Sexta feira pela manhã. Mais um dia que começava como outro qualquer. Provavelmente seria só mais um dia cansativo de trabalho para aquele empresário.
Sessões de fotos para avaliar, acessórios para escolher, modelos para contratar, capas de revista para aprovar e nada de descanso.
Seu corpo e mente estavam exaustos.
Eram tantos compromissos em sua agenda que ele mal tinha tempo de dormir e comer tinha se tornado algo supérfluo.
A porta do carro abriu e o homem mais cobiçado, e também odiado de Seul, saiu indo em direção ao grande conglomerado onde ficava seu império. O prédio que se localizava no centro da grande metrópole chamava tanta atenção quanto a presença do jovem que ali se encontrava.
Ao entrar no prédio, Jungkook foi direto para o elevador a fim de subir logo para seu escritório pronto para gritar com alguns daqueles modelos cheios de não me toque que tanto reclamavam de seus empregos.
Queria ele poder reclamar e ter seu único pedido atendido de imediato: férias em um lugar onde ninguém o conhecesse, sem ter um telefone a menos de 5 mil milhas de distância e estar somente na companhia de um jovem que lhe desse bastante conforto.
Jungkook não tinha namorado mesmo se relacionando com inúmeras pessoas. Aquelas que conseguiam ser mais intimas do moreno eram escolhidas a dedo. Ele não mantinha nem um caso escondido que fosse.
Era conhecido por seu coração de gelo e olhar fulminante.
Ele entrou no elevador e foi logo cercado por suas duas secretárias que vieram lhe trazer a agenda do dia, um copo grande de café e algumas rosquinhas.
− Sr. Jeon, hoje pela manhã teremos a visita de um dos seus estilistas favorito para que o senhor aprove sua nova coleção de inverno.
−Perto do horário do almoço, o senhor tem uma reunião com o pessoal da gráfica para escolher a capa da nova revista de moda da empresa e a tarde, quase no final do dia, terá um desfile para acompanhar. – ele revirou os olhos mostrando-se bastante cansado com aquelas atividades que se repetiam insistentemente.
−Diga ao diretor de arte que a reunião para a escolha da capa de nossa nova revista ficará para o inicio da próxima semana. Vou fazer uma breve viagem hoje, logo após o desfile e não estou disposto a perder o apetite olhando mais portfólios inúteis. – ele olhou para a secretária que anotava tudo em uma agenda – por falar nessa viagem, você confirmou meu voo e fez a reserva do hotel? Da ultima vez tive que ficar esperando por quase meia hora que conseguissem a suíte máster. Isso é inaceitável.
A mulher apertou a agenda entre os dedos e tentou manter o semblante tranquilo o que falhou ferozmente. Ela não lembrara de chegar tais detalhes.
O Jeon respirou fundo, apertando entre os olhos para logo em seguida sair, assim que o elevador parou no andar.
As secretárias saíram rápido seguindo de perto o homem que foi direto para o escritório onde entrou e fechou a porta.
− Você fez a confirmação do voo e da reserva, não fez?
− Desta vez confirmei todas as reservas, mas esqueci do detalhe da suíte. – ambas suspiraram. – Às vezes fico pensando em por que um homem tão bonito está sozinho aí lembro que ele tem um gênio terrível e que bom humor é uma coisa da qual passou longe.
As duas riem abafando a boca com as mãos.
− Realmente. Desse jeito ele vai ficar sozinho eternamente. Imagina transar com um cara assim? Deve mandar na mulher, fazê-la gemer enquanto aperta seu pescoço para que o som saia exatamente como quer, isso se não a deixar descadeirada de tanto foder com força.
Elas olharam em volta para ter certeza que não tem mais ninguém ali e se separaram sentando uma em cada mesa onde a esquecida foi rapidamente ligar para o hotel antes de começar a trabalhar.
Jungkook olhava, pela quinta vez naquela manhã, a mesma pasta de fotos buscando uma imagem que fosse boa o suficiente para colocar em sua capa. A revista tinha data para estar nas bancas, mas parecia que nenhum modelo que trabalhava para a empresa era bom como ele precisava para aquele trabalho.
Largou aquilo, bastante irritado e viu que já estava quase na hora do almoço. A manhã passou rápido e ele mal tinha conseguido discutir a apresentação de seu amigo estilista. Conversaram brevemente após a amostragem e se despediram somente com recomendações para melhorias na coleção.
Pegou o celular de cima da mesa procurando algum site de notícias em busca de um rosto novo que talvez tivesse a possibilidade de posar para uma sessão de fotos. Deslizou o dedo na tela sem mudar de expressão, pois todos que apareciam ali, ele já conhecia. Seria outra busca inútil.
De repente, uma manchete chamou sua atenção. Inclinou seu corpo para frente e manteve seu olhar fixo na tela lendo atentamente.
“Hoje teremos um desfile da Gucci na cidade que trará um modelo em ascensão ao qual os mais famosos estilistas disputam. Ele chegou a poucos dias depois de morar por muitos anos em Paris”
−“Gucci”. - Pensou ele. Esses desfiles só têm modelos escolhidos a dedo e provavelmente o Jeon não teria uma oportunidade melhor para achar o que procura.
A porta do escritório abriu e seu almoço foi trazido por uma de suas secretárias. Junto dela veio também o estilista que tentou lhe mostrar sua coleção, logo cedo naquela manhã.
− Agora você não sai daqui de dentro nem para almoçar? – Jungkook ergueu o olhar vendo que o ruivo o olhava com os braços cruzados em frente ao peito como se reprovasse sua atitude.
− Já não falamos tudo que precisava por hoje? Achei que à uma hora dessas, você estaria de volta ao atelier corrigindo aquelas roupas terrivelmente mal executadas que me mostrou hoje pela manhã. – o outro fez cara de poucos amigos e sentou em frente ao Jeon que mantinha o olhar sério.
− Realmente eu deveria estar fazendo isso, mas como antes de tudo sou seu amigo ainda estou aqui para tentar te ajudar. – Jungkook franziu a testa e ergueu uma sobrancelha – Não precisa me agradecer, pelo menos não agora. Só me leva junto nesse desfile que você vai no final da tarde que eu vou me sentir agraciado. Sei muito bem que é da Gucci.
Jungkook levantou da cadeira e seguiu até um frigobar pegando uma garrafa de água gelada e voltou a sua mesa.
−Quem te disse que eu vou?
− Ninguém. Você não seria louco de perder um evento desse porte e pelo que sei ainda não achou o modelo certo para sua nova revista. – eles continuaram se encarando até que Jungkook cedeu.
−É. Eu tenho que ir então pensei em aproveitar para ver o material que teremos por lá. Tudo bem, te levo comigo, mas preciso que me ajude a encontrar esse modelo antes que meus cabelos, de negros, fiquem completamente brancos.
O ruivo aceitou o convite feito por si próprio e disse que voltaria perto do horário deles saírem.
Naquela tarde, Jungkook passou pesquisando sobre os modelos que iriam participar do desfile e, principalmente, sobre o novo modelo que a Gucci estava trazendo para o desfile. Nunca tinha ouvido falar nele, nem sequer tinha visto uma única foto do mesmo. Ficou frustrado por que a única informação que encontrou foi que o modelo era asiático.
Modelo em ascensão que não aparece na mídia digital coreana. Muito estranho.
Já era o final da tarde. O motorista avisou que tinha chegado e a secretária entrou no escritório levando nas mãos a confirmação do voo e reserva do hotel conforme lhe foi solicitado.
Jungkook sempre levava consigo uma copia de tudo caso precisasse processar alguém.
Ele pegou o casaco do terno preto que usava vestindo a peça para sair em seguida. Arrumou os cabelos vendo sua imagem no espelho do elevador e saiu já no estacionamento.
−Vamos passar no atelier do Jimin, já que esse despreocupado não vai chegar a tempo.
O aviso foi dado ao motorista e o caminho tomado até lá.
Jimin estava na porta do local de trabalho, dando as ultimas recomendações as suas auxiliares quando ouviu o barulho do carro parando ali em frente. Reconheceria esse som em qualquer lugar. Pegou um lenço preto que enrolou no pescoço, vestiu seu melhor casaco de inverno e saiu dizendo que não voltava mais naquele dia.
−Desculpa Jungkook, não consegui me livrar das costuras já que “uma certa pessoa” reprovou quase tudo que mostrei.
−Da próxima vez faça seu trabalho bem feito que não vai precisar refazer. – o garoto olhou apertando os pequenos olhos e fazendo um ruído com os dentes em desaprovação a critica.
−Não sei como consigo ser seu amigo. Sinceramente, tenho pena da pessoa que se relacionar com você. Sabe como te chamam?
−Não sei e também não me interessa. Para alguém se relacionar comigo vai ter que aceitar meu jeito e, no mínimo, ser um excelente amante.
− Pois eu vou te dizer uma coisa. Nem se sorrir muito você consegue desfazer essa fama de coração de gelo. Imagina o coitado que vai rebolar para ti.
Eles ficaram calados o restante do caminho até que o carro parou em frente ao local do desfile.
Inúmeras celebridades estavam ali presentes se aglomerando na entrada, loucos para ver a nova coleção da Gucci e seu mais novo contratado. Quase todos conheciam o dono das empresas Jeon e seu amigo Park Jimin. Eles cumprimentavam os dois que passaram pela entrada V.I.P sem precisar se quer mostrar os convite.
Ao entrar no local, Jungkook procurou o assento ao qual tinha mandado reservar e que ficava bem na frente, esperando que isso ajudasse a ver de perto o que seria mostrado ali. Sua secretária tinha entrado em contato com a acessória da Gucci naquela manhã e solicitado dois lugares em destaque.
−Você foi rápido hein, pediu dois lugares mesmo antes de saber que eu ia te implorar para vir junto.
−Deixa de ser convencido. Sempre peço dois lugares por que não gosto que fiquem me amassando. Meus ternos são caros e essa gente gosta de tocar nos outros.
As pessoas foram entrando e sentando até que o aviso de que o desfile iria começar foi escutado. As luzes mudaram e a fumaça começou.
Entraram algumas modelos em vestidos coloridos o que não agradava muito ao Jeon. Ele mantinha o olhar perdido, pois seu estilo neutro mudava de tons pastéis para o preto básico. Quando muito ele vestia um cinza prata misturado ao estilo casual, mas estava em um desfile onde o foco era a mistura de cores como proposta para aquele inverno.
Estava ficando entediado vendo modelos entrar e sair da passarela sem que o tal novo modelo fosse anunciado.
−Essas cores são sensacionais para uma coleção – disse Jimin admirado com as inúmeras novidades que estavam mostrando.
−Pois eu preferia que fossem modelos mais tradicionais. – reclamou o Jeon.
−Você é chato e entediante. O que está me deixando curioso é que já estamos começando a moda masculina e o novo modelo deles ainda não apareceu.
Parecia que o destaque da noite estava sendo guardado para o um gran finale. Passaram mais alguns modelos por ali até que, finalmente, o homem foi anunciado.
− E agora para mostrar a moda noite chique casual deste ano temos na passarela o modelo vestindo um terno escuro em um tecido leve de lã, uma camisa colorida com estampas suaves em vermelho, branco e listrado onde um lenço de seda preto envolve o pescoço dando o toque final.
Todos sabiam se tratar dele. Jungkook viu aquele homem entrar na passarela e caminhar sério em sua direção. Ele colocava um pé diante do outro em uma leveza magnífica e mantinha seu semblante concentrado. Jimin levou as mãos à boca assim que ele passou fazendo a volta para retornar ao final da passarela.
−É este o modelo que estavam nos deixando curiosos para ver? Mas é um deus esse homem.
− Deve ser ele sim, mas ainda não vi nada de mais.
−Pois eu acho que você deve esfregar esses olhos então. Esse é o homem mais sexy que já vi. – Jungkook fez cara de desprezo e continuou prestando atenção ao desfile.
Em minutos o modelo voltou usando uma calça social preta com um blusão fino de lã em um tom de amarelo sol que destacava o tom naturalmente aloirado de seus cabelos. Um sobretudo azul turquesa completava a veste fazendo o publico aplaudir intensamente.
O Jeon se mantinha calado, analisando cada movimento do outro que se quer lhe olhava diretamente nos olhos. Não queria perder nenhum detalhe daquele homem, mesmo que não desse o braço a torcer de que se interessou bastante por ele.
O desfile prosseguiu com o modelo usando diversas roupas e mantendo a atenção de Jungkook em si. Os demais que desfilavam ali nem pareciam existir, pois o olhar atento do empresário não saía do modelo principal.
Já quase no final, quando finalmente não teve mais como negar ele emitiu somente uma frase.
−Eu quero esse homem para mim.
Jimin olhou em sua direção com cara de surpreso. O amigo nunca tinha sido tão direto no uso das palavras.
−Como assim “para você”? – Jungkook saiu do seu estado de catarse virando o rosto para Jimin e se retificou.
− Para mim, minha revista, a capa da nova revista. Ah Jimin, você entendeu. Quero falar com ele nos bastidores.
Só esperou o estilista responsável pelo evento adentrar a passarela para agradecer a presença de todos, e foi para o backstage. Jimin seguiu atrás dele por que não perderia a chance de conhecer os modelos.
Ao chegarem lá, Jungkook foi logo entrando e procurando pelo homem. Precisava saber se ele teria interesse me trabalhar para si.
Olhou em volta até que o achou perdido entre os modelos. Ele estava sentado na frente de uma mesa limpando seu rosto da maquiagem. Os colegas passavam e o cumprimentava. Alguns jornalistas aguardavam no lado de fora para poder trocar uma palavra que fosse com o astro da noite. Jungkook não pensou duas vezes e foi até ele.
−Com licença, gostaria de falar com você sobre trabalho. – o homem não respondeu e continuou passando o algodão em seu rosto. Jimin, que estava mais afastado vendo os demais modelos trocarem de roupa, foi se aproximando, curioso com o que acontecia ali.
Jungkook deu mais um passo e repetiu a frase, ainda sendo ignorado. Bufou e olhou para o amigo que estava perto, atrás de uma arara com roupas.
− Ei, você não é... – acenou para Jimin que lhe disse o nome do modelo – não é Kim Taehyung? Quero falar com você sobre trabalho.
Taehyung abriu os olhos e olhou pelo espelho quem estava falando consigo. Percebeu um homem, moreno de grandes olhos que o encarava. Era o Jeon que estava sério e aguardava uma resposta.
−Sim, eu sou Kim Taehyung. E você... – ele disse girando a cadeira depois de largar o algodão em cima da mesa – não me lembro de ter escutado seu nome. – Jimin levou a mão à boca contendo a vontade de rir alto e viu Jungkook perder o jeito.
− E-eu... Eu sou Jeon Jungkook, sou o dono da revista Models, a mais famosa de Seul e quero falar de negócios com você? Tenho uma proposta para te fazer. – o modelo levantou tranquilamente e foi até a arara de roupas onde o estilista estava. Pegou um conjunto de calça e camisa jeans que estava ali vestindo a primeira peça sem se preocupar com os dois que o olhavam.
− Na sua cama ou na minha. – respondeu naturalmente enquanto vestia a calça para logo depois pegar a camisa. Jungkook arregalou os olhos e Jimin puxou uma cadeira que tinha perto para não cair sentado com tamanha afronta.
−O que disse?
−Perguntei se você quer falar sobre “trabalho” na sua cama ou na minha, pois é para lá que eu vou quando termino um desfile.
Jungkook não esperava uma reação assim e ficou sem saber o que dizer. O Park estava com vontade de aplaudir aquele homem que, pela primeira vez, não saiu rastejando aos pés do poderoso empresário.
− Acho que você não está entendendo. Eu quero conversar sobre uma proposta de trabalho, não fazer sexo com você. – Taehyung terminou de vestir a roupa e foi de volta à mesa, onde pegou um molho de chaves. Arrumou seu cabelo, colocou seus anéis e virou em direção a Jungkook parando bem perto de seu corpo. Aproximou-se o suficiente para que seus rostos ficassem quase colados, deixando os lábios muito próximos ao ouvido do outro e respondeu em tom irônico.
−Acho que é você quem não está entendendo, mas eu explico. Primeiro: não trato de trabalho diretamente com ninguém, é para isso que tenho empresário, se quiser me contratar fale com ele. Segundo: Eu sou modelo de passarela, não modelo para revistas e, se fosse, não trato de negócios diretamente com meu contratante. E por ultimo, mas não menos importante: você não faz meu tipo. – desviou o olhar para Jimin que mantinha um sorriso nos lábios - Talvez o seu amiguinho, mas hoje não, estou cansado.
Quando se afastou, pegou uma jaqueta de couro da cadeira e foi em direção a porta de saída. Jungkook estava com o rosto vermelho, sentia raiva por ter sido tratado daquele jeito por um desconhecido. O Park ria baixo, ainda contido.
Taehyung não gostava de deixar passar qualquer oportunidade de trabalho que fosse então parou antes de passar pela porta e virou levemente seu rosto.
− Se tiver interesse em me contratar para algum desfile entre em contato com meu empresário e veja também com o pessoal da Gucci por que sou exclusivo deles. Assim como você, milhares de estilistas famosos estão atrás de mim. Se conseguir essa liberação, conversamos.
Taehyung fechou os botões da jaqueta e piscou para Jimin dando um sorriso depois. Foi retribuído no mesmo instante recebendo um aceno do estilista. Jungkook ficou parado, com cara de quem comeu e não gostou, vendo o modelo sair.
Jimin levantou e foi rápido até ele, muito empolgado com o que tinha acabado de acontecer.
− Meu Deus! O que foi isso que acabei de ver aqui? Ele te deu um fora ou eu estou delirando?
−Que fora nada. Ele é só mais um desses modelos iniciantes que acha que já é uma estrela por ter um contrato com a Gucci.
−Sinto te informar Jungkook, mas ele É uma estrela e te deu o maior fora que já vi na vida. – Jimin começou a rir muito, apoiando sua mão no ombro do outro.
Depois de alguns segundos ouvindo as ironias do Park, Jungkook se afastou e foi em direção a saída.
Na volta para casa, o moreno que mantinha sua atenção voltada ao celular, lia todas as notas sobre o desfile em sites de moda. Todos elogiavam a beleza do Kim e sua desenvoltura na passarela. Ele largou o aparelho e passou a massagear as temporas.
−Então Jungkook, você vai falar com o empresário dele?
− Não sei. Acho que ele não é tudo que eu imaginei.
− Pra mim você está é mordido por que ele te rejeitou. – Jungkook olhou sério para Jimin que mantinha um sorriso debochado no rosto.
− Se ele não caiu aos meus pés foi por que eu não quis. Basta estalar meus dedos que todos que me interessam caem de quatro aos meus pés. E em questão de beleza, olhando bem de perto, ele não é tão interessante quanto fizeram parecer. – Jimin se ajeitou no banco do carro e fechou os olhos.
− Isso é puro despeito. Para mim ele é lindo e gostoso sim. E te digo mais – sentou batendo na própria perna – se ele tivesse feito aquela pergunta pra mim eu respondia: só me diz onde tu prefere. Por que, meu amigo, eu dava pra ele até não sentir mais a minha bunda.
−Você é hétero Jimin. – retrucou sem deixar de cuidar o trajeto.
− Por isso mesmo. Acho que dá para imaginar o poder que esse homem tem sobre os outros homens.
Jungkook olhou pela janela e sacudiu a cabeça. Ser amigo de Park Jimin tinha seus bônus, mas também alguns ônus.
Ao pararem na porta do edifício onde o estilista morava, Jungkook se despediu com um aceno de cabeça e teve a janela segurada pelo Park antes que saísse.
−Você não tem muita escolha Jungkook. Deixa de ser orgulhoso e liga para o empresário do Kim. Marca pelo menos uma conversa e descobre se existe a possibilidade dele modelar para vocês. Esse homem em uma capa me faria gozar só de comprar a bendita revista.
Jungkook seguiu até seu apartamento de cobertura pensando no que Jimin havia lhe dito mesmo que ainda contrariado com tudo. A imagem do Kim desfilando não saía de sua cabeça.
Ele tem o rosto perfeito. A pele em um tom amendoado, levemente mais escuro que o seu, a boca delineada e rosada, o olhar penetrante.
Tê-lo em uma capa sua seria a consagração que a revista estava precisando naquele momento. Com certeza as revistas venderiam muito bem.
Com a Gucci não teria problema, era uma antiga parceira de suas edições de moda então, talvez, não custasse tentar marcar um horário com o empresário do modelo.
Entrando no apartamento, Jungkook seguiu para seu escritório e buscou o contato do gerente de moda da Gucci a fim de descobrir o numero do empresário de Taehyung. Ligou mesmo sabendo do avançado das horas ate que o homem atendeu.
Depois de vinte minutos entre argumentos de quanto essa parceria poderia ser vantajosa para ambos, descobriu que o modelo estava saindo de férias na manhã seguinte.
− Sinto muito, mas trabalho para Taehyung e não ele para mim. Se ele disse que vamos sair de férias, é isso que irá acontecer. Não poderemos decidir nada até nosso retorno, daqui a duas semanas.
O Jeon se sentiu sem saída, precisava dessa capa para dentro de dez dias no máximo e não teria como esperar nem um dia a mais.
Sentou no sofá jogando seu corpo para trás e pensou em como convencer o Kim de que deveria aceitar esse contrato com ele. O olhar de descaso que ele lhe dera, incomodava Jungkook e as palavras do Park rondavam seus ouvidos.
Levantou, depois de rolar por ali mais de uma hora, e saiu decidido a resolver tudo, custe o que custar.
Jeon Jungkook nunca se humilhou perante ninguém durante sua vida. Jamais pediu para que um modelo aceitasse trabalhar para sua empresa nem teve que oferecer mais de uma vez a oportunidade de fama aqueles que estavam em ascensão.
Mas como tudo na vida sempre tem a primeira vez, estava ele parado em frente à porta do flat onde Kim Taehyung morava, buscando coragem para bater.
Dois toques foi o que ele deu na madeira e aguardou. Não levou muito para que ouvisse o barulho de pés se aproximando até que a porta abriu.
O Kim estava com os cabelos molhados e usava um roupão branco. Nas mãos segurava uma pequena toalha e mantinha um sorriso de lado no rosto.
− Olha quem veio bater a minha porta uma hora dessas. – sorriu largo.
− Podemos conversar? – Jungkook se manteve sério encarando o outro.
− Preferiu fazer isso na minha cama então... tudo bem, acho que posso te dispensar algumas horas.
Se afastou dando o lado para que Jungkook passasse. O Jeon entrou ficando parado no meio da sala a espera de Taehyung. Este fechou a porta e seguiu secando os cabelos até se aproximar de empresário.
− Então, não quis falar com meu empresário? Melhor ir direto a deus do que passar pelos anjos não é, Jeon.
− Eu entrei em contato com ele, mas fiquei sabendo que você está saindo de férias e o que tenho a te oferecer não pode esperar duas semanas. Resolvi vir até aqui e te falar pessoalmente para ver se consigo te fazer mudar de ideia. – Taehyung foi até a bancada da cozinha e pegou duas taças. Parecia que finalmente ouviria a proposta do outro.
− Bem como te disse, não discuto assuntos de trabalho diretamente e nem sem meu empresário estar presente, mas posso abrir uma exceção se você conseguir me convencer a te ouvir. – apoiou seus braços no balcão de mármore deixando uma parte de seu peito aparecendo no roupão, que abriu. - Você bebe alguma coisa?
Jungkook fez que não viu a pele do outro aparecendo. Não estava ali por sexo, mas não descartava a ideia, caso isso fosse necessário. Foi até mais perto e sentou em uma banqueta que ficava ali.
− Se preciso beber com você para que me escute, eu gosto de champagne. – o modelo sorriu e virou indo até uma a geladeira. Tirou uma garrafa e mostrou ao Jeon.
− Beberemos champagne então, mas no momento só tenho duas garrafas de Chandon que trouxe de Paris. Prefere Brut ou DemiSéc?
Jungkook escolheu e o Kim serviu as taças. O liquido estava gelado, gotículas dele batiam contra seus rostos e outras escorriam pelas taças umedecendo levemente suas mãos.
− Então Jungkook, por que não começamos a conversa com você me dizendo algo sobre si. Com certeza já fez uma extensa pesquisa sobre minha vida na internet o que é injusto, não te conheço.
Jungkook largou a taça em cima do balcão e se ajeitou na banqueta. Estava ansioso para conseguir expor sua proposta, mas teria que jogar conforme as regras do Kim se quisesse que ele aceitasse fazer sua capa.
− Quanto a pesquisar sobre você, tem razão, eu fiz isso embora não tenha achado quase nada que me dissesse quem você é. O que deseja saber sobre mim?
− Quero saber tudo o que tiver para me contar. Não fecho negócios com quem não sei se gosta de verde ou azul, se prefere sushi ou kimchi ou se gosta de ficar por cima ou por baixo na hora do sexo. – o Jeon franziu a testa. Não entendeu por que sua posição na hora do sexo seria relevante naquele assunto.
− Você quer saber demais não acha? Vim tratar de trabalho e não ser seu amigo. – viu o rosto do modelo mudar para aquele olhar de desprezo e respirou fundo lembrando que tinha um prazo a cumprir. Precisava dele,Taehyung foi o único modelo que se encaixou no perfil que procurava. – Tudo bem, eu respondo ALGUMAS das suas perguntas. Gosto de beber café pela manhã e comer algumas rosquinhas cobertas com chocolate. Sou o filho mais novo de um filho mais novo que veio para a capital em busca de trabalho e acabou descobrindo que tinha talento para a moda. Visto roupas discretas, sem azul ou verde, normalmente pretas, brancas ou cinza. Não tenho animais de estimação embora goste muito de cães. Plantas só as de plástico por que trabalho muito então não teria tempo de regá-las e não gosto de ter coisas mortas na minha casa. Satisfeito? Sua vez agora.
Taehyung serviu as taças novamente e sentou ao lado do moreno que bebeu sem perder o olhar dele.
− Você não respondeu a uma pergunta muito importante.
−E qual seria?
− Se prefere ficar por cima ou por baixo? Gosto de saber como me posicionar para dar prazer ao meu parceiro na cama.
Jungkook largou a taça com força no mármore, quase a quebrando e espirrando o liquido que ainda tinha nela sobre a bancada. Estava visivelmente irritado. Taehyung gargalhou e levantou para pegar um pano.
−Estou brincando Jeon. Vocês empresários nunca tem senso de humor hein. – ele passou o pano ali e serviu outra taça de champagne para o moreno que tentava se controlar. – Pois bem, vamos logo ao que interessa. Por que você quer tanto que eu modele para sua revista?
Jungkook bebeu mais alguns goles e ficou de frente para Taehyung que bebericava sua bebida calmamente.
−Tudo bem, vou ser direto. Como eu te disse, sou dono de uma das revistas mais importantes de Seul em termos de moda. Nossas edições sempre foram vistas pelas pessoas mais influentes nesse meio, mas de alguns anos para cá, as vendas começaram a cair. O público mudou, as pessoas que se interessavam em ter uma cópia do meu produto em suas casas, agora conseguem o mesmo conteúdo pela internet. Parece que a velocidade com que as informações chegam pela rede são mais práticas do que esperar para ter folhas de papel impresso na frente. – Taehyung escutava com atenção. – Lançamos uma nova versão da revista, mais moderna, mais colorida, com assuntos que interessam não só aos antigos leitores, mas também aos novos. As vendas começaram a subir por ela ter também uma versão online. Por alguns meses parecia que tudo tinha voltado ao normal só que não temos um quadro novo de modelos e começamos a receber reclamações disso. A indústria está saturada de modelos de todas as idades, perfis e etnias, mas parece que nenhum deles tem tempo ou vontade de posar para revistas. Precisamos de alguém novo, inédito. Por isso, quando te vi desfilando hoje percebi que você se encaixa perfeitamente no perfil que os jovens procuram. É famoso mesmo sem ter sua vida exposta na internet e é exclusivo de uma marca que atrai muito os jovens. Tenho certeza que se você for a capa da próxima edição, a venda vai superar qualquer expectativa e os leitores vão pedir reserva só de saber quem estará nela.
Taehyung levantou depois de ouvir a explicação de Jungkook e caminhou até a geladeira sem dizer nada. Parecia pensativo até que virou com a outra garrafa de champagne na mão e largou sua taça.
− Então sou a salvação do seu negócio? – ele assentiu. Taehyung abriu a garrafa e serviu as taças. Ainda estava calado e pensando. Bebeu um gole sem ter seu olhar direcionado a algo especifico e largou a taça voltando a olhar para Jungkook que aguardava ansioso a resposta.
− Vou pensar e te digo depois o que decidi. Amanhã saio de férias, coisa que não faço a mais de dois anos e que preciso muito. Não recuso trabalho se ele realmente me pagar bem ou se for por causas humanitárias. – o empresário prendeu a respiração e voltou a apertar entre os olhos. Achou que conseguiria uma resposta imediata depois de contar sua história, mas não foi bem o que aconteceu.
− Tenho somente dez dias para marcar com a equipe de fotógrafos, escolher as roupas, fazer as fotos e mandar a capa para a editora. Portanto preciso de uma resposta agora.
Taehyung fez a volta e parou em frente a Jungkook mantendo-se sério. Ele não gostava de ser pressionado a tomar decisões. Eles se encararam por segundos até que o loiro sorriu.
− O que você precisa é de uma boa noite de sexo para desestressar. Vai pra casa e transa com seu namorado, sei bem que tipo de pessoa você pega.
Jungkook sentiu a raiva dominar seu corpo ao ouvir aquilo. Não precisava de conselhos sexuais nem que lhe dissessem que tipo de pessoa gostava de ter em sua cama. Queria salvar sua empresa e nada mais.
− Quer saber? Deixa, não preciso de você.
Assim como entrou, Jungkook saiu pela porta deixando o modelo parado ali.
A noite estava barulhenta com um inicio de tempestade se aproximando. Passava das duas da manhã e o Jeon ainda não tinha conseguido dormir. Seus olhos estavam ardendo e sua cabeça cansada de tanto olhar fotos e pensar em uma solução que o fizesse salvar sua empresa. Não tinha somente as revistas como fonte de lucro, mas era o trabalho que seu pai dedicou a vida para erguer.
Caminhou até a geladeira no apartamento completamente escuro que só era iluminado pelos clarões que estavam mais próximos e pegou a ultima garrafa gelada de espumante que tinha ali. Não era dado a bebida, muito menos tinha luxos desnecessários como champagnes caras trazidas de outros países, mas naquele momento quis ter alguém para dividir uma taça daquilo que era seu único companheiro ultimamente.
Normalmente não admitiria em voz alta, mas Taehyung tinha razão quando disse que ele deveria ir para casa e transar. Estava estressado demais, cansado do dia a dia e talvez até um pouco carente de companhia. O que o outro não sabia, por que não era de interesse publico, é que o Sr Jeon não tinha uma relação afetiva com alguém já a um longo tempo. O máximo que tinha era alguns modelos que o deixavam usar seus corpos em troca de favores profissionais.
Voltou para o quarto com a garrafa em mãos sentando na beira da banheira que ficava ali e olhou seu reflexo no grande espelho que cobria toda a parede do cômodo.
Riu debochado daquele que aparentava ser tão seguro de si perante os desconhecidos e que sozinho não passava de um homem triste.
−Maldito Taehyung! Queria que você estivesse aqui para te foder até te arrebentar no meio. – bufou apoiando a mão no espelho - Jimin tem razão, se não parar de ser o coração de gelo vou acabar meus dias assim: sozinho com uma garrafa na mão.
Largou a bebida no chão e foi em direção de sua cama tirando as peças de roupa que usava pelo caminho. O quarto era grande, daria inveja a qualquer suburbano que morasse em um apartamento simples, mas ele gostava de ter espaço para caminhar nas noites em que passava criando suas edições.
Deitou de barriga para cima e ficou olhando sua imagem no espelho do teto até adormecer.
Fazia meia hora que Jungkook tinha conseguido dormir quando sentiu um ar gélido passar por si. Abriu os olhos lentamente encontrando o quarto no completo breu. A luz de metade da quadra tinha apagado o que não lhe afetou, pois virou para o lado fechando os olhos novamente.
Quando estava pegando no sono novamente, sentiu um ar quente como que sendo soprado em suas coxas. O mesmo ar foi se espalhando pelo corpo do moreno que começou a sentir um estranho prazer com aquilo.
O ar alternava de quente para gelado logo em seguida voltando a ficar quente. Sentiu seu membro sendo aquecido e virou de barriga para cima deixando que “o ar” o excitasse.
Deixou-se levar pela imaginação e teve uma ereção. Aquilo era gostoso, gostoso de uma maneira que ele não sentia há muito tempo. Parecia que algo molhado e quente o tocava e manipulava seu pênis de cima para baixo.
Podia sentir como se dedos o tocassem até que mudou para algo mais quente e macio. Estava sendo manipulado pela boca de alguém, um sonho delicioso que o estava dando prazer. Mordeu os lábios quase chegando ao ápice até que tudo parou.
Lentamente abriu os olhos ainda vendo a escuridão do ambiente. Sentou na cama sentindo uma fisgada na cabeça e percebeu um cheiro estranho no quarto. Não sabia mais que horas era, nem se estava consciente. Olhou em volta buscando uma brecha de luz que fosse, mas nada viu além de um pouco de névoa. Esfregou os olhos, sonolento e confuso. Riu de forma desordenada e perguntou.
−Tem alguém ai? – silêncio. Quando foi rir novamente, achando que estava ficando louco, obteve uma resposta.
−Até que enfim você acordou. Pensei que teria que fazer tudo sozinho. Também gosto de sentir prazer.
Aquela voz ecoou no quarto assustando Jungkook. Tinha certeza que estava sozinho quando deitou. Não lembrava de ter ligado para os modelos que conhecia, não saiu para pegar um garoto qualquer em um bar para solteiros então, ter alguém ali era impossível.
Procurou o abajur inutilmente, pois a luz ainda não havia voltado.
− Q-quem é?
− Sou eu.
− Eu quem? – mesmo assustado, ele estava ficando irritado.
−Aquele a quem você chamou.
O Jeon foi para trás até sentir a cabeceira como se isso facilitasse enxergar quem conversava consigo no meio daquela escuridão. Esfregou mais uma vez os olhos, estava desperto agora e mais do que nunca tinha certeza que não convidou ninguém a sua casa naquela noite.
−Eu acho melhor você ir embora. Não chamei ninguém para cá, mas posso chamar a policia agora. – procurou o celular que costumava deixar em cima da mesinha de cabeceira, não achando o aparelho. Ouviu um arrastar de pés se aproximar e sentiu o mesmo ar quente bem próximo de seu rosto.
− Você me chamou e agora quer negar? – risos – A raça humana é mesmo muito indecisa.
Jungkook arregalou os olhos reconhecendo aquela voz. Podia ter falado com ele somente uma vez, duas na verdade, mas não tinha como confundir aquele tom. Ergueu seu corpo que até então estava quase curvado pelo medo da situação e tentou apertar os olhos para enxergá-lo.
−É você Taehyung? – uma risada abafada ecoou pelo quarto e a voz se aproximou um pouco mais de seu rosto.
−Já fui chamado de muitos nomes, mas, sim, foi por esse nome que você conheceu essa pessoa. Pode me chamar de Taehyung, não me importo.
−Quê? – Jungkook não entendeu aquela resposta. – Que joguinho é esse, que brincadeira mais sem graça é essa que você está fazendo, seu idiota. – o ar quente se tornou frio quando bateu na pele do moreno.
−Este é um jogo do qual sei que você terá muito interesse. Gosto de chamar de: você dá o que eu quero e eu te ajudo no que precisa.
O Jeon arregalou os olhos achando que, finalmente, estava entendendo a intenção do outro. Taehyung era um homem diferente, não se encantou por ele assim que se conheceram. Gostava de fazer o tipo difícil e seduzir ao invés de ser seduzido. Jungkook sempre comandava tudo e todos, inclusive as pessoas com quem se relacionava, mas estava cansado e sonolento, então decidiu entrar na brincadeira. Tinha interesse que sua proposta fosse aceita.
− Ah, então é assim que você faz negócios. Hum, entendo. Tudo bem Taehyung, me diz o que você quer e o que vai me dar em troca. Eu entro nesse seu “joguinho”. – sentiu o ar frio se afastar e escutou um barulho. Uma cadeira estava sendo arrastada pelo quarto.
Tudo ficou em silêncio até que este foi quebrado pelo modelo.
− Eu quero o que você também quer. Quero uma noite de sexo intenso com você gemendo meu nome cada vez que entrar com força em seu corpo. Quero te ver submisso aos meus desejos, deixando que eu faça o quiser com seu corpo e quando acabar, quero te ver gozando como nunca fez antes. – Jungkook sentiu um arrepio passar em suas costas imaginando cada cena descrita pelo outro. Parecia um filme que ele já tinha vivido.
− Parece interessante, mas eu sempre comando meus parceiros. Não tenho por hábito ser submisso a ninguém, nem mesmo na cama.
− Pois hoje isso vai mudar. Pode ser que eu te deixe mandar um pouco, mas só se for para me dizer onde quer que eu enfie meu pau. De resto, terá que ser do meu jeito.
−O que eu ganho se me submeter desse jeito?
− Você foi atrás de Kim Taehyung, o modelo, precisa que ele aceite uma proposta de trabalho. Se for um bom garoto, eu garanto que amanhã, antes de viajar, ele te liga e diz que fará sua capa. – O Jeon riu solto, alto e irônico, também um pouco indignado com a maneira que o outro se referia a ele próprio. Achou ridículo, mas estava quase desesperado então retrucou.
− Tudo bem, eu aceito. Se amanhã você me garantir que “Kim Taehyung” será meu, eu faço o que quiser esta noite. – escutou a cadeira arrastar rapidamente e sentiu uma mão quente tocar a sua.
− Então nosso acordo está feito. Só tem mais uma coisa.
− Mais uma? E o que seria isso? Não enfio nada além de seu pau em mim, nem adianta pedir. – sentiu a respiração do modelo bater em seu rosto fazendo seu corpo inteiro aquecer.
− Kim Taehyung não será seu. Você é que será meu.
Assim que eles apertaram as mãos, uma estranha sensação, como um choque, percorreu seu corpo. O Jeon soltou a mão de Taehyung olhando para frente e viu o homem lhe encarando quando um forte trovão riscou o céu.
−Humm, chuva – ele disse perto do ouvido do moreno – sexo com chuva é meu segundo maior prazer.
− Não que isso me interesse, mas qual seria o primeiro.
− Torturar meus parceiros.
Jungkook engoliu a saliva como se fosse brasa. Por meio segundo pensou se deveria ter aceitado essa proposta sem sentido, mas foi só por meio segundo por que logo estava deitado na cama.
Taehyung o pegou pelo braço e praticamente arremessou seu corpo ali. Não sentiu nada além de um calor passar por si e em seguida estava deitado. Conseguiu ver o outro em cima de seu corpo assim que outro trovão clareou o ambiente.
− Por onde eu começo a te usar, Jeon? Você é um homem interessante e tem um corpo que me atrai. – Jungkook ouvia somente sussurros vindos do outro e mesmo assim aquilo lhe causava uma estranha sensação de prazer. O hálito quente fazia com que os pelos do moreno levantassem imediatamente como se ele já estivesse sendo tocado, só que a luminosidade do trovão mostrava que Taehyung estava apenas sentado em suas pernas, o olhando.
Sentiu raiva do que estava para acontecer e rapidamente reverteu as posições. Taehyung riu e o segurou pelos braços.
−Gostei. Adoro aqueles que têm atitude e relutam em aceitar o que está para acontecer. É um fetiche meu ser dominado.
− Pois eu não estou relutando, sou eu que sempre comando, lembra?
Jungkook passou a mão no peito de Taehyung procurando sua camisa. Sentiu alguns botões e abriu rápido rasgando a peça de roupa. Ouviu um gemido junto de um chiado. Desceu as mãos sentindo o peito do modelo e deixou sua imaginação fluir. Pensava em como seria vê-lo gemendo quando estivesse cavalgando em seu membro e isso o despertou.
Chegou a calça do outro que não reagia deixando que fizesse o que bem entendesse. Sentiu a fivela do cinto e logo abaixo a ereção que estava presa dentro da roupa. Levou seus ágeis dedos até o zíper e retirou a calça de Taehyung, jogando longe. Ele não usava cueca então pode sentir toda a extensão de seu membro assim que resolveu sentar em suas pernas.
Jungkook sentiu seus cabelos serem agarrados pela nuca e seu corpo foi puxado. Os dois ficaram bem próximos com o Jeon tentando se soltar daquelas mãos até que a boca do outro tocou a sua.
Os lábios de Taehyung estavam gelados, sua língua deslizou para dentro da boca do Jeon de forma sensual e lenta. Um frio no estomago foi o que ele sentiu com aquilo, mas de uma forma prazerosa. Dedos percorriam suas costas nuas enquanto seu membro encostava do de Taehyung.
Ele se deixou ser beijado de forma afoita.
O corpo de Taehyung estava quente, mais quente do que qualquer outro que ele tivesse sentido. O contraste dos lábios com o restante era extasiante. Sentiu o membro do outro pulsar debaixo de seu abdômen então se separou do beijo e desceu.
−Chega, não quero mais beijos, quero te chupar.
Taehyung o soltou e relaxou o corpo ficando a mercê do empresário. Parecia que tinha aceitado essa mania dele dominar as transas.
Jungkook desceu lambendo o peito e barriga do modelo que não emitia muitos sons. Apenas sua respiração mudava ora ou outra. Conseguia sentir a reação nos músculos dele quando colocava sua boca e chupava a pele em determinados locais.
Os mamilos foram um ponto chave de prazer que ele percebeu depois de um leve chiado entre dentes. Jungkook gostou daquela reação e roçou os dentes ali arrancando mais gemidos.
Ao chegar bem próximo do membro do modelo, sentiu seu calor. Tudo em Taehyung era quente, tinha um cheiro sedutor e atraía demais o moreno. Seu pênis estava tão duro que Jungkook chegou a pensar se realmente ele não iria foder Taehyung até deixá-lo sem andar.
Vontade não faltava.
Ele segurou o membro do outro e rodeou sua glande com a língua causando o primeiro som vindo de sua boca. Taehyung gemeu alto e grave. O som reverberou pelo cômodo e causou um arrepio em Jungkook.
Este sorriu e colocou toda extensão na boca sugando com força. Jungkook sentiu o membro de Taehyung descer até sua garganta e repetiu o ato diversas vezes sem engasgar. Se essa era a intenção do modelo, se deu mal. O moreno gostava dessa sensação e fazia isso sempre que possível. Retirou o pênis da boca quando Taehyung começou a mexer o quadril e parou limpando os lábios.
− Eu não disse que era para você se mexer.
− Você não comanda hoje Jeon.
Ouviu a retórica e fechou os olhos tendo que obedecer. Levou uma das mãos as bolas do modelo e brincou com elas. Desceu seu corpo mais um pouco ficando quase deitado sobre as pernas dele e lambeu com vontade até a ponta da glande que estava muito lubrificada.
Sua cabeça era segurada com certa delicadeza mesmo sem comandar os movimentos. Taehyung parecia estar gostando.
Antes de descer mais para baixo, levou sua mão às nádegas dele na intenção de abri-las, mas foi impedido.
Em um rápido movimento se viu deitado de bruços e imobilizado pelo corpo do outro que agora estava sobre si.
Passou a sentir a boca de Taehyung beijar e morder sua pele. Aquilo ardia como o fogo do inferno ao mesmo tempo em que esfriava como se tivesse colocado gelo. Duas sensações que lhe agradaram.
Suas mãos estavam sendo agarradas por uma só de Taehyung que usava a outra para bater em sua coxa. Estalo após estalo, Jungkook sentia seu prazer aumentar.
− Que merda é essa que me dá tanto prazer? – pensou enquanto mordia a boca e sua pele ficava marcada.
− Isso é para você aprender que eu digo onde você pode me tocar e quando pode. Sei que está gostando, confessa.
Jungkook não respondeu, mas sabia que era verdade. De repente o peso do corpo de Taehyung, sumiu. O Jeon sentiu o ar frio percorrer suas nádegas novamente, mas sem toques.
− Era só isso? – perguntou virando seu rosto e procurando o outro. O som do temporal que se aproximava ficou mais alto atrapalhando sua concentração. Era um medo que o moreno tinha desde jovem e com o qual nunca aprendera a lidar. Tratou de dispersar esse medo e se concentrou no que acontecia.
Taehyung tinha ficado calado sem motivos. Jungkook virou deitando de barriga para cima e passou a mão nos cabelos. Estava suando na testa e começou a ter sono. Não sabia onde o outro tinha ido então achou que tudo não passara de um sonho ou talvez das garrafas de champagne além da conta que ingeriu. Resolver fechar os olhos e tentar voltar a dormir.
Depois de quase cinco intermináveis minutos, não conseguiu dormir. Nem ficar de olhos fechados ele conseguia tamanha a curiosidade que sentia de saber se aquela ereção existente no meio de suas pernas veio de um sonho ou de um pesadelo. Sentou na cama buscando seu celular para ver a hora.
Achou o aparelho debaixo da cama e viu que era exatamente 3:00 da madrugada. Resolveu ir beber água e quando virou a luz do telefone para a porta do quarto levou um susto.
−O que... – Taehyung estava sentado em uma cadeira bem no meio do quarto, completamente nu. Talvez não completamente, ele usava o lenço preto de seda no pescoço – O que você está fazendo ai?
− Te observando.
− Você é doido, só pode. – esfregou os cabelos jogando alguns fios para trás. – Por que está ai afinal?
−Estou esperando que me implore para te foder.
Ele riu.
− ‘Tá, você é louco mesmo. – levantou e foi até o outro que acompanhou seu caminhar como se o estivesse vendo em plena luz do dia. – Você quer demais de mim sabia. Eu nunca, jamais imploraria para alguém fazer isso, muito menos você.
Taehyung olhou bem dentro dos olhos do Jeon e ele pode ver que mudaram de cor. Do tom castanho eles passaram para um vermelho intenso. Jungkook se assustou.
− Ma-mas que diabos é você?
Taehyung não respondeu. Ergueu uma das mãos tocando a cintura do moreno e o puxou. Este cambaleou um pouco parando com seu corpo rente ao rosto do outro. Taehyung o cheirou logo em seguida passando a língua por seu abdômen mantendo seu rosto rente a pele do Jeon e sussurrou.
−Sou um demônio, mas também posso ser um anjo. Se preferir posso ser um homem simples da terra ou um selvagem homem do mar. Sou aquilo que você desejar que eu seja esta noite, basta que me diga como quer ser fodido.
Assim que se calou, Taehyung levou uma de suas mãos ao membro do Jeon e o segurou firme. Sem soltar a cintura dele, o modelo beijou seu baixo ventre seguindo por sua extensão e rodeou a glande com seu lábio inferior... tudo lentamente. Jungkook viu mais um clarão e deixou o celular cair.
A luz vinha de baixo para cima, refletindo no espelho que ficava perto. Taehyung engoliu o pênis de Jungkook de uma só vez passeando sua língua por todo o membro. Ele segurou o ar impedindo que um gemido saísse e olhou para baixo vendo os cabelos vermelhos do outro, brilharem em outro trovão.
A cabeça do Kim se movimentava por vezes lenta deixando que o membro de Jungkook fosse até sua garganta onde liberava um jato de ar quente ao gemer e, outras vezes, acelerava fazendo com que ele parecesse gelar. Passou a tocar sua entrada com um dedo que molhava na boca junto com seu pênis e só a rodeava.
O Jeon segurou Taehyung pelos ombros ficando preso a sua boca como um bandido preso a uma algema. Sentia um calor subir por seu corpo e sua fala não saía, parecia impedida.
Passou a respirar entrecortado sentindo seu abdômen contrair cada vez que ele o sugava intenso e teve certeza que iria gozar.
Jungkook apertava os ombros do outro jogando o tronco para trás enquanto tentava se equilibrar na ponta dos pés. Labaredas percorriam seu corpo deixando a sensação de prazer muito mais intenso. Quando conseguiu falar novamente só pode avisar que estava chegando ao ápice segundos antes.
−E-eu...eu... aahhhh – gemeu alto o suficiente para fazer Taehyung sorrir. O modelo não parou o que fazia e deixou que todo líquido do outro descesse por sua garganta.
Jungkook revirou os olhos e perdeu a força nas pernas assim que isso aconteceu. Taehyung soltou seu membro e passou a mão na boca limpando algum resquício de sêmen que o moreno jorrou em sua boca e o pegou no colo.
Caminhou com ele até a cama e deitou seu corpo para logo em seguida deitar ao seu lado.
− Vocês humanos são frágeis demais. Qualquer coisinha fora do normal já deixam o prazer chegar.
Jungkook sentia vontade de xingar o outro, mas não conseguia pensar e respirar ao mesmo tempo. Jamais tinha sentido prazer com tamanha intensidade num simples oral.
Ficou calado por alguns minutos sendo observado de perto por Taehyung que se masturbava.
Ele sentiu o colchão mexer e ouviu a gaveta da mesinha que ficava ao lado cama ser aberta. Olhou sem ver nada até que mais um clarão fez o quarto iluminar.
Taehyung estava colocando uma camisinha e voltando para a cama.
Jungkook ainda respirava descompassado então afastou seu corpo indo mais para junto da cabeceira da cama. Os clarões ficaram mais intensos iluminando o quarto a cada cinco segundos.
Taehyung se mantinha sério olhando intensamente para o rosto do moreno. A cada segundo ele sentia o outro mais perto.
− Já não teve o que queria Taehyung? – ele não respondeu, só arfou baixo.
Em segundos o próximo clarão iluminou tão forte o quarto que parecia dia novamente.
Aqueles olhos vermelhos de antes agora estavam azuis, iguais os cabelos do modelo. Jungkook arregalou os olhos e teve uma de suas pernas puxada por ele.
− Agora te quero gemendo meu nome como disse que gostaria. Quero que implore para eu te foder e quero que seja alto.
Ele foi deitado novamente e sentiu seu corpo sendo virado. Apertou os olhos achando que o outro se enfiaria dentro de seu corpo com força, mas não foi o que aconteceu.
Em um movimento rápido teve seus braços puxados e sentiu o lenço de seda o amarrar. Suas nádegas começaram a ser apertadas pelas mãos grandes de Taehyung enquanto sua boca marcava as coxas grossas que ele tinha. O som daquilo era pornográfico assim como a sensação. Parecia que ele estava assistindo um filme adulto onde uma grande orgia acontecia.
Jungkook tentou erguer seu tronco sendo impedido por uma das mãos do outro que continuava distribuindo beijos, lambidas e alguns tapas em sua bunda. O hálito dele estava gelado.
Em meio aqueles toques, Jungkook sentiu a língua de Taehyung entrar no meio de suas nádegas e chegar ao seu ânus. Ele rodeou o local e o penetrou com a língua fazendo o outro gemer alto. O Jeon mordeu a boca para não admitir que aquilo era delicioso.
A boca gelada em contraste com seu corpo que não parava de esquentar, fazia tremores percorrem sem interior. As contrações involuntárias que sentia fizeram seu membro despertar novamente. Taehyung passou a manipular seu pênis enquanto beijava e chupava sua entrada.
Em minutos, trocou a língua por um dedo indo fundo até ficar perto de sua próstata. Jungkook mordia o travesseiro sentindo prazer demais. Não queria admitir, mas Taehyung realmente parecia ser um demônio que o torturava.
−Posso parar o tempo e ficar aqui eternamente se quiser. Para que isso termine basta você implorar. Vai Jungkook, me diz o que você quer.
Ele ergueu a cabeça e soltou o travesseiro da boca falando como nunca antes.
−Eu quero que você me foda!
Taehyung sorriu de lado e deu uma ultima lambida naquele cuzinho. Sentou nas pernas e viu o Jeon se virar ficando de frente para ele novamente. Respirava arfando, sentia uma tontura prazerosa e queria mais. Sem deixar o modelo fazer qualquer coisa, puxou seu corpo com as pernas fazendo se encaixar no meio das suas.
O pênis duro de Taehyung encostou em seu ânus o que fez com que contraísse. Jungkook gemeu alto e abriu os olhos vendo o outro parado como que esperando que implorasse de novo.
− QUERO QUE ME FODA TAEHYUNG , você ouviu? Quero forte, quero fundo e quero agora.
Ele conseguiu. Fez Jeon Jungkook implorar para ter sexo como nunca tinha implorado nem por água no deserto. Taehyung soltou suas mãos. Jeon sentou e puxou a cabeça do azulado beijando sua boca com intensidade. Sua língua gelada foi ficando quente e suas mãos seguraram os cabelos do moreno sentindo sua respiração mudar.
Deitou para trás deixando seu membro duro e úmido tocar o do outro e sentiu ele o agarrar. Jungkook não queria mais esperar. Pegou o tubo de lubrificante que Taehyung tinha deixado na cama e passou por sua extensão sendo observado por ele.
Jogou aquilo para trás e sentou lentamente em seu pênis deixando que deslizasse todo para dentro de si. Apertou as mãos no peito dele sempre olhando profundamente em seus olhos, então começou a rebolar.
As mãos de Taehyung apertavam suas coxas cada vez mais à medida que o Jeon acelerava. O suor escorria de sua testa e pingava em seu peito com o calor que fazia ali. Ambos sentiam que aquilo era extremamente gostoso.
− Vai mais rápido – ele disse a Taehyung que acelerou.
Suas pernas erguiam o outro que jogava a cabeça para trás cavalgando como o insano que estava. Sanidade para que numa hora dessas, era o que ele pensava. Nunca tinha se entregue dessa forma a ninguém e queria aproveitar ao máximo.
Os trovões aumentavam como se acompanhassem os dois que mudaram de posição.
Jungkook voltou a deitar de bruços tendo o corpo do modelo por cima do seu. Ele o penetrou com força entrando e saindo com a mesma intensidade. Gemidos ecoavam da boca do Jeon que não se controlava mais e pedia que Taehyung fosse mais fundo.
−Com força... mais força. – ele dizia empinando a bunda.
Apertado. Ele era extremamente apertado e o endiabrado modelo estava excitado demais por causa disso.
O calor intensificava e o frio vinha logo em seguida. Os olhos de Taehyung brilhavam junto com a coloração de seus cabelos mudando do vermelho para o azul, incitado pelos trovões.
Jungkook sabia que não aguentaria mais tempo. Seu pênis roçava no lençol de seda preto que cobria sua cama e isso o enlouquecia. Ficou de quatro e foi para trás sentando no membro do outro que estava ajoelhado e o segurou pela cintura.
Sentiu seu corpo ser puxado mais uma vez e ficou com as costas coladas ao peito de Taehyung. Seu ombro foi castigado pelas mordidas que o outro deixava em sua pele e passou a segurar sua cabeça para que não parasse.
Sentiu a próstata ser atingida. Seu corpo inteiro arrepiou e seu pênis, que era massageado pela mão de Taehyung, latejava prestes a alcançar o prazer novamente.
Um clarão forte junto de um trovão que cruzou o céu por um tempo tão longo que provavelmente seria estudado pelos experts, abafou o grito em conjunto que ambos deram assim que gozaram juntos.
O interior do moreno foi preenchido pelo liquido grosso que saiu de Taehyung e o lençol, antes preto, foi sujado pelo esperma de Jungkook que nunca jorrou tão longe.
Eles caíram lado a lado ficando assim, semi desacordados, por um tempo. Jungkook tocou no braço do outro procurando saber se ele era real. Ainda não acreditava que tinha vivido aquelas sensações com um simples mortal. Taehyung tinha retirado a camisinha e levantado para ir ao banheiro de onde voltou rapidamente e acordou o Jeon.
− Vem – ele disse esticando a mão ao moreno – quero te foder no banho.
O moreno que mal tinha recuperado as forças só obedeceu afinal, trato é trato. Assim as horas passaram com eles repetindo aquele ato tão prazeroso por diversas vezes antes de o sol começar a nascer.
Antes de deitar pela quarta ou quinta vez na cama, Jungkook estava exausto. Mal sentia as pernas e sua respiração não conseguia voltar ao normal. Recebeu a ordem de fechar os olhos e não recusou, adormecendo quase que imediatamente.
Taehyung pegou suas roupas do chão e vestiu peça por peça. Antes de sair, foi até a cama do Jeon e sentou ali olhando o moreno dormir. Passou a mão por cima de seus olhos sem o tocar somente sentindo sua respiração normalizar.
−Preste atenção Jeon. Ao amanhecer, quando você despertar, não lembrará do nosso acordo. Terá boas lembranças com Taehyung, lembrará do sexo delicioso que fizeram como se fosse um sonho e vai esperar seu telefonema. Conforme prometi, ele irá aceitar trabalhar para você.
Levantou saindo do apartamento sem fazer ruído algum.
O despertador do celular tocou até que foi desligado. Seus olhos ardiam e seu corpo estava dolorido. Jungkook sentou na cama espreguiçando seu corpo e, depois de muitos anos, sentia-se bem.
A pequena mala estava pronta perto da porta do quarto. Ele já tinha tomado banho e estava pronto para sair. Antes de pegar a bagagem, olhou para o horário no celular e teve a impressão de que estava esquecendo alguma coisa.
Em saber direito o que era, levou a mão a bagagem e foi direto para o carro que o aguardava na garagem.
− Bom dia senhor Jeon. Iremos direto para o aeroporto? – ele acenou colocando os óculos escuros e entrando no carro.
No caminho teve pequenas recordações de sua noite anterior. Nunca tivera um sonho tão interessante e excitante. Lembrava com riqueza de detalhes do modelo em seu quarto, sendo iluminado apenas pela claridade dos flashes da câmera o fotografando e de como ele estava lindo completamente nu, usando somente um lenço amarrado ao pescoço.
Jeon sorriu ao lembrar de como foi amarrado por ele e tocou seus pulsos sentindo como se ainda ardessem. O celular apitou e Jungkook olhou vendo uma mensagem entrar.
− Boa viagem. Espero que tenha conseguido resolver seu problema e que tudo esteja certo. Não esquece de trazer uma lembrancinha de Nova York. Beijos Jimin.
Desligou a tela sacudindo a cabeça e tendo suas duvidas se Jimin era realmente hetero.
O aeroporto estava movimentado, como de costume. Jungkook viajava a negócios uma vez a cada mês para resolver problemas de uma filial em NY. Desta vez, talvez tivesse que fechar a filial ou vendê-la o que seria pior. Pegou a mala e foi fazer seu chekin quando viu alguém parado na mesma fila.
Taehyung estava ali com seu empresário. Eles conversavam desatentamente quando o moreno se aproximou. Ele estava a três pessoas de distancia e ficou olhando o loiro que ainda não tinha notado sua presença.
O modelo parecia mais descontraído do que da ultima vez que se encontraram. Sorria por alguma coisa que o homem que o acompanhava dizia. Jungkook não conseguia parar de olhá-lo lembrando do que sonhou.
Taehyung pegou seu passaporte e foi para a área de embarque. O Jeon entrou logo em seguida.
O modelo conversava com o homem ao lado e Jungkook o observava de longe. Ficou imaginando se tudo aquilo que sonhou seria possível de acontecer. Ser dominado por um estranho nunca esteve entre seus maiores fetiches, mas por Kim Taehyung ele até gostaria.
Viu o loiro dar um tapinha no ombro do outro e pegar o celular, levantar e vir em sua direção. Quando foi passar por si, finalmente, o viu.
Sorriu cumprimentando o empresário e se aproximou
− Oi. Você acredita se eu disser que estava falando em você agora mesmo? – Jungkook ficou um pouco espantado, mas não demonstrou.
−Oi Taehyung. Falando em mim? Espero que seja de bem.
−Acho que sim. Ontem pensei bastante no que conversamos, ponderei meu cansaço, seu desespero e até um pouco antes de deitar, ainda não sabia se ia aceitar sua proposta. Tive uma noite estranha, agitada, sonhei coisas malucas, bom enfim... hoje quando acordei decidi aceitar trabalhar para você.
Jungkook arregalou os olhos e sentiu um alivio imenso. Quando acordou naquela manhã, teve a impressão de que esse problema estava resolvido, mas não quis se iludir.
− Obrigado. Parece que esta não foi uma noite tranquila mesmo, também tive uns sonhos estranhos.
Mantiveram contato por longos segundos até que a chamada anunciou seu voo.
O moreno levantou e Taehyung ficou surpreso.
−Você também vai para NY?
− Sim. Tenho negócios a resolver por lá esse final de semana. E você?
− Vou visitar um lugar especial depois volto para Seul. Tenho um trabalho a fazer, lembra? – ambos sorriram.
−Bem, então vamos. Talvez possamos nos encontrar em NY e conversar um pouco mais. Agora que você me pertence, gostaria de saber mais de sua vida.
Jungkook disse e saiu para o portão onde o avião estava. O loiro deixou que passasse na frente em seguida sorrindo ladino. Um brilho diferente, meio azulado apareceu em seu olhar e ele sussurrou.
−Não Jeon, agora você é que me pertence.
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