Bailava um bolero com sua mãe, pela primeira vez na vida. Mesmo o Menino tido sido bailarino por tantos anos, ela só aprendera há algumas semanas.
E naquela praça grega, de tantos cenários deslumbrantes, olhou-no nos olhos e - tão honesta, tão sincera, tão verdadeira - disse-lhe: "Estou tão feliz, tão feliz! Obrigado meu filho. Estou realizando um sonho dançando com você."
Naquele instante, olhando os olhos marejados maduros daquele exemplo, daquela heroína, o Menino foi tomado por uma comoção tamanha, que não lhe cabia no peito. Um sentimento grandioso e pleno como jamais sentira. Era o mais perto do céu que já estivera em terra. Sua vontade era de gritar o grito mais alto, sair cavalgando o vento.
Seu encantamento era contagioso ao próximo, tão quanto o efeito do dela em si: a cada giro que bailavam, erradiavam-se as mais lindas todas as cores!
Ah se ele tivesse esse dom: de todos os dias poder fazer as pessoas felizes daquela maneira. Sentiria aquele estupor de sentimentalidades maravilhosas todo instante. A vida seria tão mais grandiosa, tão mais rica, tão mais poderosa!
Ah se todos tivessem o dom daquele menino, e todos os dias fossem daquela maneira, todos sentiriam tudo aquilo... E o mundo então seria tão mais encantado!
E em tamanha catarse, quando a perfeição de todas as artes fez sentido, e a madurez tornou-se presente quanto ao verdadeiro sentido da vida, o Menino segurou firme a mãe em seus braços, sentindo-se seguro, acalentado, e pensou:
"Eu quem agradeço mãezinha. Eu quem agradeço!"
Porém todas as palavras estancaram-se na garganta, respondendo-lhe apenas com o mais doce sorriso. Ela retribuiu. E bailavam, bailavam. Giravam. Enradiavam cores...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.