7:00AM. Estávamos eu, tia Abby e Alex no aeroporto, apesar da minha vontade pra voltar pra casa ser imensa, eu estava triste por deixa - los ali, que eu manteria contato era uma certeza, mas sei que seria diferente, nem sei o que me espera agora mas sei que claramente sentirei falta deles e de tudo aqui (menos da saudade de casa).
— Vê se mande noticias, Alex tem celular e tem o correio também, vou toda semana lá — Tia Abby disse com a voz embargada — Sentiremos sua falta.
— Não chora tia — foi só eu dizer isso que ela me abraçou e caiu em lágrimas, não pude me conter — Eu vou sentir muito a falta de vocês também. Mas pode der certeza que eu manterei contato, vocês são minha segunda família agora. Eu vou encher tanto vocês que vocês vão cansar.
— E não vá me trocar pelos seus amigos de LA heim — Alex disse vindo me abraçar — Vou sentir sua falta Thy.
— Nunca. Você é muito especial para mim.
— Vamos sentir sua falta — Eles disseram em unissom
— Também irei, de verdade — Nos abraçamos e a última chamada do meu voo foi anunciada. Nos despedimos e fui para meu corredor de embarque e só olhei para trás quando já estava mostrando minha passagem, olhei tia Abby abraçada em Alex chorando, me deu um aperto no coração, mas saber que ficaria mais próxima de Matthew me alegrou.
***
Tia Abby disse que eu pegasse minha mala e esperasse na praça de alimentação do aeroporto que alguém iria me buscar, lá estava eu. Eu sabia ir até em casa, só não tinha dinheiro suficiente para pagar um táxi. Inclusive estava morrendo de fome, resolvi comprar dois cookies um refrigerante médio e ficar esperando.
Estava comendo pacientemente e olhando o insta, parece que adoraram meu cabelo tanto quanto eu, alguns reclamaram, disseram que preferiam natural, mas eu estava feliz assim.
— Dorothy — uma voz interrompeu meus pensamentos, olhei em sua direção e meu coração acelerou, era mamãe, fiquei atônita, como ela reagiria — Vamos para o carro ainda tenho assuntos para resolver hoje.
Não consegui responder nada além de um "o.k". Fomos para o carro, coloquei as malas e minha mochila, a viagem seguiu silenciosa, parecia uma eternidade, eu queria conversar mas parece que não conseguia fazer as palavras chegarem à minha boca, quando finalmente tomei coragem.
— Mãe eu só queria dizer que...
— Conversamos em casa, não posso descuidar do trânsito, você sabe que quase causei um acidente da última vez. — Apenas assenti.
Eu não sei quanto tempo demoramos pois meu celular descarregou mas sei que durou uma eternidade. Chegamos em casa e eu peguei minha mala e ia subir quando mamãe me disse que não era para eu desfazê-las. Milhões de possibilidades passaram pela minha cabeça, será que eu voltaria para o abrigo? Afinal, sou menor de idade e não tenho nenhum familiar da minha família biológica. Subi morrendo de medo e fui tomar um banho, onde quer que eu fosse, queria tomar meu último banho em minha banheira.
Por mais que eu quisesse não consegui relaxar, a água estava morna na temperatura exata, a música era tranquilizadora e mesmo assim minha cabeça estava a mil. Eu precisava saber aonde eu iria, limpa eu já estava, e como não conseguia relaxar resolvi sair do banho. Coloquei uma blusa branca simples e um vestido rosa por cima que tia Abby havia me dado, já sinto falta dela. Escovei meu cabelo e desci as escadas, para minha felicidade e nervosismo mamãe estava sentada me esperando.
— Dorothy senta aqui.
— Mãe eu sinto muito...
— Deixa eu falar — Ela disse com uma expressão tranquila — Eu mandei esse tempo pra sua tia pois eu queria esfriar a cabeça, queria aceitar, entender tudo isso que aconteceu. Eu achei que quando você voltasse eu já estaria totalmente de acordo com isso mas não. Dorothy só Deus e eu sabemos como eu tentei entender o porquê de vocês estarem fazem isso, porquê de fazerem isso comigo. Eu não criei vocês bem? Onde que eu errei?
— Mãe eu não acho que você errou, só que...
— Por favor Dorothy, deixa eu terminar. Eu pensei muito sobre tudo isso, eu não consigo aceitar, eu sou humana tá bom? Todo dia eu acordo e peço pra Deus me ajudar e perdoar vocês por cometerem tamanho pecado. Eu sei que exagerei aquele dia, peço desculpas por isso filha, mas uma relação entre você e Matthew é inaceitável, eu não consigo ver como vocês chegaram a esse ponto. Então por isso você a partir de hoje vai voltar a morar com seu pai, eu já conversei com ele e ele está de acordo. Ele mora a 15 minutos da escola, será bom para você e Matthew não vai cursar a faculdade esse ano por causa da vida dele, você sabe. Mas por tempo indeterminado vocês não vão se ver — Era muita coisa pra minha cabeça, mas ao ouvir que não veria Matthew já comecei a lacrimejar — Sem choro Dorothy, você sabe que é para o bem de vocês, quem sabe assim vocês param com essa imensa loucura. Não quero que vocês se vejam por um bom tempo. E você vai focar nos estudos de hoje em diante. Eu sei que você quer falar mas eu não estou pronta para ouvir, apenas pegue suas que logo o taxi vem te pegar para você ir para casa de seu pai.
Assim que ela despejou tudo isso em mim, virou as costas e subiu as escadas, eu fiquei ali, parada e chorando, só escutei um bater da porta de seu quarto. Era isso. Estava tudo acabado entre mim e Matthew? Eu necessitava falar com ele mas não tinha jeito, a última vez que tivemos comunicação foi pela chamada de vídeo de menos de 5 minutos. Eu sinto tanto sua falta. As palavras de mamãe rodeavam minha cabeça e esmagaram meu estômago, parecia que haviam elefantes pulando corda dentro do meu coração. Arrumei minhas coisas, as roupas já estavam tudo na mala, só peguei alguns objetos e fiquei esperando, assim que o taxi chegou peguei o dinheiro que estava na mesa destinado ao taxi, e sai. Meu coração estava em pedaços mas eu não podia mudar isso.
MENSAGEM ONN
— Dothy é o papai
— Oi pai, já estou a caminho — escrevi tentando conter o choro
— Querida eu sei era para mim estar em casa e te recepcionar mas estou em um compromisso importante, tem uma chave reserva na palmeira ao lado esquerdo da porta de entrada. Pegue e entre, o quarto a esquerda depois do corredor da escada é seu, não tem muita coisa lá além de móveis, mas você poderá deixar do seu jeito com o tempo. Sua mãe já contou o que está acontecendo e eu espero que possamos conversar quando eu chegar. Já estou atrasado, mas fica bem filha eu te amo. Se sinta a vontade, a casa agora é sua.
Mensagem off
Ótimo, era tudo que eu precisava mesmo, ficar sozinha, e eu espero estar dormindo quando papai chegar, não quero ter que falar sobre esse assunto novamente, pelo menos ele me pareceu mais compreensível. Tudo que eu queria era chorar ao máximo que desse, mas não podia, não antes de chegar na minha futura por tempo indeterminado casa.
— Chegamos moça 32,90
— Aqui está, você pode me ajudar a tirar as malas do carro — Disse entregando o dinheiro — Fique com a gorjeta.
— Ajudo sim, quer que eu leve lá dentro ou aqui fora está bom? — O taxista disse colocando a mala e minha mochila em frente ao Hall de entrada
— Aqui está ótimo muito obrigada
— Não há de que.
Assim que o taxi virou a quadra fui procurar as chaves, depois de muito procurar não encontrei nada. Já estava prestes a ligar para o papai quando resolvi ir pela porta de trás e bingo. A porta estava entre aberta, fiquei receosa de estar entrando na casa errada mass assim que cheguei na sala vi uma foto minha e de Matthew na parede, fazia um ano, foi em nossa viagem para Disney de Orlando. Eu e ele em frente ao palácio, com as orelhas do Mickey e da minney, tão cliché. Agora as lágrimas desceram como cascata. Porque tudo tinha que mudar tão depressa, porque não continuamos sendo os irmãos de sempre, com a nossa vida que era perfeita e eu não valorizei. Eu queria tanto voltar no tempo e mudar o que está sendo esse presente. Preciso desfazer essas malas afinal elas não vão se desfazer sozinhas e também preciso colocar meu celular carregar pra avisar papai que já cheguei.
Subi as escadas e entrei no quarto que então seria meu. Quando abri a porta meu corpo gelou. Fiquei por alguns segundos paralisada. Não estava acreditando no que meus olhos estavam vendo.
— MATT — Deixe um grito que o fez acordar. Ele estava ali dormindo em minha cama, com uma rosa na mão, parecia ter caído no sono sem perceber
— DOTHY — Ele saltou num pulo e veio ao meu encontro — Você não é capaz de imaginar a falta que eu estava de você — Ele disse me abraçando
As lágrimas que tinham cessado em meu rosto vieram a tona. A saudade ainda era enorme mesmo ali em seus braços. Nos beijamos. Um beijo calmo e lento. Não precisávamos de palavras para se comunicarmos. Nossos Beijo dizia tudo junto com o silêncio. Apesar de ser um beijo calmo, era intenso. Paramos o beijo por falta de ar. Pousei minha cabeça em seu peito.
— Como você está aqui? A mamãe sabe disso? — Eu disse em um tom baixo de voz
— Não, só tio will sabe que não estou em casa, ninguém faz idéia de que eu esteja aqui.
— Mas e como você entrou?
— Papai deixou uma chave extra na casa do tio, mas ele também não faz idéia que eu esteja aqui, eu só sabia que você chegaria hoje, e esse era o único quarto destrancado. Eu aguardei silenciosamente você mas demorou. Foi a mamãe que te trouxe aqui? Ah, e essa rosa não estava murcha antes de eu deitar nela, mas é para você.
— Muito obrigada e não, ãn, a mamãe não quer nos ver juntos, ela me pegou no aeroporto fomos até em casa, bem, nossa antiga casa, ela conversou comigo e disse que viu morar com papai em tempo indeterminado.
— O que mais ela disse?
Contei tudo que aconteceu a Matthew, desde a viagem, Alex que ele estava perdidamente com ciúmes, sobre meu cabelo, minha mudança, ele me ontou sobre tudo também. Na maior o parte do tempo ele só ficou em casa com os meninos que estavam de férias, disse não fazer nada demais e que foi triste porque tentou me escrever uma carta mas tio Will o impediu. Carta. Quando eu ia falar sobre a carta de “papai” escutamos um estrondo forte, olhamos na janela e estava chovendo. Matthew me abraçou forte
— Agora eu estou aqui. — abracei ele — Mas bem, você quer cometer uma loucura comigo?
— Outra?
— Vamos tomar banho de chuva? Dothy eu não sei quando voltaremos a nos ver depois de hoje, sei que o parece meio bolo, mas o que você me diz?
— Eu digo que sim.
Descemos as escadas e fomos ao jardim nos fundos da casa, que era enorme. Eu sempre tive medo de olhar a chuva assim de perto, mas naquele momento, tudo parecia mágico, só pelo fato de estar com ele.
Completamente deslumbrada, dei um passo à frente para tocar a água. As gotas, mornas e gordas, se acumulavam no meu braço e corriam pela minha jardineira. Ouvi a gargalhada de matt antes de ele me empurrar para debaixo da chuva. Em segundos, eu já estava ensopada e arfante. Virei para trás e agarrei o braço dele, que apenas ria, fingindo tentar escapar. As mechas de seu cabelo cobriram-lhe os olhos e nos dois ficamos completamente encarnados.
Matt buscou minha mão eu ofereci de bom grado.
— Você... — Ele me olhou nos olhos aparentemente mudando a pergunta. — Você quer dançar? — Fiz que sim com a cabeça.
— Mas sou péssima.
— Nos vamos devagar.
Matthew me puxou para perto dele e pós a mão em volta da minha cintura. Levei uma mão ao seu peito e segurei meu vestido (que ja estava grudado em meu corpo) com a outra. Balançamos quase sem nos mexer. Descansei o rosto em seu peito, ele apoiou o queixo sobre minha cabeça. E, assim, giramos ao som da chuva.
Quando ele me apertou um pouco mais forte, senti que todos os erros haviam sido apagados e restará apenas aa essência da nossa relação. Éramos irmãos que tinham sido percebido que não queriam ficar um longe do outro. Éramos diferentes em diversos sentidos, mas, a mesmo tempo, muito parecidos. Não dava mais para dizer que nossa relação era obra do destino, ela parecia mais forte que qualquer coisa que eu já tinha vivido antes.
Ergui a cabeça na direção do rosto de matt. Pus a mão na bochecha e o trouxe para perto para beijá – lo. Seus lábios, molhados, encontraram os meus, queimando. Senti suas mãos agarrarem minhas costas, como se ele fosse desmoronar se nos afastássemos . Apesar do barulho da chuva, o mundo todo parecia em silêncio. Eu sentia que não havia Matthew o suficiente, não havia espaço, pele, tempo suficiente. Estive em 3 casas ultimamente, mas era ali que estava meu lar. No Abraço dele eu me encontrava. Doce criatura, onde quer que eu vá, você que é meu lar.
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