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História Detention (em hiatus e correção) - Chapter 23 - Terrace


Escrita por: madduniter

Notas do Autor


Gente, desculpa a demora

meu celular parou de funcionar do nada, quase perdi a história toda, a conta no spirit... tudo. Eu até chorei kkkkkkkkk mas agora tá tudo certo

Desculpa a demora, mas o importante é q agora to aqui né.

POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS FINAIS

perdoem os erros ortográficos e tenham uma boa leitura <3

Capítulo 23 - Chapter 23 - Terrace


Any Gabrielly P.O.V

Josh é uma das pessoas mais imprevisíveis que eu conheço.

"Precisamos conversar. Estou indo te buscar em alguns minutos."

Foi essa a mensagem que recebi dele há alguns minutos.

Estou meio tensa, essa é a primeira mensagem escrita de modo formal que recebo dele. Normalmente, ele usa abreviações e gírias.

Sempre que eu mando uma mensagem formal, é porque estou brava com a pessoa ou porque preciso realmente conversar sobre algo sério com ela.

O que é tão sério que o Josh não pode esperar até amanhã para falar?

Visto uma calça moletom cinza e uma blusa também moletom da Adidas. Me sento na cadeira de frente para a minha escrivaninha e fico mexendo no instagram enquanto espero Josh chegar.

Já é tarde da noite, minha mãe e minha irmã estão dormindo. Mesmo após minha crise de choro, minha mãe continuou brava comigo por não ter atendido nenhuma de suas ligações. Eu entendo a preocupação dela, mas ela não pode nem sonhar que eu vou sair à essa hora da noite.

A rua está vazia e silenciosa, então, consigo ouvir quando o carro de Josh se aproxima. Ele estaciona a caminhonete cinza de frente para a minha casa e eu sorrio.

Pego meu all star converse preto de cano alto e saio do quarto na ponta dos pés, tentando fazer o mínimo de barulho para não acordar ninguém.

Quando chego na porta de entrada, calço meus sapatos e saio de casa com sucesso.

Faço menção de correr até a caminhonete de Josh, mas paro ao ver a seguinte cena; Josh nos ombros de Noah tentando subir na varanda do meu quarto.

- Você tá pesado, cara... - Noah diz com dificuldade, enquanto tenta se manter em pé.

- Cala a boca. - Josh diz.

- Você nunca entrou pela janela da casa dela, não? - Noah pergunta em um tom de voz irritado.

- Já. - Josh responde - A diferença é que eu não estava com o pulso quebrado. Agora, cala a boca e me ajuda.

- Você tá achando que eu sou o que? - Noah pergunta indignado - Seu lacaio?

- Posso saber o que as duas princesas estão fazendo? - pergunto colocando as mãos na cintura e assustando os dois, fazendo com que caiam no chão.

- Ai! - Josh diz colocando uma mão na cabeça.

- E ai, Any? - Noah dá um sorrisinho sem graça e se levanta, estendendo a mão para o Josh.

- O que vocês estavam fazendo? - pergunto quando ambos se levantam. Percebo que Noah está vestindo um pijama azul com estampa de pinguins.

- Segundo o menino canadense, estávamos tentando te resgatar. - Noah diz e eu murmuro um "hm" enquanto prendo o riso.

- Eu não fui sequestrada pra vocês me resgatarem. - digo e os dois colocam a mão no peito, como se oque eu disse tivesse machucado eles - E, da próxima vez que pensarem em invadir o meu quarto, saibam que tem uma escada nos fundos da casa.

- Quer dizer, que agora eu vou ter problema na coluna a toa? - Noah olha para o Josh com uma mão na cintura.

- Eu não sabia que tem uma escada! - o canadense se defende e olha para mim - Por que não falou sobre a escada naquela vez que entrei pela sua varanda?

- Eu não sabia que você ia aparecer. - respondo - Você invadiu minha casa. Literalmente. - digo e saímos andando na direção de sua caminhonete.

- Justo. - Josh diz e destrava o carro.

- Não acredito que vou ter um problema na coluna porque você é um delinquente. - Noah diz.

- Noah, você não vai ter um problema na coluna. - Josh revira os olhos.

- Uhum. - Noah murmura - Quero ver você dizer isso quando eu estiver no hospital com escoliose.

- Continua assim que você vai ganhar um Oscar por melhor drama. - digo.

- DiCaprio vai voltar pra casa de mãos vazias outra vez. - Josh diz e eu dou risada.

- Mas ele ganhou no ano passado. Por causa do filme "O Regresso". - digo.

- Ganhou só por causa do urso. - Josh diz, me fazendo franzir o nariz.

- Não fala assim! Ele é lindo. - digo.

- Não é, não. - Josh diz indignado.

- Claro que é! - dou risada - Você só está com inveja.

- Inveja? - ele ri nervoso - Minha filha, inveja de que? Olha esse rostinho aqui. - ele coloca a mão no queixo.

- Se for pra vocês ficarem flertando, falem logo que eu volto pra casa. - Noah diz - Aliás, legal ver vocês flertando enquanto eu estou com problema na coluna.

- Noah, você não tem problema na coluna! - eu e Josh dizemos em uníssono.

- Ainda não! - ele retruca.

- Cara, cala a boca. - Josh ri e coloca as chaves do carro na mão de Noah - É muito difícil dirigir com o braço engessado.

- Okay... mas para onde estamos indo, exatamente? - Noah pergunta confuso.

- Entra no carro. - Josh abre a porta do carro para mim - Eu te guio.

Noah dá de ombros e dá a volta para entrar no carro.

Eu me sento no banco da frente ao lado do motorista, e Josh senta no banco de trás, entre Noah e eu.

Ao contrário do que pensei, Josh não parece tenso. Muito pelo contrário, ele está agindo da mesma forma divertida e espontânea de sempre.

Eu o vejo assim, e não consigo parar de sorrir. É idiota, eu sei, mas... ver que ele está melhor, é uma das melhores sensações que eu poderia sentir.

É estranho estar com o Josh. Mas não é um estranho ruim. É, na verdade, muito bom.

Eu sinto minha barriga formigar com apenas uma troca de olhares. Me pego dando sorrisos bobos quando estou pensando nele, ou quando estou com ele, assim como o sorriso que está no meu rosto agora; apenas o fato dele estar se divertindo enquanto fala com o Noah, é o suficiente para me fazer sorrir.

Eu sinto medo que essa conexão que temos acabe. Eu sinto medo quando vejo ele com Taylor... medo e raiva. Raiva por ela estar certa quando diz que pode ajudar ele de uma forma que eu não posso. Raiva por ela conhecer ele melhor do que eu conheço. Raiva por saber que já existiu um tipo de conexão entre os dois; não sei se a conexão era tão forte quanto a nossa, mas sei que existiu. Tenho raiva por saber que eles já estiveram em um relacionamento, por mais conturbado que fosse.

Josh já sentiu algo pela Taylor. Eu percebo que esse "algo" acabou, pelo menos da parte dele, mas, ainda assim, tenho medo... eu tenho muito medo que esse sentimeto que ele já sentiu por ela, volte.

- É aqui. - Josh diz depois de meia hora guiando Noah.

- Valerie's? - digo quando Noah estaciona o carro em frente à um prédio abandonado de vinte e oito andares com um letreiro escrito "Valerie's".

- Era um hotel. - Josh diz e saímos do carro - Ao que parece, o dono faliu e o prédio foi abandonado. - ele explica enquanto encaramos o prédio.

- Você vai assassinar a gente ai dentro? - Noah pergunta e Josh sorri de canto com a pergunta.

- Bem, se fosse isso, eu não diria. - Josh diz.

- Eu acho que a gente dá conta. - digo para o Noah - Se ele tentar alguma coisa, nós estamos em maior quantidade e ele está com o pulso quebrado.

- Viu? Ela é inteligente. - Josh diz e Noah revira os olhos.

- Vou entrar antes que vocês comecem a flertar de novo. - ele diz e sai andando para dentro do prédio. Josh e eu nos entreolhamos prendendo o riso, e seguimos ele.

O canadense acende a lanterna do celular e nos guia pelas escadas de emergência que estão sujas, oque indica que faz um bom tempo que o prédio foi abandonado.

O prédio é enorme, portanto, subir pelas escadas é cansativo, mas vale a pena quando chegamos no terraço.

- Uau! - Noah exclama com um sorriso bobo no rosto.

- Caralho! - digo em português.

A vista é linda. Dá pra ver toda a cidade de Los Angeles, a praia... a vista é simplesmente maravilhosa.

- O que é "caralho"? - Josh pergunta, me fazendo rir com o sotaque dele.

- Significa "linda", Josh. - brinco.

- Ah... - ele murmura boquiaberto e balança a cabeça como se tivesse entendido - Você é tão "caralho". - ele diz.

- Muito obrigada, Josh. - digo prendendo o riso - Você é muito gentil.

- Essa vista é muito linda. - Noah parece estar tão impressionado com a vista que nem ouviu meu pequeno diálogo com Josh.

- Não é? - Josh ri fraco.

- Como você nunca me trouxe aqui antes? - Noah olha para ele.

- Não sei... - o canadense encolhe os ombros olhando em volta - É como se esse fosse o meu lugar, sabe?

- Você quer nos contar alguma coisa, não quer? - Noah pergunta e eu olho para Josh.

- Você me conhece muito bem, não sei como tem certas coisas que consigo esconder de você.

- Você acha que tem. - Noah diz e Josh ri.

- Então, o que você quer nos contar, senhor Beauchamp? - pergunto e ele suspira.

Ele faz um sinal para sentarmos no chão, próximos à beirada do terraço. Confesso que é bem alto, e é um pouco assustador. Mas assim fazemos; eu me sento de frente para o Noah, e Josh se senta entre nós dois, de forma que ele possa olhar para ambos.

- Sabe... - Josh suspira - Todos os dias eu imaginava uma forma de te contar isso. Sempre tivemos esse diálogo na minha cabeça. - ele se refere à Noah - Mas, agora que o momento realmente chegou, eu não faço ideia de por onde começar. Na verdade, eu não imaginava nem que contaria para alguém além de você. - ele ri fraco e olha para o Noah - Eu sei que faz apenas pouco mais de um mês que você entrou na minha vida - ele olha para mim -, mas... você sabe. Nós temos alguma coisa, e... você merece saber. - ele suspira - Eu quero que você saiba. Quero que os dois saibam. - ele parece estar nervoso.

- Tudo bem. - dou um sorriso para conforta-lo e seguro sua mão - Você pode contar pra gente. - digo e ele olha para o Noah, que assente, dando um sorriso incentivador.

- Quando eu tinha seis anos, minha mãe se casou com o Charles. O cara que você conheceu hoje. - ele diz - O Noah já sabia disso, mas você não, então... enfim, eu não quero ficar enrolando pra contar. Já enrolei demais durante anos. - ele suspira - Com o tempo, minha mãe e eu fomos descobrindo que o Chuck não era tão legal. Ele já havia se casado antes, com uma mulher chamada Susie. Essa mulher teve uma filha da minha idade com ele, ela ia pra minha casa aos finais de semana e brincávamos juntos. Apesar do pouco tempo que passávamos juntos, era como se ela fosse minha irmã mesmo... mas, então, ela começou a voltar para casa com hematomas, e a mãe dela fugiu com ela para a Austrália. Nunca mais nos falamos depois disso. - ele passa a língua entre os lábios - Apesar de eu ter sentido falta dela no começo, percebi que o melhor pra ela, é cortar qualquer tipo de contato com o Chuck mesmo. Eu queria que minha mãe tivesse feito o mesmo por mim... - o jeito que ele murmura faz meu coração apertar.

- Josh, você disse que a filha do Chuck ia embora da casa de vocês com hematomas... - murmuro - Por acaso, ele fazia alguma coisa com ela? - pergunto receosa com a resposta - Com vocês?

- Como eu disse, o Chuck não é um cara tão legal... - ele murmura - Nem um pouco legal. - fecho os olhos respirando fundo. Eu sabia que tinha algo estranho nesse cara. A expressão de Noah também não é nada boa - Ele usa cigarros para me queimar... - ele diz e ficamos boquiabertos - E também não trata minha mãe muito bem. Ele a machuca. Não só física, mas psicologicamente também. Ela está sempre tremendo e com medo... ele faz muito mal à ela. Ele mexe com coisas ilegais, e, por conta disso, acaba perdendo muito dinheiro. Minha mãe não trabalha, e as vezes, falta comida em casa. É ai que eu entro em ação. - ele ri fraco - Eu sei oque vocês devem pensar quando eu falto no colégio. "Que menino preguiçoso". Mas, não é bem isso... - Josh suspira - Como minha mãe não trabalha e meu padrasto não usa o salário que recebe para cuidar de casa, eu resolvi cuidar das coisas sozinho. - ele começa a brincar com meus dedos - Nas vezes que eu faltei no colégio durante dias, é porque fugi. Eu fujo de casa durante algumas semanas até conseguir dinheiro o suficiente para fazer pelo menos umas compras para durar o mês inteiro.

- Como assim? Como você consegue dinheiro? - pergunto com medo da resposta e ele ri.

- Não é nada ilegal. Não vendo drogas e nem órgãos. - Noah e eu suspiramos aliviados - Na verdade, eu vou para o centro dançar. As pessoas gostam de me ver dançando. - ele diz convencido - E, eu me abrigo na casa de um chefe de cozinha chamado Tony. Ele é dono de um restaurante mexicano. Apesar de ser um pouco ranzinza, ele tem um coração muito bom. A família dele inteira é muito boa. Em troca de um lugar para dormir, eu ajudo no restaurante, como garçom. - ele ri fraco - Tony diz que eu aumento a freguesia.

- E como você faz isso? Flertando com as clientes? - pergunto brincando e ele sorri malicioso - Ew! Você é um pervertido! - digo horrorizada e Noah ri.

- Tem mais uma coisa. - Josh olha para mim - O Noah já sabe, mas você não. Não é uma coisa grande, é que a maioria das pessoas pensam que eu conheci a Taylor quando ela entrou para o Beckham, mas a nossa história vai bem além disso. - ele diz e eu engulo em seco - Na verdade, eu conheci a Taylor quando ela tinha seis anos de idade. A mãe dela estava doente. Câncer em fase terminal. Eu estava lá quando ela soube que a mãe dela morreu. - o canadense suspira como se estivesse lembrando do dia - Minha mãe trabalhava como diarista, e ela foi contratada para cuidar da casa do senhor Hatala. Então, eu passava a maior parte do dia na casa da Taylor. Morava lá, praticamente. David, o pai da Taylor, me criou como se eu fosse filho dele. Ele me deu um carro, me colocou em um colégio particular, e chegou até a querer que eu e minha mãe fôssemos morar com ele. Acho que, no fundo, ele desconfiava do que acontecia dentro da minha casa. Ele realmente gostava da minha mãe. Meu padrasto acabou descobrindo, e ameaçou ir fazer um escândalo na casa dos Hatala se minha mãe não se demitisse. Foi isso que ela fez. Se demitiu há dois anos atrás, e as coisas dentro da minha casa apenas pioraram. Pelo menos, quando minha mãe trabalhava, passávamos o dia fora de casa, tínhamos comida na mesa e as agressões não aconteciam sempre. - ele faz uma pausa e é possível ouvir apenas o barulho da avenida - As vezes, fico imaginando como seria. - Josh encara o chão - Como seria se minha mãe tivesse dito "sim" quando David nos chamou para morar com ele. Eu teria tudo do bom e do melhor, não precisaria faltar no colégio, poderia fazer aulas de dança e estaria no terceiro ano. Eu acho que seria legal. Mesmo tendo uma relação conturbada e tóxica com a Taylor. Ela não é pior que o Chuck. Costumávamos ser melhores amigos, mas hoje só brigamos. Ela se tornou possessiva. Antes, ela era só uma garotinha como qualquer outra, mas acho que a morte da mãe dela a afetou muito. Ela começou a estudar, estudar, estudar, estudar... hoje é tão inteligente que se sente superior aos outros. Ela se diverte inferiorizando as pessoas. Oque me dói, é saber que eu era como ela. Eu gostava de ser como ela. Eu achava divertido sair com as garotas, levar elas para a cama e depois contar para os meus amigos como foi. Agora? - ele ri fraco - Agora eu me sinto um merda por fazer isso. E, por mais que seja dolorido, eu deveria me sentir assim mesmo. Sentimentos não são brinquedos. Garotas não são brinquedos. Eu demorei muito para parar de ser um babaca, mas eu parei. Eu não me importo que as pessoas no colégio me conheçam pela minha péssima reputação... eu mereço essa péssima reputação. O foda, é ver que as pessoas não veem a minha péssima reputação como "péssima". Elas gostam. Elas querem andar comigo. Elas não deveriam, mas gostam. Todos me veem como o "dançarino canadense pegador" mas quem me conhece sabe que eu estou mais para "dançarino canadense babaca". - suspiro e Josh franze os lábios - Me arrependo de todas as coisas ruins que já fiz. Eu queria ser uma dessas pessoas que tem motivos para fazer as coisas ruins que fazem, mas eu não tenho. Eu fazia porque eu podia. Mas eu aprendi... Aprendi quando eu magoei uma pessoa que eu considero meu irmão. - ele olha para o Noah que murmura "está tudo bem".

- Você é humano, Josh. - digo e aperto a mão dele - Você é só um ser humano que cometeu erros. Não precisa se julgar a vida inteira por isso.

- Chuck também comete erros. Muitos. - ele diz - Devo considera-lo um ser humano?

- Josh, não confunda seus conflitos adolescentes com os crimes do seu padrasto. - digo - Porque é isso que ele é. Um criminoso. Violência doméstica? Essas "coisas ilegais"? O tornam um criminoso. Você não é um criminoso por já ter magoado pessoas, okay? Todos já magoaram alguém. Eu magoei, o Noah magoou... isso não nos torna criminosos. Você não é uma pessoa ruim por ter ferido os sentimentos de alguém, você é humano. Reconhecer seus erros e aprender com eles, te torna mais humano ainda. Mas você não é nem de longe uma pessoa ruim, entendeu? - ele não responde e eu vejo seus olhos marejarem - Josh, você entendeu?

- Entendi. - ele funga e olha para mim - Valeu, Poodle.

- Isso que a Any falou é sério, Josh. - Noah diz sério - Chuck é um criminoso. Temos que contar para a polícia.

- Isso! - concordo enquanto Josh balança a cabeça negativamente - É bem simples. O pai da Sabina é delegado, talvez possa ajudar no seu caso e...

- Não, não... não! - Josh diz - Eu tive receio de contar para vocês exatamente por isso, sabia que iriam querer ir até a polícia. Faltam seis meses para os meus dezoito anos, mas até lá eu ainda sou menor de idade. Podem prender a minha mãe, e não é culpa dela! Ela é tão machucada quanto eu! Sem contar que alguns vizinhos já chamaram a polícia, e minha mãe negou que o Chuck tivesse encostado um dedo nela. - ele engole em seco e suspira - Faço dezoito em março, não está tão longe... preciso que vocês me deixem cuidar disso. Estou tentando não me meter em problemas com o Chuck. Preciso que me prometam que não vão contar nada para ninguém. - eu e Noah nos entreolhamos - Prometam! - suspiramos e olhamos para o Josh.

- Prometemos. - dizemos em uníssono.

- Mas, a próxima vez que eu ver você machucado, não vou hesitar em fazer uma denúncia. - digo séria e ele assente.

- Tudo bem. - ele diz.

- Então, todas as vezes que você disse que estava tudo bem, era mentira? - Noah pergunta, o vento faz com que nossos cabelos dance no ar - Você estava sempre fingindo?

Eu acho que isso é um lance meu... - ele ri fraco - Essa coisa de fingir que está tudo bem. Eu sabia que muita gente ficaria com pena de mim se eu contasse oque realmente acontece comigo, e eu detesto saber que as pessoas estão com pena de mim. Então, eu sempre vou para o colégio fingindo que está tudo bem. Mas... - ele faz uma pausa - Acho que, de tanto fingir, uma hora você esquece que está fingindo, sabe? - ele suspira - Em partes, essa minha teoria está certa. Há vezes em que eu esqueço que estou fingindo. Por exemplo, quando estou com vocês. - eu e Noah damos um pequeno sorriso - Eu não finjo quando estou com vocês. Eu realmente me divirto. Mas quando eu chego em casa...

- Tudo desmorona? - pergunto baixinho e ele assente.

- Confesso que estou um pouco magoado por você ter demorado tanto pra me contar algo assim. - Noah suspira - Independente de tudo, agora você sabe que pode contar com a gente pra qualquer coisa. - ele diz e eu concordo - Não falte mais no colégio, ok? Já se prejudicou demais por conta disso. Se estiver com problemas financeiros, não esconda de nós. - o garoto de cabelos cor de avelã coloca a mão por cima da minha e de Josh - Vamos dar um jeito, tudo bem? Você sabe que não está sozinho.

- Valeu, irmão. - Josh murmura. Não dizemos nada por alguns segundos, e ficamos observando a cidade.

- Cara, já são quase uma hora da manhã. - Noah quebra o silêncio, olhando para o celular e eu arregalo os olhos.

- Se minha mãe perceber que eu não estou em casa, ela me mata. - digo.

- Vou levar vocês agora. - Josh ri fraco e nos levantamos.

- Valeu por contar pra gente, cara. - Noah sorri passando o braço ao redor de seus ombros.

- Não ficou bravo por eu ter escondido isso de você durante anos? - Josh pergunta - Não está com vontade de me bater?

- Bater? Claro que não. - Noah diz indignado - Eu sou frouxo, esqueceu? - nós rimos - Fiquei comovido.

- Okay. - dou risada e separo eles, ficando entre os dois - Vamos, princesas? - passo os braços por volta da cintura deles e vamos embora.

Durante o caminho, fico pensando em tudo oque o Josh me contou. Deve ser tão difícil suportar tudo isso. E, em momento algum ele reclama da vida dele.

Apesar de tudo, ele continua sendo o mesmo garoto divertido que me levou ao Kannye's. O mesmo que me beijou na roda-gigante. O mesmo que faz minhas aulas de química serem mais interessantes.

Eu realmente gosto do Josh. E, por gostar tanto dele, me pergunto se eu sou a pessoa que ele precisa.

Oque ele me contou naquele terraço, me fez pensar mais ainda sobre ele e Taylor. Parece que oque os dois tiveram foi bem intenso.

Não estou com ciúmes...

Ou estou?

Não sei. Estou confusa por não saber se sou o suficiente para o Josh.


Josh P.O.V


Quando chegamos na casa de Noah, sou obrigado a passar para o banco do motorista para deixar a Any em casa.

Não conversamos muito durante o percurso. Acho que estamos muito cansados até mesmo para falar.

- Prontinho, Poodle. Agora você está entregue. - digo e ela olha para mim - O que foi?

- Como você encontrou aquele prédio? - ela pergunta e eu suspiro.

- Não me lembro. Só sei que sou um amante de vistas bonitas. - digo - É por isso que olho tanto para você.

- Uau. - ela ri de um jeitinho que só ela faz, e um sorriso bobo brota em meus lábios.

- Eu sou realmente muito bom com cantadas, não é? - pergunto sorrindo de canto e ela olha para mim com uma sobrancelha arqueada - E agora?

- Agora o que? - ela pergunta.

- Você está apaixonada por mim? - pergunto. Ela ri e tira o cinto com dificuldade.

- Tchau, Beauchamp. - ela abre a porta do carro - Te vejo amanhã... ou melhor, daqui a pouco.

- Certo, Poodle. - sorrio e ela fecha a porta - Boa noite! - grito quando ela já está próxima à porta de casa.

- Shh! - ela se vira com o dedo indicador nos lábios, pedindo silêncio.

- Foi mal. - sussurro quando lembro que sua mãe está dormindo, e dou partida no carro.

Confesso que desabafar foi melhor do que eu imaginei.

Me sinto mais leve agora que contei oque realmente acontece comigo.

Mas, de qualquer forma, não adiantou muito, não é? Afinal, eu menti de novo esta noite.

Quando a Any me perguntou como eu encontrei aquele prédio, eu menti. Eu não fui até lá só por causa da vista.

Na verdade, hoje foi a primeira vez que fui até aquele terraço sem a intenção de pular lá de cima.

Foi a primeira vez que estive lá sem a intenção de me matar.

{...}

- Josh? - uma voz feminina e distante, me desperta - Josh? - sinto um leve chacoalhar em meu corpo e abro lentamente os olhos, tendo a visão do rosto de minha mãe próximo ao meu. Ela sorri ao ver que eu acordei.

- Mãe? - murmuro sonolento e ela se afasta - O que está fazendo? - me sento e coço os olhos.

- Te acordando para o colégio. - ela diz enquanto recolhe algumas coisas pelo meu quarto - Seu quarto está uma zona. Deveria fazer uma faxina as vezes, sabia?

- Uhum. - murmuro confuso e percebo que hoje ela não está usando o roupão.

Minha mãe está vestindo um macacão jeans, uma camisa branca e sandálias de salto não tão alto. Seus cabelos estão soltos e seus hematomas não estão tão aparentes quanto antes.

- Levanta logo. - ela diz - Preparei o café da manhã.

Me levanto estranhando o comportamento dela. Ela está agitada e parece nervosa.

Coloco os chinelos e sigo para a cozinha. Fico surpreso ao ver o café da manhã na mesa.

Minha mãe não costuma fazer essas coisas. Não desse jeito...

- Coma logo antes que se atrase. E não esquece de tomar os remédios antes de sair. - me assusto ao ouvir sua voz, pois não a vi entrar na cozinha - E você ainda precisa ir buscar a Any. - assinto e me sento, encarando ela - O que foi? - ela pergunta sorrindo.

- Você está diferente... - observo seu rosto. Quase não dá para ver seus hematomas - Passou maquiagem? - ela assente.

- Estou feia? - ela pergunta.

- Você está linda, mãe. - sorrio - Só não estou entendendo... você vai sair? - pergunto e ela sorri, me fazendo arregalar os olhos - Sério? Você vai sair? - fico surpreso, até porque ela nunca sai.

- Vou em uma lan house. - ela diz, enchendo uma xícara com café - Vi na televisão esses dias que hoje em dia é bem mais fácil conseguir um emprego pela internet.

- Você vai procurar um emprego?! - pergunto ainda mais surpreso e ela ri.

- Uhum. - ela murmura enquanto bebe um pouco de café - Vou comprar uma máquina de costura com o salário, e alguns tecidos. Eu estava pensando em comprar um tênis novo para você. Os seus que o David deu são lindos, mas estão gastos. - ela diz e eu sorrio.

- Quem é você e o que fez com a minha mãe? - pergunto, um pouco chocado. Ela ri fraco e pega uma torrada.

- Eu sou a Ursula Beauchamp. - ela diz enquanto passa geléia de uva na torrada. O sobrenome dela não é mais "Beauchamp" desde que ela se casou com o Chuck, mas ainda assim, ela disse isso - E eu só... - minha mãe suspira e me entrega a torrada com geléia - Eu só abri os olhos dela. - ela sorri fraco e eu retribuo o sorriso.

Eu gosto dessa versão da minha mãe. Queria que fosse assim todos os dias, mas sei que a nossa situação não permite isso.

Termino o café o mais depressa que posso para não me atrasar. Ainda preciso buscar a Any e levar a Belinha para a escola.

Fazer as coisas com um pulso machucado é mais difícil do que aparenta.

Felizmente, ainda assim, consigo sair de casa e chegar à tempo para buscar as meninas.

- Bom dia, Josh. - Belinha diz assim que entra no carro.

- Bom dia, Belinha. - sorrio e observo Any entrar no carro - Bom dia, Poodle. - digo e ela coloca o cinto em silêncio.

- Ela fica mal-humorada quando está com sono. - Belinha sussurra para mim e Any encosta a cabeça no vidro do carro, fechando os olhos.

- É, eu percebi. - sussurro de volta.

- Eu posso ouvir vocês. - Any cantarola.

- Josh, fiz uma coisa para você. - Belinha diz, tirando um papel dobrado do bolso de seu moletom. Any abre os olhos, parecendo estar curiosa.

- Ah, muito obrigado pelo... - desdobro o papel e enrugo a testa ao ver o desenho - Abacaxi?

- Não é um abacaxi. É você. - Belinha diz e Any prende o riso.

- Ah, é claro que sou eu. - digo prendendo o riso também - Muito obrigado, Belinha. Eu gostei tanto que estou até pensando em moldurar. - ela fica vermelha e eu deixo escapar um riso.

Entrego o desenho para Any, que guarda o mesmo no porta-luvas.

A Poodle parece estar realmente cansada, eu não deveria ter tirado ela de casa tão tarde ontem.

Em alguns minutos chegamos na escola da Belinha, e ela parece empolgada.

- Ei, ei! - digo quando ela faz menção de sair do carro.

- O que? - ela olha para mim.

- Não está esquecendo nada? - pergunto e parece não entender. Sorrio e bato o indicador na bochecha.

- Nossa, que menino carente. - ela ri e me dá um beijo na bochecha.

- Boa aula. - eu e Any dizemos em uníssono.

Faço menção de dar partida, mas uma cena me deixa boquiaberto e me faz parar.

- Que patifaria é aquela ali? - pergunto, enquanto observo Belinha conversar com um garotinho asiático.

- O que? - Any franze a testa e olha na mesma direção que eu - Ah, que fofos! - ela ri.

- Fofo? - pergunto indignado - Poodle, aquele mini projeto banguela do Jackie Chan está com segundas intenções com a sua irmã!

- Josh, eles são crianças. - Any diz.

- E dai? - pergunto - Você não conhece as crianças de hoje em dia.

- Você está pior que a minha mãe. - ela diz e eu bufo - Vamos pra escola logo. Amanhã você dá um sermão na minha irmã, tá bom?

- Isso é um absurdo. - digo e vou murmurando coisas até chegarmos no colégio.

O tempo vai passando e eu também começo a me sentir cansado. Acho que ontem deixou todos muito cansado, porque todos os meus amigos estão desanimados hoje.

Fico feliz por eles terem se preocupado comigo, mas não queria cansa-los tanto.

Infelizmente, a minha primeira aula é física.

Krystian tem essa aula comigo, e é tão bom quanto eu - espero que tenha entendido a ironia.

O professor John é um porre. Ele é tão calmo que acaba sendo irritante. Se alguém conseguir ficar cinco minutos acordado na aula dele, essa pessoa é uma guerreira.

Chega uma notificação no meu celular, e eu sorrio ao ver o nome "Poodle" na tela. Ela mandou uma mensagem.

Poodle: Me encontre no vestiário feminino em cinco minutos.


Any Gabrielly P.O.V


Eu tenho aula de história com a Shivani e com a Sofya.

Apesar de não ser fã de humanas, confesso que história é uma matéria que eu curto bastante.

Como o professor ainda não chegou, fico conversando com as meninas até que uma garota de cabelos castanhos e pele bronzeada vem até mim.

- Você é a Any? - ela pergunta.

- Sim... - respondo sem entender.

- Me pediram pra te entregar isso. - ela me entrega um celular. O meu celular.

Fico tão chocada que não digo nada, apenas olho incrédula para minhas amigas que riem da minha cara.

- Você é muito atrapalhada, Any. - Shivani diz e Sofya concorda rindo.

- Não acredito que eu quase perdi o celular. - digo - Gente, o que seria de mim sem meu bebê? - abraço meu celular, aliviada e elas riem mais ainda.

Uma notificação de um número desconhecido chega no meu celular. Uma mensagem.

Número Desconhecido: Me encontre no vestiário feminino.

- Ahm... meninas. - elas olham para mim - Vou ir ao banheiro rapidinho.

- Okay, mas não demora. - Sofya diz e eu assinto.

Eu não faço ideia de quem tenha mandado a mensagem, mas minha curiosidade está falando mais alto.

Deve ser a Joalin tentando me sacanear. Ela ama fazer pegadinhas.

Bom, quem me dera fosse a Joalin...

A cena que vejo quando chego no vestiário, parte meu coração em pedacinhos. Sinto minhas pernas fraquejarem.

É como se eu levasse um chute bem forte no estômago. Um chute que mata todas as borboletas que eu sinto quando estou com ele.

Quando digo "ele" me refiro ao Josh.

Ele está no vestiário, aos beijos com Taylor.


Notas Finais


Bem, eu espero que vcs tenham gostado. Provavelmente, de todos, esse foi o meu pior capítulo pq eu estou sem criatividade alguma e ainda por cima escrevi na pressa.

queria falar uma coisa para vocês...

Alguém comentou no capítulo anterior que se eu postar a qualquer dia, pode me fazer perder leitores, e isso me deixou muito triste.
Quem me acompanha desde o início sabe que eu faço o possível para atualizar a fanfic sempre que posso. Eu costumava postar todos os dias, mas cheguei em um ponto que ficou cansativo para mim só escrever e não fazer mais nada. Eu AMO escrever, de verdade. Mas fica complicado escrever um capítulo com mais de 2.000 palavras todos os dias. Eu tenho irmão e primo pra cuidar. Tenho casa pra arrumar. Saio com meus amigos. Assisto séries. Eu sou um ser humano, galera. Eu to escrevendo Detention no meu tempo, e eu queria muito que vocês - não estou generalizando, pq sei que muitos entendem - parassem de reclamar, de verdade. Falar que eu vou perder os leitores só vai me deixar desesperada, não me incentiva nem um pouco.
Eu agradeço muito todo o amor que vocês têm dado à minha história, de coração. Mas eu queria que vocês entendessem que assim como vocês, eu tenho uma vida fora do spirit. Esse é meu último ano no colégio, eu ainda preciso estudar pra vestibular, sem falar das outras milhões de coisas que preciso fazer...

Queria pedir pra vocês não me abandonarem, mas queria pedir para não me apressarem também. Todo o comentário de incentivo é bem-vindo, vocês sabem o quanto eu amo e o quanto eu fico feliz lendo os comentários de vocês. Isso faz meu dia. Tem leitores que eu até já gravei os users: kingnoah, kainatt, awrciio... entre outros que estão sempre postando comentários maravilhosos, e eu agradeço, não só a esses que eu citei, mas a todos vocês que comentam e favoritam, até mesmo só visualizam.

Não me apressem, por favor. Não postem coisas desse tipo, pq eu sou uma pessoa ansiosa... de que adianta eu postar todos os dias e todos os dias ser um capítulo ruim?
Pq é exatamente isso que vai acontecer se eu escrever rápido demais. O capítulo vai sair horrível, ainda mais levando em conta o meu bloqueio criativo.

Eu agradeço muito a todos vocês que perguntam se eu estou bem antes de me cobrar qualquer coisa, pq as vezes, realmente aconteceu algo que impossibilitou que eu escrevesse.

Detention já está completo na minha cabeça. Eu já sei como vai terminar. Só é complicado na hora de escrever, e eu to pedindo pra vocês entenderem o meu lado, POR FAVOR!

Se vocês me acharam grossa ou whatever, me desculpem... eu tava precisando colocar pra fora.

Um beijo, um cheiro e até o próximo capítulo.

ps: alguém ai sabe editar videos?
eu acho os "trailers" de fanfics a coisa mais fofa, e eu queria um video pra detention kkkkk
quem souber, e quiser me ajudar criando o video... me mandem mensagens, eu mando meu número do wpp, e trocamos uma ideia falando sobre isso... muito thank u <3


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