A pequena ia sendo arrastada pelos corredores até adentrarem a outro quarto. Este era enorme e praticamente vazio. Havia um roupeiro alto e estreito entre um armário para armas e uma cômoda marrom. Nela estavam diversos frascos com líquidos de cores aleatórias. A rosada observou atentamente e estendeu sua destra para pegar um daqueles; no entanto foi impedida por um braço que a puxou em um meio abraço.
— É perigoso. — Alertou fitando-a por cima do ombro em que a cabeça da mesma repousava.
— O que é isso? — Questionou olhando para o par de ônix de Sasuke.
— Veneno. — Respondeu desinteressado.
— Mas... — Certamente questionaria o porquê de existir esse tipo de coisa em seu quarto, mas optou por não faze-lo temendo escutar algo indesejado.
— Hm?
— Nada... — Mentiu fitando seus pés.
O homem fixou seu olhar sob a rosada e depois de alguns instantes foi até uma cadeira de metal escuro e sentou-se em frente a mesa de centro. Fez um gesto com a cabeça para que Sakura o acompanhasse e foi atendido.
— Coma. — Pediu sinalizando a bandeja na mesa.
A menina o atendeu explorando todo o ambiente com seus olhos curiosos durante o ato. Notou que o que fazia o local parecer vazio era apenas seu tamanho e não a quantidade de móveis. Com um pequeno sorriso pôs-se a encarar o moreno e ao retirar a tampa da bandeja tornou o mesmo completo. Não tinha uma boa refeição já fazia algum tempo e o fato de que todas aquelas delicias eram suas a deixavam demasiadamente feliz. Começou pelas apetitosas panquecas, saboreando-as ao máximo a cada mastigada.
— Finalmente te encontrei. — Comentou Sasuke com um ar de alívio.
— Me encontrou? — Perguntou visivelmente confusa. — Como assim?
— Não é nada que você precise saber agora. Não consegue sentir?
— O que?
— Que é importante para mim. — Esclareceu apoiando seu rosto em uma das mãos; o movimento fez com que alguns fios de sua longa franja caíssem em seu olho direito.
— Eu acredito em você. — Disse deixando os talheres na mesa.
— Não é o suficiente; quero que sinta.
O maior levantou-se, caminhou até a rosada e em poucos passos estava diante da mesma, que agora mantinha a cabeça abaixada mirando suas mãos unidas. Sasuke inclinou o rosto da menina segurando seu queixo, de modo que seus olhares se encontrassem. Passou o polegar pelo lábio inferior da pequena enquanto admirava sua delicada face e lentamente suspirou. “Minha Sakura... Apenas minha...” Pensou abaixando-se, tornado a distância entre os dois bem menor.
— Sinta. — E assim dizendo acabou com a diferença de espaço entre eles com um longo selo.
A cerejeira fechou os olhos e sentiu…. Nunca havia provado de uma sensação parecida. Sentiu que naquele beijo o Uchiha caçula queria transmitir lealdade, confiança.... Considerou amor, mas descartou a possibilidade. Ainda assim ela conseguia sentir. Queria senti-lo ali para sempre, entretanto o demônio se afastou.
— Sentiu? — Indagou a poucos centímetros de seu rosto corado.
— S-senti... — Confirmou desviando o olhar.
— O que? — Perguntou voltando o rosto da menor novamente para o seu.
— Sasuke-kun eu estou envergonhada.... Não quero dizer. — Retrucou formando involuntariamente um adorável biquinho.
O moreno sorriu acariciando seus fios róseos e beijou sua testa carinhosamente, como nunca imaginou que um dia seria capaz de fazer.
— Sakura... Obrigado.
O momento de afeto foi interrompido por um forte barulho vindo da porta. Itachi ia até seu irmão possuído pela raiva de presenciar aquela cena, a grande proximidade dos dois. Empurrou o mais novo com força fazendo com que sua costa batesse em algumas mobílias quebrando-as.
— O que pensa que está fazendo, seu desgraçado? — Proferiu igualmente enfurecido, revidando seu golpe com um gancho certeiro.
— Yah! Parem seus idiotas! — Berrou a pequena tentando acalmar as coisas sem sucesso.
— Eu era quem devia perguntar isso, irmãozinho tolo! — Enfatizou dando-lhe um soco. — Vamos Haruno. — Disse tomando a canhota da rosada impacientemente.
— Não! — Replicou recolhendo a mão. — O que está fazendo aqui e por que agrediu seu irmão dessa forma?
— Eu também fui acertado.
— Ele só descontou. Eu faria o mesmo, ninguém gosta de apanhar de graça, sabe? — Articulava ironicamente, enquanto Sasuke gargalhava limpando a sangue contido em seu lábio inferior.
— Ainda existem mais contas a serem quitadas. — Evidenciou ainda gargalhando.
E em questão de segundos os dois estavam se atracando novamente por uma iniciativa do caçula.
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Madara POVs On
Tsc. Kuso Gaki*. Foi procurar aquela maldita e até agora não voltou. Quanta irresponsabilidade minha deixa-la dormir em um quarto sozinha. Estava bem mais segura aqui comigo, mas segundo Itachi eu estava sendo “abusivo” com ela, então fui erroneamente ilustrado como vilão e a tomaram de mim. Isso não vai ficar assim, nem que eu tenha que procura-los no infer... Deixa para lá.
Não precisei procurar tanto meu querido sobrinho, apenas segui o barulho de objetos se quebrando e lá estava ele, como há muito tempo não via, brigando com seu irmão mais velho. E dessa vez parecia sério, já que a forma demoníaca de ambos estava se evidenciando.
Gostaria de me sentar em uma boa poltrona e assistir, mas aquela garota tão pequena parecia frágil demais em baixo da mesa, - Aliás o fato de ela caber ali apenas agachada é surpreendente - e se ela morresse seria um problema, então tive que interferir.
— Ei seus malditos! Estão assustando nossa hóspede! — Vociferei entre os dentes. — Depois eu sou o “abusivo”. Venha Sakura, vou te levar comigo. Você jamais devia ter saído de perto de mim, para ser sincero.
Tenho que admitir, ela é bem bonitinha, especialmente com medo. Tomei-a em meus braços e a sai do quarto, deixando aqueles dois imóveis.
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Madara POVs Off
— Eu posso andar... — Murmurou inquieta no colo do mais velho.
— Mas eu quero que você fique aqui. — Retrucou.
— Pode pelo menos dizer para onde está me levando?
— Não. Na verdade, posso, mas não quero.
— Yah! Dos três você é o mais... o mais... — Articulava irritada.
— Cala a boca e envolva seus braços no meu pescoço. — Disse autoritário
— O q-quê?
— Apenas faça.
A menina o obedeceu contra vontade e nesse mesmo instante sentiu uma grande pressão no corpo. O espaço a sua volta parecia distorcido e as cores pareciam borrões. Assim que tudo se estabilizou em sua visão, deduziu estar em outro lugar; teve certeza quando sentiu a forte brisa do vendo correr pelo enorme campo em que agora se encontravam. Madara por sua vez, colocou a rosada no chão e contemplou sua expressão ao sentir a grama. “Por que ela está tão alegre? Não sabe que a qualquer momento pode ser atacada por anjos? ”
— Nós não estamos mais no inferno? — Interpelou parecendo ansiosa.
— Não.
— Eu posso correr por aqui? — O coração aparentemente imune do imperador mais velho acelerou ao ver aquele singelo e sincero sorriso.
— Até onde eu puder ver.
Inesperadamente a cerejeira deu um abraço rápido no maior e lançou-lhe mais um de seus sorrisos antes de sair vagando pelo campo. E para a grande surpresa do próprio Madara, ele retribuiu os gestos.
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Sakura POVs On
Ah, como era bom estar na terra.... Sentir a grama, o sol, o vento, o aroma das flores. Sentir... Mas por que diabos pensei nisso?
O que eu não entendia era por quê aqueles dois não vieram conosco e por quê viemos agora. Resolvi então ir perguntar para Madara, entretanto quando me virei fui arremessada pelo campo por um homem pálido e de fios castanhos. Ele usava um casaco branco gigantesco que tapava boa parte de sua face.
— Sou o anjo Shino e tenho ordens de leva-la para a sentença de morte no paraíso.
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Sakura POVs Off
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