¨A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgues¨
-1° de Julho, Legião Urbana
POV`s Justin
-Você entrou em combustão?
-Essa tem cara de que vai ser a melhor do dia. - Falo sem conseguir parar de rir. - Não, por que?
-Porque você é QUENTE!
-Querida, depois dessa eu vou tratar você como minha tarefa de casa. - Dou uma pausa. - Vou te jogar na mesa e fazer a noite toda.
-Só te digo uma coisa: na minha casa ou na sua? - Ela fala sensualizando ironicamente.
-A gente tem que parar com essas nossas conversas - Falo enquanto nós dois ainda rimos - Imagina se alguém escuta? Vai achar que nós não temos nenhuma vida social.
Essa é a Olivia. Encaixaram ela na aula do Sr. Brólio. Sim, o nome é ruim, mas acredite as aulas conseguem ser piores.
A gente começou a se falar desde então, e isso faz mais ou menos uns três dias e já estamos no nível de amizade que vocês perceberam ali em cima.
-E nós temos? - Ela pergunta, ainda com um sorriso na cara.
-Óbvio que não, mas ninguém precisa saber. -Falo perto do ouvido dela, continuando com a brincadeira.
-Poderíamos começar uma juntos hoje, não poderíamos? -Ela está realmente me chamando pra sair? Cara, já falei que ela é muito legal? Porque se não: ela é muito legal!
-Olivia Carter está me chamando para sair? É isso mesmo produção? - Percebo que ela fica sem graça e acrescento a seguinte fala: -Eu adoraria começar uma vida social com você Liv!
O sinal bate e ela levanta.
-Me pega às oito? Depois decidimos o rumo de nossa noite. -Eu apenas concordo, pois já sabia onde ela morava, e ela sai da sala me deixando com o professor esquisito.
-Essa dai ta no papo. - Ele fala dando aquela risada de pervertido que só ele sabe dar.
Quem nunca teve um professor zuado, não é mesmo?!
Dou um sorrisinho falso só pra não deixar ele TÃO no vácuo assim e saio indo para a próxima aula que, graças a Deus, é minha última do dia.
Passo pela Emma e sou grupinho de amigos, se é que posso chama-los assim, no corredor, mas como sempre ela só fingi que eu não existo.
Sim, ela continua sendo minha melhor amiga, porque por mais que não seja uma atitude que a faculdade de melhor amigos ensine, não conseguiria colocar ninguém no lugar dela.
A próxima aula foi com o Chaz.
Sabe aquela ¨faculdade de melhores amigos¨que eu mencionei ali em cima? Então, ele já fez até doutorado nela.
POV´s Emma
-Eu falei que queria conversar e você passa reto e vem se trancar no seu quarto. - Minha mãe fala, depois de entrar, sem permissão, no meu quarto.
-Primeiro que eu não estou trancada, você mesma abriu a porta sozinha. - Faço uma pausa apontando pra mesma. - E segundo que eu pensei que a senhora não estava aqui, eu entrei e não ouvi nenhum barulho. Nós já discutimos sobre isso várias vezes e é sempre a senhora que fica sem argumento, não teria poque eu fugir da ¨conversa¨ super produtiva que teremos agora.
-Não fale assim comigo. Sabe... eu sou uma ótima mãe, sempre te dei tudo que você quis. -Ela faz uma pausa olhando para o teto, como se fosse deixar aquilo um pouco mais dramático do que já é. - E quando eu te peço uma única coisa você nem sequer se esforça para faze-la.
-Lógico - Não deixo ela terminar seu pensamento. - Diferente de você, eu não peço que se afaste do seu porto seguro! Não quero que pare de falar com seu melhor e, talvez, único amigo.
-Eu sei que vai ser difícil no começo filha, mas eu estou aqui para te ajudar, e além de tudo você tem o Brian, Hillary e a Rose. - Senta na cama, na minha frente.
-Ah ta, deixa eu ver se eu entendi, você quer que eu simplesmente mande uma mensagem pra ele:
"Oi Justin, então sabe aquela mulher depressiva pra caralho que eu chamo de mãe?! Ela mandou eu me afastar de você. Adeus"
-E suma? - Ela me olha com uma cara nada contente e fica em silêncio, tá que eu posso ter exagerado um pouco, mas ela pediu. -Desculpa mãe, mas eu não vou fazer isso, até porque não tem nem motivo.
-Você sabe melhor do que qualquer outra pessoa que eu tenho um motivo mais do que válido para não querer esse menino em nossas vidas.
-Válido? Você enlouqueceu de vez. - Falo levantando e saindo do quarto.
-Acho que quem ta ficando louca aqui é você, mas eu não te culpo, eu sei que é tudo influência que esse menino te passa. - Se ela soubesse quem é a má influência dessa relação, não estaria xingando ele. Ela continua me seguindo pela casa até pararmos na sala principal.
-Você sabe que eu só quero o seu bem! - Fala mais pra ela mesma do que pra mim.
-Olha, eu to estressada e você ta começando a ficar também. - Falo já pegando minha bolsa. - Eu vou sair e esfriar a cabeça, porque realmente não quero terminar essa discussão com você chorando no seu quarto e eu no meu, como sempre.
Ela simplesmente sai da sala sem falar nada e eu ficou ainda mais brava. Por que ela tem que sempre causar problema com a minha vida. Só porque a vida dela é uma merda ela tem que fazer com que a minha seja igual? Ai céus.
Eu vou caminhando sem me importar muito com o caminho e quando vejo estou virando a esquina do prédio do Bieber.
-Oi Jean. - Falo passando pela portaria.
-Emma sóbria? É isso mesmo? A quanto tempo... Esses dias a única Emma que passa por aqui é a chapada - Ele brinca e eu rio. Eu estava enganada quando falei que meu único amigo verdadeiro era o Justin.
-Saudade das nossas conversas - Falo e já entro no elevador. - Qualquer dia apareço aqui só pra falar com você. - Acabo de falar e a porta do elevador se fecha.
Começo a rir sozinha só de imaginar mais uma das cenas onde eu desabafo sobre minha mãe e ele no fundo concorda com tudo que eu falo, mas por fora me dá apoio moral. O problema, é que ele não é a pessoa mais indicada para isso, pois sempre fica mais confuso que eu.
Saio do elevador e me deparo com ele na porta do mesmo, todo arrumado.
-Uiiii parece que alguém vai sair.
-Ta vendo? Não é só Deus que faz milagre. - Ele fala dando uma voltinha para eu apreciar essa vista maravilhosa que era ele com essa camisa polo divina e novinha.
-Olha só. - Faço uma pausa, fingindo o analisar. - Está de parabéns - Bato palmas.
O Bieber é aquele tipo de cara que chamamos de dedo pobre. Ele só teve duas namoradas desde que nos entendemos por gente. Ele não é muito de ficar ou coisa do tipo... esses relacionamentos dele duraram bastante. Não me pergunte como ele conseguiu, porque a primeira era mais puta que a mãe dele e a segunda era toda sem sal.
-Obrigado, obrigado. A Liv merece esse esforço.
-Liv? - Penso um pouco. - Olivia? Esse é o nome da sua próxima namorada? Gostei, melhor do que Kely, não é mesmo?
-Ela não é minha próxima namorada. Nós só vamos sair em um programa de amigos que não tem mais nada de bom para fazer em uma sexta á noite.
Entro no elevador e ele vem atrás.
-Caralho - Ele fala olhando no relógio de pulso dele. - Eu não acredito que já estou atrasado. Ai Deus, quando eu vou tomar jeito na vida?
-Você? Atrasado? Que isso... você é mais que pontual e todos sabemos disso -Falo com ironia.
-Lembra do dia que você adiantou todos os meus relógios, e eu cheguei correndo na sua formatura do nono ano, pensando que estava atrasado, e quando fui ver só tinha eu e o mestre de cerimonias no salão? -Esse dia foi muito bom! Ele me ligou super bravo, e o Bieber bravo comigo é a melhor coisa do mundo HHAHAH*!
-Lembro, foi hilário. Tenho que fazer isso mais vezes.
Ele finge uma cara de bravo.
-Nem pense nisso mocinha. Deixa eu ir lá. Tchau Em, tchau Jean. - Ele fala saindo do elevador e voando pro carro.
-Boa sorte. - Gritamos juntos para ele. Tomara que essa menina seja descente, pelo menos.
-E ai Jean? Lembra daquela conversa que eu falei, agora pouco, que to morrendo de saudade? - Ele concorda com a cabeça, já dando risada.
-Brigou com a sua mãe?
-Como sabe? - Me sento na cadeira de frente pra ele.
-Você está falando com um porteiro em uma sexta feira á noite. - Rimos, pois realmente é difícil eu me imaginar sem estar bebendo ou coisa do tipo.
-Sabe, ela é muito complicada. - Começo´o desabafo.
-Foi por causa do Bieber, de novo, não foi?
-Hey - Repreendo ele de uma forma brincalhona. - Pare de adivinhar as coisas e me deixa terminar de falar.
-Espera aqui que eu vou pegar a pipoca, porque pelo visto essa conversa vai demorar - Ele finge uma cara de sono e eu dou um tapa em seu braço.
As vezes eu me pego pensando o que um cara tão ¨jovem¨, afinal ele só tem 32 anos, e tão legal, faz em uma portaria. É aí que a gente percebe o quanto a vida é extremamente injusta. Mas eu tiro esse pensamento da minha cabeça, porque se não fosse por essa portaria, não teria conhecido ¨meu pai¨. Sim, essa é a definição certa para o Jean, meu pai/amigo. Costumo dizer que o que eu não recebo da minha mãe e muito menos do meu pai, eu recebo dele. Atenção e carinho.
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