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História Devilian: O Conflito - Interativa - A morte de Mytorch Sebah!


Escrita por: UnicJohn013

Notas do Autor


Mais um capítulo prapaz vocês, e vamos lá

Capítulo 3 - A morte de Mytorch Sebah!


[…]Afáveis olhos de serenidade quando vi-me na profundidade de tuas íris esverdeadas. Esperança. Doce sentimento imortal[…]

    O bosque atraía-no como o imã o metal, o sonho lhe fora claro, mas se fosse verdade não seria sonho, talvez premonição. A olho nú nada anormal ocorria, exceto pelo intrigante fato do bosque ser escuro mesmo durante a luz do dia. Esquisito. Não recordava tamanha escuridão na vez anterior que por ali atravessou. Esquisito. Entrar ou regressar? Eis a questão. Sua curiosidade não permitiria-lhe escolher opção avessa à primeira. Entrou. Cauteloso seguiu. Passos curtos e olhar ávido aos arredores garantindo nenhuma movimentação estranha, já procurava há minutos algo que não tinha a mínima certeza se existia só em sua mente ou também no mundo real.

—Idiota… foi apenas um mal sonho, nada fora comum está a ocorrer…

    Antes de Mytorch completar o pensamento um estalo ouviu interrompendo-o, virou-se veloz, era apenas um cutovil qualquer que esbarrara nos muitos gravetos do chão. Alívio. O elemental quis afastar o pequeno animal fazendo barulhos para espantá-lo, o cutovil permaneceu quieto fixamente fitando a face dele, subitamente grunhiu e saltou em ataque contra Mytorch agarrando a cabeleira alaranjada com as patas dianteiras e golpeando sua testa com as ulteriores, o ruivo pegou-o pelos pêlos das costas e chutou o pequeno para longe. O cutovil parecia ter perdido os sentidos quando, de repente, saltou para o ar e deu início a uma metamorfose incomum, cresceu em porte e força, tendo os dentes e garras alongados, avançou veloz como nunca atacando e mordendo o braço do oponente, atravessando os ossos usando as presas. Mytorch urrou de dor. Não podia contragolpear, pois o braço livre era o que estava com o pulso lesionado, viu-se diante duma única opção, mordeu também, pressionando a orelha do estranho animal, havia sangue escorrendo pelo braço onde o cutovil evoluído ainda continuava fincando as presas e o ato do elemental não surtira efeito, sentia-se fraco, a vista escurecendo, seria o fim? Pela mente ocorreu um último plano, mas o preço viria a ser caro demais, não tão caro quanto sua vida para morrer alí atacado por algo que desconhecia, resolveu tentar, rolou para cima do inimigo tendo o braço completamente dilacerado no processo, urrou novamente, em desespero rasgou a garganta do animal com os caninos pondo fim a vida dele.

—Miserável… Ah!— Mytorch Sebah desabou lado-a-lado ao defunto —Eu não… não posso… morrer aqui…

    O moribundo jovem olhava para o nada, anestesiado, nada sentia mais além do bafo frio dos ventos que cercavam-no naquele instante, abaixo do corpo a enorme poça de sangue que perdeu através dos ferimentos no braço que então mais parecia um galho do arvoredo coberto de vermelho, a morte chegava sentindo o doce odor da alma de Mytorch Sebah deixando o corpo, de pálpebras abertas viu o manto negro cobrí-lo completamente, sorriu, aceitou a morte. E tudo virou escuridão.

             ////

    Mithos Yggdra chegou em casa rapidamente, devido ao fato de residir em um vilarejo de pequenas proporções a maioria das casas eram localizadas contíguas as outras, ele então tratou de marchar para uma enorme sala no interior da mansão de seu pai, Mestre Vocsethul, inúmeras máquinas de treinamento estavam situadas alí e o adolescente não tardou a iniciar os trabalhos no nível mais intenso.

—O senhor Vocsethul me resgatou e cuidou de mim no pior momento de minha vida, devo muito a ele, o mínimo que posso fazer é me tornar forte o suficiente para ser-lhe útil e digno de chamá-lo de pai– pensava Mithos, entre socos e rajadas de vento.

    Da entrada do salão de treinos observava Vocsethul, sem ser notado ainda, seu pupilo continuava golpeando em máxima concentração, o mestre admirava-o talvez de forma recíproca, apesar de nunca deixar transparecer o afeto sincero pelo garoto.

—Não é mais aquele bebê chorão que encontrei perdido na floresta muito maltratado, vejo grande potencial neste jovem— Declarou mentalmente.

  ~Mestre Vocsethul Flashback ON~

“Andava pela floresta durante uma noite chuvosa da temporada dos ventos raivosos, absurdo o frio que me congelava de corpo inteiro mesmo vestindo meu agasalho de pele de gastovir, era minha vez de fazer a ronda pelo entorno e desejava logo terminá-la para retornar ao clima agradável do quartel da patrulha elemental onde deveriam estar à cear meus companheiros do serviço militar, desapeguei-me dos devaneios, pois era meu dever cumprir a missão com louvor garantindo que nenhum inimigo nos espreitava, continuei caminhando ensopado pela incessante queda d'água, para minha surpresa avistei sob a copa duma árvore uma criança que chorava abraçado as pernas tremendo de frio, a chuva descia pelos cabelos alvos se fundindo as lágrimas tristes que escorriam como cachoeira pelo rosto ferido, aproximei-me dele estendendo a mão para erguê-lo, notou minha ação e olhou-me amedrontado com seus profundos olhos prateados, o cobri com meu agasalho sem me importar com o frio que me tomava a espinha, ele estava fraco, parecia ter corrido maratona, levei então para o quartel lá alimentado-o e dando um bom banho para arrancar a inhaca desagradável de sua pele, perguntei seu nome e como havia chegado à floresta no meio da tempestade, ele não soube responder, havia sofrido grande trauma e a consciência tratou de apagar o acontecido de sua memória, o garoto acabou se apegando a mim e eu tive pena dele, vendo os cuidados meus para com o garoto um subalterno indagou:

—General Vocsethul Yggdra— pronunciou, prestando continência —é uma bela criança, tens algum parentesco com vossa excelência?

—Sim, sargento. Este é meu filho— respondi sem tirar os olhos do garoto —Seu nome é Mithos, Mithos Yggdra.

 Algum tempo depois aposentei-me da patrulha para acompanhar o crescimento de Mithos, meu único filho biológico infelizmente perdi na batalha de Imobila há anos atrás, aquele menino veio a ser meu único vínculo similar ao sentimento conhecido como amor desde o dia de minha perda, o criei sozinho, dedicando parte significativa do meu tempo a treiná-lo, ensinei os segredos do zax e construi seu caráter, formei nele guerreiro hábil, vi potencial para crescer incrivelmente, e o passar dos anos não fizeram-no me decepcionar, pelo contrário, aguentou firme meus treinos duríssimos e superou-os trabalhando com determinação. Tenho orgulho de ter Mithos Yggdra como filho.”
 
  ~Mestre Vocsethul Flashback Off~

              ////

    —Rápido, é essencial concluirmos o transporte do corpo para a base o mais breve possível, senão perderemos o espécime.

    No interior do bosque cinco seres incomuns trajando vestes negras marchavam arrastando o corpo de Mytorch Sebah pelo solo de terra úmida, de perto seguia o sexto ordenando os demais com voz elevada, estava apressado por certo motivo referente ao cadáver transportado, impaciente sacou da manga da túnica negra que vestia uma ampola terminada em agulha cujo recipiente encontava-se cheio de líquido viscoso em tom azulado, aplicou de imediato no sistema sanguíneo de Mytorch que ainda não interrompera o funcionamento.

    –Viram?! Tua demora me obrigou a usar este agente conservador, espero que não ocorra reação inesperada quando começarmos a experiência ou desejarão nunca ter nascido!

    Ao término da ameaça o suposto "líder" do grupo notou a entrada do esconderijo da sociedade secreta, uma falha em pleno ar quase imperceptível, atravessaram-na sumindo no meio do nada. Do outro lado da falha existia uma grandiosa construção feita basicamente de algo viscoso, porém, sólido e resistente o suficiente para servir de material, na verdade estava mais para uma cera negra ultra reforçada, e a construção era como uma colméia.

    —Apresenta-te agora, ou serás obliterado— exigiu a voz robótica vinda da rampa de metal que resguardava a entrada principal do esconderijo.

    —Doutor Hiikas Kapops, cientista-chefe do exército de Blazunguir— exclamou o "líder" com toda pompa.

    —Bem-vindo, doutor Hiikas Kapops. Tenha um dia produtivo.

    A rampa metálica desceu lentamente até o térreo e os seis a cruzaram adentrando então no esconderijo, por dentro dava a impressão de ser ainda maior, repleto de parafernalhas de tecnologia avançada e mais seres incomuns alí executando diversas atividades complexas, por vários blocos eram vistos centenas deles vestidos de preto a treinar em conjunto empunhando armas ou combatendo corpo-a-corpo como também a exercer funções perante máquinas digitais, enfim chegaram ao destino estabelecido pelo doutor: uma sala de cirurgia.

    —Coloquem-no sobre a maca e xispem daqui— ordenou, lavando as mãos numa bacia prateada. 

    Do alto de um mesanino assistiam aos movimentos do doutor oito entidades encapuzadas atenciosos aguardando resultados positivos. Dr. Hiikas Kapops continuou costurando os ferimentos do braço do cadáver fechando-os bem, em seguida, com o auxílio de um bisturi cortou o tórax verticalmente a partir do centro da clavícula até a linha da virilha checando a funcionalidade dos órgãos, minutos depois da morte seguiam trabalhando em força reduzida, Hiikas sorriu satisfeito.

    —Bem, senhores. Temos o espécime perfeito para a experiência.

    —Prossiga, estamos todos curiosos se funciona mesmo o agente que desenvolveu, doutor— revelou uma das entidades.

    Sorridente o doutor fez sinal para sua assistente, ela então trouxe consigo algo com o formato de uma panela de pressão exalando fumaça branquissima, removeu a tampa e de lá puxou outra ampola terminada em agulha, esta de líquido vermelho encarnado, depois de analisar minuciosamente as veias e artérias próximas do coração de Mytorch Sebah aplicou naquela que seria a mais delgada veia, fundindo o líquido ao sangue fazendo-o fluir pelo corpo sem vida, Dr. Hiikas Kapops costurou o corte feito anteriormente e virou-se para os que assistiam declarando pomposo:

    —Contemplem, senhores. Este agente não permitirá a perda de mais nenhum soldado de nossas tropas, com ele traremos de volta do mundo dos mortos qualquer que tenha morrido recentemente… vos apresento: O agente Ressurreição!

    Mytorch Sebah tossiu, seus pulmões voltando ao pleno funcionamento buscaram por oxigênio, os sinais vitais do adolescente estabilizavam gradativamente e ele se contorcia sentindo novamente a dor dos graves ferimentos, a dor de estar vivo. As oito entidades viam aquilo incrédulos, o agente Ressurreição funcionara como prometido, incrível, aplaudiram o doutor e parabenizaram-no pelo feito digno de uma divindade. Por ordem de Hiikas Mytorch foi levado para a sala de recuperação onde o submergiram no interior de uma incuba transparente interligado a monitores que transmitiam seu status para os enfermeiros incumbidos de observá-lo.

    —Cuidem bem do espécime, ouviram?! Ele me renderá muito dinheiro. Hahaha!— disse o Dr. Hiikas Kapops, tocando o vidro da incubadora.


Notas Finais


Está aí, comentem se gostaram e obg por terem lido...


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