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História Devil Side - Capítulo 17


Escrita por: SuperDaLuthor

Notas do Autor


Eu estava um tempo sem postar porque estou em fase de mudança e minhas coisas estão empacotadas, confesso que o ânimo pra continuar essa fic some a cada dia, os views estão caindo, os favs e os comentários, eu sei que os capítulos são pequenos, mas mesmo assim eu dedico o meu tempo pra escrever, bom... É isto

Capítulo 17 - Capítulo 17


Kara Pov. 

 

O alívio que eu senti foi instantâneo, finalmente eu soltei ar que nem sabia que prendia e deixei que as lágrimas de felicidade rolassem livremente. Pela primeira vez eu fiquei com medo de ter feito besteira, eu sei que o teste não é 100% confiável e que eu preciso fazer um exame de sangue, mas só de ter essa quase confirmação de que eu não carrego um filho do Mike em meu ventre já é motivo para comemoração.

 

Fiz coisas horríveis esse ano e me arrependo das minhas más escolhas, prejudiquei algumas pessoas pela minha imprudência, mas felizmente fiz amigos em meio ao caos. Lena foi uma dessas pessoas, estar com ela faz eu me sentir a pessoa mais calma do universo, ela tem uma áurea tão boa que é impossível não se sentir bem ao seu lado e eu gosto dela a cada dia que passa, talvez eu devesse demonstrar mais que eu realmente quero ficar com ela, mas vou fazer o exame de sangue primeiro, não posso correr o risco de estar grávida e trazer ela para o buraco junto comigo. 

 

Ouvi uma gritaria no andar de baixo e parecia ser uma discussão do Clark e meu pai, abri a porta e escutei algo quebrando, corri até o hall e vi cacos de um vaso espalhado no chão, meu pai estava furioso e seu rosto completamente vermelho, Clark estava no chão e seu ombro tava sangrando. 

 

- Nunca mais, ouviu bem, ouse levantar a voz para mim. Eu sou seu pai e você me deve respeito. - Meu pai virou as costas e subiu as escadas, Clark estava assustado demais para dizer alguma coisa, apenas pegou sua mochila e levantou indo em direção a escada. 

 

Pela primeira vez em anos eu senti pena dele, eu não sabia o motivo de terem brigado, mas para ter chegado ao estado do meu pai machucar Clark é porque a coisa foi bem feia. 

 

Lucia e Hank estavam parados perto da porta da cozinha, com os olhos arregalados e com a expressão horrorizada, realmente a coisa deve ter sido feia. 

 

- O que aconteceu aqui? - Hank abriu a boca para dizer, mas Lucia o impediu segurando em seu braço e balançando a cabeça. - Da pra me dizer por que diabo Clark está sangrando? 

 

- Seu pai o empurrou em direção à mesa de vidro e o vaso caiu em seu ombro. - Balancei a cabeça assustada, eu já vi os rompantes do meu pai, mas ele nunca levantou a mão para bater em nenhum de nós.  - Ele vai ficar bem, ele sempre fica. - Ela beijou minha testa e saiu do meu campo de visão.

 

Subi a escada ainda confusa com o "Ele sempre fica", o que ela quis dizer com isso? Quantas vezes isso aconteceu?

 

Passei em frente ao seu quarto e escutei o som de coisas sendo jogadas no chão, controlei o impulso de bater na porta, foi então que eu escutei um soluço alto. Ele havia feito várias coisas ruins para mim, me rebaixado e sempre querendo ser o centro das atenções, mas ele ainda era o meu irmão, mas quantas vezes eu já chorei no meu quarto precisando apenas de um abraço? Ele me tirou diversos momentos com o meu pai, mas parando pra pensar como é a relação deles, será que valia mesmo a pena ter toda essa atenção do treinador?

 

Encostei a testa na porta fria de madeira, suspirei segurando a maçaneta, mas minha mão escorregou e eu me afastei indo para o meu quarto. Talvez a minha empatia pelo meu irmão não fosse tão grande assim, suas escolhas tiveram consequências.

 

...

 

Peguei meus tênis de corrida enfiando dentro da mochila, hoje teria uma disputa interna para saber quem iria participar do campeonato. Eu nem corri de manhã para não ficar cansada e acordei mais cedo que o normal para conseguir me alimentar direito. 

 

Quando cheguei na cozinha Clark estava com o boné do time e óculos escuros, papai lia tranquilamente seu jornal e o ar parecia tenso demais, quase palpável. Vi que uma parte da sua bochecha estava com uma cor estranha, dei de ombros e me sentei. 

 

- Fiquei sabendo que hoje é a decisão dos corredores, espero que você passe e isso não é um pedido. - Zor-El disse bebendo seu café sem nem ao menos desviar os olhos do jornal ou me dar um simples bom dia, contive a vontade de revirar os olhos com a sua fala.

 

- Tem pessoas mais rápidas e mais talentosas que eu e sem contar que eu ainda estou em recuperação por conta da febre que tive. - Passei geléia em uma torrada e mordi um pedaço. 

 

- Por um descuido seu, já não basta me envergonhar jogando Handebol, eu espero que pelo menos na corrida você não me envergonhe também. 

 

- Chega pai! - Ouvi a voz grave do Clark e meu pai abaixou o jornal. 

 

- Silêncio, você me deve respeito. - Dobrou o jornal com calma e colocou na mesa. - Quero que entre para a competição Kara, não me interessa se você estava doente ou não. 

 

- Pelo amor de Deus pai, a garota ainda nem se recuperou e você exige que ela esteja 100%? - Franzi o cenho, isso era bem estranho ainda mais vindo do Clark, talvez alguém sequestrou o verdadeiro e colocou um sósia dentro da minha casa. 

 

Continuei comendo e meu pai tirou o meu prato da minha frente, jogando tudo dentro da lata de lixo.

 

- Comendo desse jeito você nunca vai atingir o seu potencial, isso se você tiver um. - Suspirei irritada estava pronta pra revidar, mas Clark foi mais rápido pegando minha mochila e me estendendo um saco de papel. 

 

- Vai. - Olhou para mim, mas eu não conseguia decifrar sua expressão com aqueles óculos. - Qual o seu problema? Você não cansa de ser esse cara problemático? - Hank me puxou pelo braço me levando em direção a porta. - Eu estou cansado disso, é sempre a mesma coisa e eu não tenho mais forças pra defender ela da sua mente podre, então apenas PARE! 

 

- Seu moleque insolente! - Escutei um estalo e coisas caindo no chão, fiz força para me soltar, mas Hank me segurou mais forte e olhou para Jeff que correu até a cozinha. 

 

Ele destravou o carro e me empurrou para dentro do banco do carona, meu coração estava acelerado e algo me dizia para voltar, algo estava muito errado, Clark nunca me defendeu e agora parecia que sempre fez isso por mim, eu estava muito perdida e não sabia direito o que fazer.

 

- Hank o que diabos está acontecendo? Por que Clark está agindo desse jeito e por que parece que todo mundo sabe menos eu? - Ele acelerava o carro como se sua vida dependesse disso. 

 

- Não sou eu que tenho que te contar Kara, sinto muito.

 

- O que? Não, não Hank, eu preciso saber a verdade. 

 

Olhei o redor e vi que tínhamos chegado á escola, percebi que seus olhos estavam cheios de água e ele respirava fundo. 

 

- Eu preciso voltar, seu pai está descontrolado. - Saí do carro e mal tive tempo de fechar a porta, ele cantou pneu e eu fiquei parada olhando o rastro no chão. 

 

O meu pai sempre foi descontrolado, mas eu nunca tinha visto até então algum surto seu, ele passava mais tempo com Clark do que comigo, era sempre Clark, Clark e Clark, quando eu pensava que meu pai finalmente olharia para mim Clark aparecia e roubava a atenção. 

 

Eu me lembro que Clark corria de madrugada assim como eu, vivia fazendo exercícios, dietas e estudando sem parar, nunca sequer levou um amigo para casa ou teve um dia livre, andava com meu pai para cima e para baixo em conferências, reuniões, palestras. Tudo que meu pai fazia ele estava ao lado, fotos em revistas, entrevistas. Eu poderia estar ao lado do meu pai e tudo poderia ter sido diferente, mas será que valeria a pena? 

 

Entrei na escola ainda meio atordoada, não avistei nenhum conhecido e muito menos alguém na escola, olhei para o relógio e vi que marcava 6:40 a.m. talvez eu tenha chegado cedo demais. 

 

Fui até o meu armário e abri ele colocando os livros que eu não iria usar na parte da manhã fechando logo em seguida, entrei no vestiário e deixei meu uniforme de corrida e tênis lá dentro.

 

Sentei na arquibancada e coloquei uma música qualquer no celular, eu não sabia o que sentir em relação ao que acabara de acontecer. 

 

- Hey Kara, chegou cedo. - Vi Nia subir os degraus segurando um livro nas mãos. 

 

- Você também. - Desliguei a música e ela sentou-se ao meu lado. 

 

- Por que está chorando? - Olhei confusa para ela e senti meu rosto molhado. - Quer conversar? - Neguei com a cabeça limpando a lágrima que até então eu não sabia da existência. - Vou ficar te fazendo companhia então. 

 

- Obrigada. 

 

O silêncio permaneceu e tudo que eu ouvia era apenas o som baixo da sua respiração e o virar de folha do seu livro. 

 

Talvez eu devesse ir para casa, eu não conseguiria prestar atenção em nada mesmo, não seria útil aqui, mas eu perderia a seleção para o time. 

 

- Nia, eu vou à biblioteca. - Ela fechou o livro e me encarou. 

 

- Eu irei com você. - Segurei em seu ombro a impedindo de levantar e me seguir. 

 

- Não precisa, não irei demorar.

 

Ela deu de ombros e eu desci correndo, precisava sair antes da Lena chegar ou ela faria questionamentos, iria perceber que eu estava mentindo e iria querer me acompanhar.

 

Antes de conseguir sair eu trombei em alguém, estava rezando para que não fosse ela. 

 

- Pra onde vai com toda essa pressa. - Ouvi a voz grave do Mike e respirei aliviada. 

 

- Na biblioteca, agora me solta. - Ela tirou os braços do meu ombro e continuei meu caminho sem ao menos olhar para trás.

 

Eu sabia que voltar para casa era uma péssima ideia ainda mais depois de tudo que eu ouvi, ver Clark e me controlar para não questionar ele sobre seu comportamento ou ver que meu pai possa ter feito um estrago. Se algo de grave tivesse acontecido, mamãe já teria me ligado para perguntar. 

 

Dei sinal para o primeiro táxi que passou, assim que fechei a porta vi Lena estacionar seu Lexus, respirei aliviada e disse o endereço ao motorista.  

 

Clark Pov. 

 

(Algumas semanas atrás)

 

Estava indo fazer um lanche quando escuto uma discussão baixa vindo do quarto da Kara, ela brigando com Mike de novo, revirei os olhos e dei de ombros, parando ao escutar melhor o que ela dizia. 

 

- Me dê uma semana e eu consigo o seu dinheiro. — Seu tom era quase desesperado. 

 

Saí dali dando privacidade a ela para resolver os seus problemas, entrei na cozinha dando de cara com Lúcia. 

 

- Oi Lúcia. — Ela sorriu para mim e voltou a ler sua revista. 

 

Peguei uma barrinha de cereal dentro do armário e vi Kara passar quase correndo para o hall de entrada, bebi a água deixando a garrafinha em cima da mesa e segui ela. Seus passos eram largos e ela segurava um relógio em mãos. 

 

Meu Deus era o seu relógio preferido e o mais caro que ela tinha. O que ela estava pensando em fazer com ele? 

 

Ela passou pelo portão e vi um carro vermelho estacionar, cheguei mais perto me escondendo nos arbustos para poder ouvir a discussão que estava um tanto quanto acalorada. 

 

- Não pense que vai ficar barato Kara, esse relógio não paga quase nada da sua divida e eu não vou te vender mais nada enquanto não me pagar. — Olhei por cima dos arbustos e consegui ver Mike. Então esse idiota estava vendendo drogas para Kara? 

 

Isso explica o comportamento estranho que ela estava tendo durante esse mês. 

 

- Eu vou tentar arrumar o dinheiro sem que meus pais percebam alguma coisa. 

 

- Eu não quero saber como vai arrumar, só sei que quero. São 50 mil... bom agora são 45. — Me abaixei de novo e Kara ficou parada um tempo na frente do portão. 

 

Eu sabia que o futebol e a faculdade estava tomando muito do meu tempo, mas não imaginei que fosse tanto ao ponto da minha irmã ter uma dívida enorme por drogas. Realmente, bancar o babaca às vezes era cansativo. 

 

“- Hey anã, o que acha de irmos à piscina hoje? — Entrei no quarto da Kara a vendo brincar com a sua boneca preferida.

 

- Eu não sei nada Clak. — Sorri e estendi a mão para ela. 

 

- Eu deixo você subir nas minhas costas. — Ela sorriu mais largo deixando a mostra a sua janelinha, fiquei com vontade de apertar suas bochechas gordinhas. 

 

Ela me contava como tinha sido passar o dia com a babá nova,na verdade era mais uma mistura de palavras que eu não entendia absolutamente nada e só concordava com a cabeça, mamãe a contratou depois que deu problema com a última, ela havia brigado com meu pai por conta das coisas que ele obrigava Kara a fazer, era triste saber que eu não poderia estar sempre perto para proteger ela. 

 

- Onde vão crianças? — Lúcia perguntou e eu apontei para a piscina. 

 

Ela abriu a pequena porta que tinha ali, onde guardava os materiais de limpeza e retirou um par de bóias de braço. Eu sabia nadar porque fazia aulas, mas eu era grande e Kara ainda era um bebezinho, mesmo meu pai discordando disso diversas vezes e insistindo para que minha mãe a colocasse nas aulas. 

 

Agora que mamãe passaria um tempo longe, bem provável que ele colocasse. 

 

Coloquei as bóias nos seus braços gordinhos e pulei dentro da piscina, ela estava com medo e toda hora olhava para a porta esperando que meu pai fosse chegar e brigar com ela, deixando-a de castigo como sempre. 

 

- Papai está em uma reunião, não se preocupe. — Ela levantou o mindinho e eu sorri levantando o meu. — Eu prometo. 

 

Então ela correu e jogou-se na piscina, começou a bater os bracinhos acabando por jogar água no meu rosto. 

 

Coloquei ela nos meus ombros e fique apenas com a cabeça para fora da água enquanto ela ria batendo os pés na água. 

 

Passamos a tarde brincando, lê-se eu sendo o cavalinho da Kara enquanto ela me molhava, até que ouvi o som do meu pai entrando na cozinha, não daria tempo de tirar a Kara da água e esconder as bóias.

 

- Por que estavam na piscina? — Coloquei Kara no piso frio e ela abaixou a cabeça. — O que eu disse sobre usar essas coisas. — Ele puxou a bóia do braço dela que acabou assustando-se com o ato repentino e começou a chorar alto, saí da piscina e coloquei ela atrás de mim. 

 

Meu pai cheirava a bebida e foi a primeira vez que eu fiquei com medo dele fazer algo conosco, ainda mais que mamãe não estava por perto. 

 

- Saí da frente Clark, eu vou ensinar essa bastarda a nadar. — Permaneci no lugar e senti Kara segurando em minhas pernas. — Eu mandei você sair da frente. — Ele me puxou pelo braço e me empurrou em direção as cadeiras de tomar sol. 

 

Então quando eu vi Kara estava dentro da piscina, batia os braços desesperada e meu pai gritava mandando ela nadar, porque era assim que se aprendia, levantei e pulei na piscina, meu pai até tentara me segurar mas eu fui mais rápido. Ela começou a afundar e eu mergulhei segurando em sua cintura e colocando ela na beirada da piscina. 

 

- Você está ficando louco? — Ele me olhou com ódio e estava prestes a me bater quando Lúcia saiu e pediu para ele se acalmar. 

 

- Não ouse me responder mais ou passar por cima das minhas ordens. 

 

Abracei o corpo gordinho da minha irmã e respirei aliviado por ela estar bem.

 

- Você está bem? Me diga que sim. — Ela balançou a cabeça e eu apertei mais seu corpo contra o meu, derrubando algumas lágrimas em sua cabeleira loira. 

 

“Eu sabia que meu pai estava terrivelmente irritado depois que descobriu que Kara não era filha dele, mas achei que essa fase tinha passado, mas pelo visto me enganei.”

 

Naquele dia eu descobri que para proteger Kara do meu pai eu tinha que ter toda atenção nele, mesmo que doesse muitas vezes em mim ter um peso enorme nas costas, eu ficava feliz por saber que ela ao menos estava vivendo, não da forma que eu desejava, mas pelo menos ela não era tão infeliz quanto eu. 

 

Todas as vezes que meu pai resolvia ficar próximo da Kara eu inventava algum esporte para fazer que o deixasse orgulhoso, fazendo assim ele esquecer ela e focar em mim de novo. Eu queria ter uma adolescência normal sem ter que me importar com revistas, fotos, entrevistas e tantas outras coisas, dormir pouco porque meu pai acreditava que para ser perfeito você têm que treinar 24 horas por dia, não ter amigos porque ele chama isso de distração e não namorar com alguém que não pertença a elite. 

 

Por mais que às vezes ele fosse legal com ela, era apenas porque minha mãe estava por perto ou Lúcia. Eu não entendia o porquê desse ódio gratuito com ela que era apenas uma criança e não tinha culpa de nada. 

 

Eu sei que talvez o meu comportamento tenha prejudicado ela,mas o que eu poderia fazer? Já era tóxico demais ela viver fora desse meio, imagine dentro. 

 

O amor que eu sinto por ela é gigantesco, eu me culpo todos os dias por ter dito coisas que magoaram e machucaram ela, por ser um babaca e por fazê-la pensar que é inferior a mim, quando na verdade ela ainda é o motivo para eu levantar todas as manhãs e aguentar os xingamentos, a pressão, as surras em silêncio.

 

Ela me odeia e eu no lugar dela me odiaria o dobro, porque eu sou babaca e não nego. 

 

“ Quando conheci Lois eu soube que ela era interesseira, Mark tinha me avisado, então foi inevitável ficar bravo quando Kara começou uma amizade com ela. Eu sentia um ódio gigantesco quando ela aparecia em alguns jantares aqui em casa e dava em cima de mim as escondidas quando minha irmã estava dormindo ou quando ela saia do cômodo e me odiava mais ainda por ter que entrar no jogo dela para afastá-la de Kara. 

 

- Namora comigo e deixa a Kara, eu sei que isso é o que você sempre quis. — Falei em um dos nossos encontros que era basicamente ir a algum lugar afastado da cidade. 

 

- Eu vou terminar com ela hoje mesmo. — Suspirei aliviado e comecei a pensar em um modo de terminar com ela. 

 

Foi errado o que eu fiz? Sim, mas era a maneira mais fácil de separar ela da Kara e continuar sendo o babaca.”

 

A vontade que eu tinha era de socar Mike por estar fazendo minha irmã entrar nesse mundo vicioso, mas eu sabia que metade da culpa era da nossa família completamente tóxica. Obvio que eu iria dar um jeito nisso, antes que papai descobrisse ao ver o dinheiro saindo da conta de Kara. Eu poderia gastar e dizer que foi para alguma mulher, ele não ligaria. 

 

Entrei depois de alguns longos minutos e subi direto para o quarto, afim de pensar em um modo de pagar ele e fazer com o mesmo a deixasse em paz, só demoraria um pouco porque Kara não poderia desconfiar ou ela viria me questionar, não sei se suportaria mentir mais uma vez pra ela. 

 

(Tempo real)

 

Meu pai me deu mais um tapa no rosto, fazendo os óculos escuros que eu usava irem para longe, segurei a vontade de chorar e ignorei a dor que estava sentindo. Ouvi sua voz cada vez mais alta, mas não conseguia mais raciocinar, eu já estava no chão e ele me desferindo socos, ele sabia que a temporada tinha acabado e que eu voltaria ao campo só em quarenta e cinco dias, péssima hora para estar de férias. 

 

Vi Lúcia tentar tirar ele de cima de mim, mas sem sucesso porque ele a empurrou para longe, suas mãos estavam com sangue, provavelmente o do meu rosto. Jeff chegou e pulou em cima dele, fazendo o mesmo cair para o lado, ele estava cego de raiva e começou a desferir socos nele, tentei levantar, porém tudo parecia estar doendo, Jeff tentou proteger o rosto das agressões, mas parecia impossível. 

 

A casa era afastada de todas as outras e mesmo que tivessemos vizinhos perto, eles não fariam nada, todos conhecem a fama do meu pai, mas não ousam dizer uma palavra sequer com medo do que ele pode fazer por conta da sua influência no mundo. 

 

Hank chegou e conseguiu tirar o meu pai de cima do seu filho que parecia desacordado, Lúcia estava ligando para o emergência e Hank segura o filho nos braços chorando, eu espero que meu pai não tenha matado ele, Jeff é um bom amigo. 

 

Hank soltou seu filho com cuidado no chão e começou a gritar com o meu pai que estava sentado no canto da cozinha, segurando a mão com os olhos arregalados, olhei para a porta da cozinha e Kara estava parada cobrindo a boca com a mão, provavelmente horrorizada com a cena sangrenta na cozinha. 

 

- O que... — Ela nem ao menos conseguiu completar a frase. 

 

“Bati com força na porta da sua casa, segurando uma bolsa cheia de dinheiro. Os nós dos meus dedos estavam brancos e eu só queria socar a cara daquele babaca ao descobrir que ele pegou o calor que vovó havia dado á Kara. 

 

- Olá? — Um senhor alto e moreno abriu a porta, estava uniformizado e tinha um postura ereta, sua expressão era calma, como se cenas como aquela fossem corriqueiras. 

 

- Mike está? Diz que é Clark, irmão da Kara. 

 

- Senhorita Zor-El? — Assenti e ele liberou a passagem me mostrando onde sentar. — Vou chamá-lo.

 

Passei meus olhos pela sala e fiquei surpreso ao ver as coisas que eles tinham, que eles eram ricos eu sabia, mas não achei que fosse tanto. 

 

- Clark? Em que posso ajudá-lo? — Sua expressão era debochada como se soubesse o que eu estava fazendo ali. — Precisando de algo para os esportes? 

 

- Eu não uso drogas, mas posso fazer viajar em dois segundos se não me devolver o que quero e não seguir a risco o que vou mandar. 

 

- Você vêm até a minha casa me ameaçar? — Ele andou calmamente até o bar e encheu um copo com Whiskey. — Podemos fazer um acordo. 

 

- Vou ser direto e claro, venda mais alguma coisa para minha irmã e eu garanto que seu pai nunca mais irá vê-lo. — Ele sorriu debochado e deu um gole em sua bebida. 

 

- Você sabe quem meu pai é? 

 

- E você sabe quem o meu pai é? — Peguei a bebida da sua mão e coloquei na mesinha de centro, segurei a gola da sua blusa e puxei ele pra mais perto. — Conheço muitas pessoas ruins e com influência nessa cidade, alguns me devem favores e eu não hesitaria em cobrar apenas para sumir com o cara que está fodendo com a minha irmã. — Ele arregalou os olhos ao perceber que eu estava realmente falando sério. 

 

- Calma cara. 

 

- Nessa bolsa tem cinquenta mil dólares, eu quero a correntinha dela e o relógio, além disso eu quero que você fique em silêncio e não diga que fui eu que paguei a dívida, porque se eu souber que você abriu o bico, eu mato você. — Soltei ele e arrumei sua gola, dando dois tapinha em seu peito. — Se ouvir algum boato de que vendeu mais alguma droga para minha irmã, você é um homem morto. — Ele arregalou ainda mais olhos e ajeitou a postura, pegando a bolsa com dinheiro e subindo as escadas. 

 

- Vou apenas fazer isso porque gosto da sua irmã. — Ele falou parando no meio da escada. 

 

- Vai querer pagar pra ver? Você por acaso conhece David ONeil? Claro que conhece. — Ele engoliu em seco e subiu as escadas correndo.

 

Eu odiava ameaças, mas ele estava mexendo com Kara e ninguém mexe com a minha irmã”. 

 

Acordei já dentro da ambulância, não conseguia abrir meu olho esquerdo, mas consegui enxergar Kara sentada, segurando uma das minhas mãos, ela estava de olhos fechados, provavelmente achando que eu ainda estava desacordado. A sirene estava alta e me causando uma enorme dor de cabeça, meu rosto inteiro doía e me senti como se tivesse sido atropelado várias vezes. 

 

- Olho esquerdo com lesões séries, provável perda de visão, um corte profundo na bochecha e maxilar deslocado. — Vi uma luz forte e clara na minha frente. — Siga a luz, ótimo nenhum trauma aparente. 

 

- Clark? Está acordado? — Apertei a mão dela e tentei sorrir, mas isso só fez doer ainda mais meu rosto. 

 

- Não se esforce eles vão cuidar de você e eu liguei para mamãe, ela já está a caminho. — Apertei sua mão mais uma vez. 

 

Eu não sabia o que aconteceria daqui para frente, mas sabia que não daria mais para mentir para Kara, provavelmente ela não acreditaria em nenhuma palavra e com toda certeza acharia que eu estou fazendo isso para me auto promover, talvez eu continue sendo o babaca, contanto que meu pai fique longe com a sua áurea tóxica. Ela não merece o pai horrível que tem e muito menos a família; e eu sei que me enquadro na parte tóxica também. 

 

Espero que Lena a faça feliz, sei que ela é uma boa garota, Kara merece uma pessoa assim na vida dela. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Esta história está na plataforma Wattpad.
Twitter: @superdaluthor


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