh, sim, mas o preço não é tão lindo assim. — riu entristecido, ele realmente havia gostado daquele acessório.

Jimin estranhou, já que Jeongguk era de uma família nobre, logo teria dinheiro o suficiente para comprar mil colares como aquele se quisesse.

Bem, mas o que o príncipe nem ao menos imaginava, era que sim, a família de Jeongguk possuía dinheiro, mas ele não. O único dinheiro que o mesmo tinha era o que seu pai lhe dava às escondidas de sua mãe, ou a merreca que a mesma às vezes lhe pagava. Sim, pagava, pois claro que aquilo não era por livre  e espontânea vontade. Se Jeongguk fizesse seus trabalhos domésticos ele recebia, ou pelo contrário, não veria nem os rastros de dinheiro.

— Você gostou mesmo? — perguntou o alfa, observando a face iluminada do ômega, terminando sua casquinha e vendo que o outro também havia terminado.

— Sim... 

— Então venha.

Jimin pegou delicadamente nas mãos do ômega, sorrindo pra si enquanto realizava o ato, e o guiou para dentro da loja, vendo o moreno arregalar os olhos e respirar pesado com a atitude do outro. Mas por dentro ele gritava de surpresa e felicidade.

— Alteza! — quando chegaram foram atendidos por uma senhora no auge dos sessenta. — O que gostariam de levar?

— Aquele colar que está exposto na vitrine... — olhou ao redor e viu que o Jeon estava explorando a loja, então se curvou levemente até estar pertinho da mulher e sussurrou: — Eu vou levar dois. 

A senhorinha assentiu e buscou os colares, que nada mais eram do que dourados, e com um belo pingente onde uma meia lua acolhia o sol. E para Jimin, aquilo lhe era um grande significado.

— Aqui está. — o alfa rapidamente colocou um dos colares em seu bolso traseiro e chamou o ômega, que prontamente foi até ele.

— Vire-se.

Jeongguk mesmo nervoso e com as mãos tremendo levemente fez o que foi pedido, logo sentido a respiração calma e morna do alfa em sua nuca e pescoço, seus dedos resvalando em sua pele alva conforme rodeava o colar em seu pescoço e o encaixava; desceu os dedos suavemente pelos ombros do ômega, fazendo um caminho pelos braços do mesmo até chegar nas mãos, onde sutilmente o virou de frente para si.

E céus, Jeon Jeongguk era uma obra de arte.

Os olhos afiados do Park percorriam por toda a face do ômega, gravando cada detalhezinho do mesmo, e sorriu abobado.

— Ficou lindo. — elogiou, vendo o tom carmesim aparecer nas maçãs do rosto do Jeon, este que sorriu tímido novamente.

— O-Obrigado, mas... eu não posso aceitar, é muito caro. — o sorriso do Park vacilou um pouco, mas não se deixou abater.

— Não se recusa presentes, babe. — Jeon ofegou. — E o preço não me importa, apenas quero que fique com ele.

Estaria Park Jimin querendo lhe matar?

— Se permite me intrometer alteza, mas o senhor fez uma ótima escolha, seu ômega é muito belo. — Jeongguk achou que seus olhos sairiam de seu rosto de tão arregalados que ficaram. Aquela mulher achava que ele era o ômega de Jimin? Como?

— Eu sei, eu sou um sortudo não é mesmo? — o sorriso do Park era tão grande que Jeongguk não estava reconhecendo aquele Jimin. Parecia uma cópia mais... leve do mesmo. 

Jeongguk não sabia o que estava acontecendo com Jimin, mas seu coraçãozinho estava aquecido de uma forma boa. E se aquilo fosse um sonho, ele não queria acordar nunca mais.