Voltei para o refeitório diretamente para mesa que antes eu e Ten ocupava. Porém agora o Lee se encontra nela bebendo água e ambos estavam quietos:
- Posso ver? – por mais que ele seja esse cara cheio dos mistérios e que no momento eu só tenha vontade de bater nele.
- Uhum... – ele murmurou fazendo a famosa cara de gatinho, porém com os lábios exibindo um pequeno corte e inchados.
- Não ficou tão feio. – sorri para ele no mesmo momento que foquei em seus olhos. – Mas vai ficar sem beijar por uns dias.
- Pra quê isso?! – ele reclamou segurando meu pulso. – O que custar dar uns selinhos no seu namorado?
- Beijo com gosto de sangue Lee. – fiz careta e ele repetiu. – Não estamos vivendo nenhum romance sobrenatural.
- Seria legal viver um... – Chitta se pronunciou e isso atraiu nossa atenção. – Não me encarem, vocês são chatos demais para viver em um mundo sobrenatural.
- Claro... – pousei meus braços sobre a mesa e continuei a comer. – Qual foi o motivo da briga?
- Dessa vez eu estou no escuro. – Lee respondeu pegando um pouco da minha comida. – Ele tá surtado. Só espero que seu EX não me venha querer puxar briga também.
- O Jaehyun?! – Chitta citou antes de enfiar a colher na boca e começar a mastigar. – Ele tá em outra, está com um amigo bem bonito por sinal.
- Que amigo? – Lee me olhava e eu só notei isso, por estar observando ele de canto.
- Não sei. – peguei minha mochila procurando o cartão que o Johnny me entregou. – Me pediram para te entregar isso. – entreguei o cartão de visita a ele, que logo que pegou arqueou uma das sobrancelhas que por sinal estão até que bonitas com duas listras em um lado. – Conhece?
- Não. – ele evitou me encarar por uns segundos, antes de sair da mesa. – Vai trabalhar hoje?
- Não. – comentei.
- Vamos ao cinema. Vou te buscar às seis. – ele saiu depois que afirmei.
- Estou vendo que eu não irei dormir hoje. – Ten comentou ainda sentado na mesa.
- Até parece. – acabei rindo de nervoso por conta da situação.
Kun não voltou para o refeitório, mas em compensação a Jennie estava cuidando dos ferimentos dele na frente do prédio, fiz o favor de passar sem que ambos notassem minha presença, segui até a cafeteria da frente onde era comum encontrar as garotas populares ou famosas do campus. – Até mesmo a Irene, ela era popular por ser bonita, mas como falta muito acaba que por fazer cadeiras solta exibida pelo curso, minha raiva, é saber que o Lee agora deu pra ser amiguinho dela e eu quero motivo, para tal aproximação.
Me sentei no lado de fora como de costume, pedi o chocolate como sempre faço e comecei a mexer em meu celular, até alguém sentar-se a minha frente e querendo ou não, não esperava encontrá-lo aqui e justamente hoje:
- Olha se não é a donzela. – sorri surpresa ao ver o rapaz alto e bonito puxando uma cadeira. – Posso me sentar com você?
- Claro. – deixei meu celular na mochila e esperei por ele se acomodar. – O que faz por aqui? Jaehyun te mandou aqui?
- Não. – ele riu e olhou em volta. – Estudo aqui. Faço medicina e querendo ou não o prédio que estudo é mais próximo desta cafeteria .
- Se mudou agora...
- Durante as férias. Estou me adaptando ainda. – ele estava segurando um copo e pelo cheiro, é café. – E você?
- Estudo no prédio da frente. – olhei para o prédio, onde saia vários alunos incluído Kun e Jennie.
- Você entregou meu cartão ao Taeyong? – ele tocou no assunto e eu apenas maneei a cabeça distraída.
- Sim. – observei a ele e de repente uma luz acendeu em minha. – Johnny... De onde conhece o Lee?
- Bom... eu nasci nos Estados Unidos, mas vim pra cá ainda pequeno. Taeyong foi praticamente meu primeiro amigo e éramos vizinho. Frequentamos as mesmas escola, até meus pais se mudarem de volta ao EUA.
- E vocês eram muito próximos? – observei e bebericar o café antes de me responder.
- Bastante. Fazíamos tudo junto, mas aí o pai dele seguiu um caminho torto, a mãe dele largou ele junto com o pai e depois disso ele mudou e isso tudo ocorreu no último ano do high school.
- Como assim? – me aproximei mais da mesa e observei atentamente ao rapaz.
- Eu não sei se deveria te contar isso, mas já que ele é seu namorado ele já deve ter falado dos pais dele a você, porque se fosse o contrário você não estaria com ele. Não é mesmo? – porque essa história acaba de ficar ainda mais cabulosa.
- É... – mentir, nunca imaginei que tudo fosse começar com uma mentira. – Ele falou que eles não moram na cidade?
- Aí já não sei. O que sei é que, o pai do Taeyong sempre foi muito luxuoso, sempre queria tudo do bom e do melhor. – porque isso é diferente agora? – O pai dele acabou se afundando em dividas, pediu dinheiro para ajiota e não deu conta de pagar, depois que a mulher foi embora ele não durou muito, acabou se suicidando e não falou nada e nem deixou carta alguma para explicar alguma coisa. – Isso é pior do que imaginava. – O último ano do colegial foi difícil para o Lee, ele se metia em muita briga e... Bom eu não sei o que ele passou naquela época. E não sei como ele está agora.
- É perturbador. – comentei apoiando minha costa totalmente na cadeira. – E a mãe dele?
- Não sei, ele até tentou procurá-la depois que seu pai morreu, mas não achou. Nem os avós sabia dela. – ele terminou o café e me olhou por alguns segundos. – Uma coisa que todos sabem do Lee, ao menos os amigos, ele não desisti fácil das coisas. É provável que ele ainda esteja procurando pela mãe.
Balancei minha cabeça confirmando, porém ainda digerindo aquela história, é muita coisa a ser processada e o fato do Lee não me falar diretamente complica, uma situação dessa, lógico que ele não me contaria, mas o Ten, deve saber de algo relacionado a isso, ou não o ajudaria nas coisas que ele faz:
- Hey... – senti as mãos quente do Johnny tocar meu braço. – Desculpa ter te assustado. Mas você ficou pensativa de repente?
- Tudo bem... – sorri sem jeito e encarei ele novamente. – Me lembrei que tenho que ver os assuntos da prova. – comentei pensando em procurar o Kun e dar um jeito de saber o motivo da briga de mais cedo. – Você e o Jaehyun, se conheceram onde?
- Vizinhos. Ele tem uma boa família, ele me falou sobre fugir para não se casar, confesso que imaginei que era mentira, mas ele fez. – o sorriso travesso do Johnny chamou minha atenção. – A garota é bonita, chamava atenção onde passava. Ele fugiu no mesmo dia que mandaram os convites de casamento. – Então Yoon estava certo, ele estava realmente fugindo dos pais dele. – Já está tarde, tenho outra aula agora. Nos vemos por aí.
- Sim. Foi bom conversar com você. – ele sorriu fechado e saiu. – Aish... O Lee tem mais segredos do que eu imaginava.
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