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História Devaneios de um Fudanshi - Nossos irmãos


Escrita por: Shampoo04

Notas do Autor


Acho que páscoa combina com flashback!
ksoapkspoaks non
Ano passado também postei o capítulo de historinhas do passado na páscoa, vocês se lembram?
(o Capitulo 11 que conta a história do primeiro encontro do Satoshi e Takeshi)
Bem... Como o título diz... Tem bastante coisa sobre irmãos aqui, né?
Eu passei muito tempo pensando aonde encaixar essa historia dos pais do Satoshi (le spoiler), mas já que estamos quase encerrando a fic, achei interessante colocar ele aqui!
Espero que gostem da história do Masuyo e da Yumiko!!
Se ficarem muito perdidos recomendo que releiam os capítulos que dão uma palhinha sobre eles! Só não me perguntem quais são :P
Boa leitura e Feliz Páscoa!!

Capítulo 41 - Nossos irmãos


Fanfic / Fanfiction Devaneios de um Fudanshi - Nossos irmãos

[Ichikawa Akira:]
–Akira-neechan eu estou tão empolgada, vamos sair hoje após as aulas? Sempre quis visitar um desses cafés de maid.
O que eu vou fazer com essa garota? 
Eu mal conseguia pensar em outras coisas no momento, era difícil acreditar que a Helena deixaria sua preciosa princesa sair do conforto de sua casa e vir morar no Japão para conhecer seu irmão. O que ela quer com isso?
–Amelie... Não querendo ser mal educado, mas já sendo... Por que você veio pra cá?!
–Eu descobri que a mamãe tinha outra filha e fiquei curiosa pra te conhecer. 
–Ela falou algo sobre mim? - aquela mulher se preocupa comigo?
–Na verdade eu vi algumas fotos antigas. Uma deles era um bebê e não era eu... Então comecei a perguntar sobre.
Não imaginei que ela teria alguma foto minha ainda. 
Quando terminamos nosso almoço convidei Amelie para um passeio pela escola. Ela ficou bem animada e fui contagiado pelo sorriso dela. Passando pela sala do clube de música nos encontramos o Hicchan com sua flauta, ele estava tocando uma melodia tranquila e Amelie insistiu para ficar mais um pouco.
Hibiki estava totalmente sério e minha irmã entrou na sala quebrando o clima, haviam alguns outros três alunos lá, estes não tocavam, e ela chamou a atenção do Hicchan quando entrou, sua flauta se calou na hora.
–A-Akira?! - ele disse surpreso olhando para nós.
–V-vocês se conhecem irmã? - ela perguntou tão surpresa quanto ele.
–Talvez - acariciei a cabeça dela.
–Akira quem é essa garotinha?!
–Ela é minha irmãzinha... Filha da Helena.
–Nem imaginava que você tinha uma irmã! - ele comentou analisando ela. 
–Eu também não sabia disso. Bem, já ouvi falar nela, mas era difícil acreditar.
–Também tenho um irmãozinho, ele mora com meus avós, eles têm medo dos meus pais estragarem o garoto com as brigas deles. Ironicamente nenhuma das partes se preocupa comigo - ele fez uma expressão depressiva, porém risonha. Nem ele se importa com isso, parecia.
–Nós não queremos atrapalhar seu ensaio, estávamos visitando a escola - Amelie puxou a manga do meu uniforme, tinha me esquecido dela, pode soar estranho, mas ainda não acreditei que ela existe. - Amelie este é o Yamashita Hibiki-kun, Hibiki-kun esta é Amelie Rivière, minha irmã.
Eles se cumprimentaram e nós dois continuamos com a visita. A primeira coisa que ela comentou depois que saímos foi:
–Aquele Yamashita parece gostar de você, Akira.
–Parece? - O que ela diria quando visse o Kensuke?
–Ele ficou todo surpreso quando você chegou! Você também gosta dele irmã?
–Não o odeio, sabe. Nos damos bem. Ele é um amor de pessoa.
–Só isso?
–Acho que sim - pra você é só.
Continuamos a passos lentos pelo mesmo corredor até que o Hibiki apareceu. Ele quis continuar o passeio conosco. Amelie e ele conversavam sobre diversas coisas, ela era bem divertida. 
–Estive me perguntando se você toca há muito tempo - ela disse.
–Meus avós gostam muito de música e desde pequeno treino bastante - eu não sabia deste detalhe sobre ele. - Na verdade além da flauta transversa eu toco diversos outros instrumentos, a maioria de sopro.
–Gostaria de poder apreciá-los, qualquer dia desses.
–Claro - ele tratava ela tão carinhosamente com seu maravilhoso sorriso.
–Akira, você já o escutou tocar? - perguntou Amelie.
–Eu gostava de ver o Hicchan tocar depois das aulas. Ele é tão elegante com aquela flauta, mas nunca vi ele tocar nada além da flauta. 
–Ora, não é pra tanto - ele disse envergonhado. - É que eu gosto mais dela.
–"Hicchan"? - disse minha irmã com uma cara acusadora. - Vocês têm esse tipo de intimidade Akira?
Estava determinado a chamá-lo somente pelo nome! Malditos hábitos! Eu não consigo me acostumar com o nome dele, ou o chamo de Yamashita ou de Hicchan, mesmo depois de sonhar com o dia que ele me deixaria chamá-lo pelo nome... Eu fiz de "Hibiki" um nome inalcançável que não foi feito para meros mortais, como eu.
Interrompendo o pensamento para uma desculpa, ouvimos o sino. Como o prédio do fundamental é distante do prédio do colegial Amelie logo tomou seu rumo, se despediu sorridente e se foi, provavelmente inventando algo para nos deixar sozinhos.
–Ela é uma graça - comentou Hicchan.
–Também achei.
–Vocês não se parecem muito.
–Verdade? Ela se parece muito com a Helena. Isso é bom.
–Digo isso porque você, apesar do charme francês, tem muitos traços do seu pai - ele me olhava com um sorriso encantador, eu me derrubei nos braços dele naquele instante.
–Se estiver tentando me conquistar, pode parar! - ele me abraçou e ficamos uns minutos daquele jeito, até o sino tocar novamente anunciando nosso atraso.
–Você pretende contar pra sua irmã sobre mim e o Ken-chan? - ele perguntou antes de me soltar.
–Não tenho nada a esconder dela, até meu pai já sabe não tenho motivos pra fingir.
–É da sua mãe que você está escondendo? - sua voz soou absoluta em minha mente parando qualquer outro pensamento que eu tinha no instante, foram longos segundos sem piscar ou sem ar... Aquelas mulheres realmente mexiam comigo... 
Como somos de salas diferentes ele logo se foi, mas sem esquecer de um beijo de despedida. Eu mal tive cabeça pra aula depois de tudo. 
Helena não me aceitou como filho, em momento algum. Sei que não tenho motivos para esconder o Hibiki e o Kensuke dela, até porque isso não faria diferença alguma para ela.
. . .
Mas eu no fundo queria que ela me aceitasse... 
Eu sempre a quis como mãe. Sempre quis que ela reparasse em mim...
Eu quero minha mãe...

[Nakamura Takeshi POV:]
Eu gosto muito do friozinho do outono e de como as paisagens vão mudando. Uma pena que logo no inverno eu estou destinado a mudar. Será que o Kiyoshi iria me ensinar inglês? Não que eu seja ruim, apenas minha pronuncia... É péssima, o mais japonês possível.
A aula já tinha acabado, eu estava procurando pelo Satoshi, mas acabei voltando pra sala por ter esquecido meu caderno.
Quando abri a porta levei um susto: no fundo da sala nos últimos lugares estavam o Kiyoshi e o Satoshi. Entrei normalmente tentando não parecer mais incomodado com aquilo do que estava.
–Por que voltou? - perguntou Kiyoshi tentando parecer hostil.
–Não seja rude - o irmão deu-lhe um tapa na orelha.
–Eu esqueci um caderno, não pretendo ficar muito.
–Ah, ele está na minha mochila - disse Satoshi. - Se importa se eu te devolver amanhã?
–Tudo bem então - eu queria perguntar porque eles ainda estavam lá, sem parecer muito óbvio, mas eu sabia que não iria conseguir. - Até amanhã... Então.
–Já vai? Fica mais um pouco... - insistiu Satoshi.
–Já vai tarde! - novamente Kiyoshi tentou parecer agressivo, mas foi repreendido.
–Vocês ainda vão ficar por muito tempo? - tomei coragem.
–Não seria legal voltar agora... - comentou Kiyoshi agora meio sem jeito. - O Sato-nii e eu vamos estudar um pouco de kanjis. 
Satoshi suspirou profundamente como se a fala do Kiyoshi o incomodasse. Ele ficou encarando o caderno na mesa entre eles com uma expressão abatida e novamente suspirou.
–O pai do Kiyoshi e da Arina está em casa... - ele disse contrariado.
–O nosso pai está em casa - o mais novo o corrigiu e foi tratado com desdém.
–Eu gostaria que você não usasse esse termo novamente... "Nosso" pai... Ele não é tão meu quanto seu.
–Pare de ser teimoso - Kiyoshi apertou as bochechas do Satoshi olhando ele com uma careta.
Até entendo que o Satoshi não goste dele, apesar de ainda não conhecer os motivos dele, mas por que o Kiyoshi está evitando voltar...
–Kiyoshi você também não gosta do seu pai? S-seriam pelos mesmos motivos do seu irmão?
–Não disse que não gosto do meu pai! No entanto realmente não gosto e bem... Nossos motivos acabam se misturando ainda que não sejam os mesmos. 
Eles se entreolharam por um tempo e chegaram ao acordo de que o pai deles não era nenhum anjo. Seja lá qual for o motivo. Confesso que pela cara dos dois pensei e vários coisas pelas quais eles não se dariam bem.
–Como ficaram sabendo que o pai de vocês chegou?
–Arina... - eles responderam em coro. 
–Ela entende que ele não é boa companhia pra ninguém... - explicou Kiyoshi. - Admiro o sacrifício dela...
–E até quando vocês pretendem ficar aqui? 
–Até aquele cara ir embora, pra bem longe! - respondeu o mais velho.
–O pior é que ele não tem dia pra ir! - eles se encararam com suas expressões debochadas e repulsivas.
–Eu não quero encontrá-lo! - Satoshi disse com uma voz fúnebre, escondendo seu rosto por baixo de seus longos cabelos azulados, o mais novo transmitia um rosto amargurado pela figura do pai deles.
O que aconteceu com eles?!

[Kato Satoshi POV:] Vários anos atrás...
Eu não me lembro desde quando estive acomodado a figura da minha mãe, eu realmente não me lembro se o meu pai, em algum momento, me fez falta e menos ainda me lembro porque aceitei o retorno dele como algo normal, inicialmente.
Desde sempre eu ficava feliz por voltar da escola e sentir o delicioso cheiro dos lanches que minha mãe preparava. Aquilo fazia o meu dia todo valer a pena como algo mágico que apagava da minha mente a chatice dos meus colegas de escola.
Mas naquele dia em especial, por algum motivo, eu fiquei ainda mais feliz do que todos os outros dias... Só pra depois descobrir que a falta de carinho dos meus colegas não significava nada.
. . .
Hoje pela primeira vez tinha feito nosso almoço, só pela simples glória de receber da minha mãe um elogio. Estava super ansioso para chegar em casa e ouví-la dizer que tinha ficado bom, mesmo que fosse mentira.
A aula correu lenta só porque, mais do que qualquer outro dia, eu queria voltar mais cedo para casa.
E foi quando cheguei em casa que tive a maior surpresa de todas...
–Eu chegu... - ia anunciando, numa voz não muito alta, para não incomodar minha mãe, ela costuma ter fortes dores de cabeça e eu me esforço para não ser o motivo delas.
Dava pra ouvir perfeitamente ao fundo uma voz grave ecoar pela casa. Havia um estranho lá. Não só a voz era diferente, aquele cheiro de cigarro tomava conta do ambiente. Sem entender as palavras que eles trocavam eu caminhei assustado até a cozinha. E fui recebido com um extremo olhar de surpresa pelo homem que lá estava... Ele se calou em um instante e ficou boquiaberto me encarando.
–V-você... Você é o Satoshi? - ele perguntou.
–Sou.
Ele se virou na minha direção, confesso que me assustei muito com aquilo. Ele era bem alto, seus ombros largos, mas ele não era forte. Antes que ele me alcançasse eu corri pra perto da minha mãe.
–... O que foi?
–E-ele não se lembra de você, Masuyo-san.
Ela me deixou ficar escondido atrás de sua saia por algum tempo, mas logo se moveu e eu fiquei sem esconderijo.
–Diga oi, Satoshi. Você sabe que é feio ficar se escondendo das pessoas.
Me apresentei normalmente àquele cara. Ele era estranho e me sentia desconfortável perto dele. Ele se abaixou para me encarar nos olhos e se aproximou para me abraçar. 
Seus braços... Eram confortáveis e ele era caloroso apesar do fedor de cigarro. 
–Prazer em conhecê-lo Satoshi-kun. Há muito tempo eu não te vejo! Na primeira vez você tinha uns três aninhos! - ele acariciou meu cabelo comentando o quanto eu cresci. - Realmente uma pena eu ter perdido todo esse tempo.
–Satoshi, você não tem que tomar banho? - disse minha mãe, eu fui contrariado pois aquele homem me intrigava e eu queria conversar com ele...
[Saito Yumiko POV:]
Masuyo tinha mudado muito nesses últimos anos. Tinha medo de não reconhecê-lo ou que ele não quisesse rever o Satoshi, mas depois daquele abraço dos dois algumas dúvidas minhas sanaram, enquanto outras piores tomavam minha mente.
–V-você... contou aos meus pais? - ele perguntou.
–Ainda não.
–M-meus tios...
–Meus pais ficaram sabendo, mas preferiram que eu tomasse essa decisão. O sobrenome dele é Kato, mas eu posso mudar para Saito se você não gostar.
–Eu acho que Satoshi combina muito mais com Kato. Assim como seu nome ficaria mais bonito com o meu...
Masuyo me deu um longo abraço. Tantos anos tinham se passado desde nosso último encontro e nem pudemos conversar direito. 
–Acho que já há uma mulher que use o sobrenome Kato e que ela não ficaria contente com isso - me soltei do abraço dele.
Desde pequena eu sonhava em usar o nome dele... Porém só agora eu percebi o quanto isso seria problemático. Nossas mães são irmãs, eu e ele fomos criados como irmãos também. Elas sempre encararam nosso amor como uma brincadeirinha de primos, eu realmente pensava assim até que ele voltou pouco depois do fim do meu namoro e o Satoshi nasceu.
Meu pai sempre soube e ele me encorajou a contar para minha mãe. Foi bem difícil principalmente quando o Satoshi insistia para brincar com meu tio, avó dele. Fazem seis anos que eu insisto em não contar para os meus tios e o Masuyo esconde isto de sua esposa... Tem sido... Bem difícil desde então...
–Amanhã... Se você não se importar... Eu queria levar o Satoshi para brincar com o Kiyoshi e com a Arina você se lembra deles, não é? E depois... De noite... Contar aos meus pais.
Ele voltou a me abraçar, acariciando meu cabelo e me apertando forte contra seu corpo. Eu amava seus abraços. 
–Esteja conosco amanhã?
... 
No dia seguinte. Nós saímos pouco antes do almoço. Arina e Kiyoshi foram nos buscar em casa e o Satoshi estranhou muito eles, mas acabaram por se dar bem, não era difícil conquistar a confiança dele desde que não errasse seu nome.
Kiyoshi se enrolava nas palavras pois passou a maior parte de sua vida no exterior e o Satoshi tentava ajudar ele nas pronuncias sem parecer que estava o corrigindo toda hora. Arina como uma boa irmã mais velha incentivava bastante os dois a manterem um diálogo sem discussões. Eu me sentia bem com eles ao meu lado... Era divertido passar o dia brincando com eles e com o Masuyo, que tanto amo. 
Me senti em uma família que provavelmente nunca teria.
Nós fomos ao parque de diversões após um almoço num restaurante novo. O pequeno Kiyoshi teve medo de todos os brinquedos e Satoshi tentava de todas as formas acabar com o medo do irmãozinho.
–E-eu não quero ir Sato-nii - Kiyoshi disse com os olhos marejados. - Tenho medo...
–Vai ficar tudo bem! - ele sorria confiante. - Você pode segurar a minha mão! 
O mais novo logo secava os olhos e sorria timidamente ao meu pequeno príncipe. 
–Isso pode ser perigoso quando ficarem maiores! - disse Arina com um largo sorriso. - Acho bom o Sato-chi não partir o coração do Kiyo-chi!
–Tenho certeza que o Kiyoshi algum dia dirá ao Satoshi que não precisará mais segurar na mão dele! - comentei com a Arina, sem Masuyo perceber.
–Espero que esse dia nunca chegue - desta vez Arina quem parecia querer chorar. - Eles são tão fofos juntos!
–Vamos tirar umas fotos Yumiko-chan! - Masuyo me convidou apontando pra uma daquelas cabines de foto. 
Das cinco fotos que tiramos, duas eram de certa forma românticas, pois as outras três ficaram super idiotas, principalmente a foto que bagunçamos o cabelo um do outro.
Quando o Satoshi e o Kiyoshi voltaram do brinquedo eu arrastei os dois e o Masuyo pegou a Arina e tiramos mais umas fotos juntos, que desta vez apenas uma ficou normal.
Foi um dia incrível até na hora do jantar... Que fomos para casa dele...
Antes de passarmos pela porta ele segurou minha mão, levemente trêmulo, eu também tinha medo de contar aos meus tios... Satoshi era um bastardo e o pior de tudo era que eu menti aos meus tios todos esses anos, a única coisa que me dava força era a mão do Masuyo sobre a minha.
Meus tios me receberam com um sorriso e como sempre brincaram muito com o Satoshi. O Kiyoshi continuou chamando ele de Sato-nii, mas eles sequer ligaram quanto a isso, eu também já chamei o Masuyo de Masuyo-nii. 
No entanto bem na hora do jantar ele tomou uma expressão estranha e ficou bastante trêmulo. 
–P-pai... Mãe - ele começou, já gaguejando. - Eu queria contar algo para vocês.
Ele estendeu a mão sobre a mesa e eu toquei sua mão tentando apoiá-lo. Ele tentou prosseguir, mas se manteve em silêncio por um longo tempo então tomei coragem e disse também.
–É sobre o Satoshi. 
–O Satoshi é meu filho - ele disse de uma vez, quase sem pegar fôlego.
O meu tio quase engasgou com a comida e minha tia ficou super espantada. Ela ficou por um tempo sem dizer nada tentando juntar forças para perguntar algo.
–C-como pode ter tanta certeza?! - disse minha tia. 
Fiquei muito ofendida com o que ela disse. Como eu posso ter certeza?! O que ela está querendo dizer com isso?!
–Masuyo passou esses últimos dez anos no exterior! Como ele pode ter um filho aqui?! - meu tio já começava a brigar.
–F-foi naquele outono, seis anos atrás. Depois dos primeiros quatro anos dele no exterior... - eu disse firme.
–Masuyo! - disse minha tia. - Você... Você não fez isso certo?! Você é casado! 
Meus tios sempre prezaram muito pela família tradicional e eles gostavam muito da esposa dele, mãe da Arina e Kiyoshi. 
–Esse garoto, ele tem a idade do Kiyoshi! 
–O Satoshi é um pouco mais velho que o Kiyoshi - tentei me manter firme, apertando ainda mais a mão do Masuyo, encarei ele pedindo para que ele me ajudasse... E ele recolheu a mão.
–E-eu também não acreditei... - ele disse. - E-eu também... N-não achei que fosse sério quando e-ela disse... N-não me lembro bem... Estava b-bêbado naquela noite e... Aconteceu...
–C-como é?!
Bêbado?! Ele não... Ele não disse isto! Ele não estava...
–Yumiko, não esperava isso de você! Não é porque aquele seu namorado sumiu depois de tudo que a culpa seja do Masuyo - minha tia me repreendeu já elevando a voz.
Kiyoshi se assustou e começou a chorar, Satoshi tentava acalmar ele abraçando ele tentando tapar seus ouvidos. 
Olhei pro Masuyo nos olhos e ele desviou o olhar, bem com uma cara de isso não tem nada a ver comigo... Realmente não aguentei aquilo... E toda aquela confiança de mais cedo?!
–Não acredito que tenha coragem de dizer isso! O garoto nem se parece com o meu filho - disse minha tia.
Aquilo foi o bastante pra mim, depois de ouvir tantas vezes que ele se parecia com o Masuyo quando era pequeno. Eu realmente não esperava isso de nenhum deles...
–Satoshi... Vamos...
Ele abraçou o Kiyoshi mais um vez e disse para o irmãozinho parar de chorar. Disse também para a Arina cuidar dele e se despediu as pressas dos irmãos. Ele era bem compreensivo.
–Sato-nii!! - dizia Kiyoshi tentando fazê-lo ficar. 
Eu e ele seguramos nossas mãos e partimos atrás de um táxi qualquer. Masuyo tentou nos seguir por alguns quarteirões, mas pela primeira vez na vida eu consegui correr muito. Até encontrar um táxi numa rua mais movimentada. Ele bateu no vidro do táxi dizendo alguma coisa e eu pedi para o moço dirigir para o nosso endereço. 
Não me lembro bem do fim daquele dia. Apenas da companhia do Satoshi tentando me acalmar sem perguntar nada.
[Kato Satoshi POV:]
Minha mãe chorou direto por quase três dias. Não havia nada que eu pudesse fazer por ela, no começo não entendi bem o motivo da discussão. Mas alguns anos mais tarde aquela noite que tanto me atormentava passou a fazer sentido e eu passei a odiar o meu pai, os olhos dele tão claros quanto os meus, nossos cabelos e lábios tão parecidos... Coisas que ele se gabava me atormentaram durante quase toda minha vida. Desde então eu quase não vi ele mais. 
Arina e Kiyoshi sempre iam me visitar e eu sempre tinha medo de que depois aquele homem aparecesse lá. Eles sempre foram compreensivos com minha mãe e nunca tocavam no assunto. Eu amava meus irmãos mesmo que detestasse o laço que nos unia.
Infelizmente somente Arina e Kiyoshi foram compreensivos. Minha mãe sempre recebia cartas dos meus tios, eu nunca cheguei a ler nenhuma, mas todas tinham um péssimo conteúdo pois minha mãe sempre chorava ao lê-las.
Meu pai tentou algumas vezes se desculpar. Ela dizia sempre que ele não precisava se desculpar e que ele deveria ir... Desde então ela nunca mais foi a mesma. Foi mais ou menos junto com as cartas que recebia que ela também descobriu que estava doente... Ela simplesmente não tinha vontade de melhorar de sua doença, mas na minha frente ela sempre sorria um sorriso falso... Até que ela parou de sorrir e trocou seus lindos vestidos coloridos por uma roupa negra... E a única coisa que me restou dela foi um lenço que ela mesma bordou, com nossa família, que apenas naquele dia foi uma família.
[Kato Arina POV:]
Até hoje eu não entendo porque meu pai fez aquilo. Ele que vivia suspirando pela tia Yumiko. Eu entendia, já naquela época que não fazia sentido mais o casamento dos meus pais pois eles viviam brigando, mas mantinham as alianças.
Desde que a minha tia morreu passou a beber. Tentei morar com eles algum tempo no exterior, mas ele só sabia beber e criticar o Kiyoshi e agredir ele. Foi nesta época que ele começou a estudar num colégio interno e eu voltei para o Japão, onde o meu outro irmãozinho também precisava muito de mim, nós vivemos com a irmã da minha mãe. 
Satoshi só sabia chorar e se agarrar ao lenço da mãe e uma fita vermelha que tinha.
Foram tempos bem difíceis para aqueles moleques...


Notas Finais


Seus lindos <3
mais seis favoritos e completamos 100 favoritos #orgasm ksoapksaposkapo
que feio Shampoo :v
De qualquer forma amo muito vocês e meu aniversário tá chegando!!
Será que eu consigo concluir a fic até lá?
skopaskaspkapos bem, vou me esforçar!
Espero que vcs queiram muito ler a história do Jun!! (principalmente pra entender aquele capítulo creepy) pois eu acho que nos mais tardar em em dois capítulos eu posto ela!
Amo vocês <33
Fiz um desenho do Takeshi de coelhinho de pascoa *--*
me amem :v ksopasoap


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