Dorothy Point of view
Acordei com o meu celular despertando, estava implorando por mais 5 minutos mas sabia que iria me atrasar, então apenas o peguei e desliguei o alarme, meu celular despertava as 07:00h.
Levantei, fui ao banheiro e tomei um banho rápido com muita dificuldade por conta do pé, era um saco ficar assim, vesti uma roupa qualquer peguei minha mochila e as muletas e sai, enquanto andava pelo corretor o silêncio era enorme, não havia ninguém lá, muito menos Matt e isso era estranho, muito estanho.
Assim que desci as escadas fui em direção a cozinha, deixei a mochila no balcão e já aproveite e peguei um pedaço da pizza de ontem a noite, peguei um suco de laranja e comi, enquanto comia mandei mensagem pras meninas pedindo para passarem aqui e elas mandaram um ok, terminei e levei tudo a pia, fui ao lavabo e escovei os dentes, peguei meu celular, a mochila e as muletas e tranquei toda a casa, era 7:40H, as meninas já tinham saído estariam ali em breve. Sentei na escada da porta, e me veio um imenso pensamento em Matt, afinal, tudo estava me levando a ele, ele não havia voltado ainda e por mais que isso me deixasse preocupada eu queira acreditar que ele estava com a Rebeca, por mais que eu não gostasse dela preferia que ele estivesse com ela do que estar ferido, como assim ferido ?
Me assustei com meus próprios pensamentos e sacudi a cabeça como uma tentativa boba de fazer com que aqueles pensamentos sumissem, mas foi inútil, então tentei, mais uma tentativa, disquei seu número e liguei... Sem resposta, como eu imaginava, meu coração estava se apertando cada vez mais dentro do meu peito até que vi alguém se aproximando.
- Ei, não ouviu a gente te chamar - Mel disse enquanto chegava perto de mim
- Ãh, não, sinto muito - respondi levantando e pegando minha muleta e andei em direção a ela
- No que estava pensando ? - ela perguntou passando meu braço em seu pescoço em uma tentativa de me ajudar a chegar até o carro
- Em Matt, ele ainda não voltou - disse cabisbaixa
- Não fica assim, ele deve ter dormido na casa de alguém - Ela respondeu e abri a porta do carro e me ajudou a entrar
- Oi meu amor - Elly disse me mandando um beijo
- Oi - respondi e sorri
- Que desânimo é esse ? - ela perguntou enquanto dava partida
- Ela está preocupada com Matthew que ainda não voltou desde ontem - Mel disse mexendo no rádio
- Ele o que ? - Elly perguntou arregalando os olhos e embolando nas palavras - Como assim ele sumiu e vocês não me falaram e ainda estão calmas - ela continuou
- Ele não sumiu - Mel disse dando ênfase no "sumiu" - ele apenas deve estar na casa de alguém, o que eu diria que é normal depois do beijo de vocês - continuou
- Gente, ele não voltou e vocês estão levando isso na brincadeira ? - Elly perguntou brava
- Não estou levando na brincadeira, eu liguei diversas vezes mas ele não atende e - Antes que eu pudesse continuar Mel me cortou e continuou
- Foi exatamente por esse motivo que não contamos a você Elly - Mel disse revirando os olhos - Ele está bem ok, ele deve só querer ficar só - continuou - Agora foquem na música e na prova - Ela finalizou aumentando o volume do rádio que tocava ( música do capitulo )
Assim que chegamos e entramos eu fui andando até meu armário que por sinal ficava 6 a frente do da Rebeca e eu estava torcendo pra ver ela e ele estar junto, pelo menos saberia que ele estaria bem.
Avistei a Rebeca e ele... E ele não estava, não estava com ela nem com nenhum dos meninos, não estava comigo, nem em casa, nem no celular, nem em qualquer outro lugar.
***
Estava na sala de aula, era o terceiro horário, prova de física, precisava muito ir bem, era a prova mais importante antes das férias de verão, a prova havia começado a cerca de 10 minutos, ainda tinha 30 minutos de prova, meus pensamentos ainda estavam a milhão, tudo me levava a Matthew e eu estava tentando fazer uma conexão lógica mas não conseguia, fui acordada dos devaneios pelo meu celular que tocava loucamente, quer dizer a sala inteira foi acordada.
- Sra. Espinosa - O professor Roberts disse em uma forma de repreensão.
- Sinto muito - eu disse enquanto pegava o celular e olhava o visor "número privado"
- Você precisa desligar agora - ele disse se levantando da cadeira
- Eu preciso muito atender - disse choramingando
- Ou você desliga ou você perde a prova - Ele disse estendendo a mão pra eu entregar o celular
Soltei um longo suspiro e desliguei e depositei em sua mão e ele foi.
Já não estava concentrada na prova, agora pensar que alguém me ligou e podia ser o Matt ou qualquer coisa assim me deixava ainda mais perturbada. Mas se fosse ele teria me ligado do seu celular certo ? Sacudi minha cabeça pela 5 vez no dia em uma tentativa novamente falha de expulsar os pensamentos e voltei a prova.
Matthew’s Point of view
Minha cabeça estava girando, as vozes ainda se escoavam de uma forma nenhum pouco nítida, tive uma certa dificuldade de abrir os olhos mas assim que abri recebi uma grande quantidade de iluminação nos mesmos e isso fez com que eles doessem de uma forma que nunca conheci antes.
- Filho - Ouvi a voz da minha mãe trêmula e logo em seguida vi a sua imagem a minha frente - Graças a Deus - ela completou e fez um gesto olhando pro teto
- Oi - eu respondi, ela ia dizer algo mas interrompi questionando quando iria sair de lá
- Os médicos disseram que você teve muita sorte, só sofreu pequenas lesões e que você iria ter alta assim que acordasse e bom, você acordou - ela disse sorrindo - Vou chamar o doutor - ela disse saindo antes mesmo que eu pudesse dizer algo
O médico veio e fez alguns exames rápidos e logo recebi alta, mas antes dali eu tive que dar o depoimento sobre o acidente e descobri que no carro da esquerda obviamente o mais afetado havia um casal, a mulher estava grávida e perdeu o bebê no acidente, a notícia tinha me pegado de jeito, dando socos no meu estômago, me fazia me sentir culpado, sentir que eu poderia ter ajudado ou até poderia não estar lá, isso iria ajudar em algo ? Minha cabeça girava, logo em seguida encontrei o meu pai no estacionamento, o cumprimentei e ele me ajudou a entrar no carro e assim fomos até em casa, perguntei sobre Dothy a minha mãe e ela disse que ainda não conseguiu falar com ela, disse ok e reparei como o clima entre os meus pais estava ruim, era mais que nítido.
Assim que chegamos meu pai me levou até meu quarto, minha mãe arrumou a cama e deixou o mais confortável possível e em seguida me trouxe um remédio.
- Sério que vou ter que tomar isso ? eu estou bem - disse revirando os olhos
- Sim, é sério, você está mas os médicos falaram que algumas lesões podem doer então é melhor previnir, você irá tomar esse e outro durante uma semana - Ela disse me dando o remédio, resmunguei até que tomei.
Liguei a TV mas não estava passando nada que fosse realmente interessante, desliguei a mesma e fechei os olhos e meus pensamentos automaticamente como um sopro de vento me levaram a Dothy, o beijo, os seus lábios juntos aos meus de uma forma que nunca vira antes. Depois disso dormi em meus pensamentos.
Dorothy Point Of View
Era o último horário, faltava apenas 5 minutos pra bater o sinal, meu celular estava em cima da mesa do professor Roberts, ele iria me devolver assim que o sinal batesse, ele tinha a terceira e a última aula com a gente de segunda.
Contei os minutos até que ouvi o sinal, levantei e fui em direção a mesa e ele me entregou o celular e me desejou boa sorte, se referindo a prova que eu acho que fui péssima. As meninas me levaram até em casa e antes que eu saísse do carro elas me pediram pra avisar quando ele chegasse, e pra eu ligar se precisar de algo, fiz que sim com a cabeça mandei um eu te amo pra duas e caminhei em direção a porta, com muita dificuldade subi as escadas e abri a porta, ouvi vozes vindo da cozinha e andei até lá o mais rápido que eu pude.
- Você acha que dá mesmo pra viver assim ? - Ouvi a voz da mamãe
- Eu já pedi desculpas - papai retrucou
- É tarde - ela disse chorando
Entrei na cozinha o mais rápido que pude, eu estava assustada nunca vi eles assim, assim que me viram eles tentaram disfarçar.
- Dothy meu amor, você está aí a muito tempo ? - Minha mãe disse limpando o rosto depressa e se aproximando de mim, logo depositou um beijo em minha bochecha
- Oi pequena - meu pai disse e passou a mão no meu cabelo
- Oi gente, não estou aqui a muito tempo - respondi - Mãe você sabe aonde Matt está ? - continuei, meu coração batia mais forte eu estava com medo de deixa-la apavorada assim como eu estava - Ele saiu ontem e ainda não voltou e eu estou tão - Antes que terminasse comecei a chorar e ela limpou minhas lágrimas
- Calma, tá tudo bem, Matthew está no quarto dele - ela disse e eu só conseguia pensar em como essa notícia me deixava feliz - Eu te liguei pra falar do acidente mas você não atendeu - ela disse e eu só conseguia pensar em "Acidente ?"
Fiquei um pouco imóvel e ela me explicou tudo, detalhamente, ou tudo que ela sabia detalhadamente.
- Ele esta lá no quarto - você deveria ir vê-lo disse meu pai, fiz que sim com a cabeça e subi.
Assim que cheguei na porta do seu quarto eu fiquei tão nervosa, de um jeito que nunca imaginei antes, ela já estava meia aberta então só olhei e vi que ele dormia, não queira acorda-lo então só fui em direção ao meu quarto, fui até o banheiro me despi e tomei outro banho, fui até o closet e coloquei uma roupa madei mensagem no grupo avisando as meninas e expliquei tudo rapidamente e fui até o quarto dele.
Ele ainda dormia, entrei e sentei perto dele, fiquei o observador, analisando cada detalhe seu, como seus cabelos eram tão lindos em como ele era tão lindo, senti em seguida uma tensão de estender até o meu estômago, e aquilo tudo me deixava extremamente nervosa, sua mão estava perto da minha, em um ato nenhum pouco pensado coloquei a minha mão em cima dá sua e a acariciei, fiquei assim por alguns minutos até Matt se mexer e em seguida acordar, me afastei um pouco.
- Oi - eu disse sorrindo assim que ele abriu os olhos
- Oi - ele sorriu
- Como está ? - perguntei
- Eu estou bem apesar de tudo - disse rápido e suspirou - Só estou me sentindo culpada, sei lá triste entende ? - ele continuou cabisbaixo
- é por causa da moça que perdeu o bebê né ? - Perguntei já imaginando que era realmente isso
- Sim, como você sabe ? - ele perguntou
- mamãe me contou - eu respondi - não acho que seja sua culpa, e você não podia ter feito nada, ia acontecer de qualquer forma - respondi tentando conforta-lo mesmo sabendo que seria em vão
- Eu sei que sim Dothy, mas ainda sinto que poderia ter feito mais - Ele me disse
- sinto muito por tudo - respondi cabisbaixa
- Ei, não precisa pedir desculpas - ele disse levantando meu queixo - você nunca precisará se desculpar - ele sorriu
- Na verdade eu queria te contar algo - Disse pausadamente, meu coração batia mais forte, meu estômago se embrulhou
Respirei fundo por alguns segundos, Matt estava esperando calmamente as palavras que eh iria lhe contar.
- É sobre o que aconteceu - Falei e assim que ele ia dizer algo fiz sinal com a mão pra ela não dizer - Eu queria dizer que, foi muito pra mim, foi de alguma forma muito e que eu quero - antes que eu pudesse terminar de me abrir com ele ouvido a voz da minha mãe se escoar pela casa "Dorothy" ela dizia
- Droga, já volto - murmurei e e me levantei pra ir até ela
- Ei, me promete que vai continuar quando chegar - Matthew pediu
- Claro que sim - Respondi tímida e puxei uma mecha de cabelo pra orelha
Saí e segui em direção a cozinha que era de onde minha mãe estava me gritando.
- Oi, estou aqui - disse entrando na cozinha
- Desculpa incomodar mas eu preciso de ajuda com essas comidas - Ela disse apontando pro balcão e fogão
- Claro - respondi e prendi o cabelo e comecei a ajudar ela com a comida, hoje era dia de comida mexicana então ela estava no fogão preparando o Chilli e eu estava preparando a guacamole, e aproveitei pra pensar sobre tudo.
Acordei dos meus pensamentos quando ouço a campainha tocar, ia limpando as mãos pra ir atender quando ouvir meu pai gritar "Eu atento", hoje era um dia que não tínhamos fazia meses, estavam todos reunidos hoje. Nem me importei e ir ver quem era ou até mesmo perguntar, deveria ser algum dos amigos do Matt, talvez Nash que estava por aqui.
Era 16:43, fazia cerca de uma hora desde que estava lá ajudando minha mãe.
- Meu Deus - ela colocou a mão.na cabeça e eu levantei meus olhos até ela - O remédio do Matt está atrasado - ela disse abrindo a gaveta da ilha das cozinha e tirando o remédio e em seguida indo pegar um copo de água - Você pode levar até ele pra mim ? - Perguntou colocando tudo em.uma bandeja de alumínio fiz que fim com a cabeça e peguei tudo, com cuidado e fui subindo a escada com cuidado já que meu pé ainda estava engessado.
Quando cheguei no corredor ouvi vozes vindo do quarto e tentei identificar mas foi impossível, assim que cheguei na porta do Matt que estava semi aberta meu coração gelou, minhas pernas parou e eu só conseguia sentir nojo e desprezo, eu queria entrar e gritar com ele, dizer que eu o odiava, e que eu nunca mais queria saber dele, mas como poderia ? Eu o amava, e ele se tornou tudo o que eu queria. Mas lá estava ele, e ela estava o beijando, e ele estava beijando ela de volta, eu não conseguia respirar, meu pulmão parou, e meu estômago doía, minha alma doía, tudo doía.
Fiquei ali paralisada por um tempinho, até que tive coragem de empurrar a porta com o pé e eles pararam o beijo.
- Bom, já estava de saída mesmo - Rebeca disse me olhando de cima a baixo discretamente pro Matt não ver e revirou os olhos, em seguida saiu e sumiu pela escada.
- A mãe me pediu pra te trazer isso - Eu coloquei a bandeija no criado mudo dele e em seguida virei as costas
- Dorothy - Ele disse, virei pra trás e por um segundo esperei que ele pedisse desculpas, que ele me implorasse o perdão e que dissesse que foi ela, e que ele não queria, qualquer coisa mas...
- Obrigado - eles disse, e foi isso, apenas isso, foi a única coisa que ele disse. Meus olhos se encheram e imediatamente eu virei, e sai rápido rápido que pude.
Corri pro quarto e tranquei a porta, e corri pra cama, e eu só conseguia pensar no beijo, no meu beijo e no beijo dela, qual dos dois fazia o coração dele pulsar mais forte ?
Me sentindo usada por Matt, afinal se o beijo tivesse sido importante ele não teria beijado ela, certo ?... a
Mas ainda estava sentindo a falta dele.
E eu não consigo ver o fim disso, apenas queria sentir o beijo dele
Eu o odiava, eu o amava.
E no céu que a cada vez escurecia mais diante aos meus olhos cheios de água eu conclui.
Eu odiava querer ele, e ele querer ela, você precisa dela, não de mim. E eu nunca vou ser ela.
Nunca.
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