História Dezesseis luas. - The sun, the moon and de truth

Hinata se encontrava no chão, e ao fitar os corpos seus olhos encheram de lágrimas. Estava ocorrendo novamente, ela estava perdendo o controle. Naruto estava com medo, mas observou a menina ali. Chorando no chão, ela estava tão perdida e tão amedrontada quanto ele, ele sabia o que era perder o controle.

Ambos haviam deixado ele de lado, em um transe antes disso tudo acontecer. Ele entendia o que as malditas raposas eram capazes de fazer. Os olhos se encontraram, Hinata se levantou e afastou-se

-fique longe, eu não quero te machucar- enquanto balançava a cabeça, e fitou as próprias mãos com sangue

-não, eu não vou me afastar. eu entendo sua dor

Então Hinata levantou a cabeça, parando assim de fitar o sangue que estava em suas mãos.

-Você me defendeu, você não me fez mal. Então, vem comigo

Por favor. – falou enquanto fitava a garota a sua frente

Então ele estendeu sua mão e Hinata viu o colar

-Porque você está com o meu colar? - o rosto da menina apresentava um misto de dúvida e desapontamento

- Sua irmã mandou trazer, assim você recuperou o controle eu acho

Então era isso? O colar era capaz de controla-la. Madara havia falado a verdade, mas talvez seu pai apenas a quisesse proteger certo? Havia uma explicação

- Eu sei que você deve ter muitas dúvidas, mas venha comigo seu pai pode saber explicar

Hinata fitou os orbes azuladas, e então cedeu. Tomou o colar da mão do loiro, o que rendeu uma mancha de sangue, e então colocou no próprio pescoço.

- Mas e os corpos? E quem esse homem é?

- queime-os.

Os dois foram surpreendidos por uma voz grave e conhecida, principalmente por Hinata.

-Pai? O que você faz aqui?

-Hanabi me ligou, como você está? - falou se aproximando da filha e segurando o rosto da mesma com as duas mãos. Viu vestígios de sangue no rosto delicado da menina, acompanhado de uma palidez, que antes não era presente no rosto da garota.

- confusa – a garota responde olhando para os olhos de seu pai enquanto o mesmo removia o sangue do rosto da mesma. 

-Eu prometo tentar tirar o máximo das suas dúvidas, mas confie em mim. -

        ‘’ como?’’

-Eu preciso que confie em mim, ao menos me deixe explicar tudo.

- Como Hanabi está?

- Bem, na medida do possível

- e Konohamaru? - se pronunciou o loiro que até então estava calado

- pedi para que o levassem para o hospital, não se preocupe os pais dele estão avisados

Os dois continuaram a conversar um pouco longe de Hinata, enquanto outras pessoas do clã, apareciam e queimavam os corpos. Então Hinata encontrava-se fitando o nada, perdida em seus devaneios.

Hinata pov’s on

Então era isso que eu havia causado vindo até aqui? Minha irmã e seu amigo que não tem nenhuma ligação com meus problemas corriam riscos? Eu atraio esse homem. Que mesmo fazendo isso tudo, acabou sendo o mais sincero até agora.

O que eu deveria fazer? Ele me procuraria, isso é certo. Mas o que eu farei a encara-lo novamente? Eu poderia destruí-lo ou pedir que ele acabasse com todas as minhas dúvidas.

Hanabi deve me odiar, Naruto deve ter medo de mim, mas porquê quando o beijei, me senti em um transe? Porque era como se não fossemos nós mesmos ali.

Talvez beija-lo tivesse sido um erro? Talvez a única coisa boa que ocorrera hoje, não deveria ter ocorrido

‘’ será que ele ainda quer ser meu amigo?’’ - falei em um sussurro

- Hinata? - Naruto surge atrás de mim, me tirando dos meus pensamentos

- desculpa- falo em um fio de voz

-ei, não é sua culpa, vem aqui – ele estendeu os braços em um abraço

Apenas correspondi.

-e sobre o beijo

-eu também estou confusa

- era a Kurama ali, e ela falou com algo dentro de você

Meu olhar ficou mais confuso ainda

- Kurama é minha raposa, ela meio que queria a sua? —completou com o olhar meio incerto

- Mas papai disse que eu tenho apenas o chackra de uma, e não uma dentro de mim ao menos era o que ele dizia quando era mais nova

Ótimo, mais uma questão

-eu não sei explicar, e quero pedir desculpas

- não precisa pedir, a culpa disso tudo é minha

-não é, agora eu preciso ir

Apenas assenti

Então fiquei fitando o mesmo ir embora, e ele virou e gritou

‘’ Sim, eu ainda quero ser seu amigo’’

Então ele havia escutado? Definitivamente, estar com ele aquela tarde foi a melhor coisa que podia ter ocorrido em meio àquela confusão.

Autora pov’s on

Hinata foi tirada de seus devaneios novamente quando seu pai a pediu para acompanha-lo. Ele percebia o quão confusa e triste sua filha estava, isso estava mais do que claro para ele. Os dois entraram no carro.

Silêncio.

O único som que pairava naquele local era o barulho do vento causado pelo movimento do carro.

- Eu sei que agora, pode estar tudo confuso

- sim- respondeu Hinata cabisbaixa

- quando chegarmos em casa, prometo responder tudo. sanarei todas suas dúvidas, uma por uma. mas eu preciso que confie em mim. eu tentei te proteger te mandando para longe, mas nem assim eu consegui

-pai

-não, deixe-me continuar. e-eu não queria te ver machucada, eu sei o que acontece em cada ciclo, eu te peço desculpas filha.

-a culpa não é sua, eu confio em você. – falou e Hiashi fitou a filha que possuía um olhar sincero

Naruto havia contado tudo que ocorrera, deixando de lado apenas o detalhe do beijo que até então não era a melhor coisa para se contar para o pai da menina.

O resto do caminho foi em silêncio, Hinata estava apreensiva.

Como sua irmã reagiria quando a visse?

Será que ela a odiaria? Ela mal havia chegado e já estava causando dor para aqueles que amava.

A hora que de certa forma nossa perolada não queria que chegasse havia chegado. O carro parou, então a mesma teria que descer e encarar tudo.

Ao chegar em seu clã, algumas pessoas a observavam, como se estivessem em plena consciência do que ocorrera mais cedo.

- ignore-os

Falou seu pai ao perceber o olhar da menina.

Aquilo partiu seu coração. Ele poderia ter evitado isso tudo.

Ele sabia que podia.

Então eles entraram em casa, Hiashi entrou mas Hinata não o acompanhou. Ela ficou parada vendo sua irmã que a fitava, Hanabi viera correndo. Hinata fechou seus olhos, esperando algo mas sentiu braços a rodeando

- eu fiquei com tanto medo-falou com a voz chorosa

Hinata abriu seus olhos surpresa, ela não foi rejeitada.

Então meio sem jeito correspondeu o abraço da irmã. E ao desfazer o abraço entraram juntas em casa. Neji se encontrava no sofá, com a cabeça baixa, parecia preocupado. Ao ver sua prima entrando, um sorriso brotou em seus lábios e ele abraçou a menor. Que estava tão surpreendida, que não sabia o que fazer.

- eu estou aqui- foi a única coisa que conseguiu falar em meio a aquele gesto tão inesperado de seu primo.

A partir daí, eles se separaram ouvindo a voz de Hiashi.

-após seu banho, conversaremos

- você pode me emprestar uma camisa sua? - falou com a voz meio chorosa. Ela precisava de algo que a confortasse

- claro hime, eu deixarei em seu quarto.

-obrigada- respondeu e seguiu para o banheiro, subindo as escadas.

Ao entrar no banheiro a garota começou a despir-se, peça por peça lentamente. Olhava cada detalhe de sangue presente em sua roupa e em seu corpo.

Isso não ocorreria novamente, ela não permitiria. Não permitiria mais perder o controle, e nem que ninguém que fosse importante se machucasse.

Entrou no box, deixou a agua cair sob seu corpo, fechou os olhos, e passou a mão nos cabelos agora curtos. E ficou ali, por um bom tempo. Como se o tempo tivesse parado um pouquinho para ela. Percebeu que não podia evitar essa conversa, então enrolou-se em uma toalha qualquer, recolheu suas roupas do chão. Entrando em seu quarto, viu em sua cama viu uma blusa de mangas compridas vinho.

Permitiu-se sorrir em meio ao gesto de seu primo, vestiu suas roupas intimas. Um short preto, e então colocou a camisa de seu primo. Enrolou os pequenos fios na toalha. E então decidiu descer para tirar suas dúvidas.

Ao chegar na sala, seu pai e sua mãe que até então não havia visto desde a confusão. Os dois encontravam-se de mãos dadas

-sente-se por favor. - começou sua mãe

Então a mesma apenas obedeceu.

-pode fazer suas perguntas

- a primeira é, quem é esse homem e porque ele foi expulso por ser como eu, um hibrido? meu colar e minha raposa.

-ele não é como você, ele fez experimentos junto com um homem, conhecido como Orochimaru, e assim transformou-se também em um vampiro. o clã não aceitou como o mesmo se transformou, já que usou meios que até então são desprezíveis

- o que seu pai quis dizer, é que ele machucou pessoas e as usou. fazendo-as esquecerem quem são, de onde vieram e a única coisa que faziam era obedece-lo

 

-ele não se transformou acidentalmente, ele buscou uma forma de fazer isso usando pessoas e colocando a linhagem de seu clã em risco, e então uma sede de vingança se instalou no mesmo

- e eu sou o instrumento que ele quer?

-exato- Hinata balançou a cabeça assentindo e deixando que seus pais continuassem

- e sobre o colar, ele controla sua parte lucana fazendo assim você não perder o controle. eu quis que usasse até que aprenda a lidar com as duas partes que vivem em você

-o lobo e a raposa, minha filha.

-mas eu não sei como lidar, e até então achava que apenas tinha o chackra da mesma em mim.

-você possui a mais antiga raposa, antes mesmo de Kurama, ela já existia. seu nome é Kitsu.

- e para consulta-las, no caso ambas as partes você precisa meditar, encontrando assim o seu ponto de equilíbrio-completou sua mãe.

-acho que é só isso, desculpa pelo que ocorreu hoje

- não foi sua culpa- quantas vezes ela havia ouvido isso hoje?

- eu preciso ir deitar um pouco, e pensar e prometo tentar meditar

Hinata não sabia como falaria com as duas criaturas que habitavam em si, mas ela conseguiria. E tiraria a última duvida que restava, como a raposa foi parar dentro dela? 

 

Hinata se despediu se seus pais, ela não havia notado o tempo passar, já era noite. Entoa a mesma apenas focou em subir para o seu quarto. Removeu a toalha de sua cabeça arrumou os pequenos fios de cabelo com um pente e então pegou seu notebook, e decidiu pesquisar como conversar como seu interior. Na internet as respostas eram sempre as mesmas, feche seus olhos e finja como se o tempo não existisse bla bla bla. Aquilo com certeza funcionava com humanos, mas se ela fizesse o que a mesma encontraria?

- não custa tentar. – falou quanto colocava o seu notebook em seu móvel. Sentou-se em sua cama, arrumou a coluna e respirava calmamente enquanto fechava os olhos. Ficou ali por um bom tempo, na escuridão, quanto tempo havia passado? Acabou assustando-se. Quando viu a si mesma, vestida de azul com os cabelos ainda longos ela encontrava-se serena e como se tivesse consciência aproximou-se de si mesma

-olá?

-minha cara, o que desejas visitando seu interior?

-ver sua cara que não é- respondeu uma versão de Hinata bem mais ousada que o comum trajada com uma roupa vermelha, sendo o contrário da outra

-vocês são um lobo e uma raposa?

-na verdade é a forma que queremos nos mostrar para você nesse exato momento- respondeu a versão mais convencional da mesma.

-ou podemos se transformar

-kitsu, pare de assustar a menina

A outra apenas bufou revirando os olhos

- eu queria entender isso tudo porque eu perco meu controle?

-porque essa sem graça não concorda comigo- responde Kitsu

-na verdade, é por isso mesmo. seu interior não está em paz, pois você não sabe lidar conosco

Bela informação, uau, super surpresa estou- pensou

- nós sabemos o que você pensa- respondeu a versão serena sorrindo

- como eu conseguirei lidar com vocês?

-unindo seu coração com sua mente, use os dois, coloque-os em uma balança.

Então Hinata apenas assente. Mesmo não compreendendo logo.

-se vocês sabem o que eu penso, porque simplesmente não responderam logo?

-porque não podemos fazer tudo por você- responde Kitsu

- mas quando quer beijar, e agarrar alguém você pode fazer o que quiser não é mesmo?

Kitsu bufou

- eu escolhi você para habitar, vejo que escolhi errado.

-apenas isso?

-claro que existem coisas mais complexas minha cara- se pronuncia a versão mais amena que até então estava calada. - mas você não precisa saber disso agora.

-crie seu mantra, e una suas três partes- falou kitsu.

-O sol, a lua e a verdade.

Essa foi a última coisa que Hinata ouviu antes de abrir os olhos e sentir um frio enorme. Ela iria atrás da solução e conseguiria.

O sol, a lua e a verdade.