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História Diário de Desafios(Sasusaku,Naruhina,Nejiten,Shikatema,Gaaino,Suika) - Capítulo 39


Escrita por: Atena_Partenon

Notas do Autor


Oii,mais um aqui!😉

⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️⚠️
⚠️ALERTA POSSÍVEL GATILHO:VIOLÊNCIA DOMÉSTICA!⚠️

Capítulo 40 - Capítulo 39


Fanfic / Fanfiction Diário de Desafios(Sasusaku,Naruhina,Nejiten,Shikatema,Gaaino,Suika) - Capítulo 39

Eu nunca pensei que ser a Hinata seria tão difícil. Cara,ser amigável o tempo todo era insuportável. Tinham horas que eu tinha vontade de mandar alguém tomar no rabo e não podia. Suigetsu geralmente era a pessoa que eu mais sentia vontade de fazer isso.

O certo seria meu desafio terminar ontem mas Sakura me pegou mandando Suigetsu se ferrar na terça e então disse que faria vista grossa se eu permanecesse no desafio até quinta então lá estava eu.

Desde a situação com Juugo,eu havia passado a andar com ele e Suigetsu quando não estava com as meninas. O ruivo era extremamente gentil e parecia um cão de guarda comigo já Suigetsu...eu ainda sentia vontade de mandá-lo para o inferno mas com menos frequência do que antes,ele continuava irritante mas um irritante que me fazia rir com suas palhaçadas às vezes.

Havia finalmente retornado à minha fantasia de Kurama e realmente me deliciei ao ver Ino pedir desculpas pelo seu comentário idiota. Ela parecia um tanto abatida e nem estava usando seu uniforme de líder de torcida como sempre,usava apenas o uniforme normal que eu tinha certeza que pertencia à Sakura porque a saia era mais cumprida que o normal—afinal,se Sakura e aquela bunda dela usassem uma saia do tamanho que nós usamos não ia nem tapar metade—e a blusa estava muito justa—o que a Haruno tinha de bunda,não tinha de peito,tadinha. Ela estava com uma aura triste e isso não era comum. 

A fantasia toda cheira a lisoform e isso estava mesmo me deixando louca,atacava minha alergia e com o calor que estava fazendo me dava coceira.

Eu havia ficado encarregada de tomar conta de Ino,Temari e Sakura havia desaparecido logo depois de deixarem ela comigo. As duas estavam estranhas,sérias demais e a mochila rosa e volumosa que a Haruno carregava era suspeita demais,isso sem falar que a No Sabaku como já era de praxe estava cantando,cantando Revenge da P!nk como se fosse uma ameaça velada.

Hinata estava com a banda aparentemente resolvendo alguns problemas com as líderes de torcida,Ino nem quis saber,disse que Guren—sua co-capitã—cuidaria disso. Já Tenten estava treinando passes "sozinha" no campo durante o intervalo,eu sabia muito bem que Neji estava lá a observando como sempre fazia.

Ser a Kurama sempre teve pontos positivos interessantes,além de esconder meu corpo e aquelas marcas infelizes,era fácil passar "despercebida" por tantos,o mascote era invisível,um figurante e com isso era fácil observar as pessoas e seus atos e bom,desde o primeiro ano—apenas um exemplo—eu vejo Neji assistindo aos jogos de Tenten e observando ela treinar discretamente em alguns intervalos.

Todos tinham seus segredos podres...exceto,bom,Suigetsu.

Eu nunca havia notado nada de diferente nele,ele era sempre aquele palhaço indiferente à tudo. Não era possível que ele fosse sempre assim,ele tinha que ter um segredo. Talvez essa fosse uma das coisas que mais me incomodava nele desde sempre. Eu gostava de saber mais do que a maioria das pessoas umas sobre as outras mas sobre Suigetsu eu só conhecia o senso comum:capitão do time de natação,palhaço,brincalhão,tinha como melhor amigo o Juugo e...só. Nada mais.

Era frustrante e eu não gostava de estar frustrada.

Entretanto,tinha algo que eu vinha passando a perceber ou valorizar ultimamente,ele—como o meu irmão—estava sempre sorrindo e gostava de animar as pessoas como fazia com Ino naquele momento deixando ela jogar uvas para o alto e ele pegando com a boca.

A cena me fazia sorrir um pouco,mesmo que discretamente.

Quando Ino chegou,ele não perguntou o que havia acontecido nem nada,ele apenas tentou anima-la e estava conseguindo.

—Peraí peraí...—ele disse sorrindo.—Pode jogar,loirinha!—Ino o fez e ele agarrou no ato a última uva.

Eu e Juugo éramos os mais silenciosos da mesa mas observávamos a cena com leves sorrisos. Eu tinha que admitir,o Hozuki tinha um coração bom.

Meu pescoço coçou mais pelo calor que fazia. Aparentemente o ar condicionado estava quebrado naquele dia e isso não estava ajudando nada a minha vida.

—Vou ao banheiro.—avisei já me levantando.

Sem esperar respostas saí correndo até o banheiro mais próximo que por sinal era o vestiário feminino.

Entrei de supetão e fui lavar o rosto e já ia tirar a fantasia para passar panos úmidos mas notei que haviam outras garotas no recinto e retrocedi. 

Eram algumas das jogadoras de Tenten,as menos antipáticas. Elas estavam vestindo apenas sutiã e calcinha e carregavam mudas de roupas enquanto se vestiam.

—E aí,Karin,de volta ao posto?—uma delas brincou e eu sorri fraco sentindo um bolo em minha garganta.

Elas não tinham ressalvas em se vestir na frente de outras pessoas ou usar roupas abertas em dias quentes,não tinham vergonha de seus corpos,seus corpos perfeitos e tonificados com a pele lisa e uniforme...

Eu nunca seria como elas,nunca. Ele me tirou isso.

Quando elas saíram eu tirei a parte de cima da fantasia e peguei alguns lenços no porta papel e então...

...me olhei no espelho.

Minha pele possuía marcas de queimaduras por todo lado,quem olhasse poderia pensar que eram mordidas pelo formato mas não,eu lembro de cada uma delas e o que causou cada uma delas.

Um arroz queimado me deu uma queimadura no ombro.

Um copo quebrado rendeu uma em minha barriga.

O aparador sujo de poeira me rendeu uma no antebraço.

Uma flor morta me rendeu uma próxima ao pescoço.

Apenas por eu ser parecida com minha mãe,os mesmos olhos,os mesmos cabelos...me rendeu uma no pescoço. Essa havia sido a primeira de muitas.

Os policiais e médicos que cuidaram do meu caso estimaram que aos onze anos eu tinha espalhadas pelo corpo cerca de cinquenta e sete queimaduras exatamente idênticas,umas mais velhas que outras,algumas eram tão recentes que não tinham sequer criado casquina na época. 

Algumas dessas queimaduras nem sequer motivos tinham,era só porque ele queria me ferir.

Ele? Ele era meu progenitor,nunca poderia me referir à ele como meu pai,jamais. Meu pai era Minato Namikaze e não aquele ser repugnante que havia me transformado num...monstro horrível com a pele cheia de cicatrizes. 

Lembro de cada uma delas. Cada motivo ou quando não tinham motivo. Lembro de como doía,de como era difícil limpar elas. Lembro do quão difícil era continuar as tarefas domésticas com elas doendo no dia seguinte.

Lembro-me do atiçador de lareira de formato tão característico que lembrava uma mordida,incandescente sendo posto em minha pele enquanto eu gritava de dor e desespero. 

Isso começou quando eu tinha oito anos,logo após o falecimento da minha mãe. Meu progenitor mudou da água para o vinho,antes ele era um bom pai,carinhoso...e aí ela morreu e ele morreu também,de maneira diferente mas para mim ele havia morrido. Geralmente essas queimaduras em nos braços tanto que a maioria estão localizadas neles mas ainda haviam algumas nas pernas. Fiquei com ele até os onze anos quando minha tia descobriu tudo ao ir me visitar depois do meu pai restringir até as ligações que ela fazia e ela surtar de raiva e invadir a casa querendo me ver. E ela viu,eu usando uma regata branca suja de sangue pela queimadura aberta na barriga,uma recém feita no braço e outra na mão enquanto eu morria de dor tentando lavar a louça do dia. Kushina Uzumaki e Minato Namikaze não eram biologicamente meus pais e sim meus tios—no caso de Kushina—mas no que dizia respeito ao meu coração,eles eram meus pais e Naruto meu irmão. Eles cuidaram de mim de todas as formas possíveis e impossíveis,sempre tentando fazer com que eu me sentisse melhor,que fosse feliz depois de passar por aquele inferno e eu era,era sim.

Mas...haviam momentos,geralmente quando eu me olhava no espelho,que me sentia um caco...todas as memórias doloridas vinham com força assim como os pensamentos negativos...e isso acabava comigo.

—Karin...?—ouvi a voz falha de Ino atrás de mim e olhei pelo espelho dando de cara com uma loira horrorizada.

Meus olhos se encheram de lágrimas vendo aquele horror em seu rosto.

—Você está bem? O que são essas marcas?—indagou se aproximando e então segurou meus ombros de maneira delicada e carinhosa. Ela não tinha nojo? Geralmente as pessoas só de olhar transmitiam nojo...

—Q-queimaduras...—balbuciei chorosa e ela me abraçou.—Cicatrizes de um passado distante,antes de eu vir para Konoha e ser adotada pelos Uzumaki Namikaze...

—Quer conversar sobre?—indagou tensa e eu neguei veementemente. Não era fácil falar sobre aquilo,nada fácil,não conseguia me abrir com qualquer pessoa,era difícil me deixar confortável.—Certo,vem cá,você tá suando muito...—falou se afastando e pegou um pacote de lenços umedecidos em sua bolsa e tirou alguns me limpando e depois secando enquanto minhas lágrimas ainda escorriam mas mais lentamente.

Ela não havia dito nada sobre as marcas serem horríveis ou nojentas,não havia nem mesmo se recusado a tocar ao me abraçar e ajudar com o suor.

Eu nunca esqueceria desse fato. Era uma coisa mínima mas que muitos se recusavam a fazer,sempre me olhando com desprezo e nojo ao exibir minhas queimaduras,se eu esbarrava em alguém agiam como se fosse lepra. Ino era uma boa pessoa pois nem sequer éramos amigas a até algumas semanas e agora ela estava ali me ajudando e secando minhas lágrimas.

•—•

Mesmo que Ino não tivesse feito perguntas ou insistido no assunto e tivesse conseguido me acalmar,meu dia seguiu melancólico e sufocante.

Liguei para minha mãe e pedi para ir embora mais cedo da escola,expliquei que não estava legal e ela só pediu que eu conversasse com ela depois que ela chegasse do trabalho e eu concordei.

Mas até mesmo em casa...tudo estava sufocante,quente e abafado,parecia que as paredes iam se fechar e me comprimir até que eu virasse nada mais nada menos do que uma panqueca molenga.

Não dava,não podia continuar ali.

Sai correndo sem nem me importar se eu estava usando uma regata e shorts curtos. Corri como se não houvesse amanhã para o único lugar que me acalmaria,um lago escondido no bosque mais denso de Konoha.

Eu ia até lá sempre que essas crises me pegavam,observar a água calma e límpida me acalmava,às vezes os pássaros voavam ao meu redor cantando...era tão bom...

Sentei na beira da água sem olhar para o reflexo e comecei a fazer os exercícios de respiração da psicóloga.

Aos poucos fui me acalmando.

—Karin?—ouvi uma voz familiar e olhei assustada para o reflexo da água. 

Suigetsu estava atrás de mim.

Comecei a tremer e ele apenas suspirou e se sentou ao meu lado tranquilamente tirando suas botas pesadas,longas e surradas e pondo os pés na água relaxado.

—Sabe,eu vinha nesse lago sempre que podia depois que eu e meus irmãos nos mudamos para cá. Mangetsu havia se tornado uma pessoa muito fechada e difícil de lidar,ele sempre foi sério mas depois que nossa mãe morreu...é,ele ficou ainda mais difícil. Kissame estava sobrecarregado,afinal,havíamos saído de casa às pressas só com algumas economias e o dinheiro que nossa mãe havia nos deixado e ele,com apenas dezoito anos,tinha que cuidar do irmão de quinze com um espírito fechado e o irmãozinho de dez pestinha que não conseguia ficar quieto e falava pelos cotovelos.—ele riu leve.—Era difícil,no geral estava sempre sozinho em casa,na escola...era difícil e eu sentia muita falta da minha mãe,aí eu descobri esse lago,me lembrava minha mãe e os dias que íamos juntos tomar banho de lago em Kiri,ficava aqui horas ao invés de estar sozinho em casa,acompanhado de minhas lembranças felizes.—contou nostálgico.—Um ano depois alguém mais descobriu esse lago. Era uma garotinha ruiva franzina que chorava desesperada,eu queria ir acalma-la mas temia assusta-lá e incomoda-la então ficava de longe pronto para caso algo desse errado,caso aquele choro evoluísse para uma crise de pânico mais grave,ela não estaria desamparada,às vezes eu assobiava para os pássaros voarem cantando perto dela e adorava quando ela sorria por isso. Ficava feliz em ser útil.—arregalei os olhos surpresa.—Ela estava sempre tão desesperada que não me notava do outro lado do lago. Um tempo depois eu acabei virando amigo de um garoto loiro escandaloso,que olhando por um ângulo era idiota que nem eu.—ele riu negando com a cabeça e bagunçou os cabelos claros.—Um dia ele me chamou para jogar videogame na casa dele com alguns outros garotos e eu fui para dar de cara com a garota ruiva furiosa aparentemente por o irmão,o tal garoto,ter mexido em seus perfumes.—ele riu e eu me lembrei dessa memória tão escondida. Foi o dia que o conheci,tínhamos onze anos e ele fez um comentário sobre meu cabelo...—Fiz um comentário sobre o cabelo dela parecer fogo e ela não gostou nada.—ele gargalhou.—Mas não era uma ofensa,lembrava fogo assim como sua personalidade mas não era necessariamente ruim. Eu estranhei que ela estivesse com casaco,calças e luvas naquele calor que fazia,era primavera e eu aprendi da maneira mais difícil que Konoha era extremamente quente. Então eu notei que ela estava ocultando suas cicatrizes nos braços e pernas.—eu engoli seco e ele suspirou.—Resolvi deixar quieto,afinal,se ela estava escondendo era porque a deixava desconfortável e eu não queria isso. Ao longo dos anos eu via o quão desconfortável ela ficava às vezes quando a tocavam ou com suas roupas,eu quando cresci aprendi a ler sinais de violência doméstica e seus traumas,eu era fruto disso também então...às vezes era como me olhar no espelho.—eu arregalei os olhos e o encarei horrorizada. Ele estava calmamente retirando suas luvas de motoqueiro enquanto eu tentava me cobrir. Ele retirou as luvas e eu franzi o cenho.—Quando eu era pequeno,gostava muito de jogar bola de gude no quintal de casa,meu pai quando estava com raiva ou queria me castigar até por existir,batia nas minhas mãos,às vezes queimava...—contou lentamente e eu observei suas mãos,elas tinham muitas cicatrizes por todos os lados,diferentes uma das outras,algumas mais profundas e outras mais superficiais. 

Lembrei-me de um fato que eu nunca havia prestado atenção de verdade:Suigetsu nunca tirava suas luvas a não ser que fosse nadar mas aí suas mãos estavam sempre dentro d'água ou repetindo movimentos tão rápidos que seria impossível ver aquelas marcas.—Eu sempre escondi não por vergonha e sim porque não gosto dos olhares de pena. Olhe,o que eu quero dizer é:não tem que sentir vergonha dessas cicatrizes e não precisa ficar se colocando para baixo por causa delas,são marcas de uma guerreira,de uma sobrevivente,okay? Porque quem passa pela violência doméstica e está viva para ver o sol nascer mais um dia,é uma guerreira. Entende?—eu engoli seco e assenti com meus olhos cheios de lágrimas.—E outra,podem falar o que quiserem mas não muda o fato de você é uma das garotas mais bonitas que eu já conheci,as cicatrizes não mudam isso. Eu adoro esse seu cabelo ruivo indomável,esses olhos castanho avermelhados enlouquecedores,esse nariz arrebitado e engraçado,seu sorriso,seus inúmeros perfumes,inclusive,mulher,por que você tem tantos perfumes?!—exclamou e eu ri. Ele me fez rir em meio aquele caos.—Não esqueça disso,okay? Se sente mais confortável coberta,tudo bem mas não pense que é menos que as outras garotas,essas marcas não deveriam estar aí mas demonstram que você é uma sobrevivente. Quantas pessoas não passam pelo mesmo que você e não veem o sol nascer mais um dia? Você é forte e linda,por fora e por dentro,não se esqueça jamais.—falou sério pela primeira vez desde que o conhecia.

Funguei e avancei sobre ele o abraçando pela cintura apertado e ele retribuiu acariciando minhas costas,ombros e traçando cada cicatriz com delicadeza e carinho.

Ele estava quentinho e cheirava à…Acqua di Giò Absolu,consegui reconhecer. Um bom gosto para perfume eu diria.

—O que acha de comermos um algodão doce? Lá no parque tem uma carrocinha que é uma delícia!—ele disse sorridente e eu retribui da mesma forma assentindo. Ele se levantou pegou suas botas e me estendeu a mão.—Quer..quer meu casaco?—perguntou hesitante e eu olhei para meus braços e suas mãos nuas. Respirei fundo.

—Não,não precisa,só vamos logo,estou com fome e estou pensando em cachorro quente e depois um desses algodões doces que você disse.—falei e ele sorriu amplamente antes de passar o braço pelo meu ombro e nós seguirmos juntos para fora do bosque.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e até a próxima e obrigada!❤️✨


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