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História Diário de um andarilho - Dia 31


Escrita por: Yonov

Capítulo 20 - Dia 31


Depois de uma boa caminhada, chegamos na "minha cidade", Columbus, que está um pouco maior do que eu me lembrava.  A mina de Nalênio está um pouco maior e tem mais gente trabalhando nela, parece que a economia local está crescendo bastante. As casas que antes eram improvisadas agora estão com uma estrutura um pouco melhorada, com partes de madeira, portas descentes e algumas das janelas funcionais. Amaterasu olhava ao redor pelo ambiente sem pessoas, não muito impressionada, mas não demorou muito até todos pararem pra olhar uma casa que estava bem no final da rua que seguíamos, uma enorme casa de madeira de dois andares, incrivelmente a melhor casa do lugar. Me perguntaram de quem era, e quando disse que era minha, não acreditaram a princípio, mas prometi explicar quando chegássemos lá. E bem... o Corvo sumiu na noite passada.

Poucos minutos depois estávamos na porta, e um homem negro de altura mediana e relativamente bem vestido abriu a porta e saiu. Quando ele me viu, abriu um sorriso e falou:
-Andarilho! Que bom te ver de novo! Estava terminando de depositar sua parte da venda de Nalênio.
-E aí, John, já disse que não precisa se preocupar com isso. Como vão as coisas por aqui? -Respondi tentando soar o mais amigável possível, apesar de que não sou muito bom nisso.
-Muito bem, conseguimos expandir a mina de Nalênio e aumentamos a distribuição pra Quartz City, como você disse. -Ele olhou para minha "turma" e levantou uma sobrancelha- Que estranho... Você... acompanhado? Que milagre.
-Pois é. Conheci esse pessoal recentemente, e como estavam passando por momentos difíceis, resolvi trazer eles pra cá. -Eles se apresentaram. Sakura ficou retraída de novo e foi um pouco pra trás, próxima ao Richard, mas ainda sim cumprimentou ele, e Elisa permaneceu calada. Ele se apresentou com Johnnatan Hernandez .
-Prazer em conhecer vocês. Acho que devem ter percebido, esse cara pode parecer mal por fora por causa da cara de sério, mas por dentro é um "amor de pessoa" hahaha! -Riu. levantei uma sobrancelha, por favor, que comentário mais desnecessário - Enfim, aproveitem a estadia aqui. Se precisar de algo é só avisar.

Concordei com ele e entramos na casa. Todos pareciam um pouco espantados, e entendo o porquê, a casa é imensa mesmo, e tem alguns móveis, como, um sofá. duas camas  no primeiro andar(não muito melhores do que eles tem) e estantes (e uma delas inclusive, está lotada de livros e documentos que encontrei nas minhas explorações, e em uma das paredes do térreo possui várias armas que também consegui: Uma AR-15, uma AK-47, uma AK-47 Alpha, um Scar-H e uma L115A3, a munição delas está guardado em outras áreas.

Não demorou muito até notarem também uma quantidade descente de dinheiro. O Richard foi quem gritou:
- 400.000 Reis?!
-Já reviraram minha casa inteira? Que rápido...  -Disse.
-X, como foi que você conseguiu tudo isso? -Amaterasu disse.
-Longa história.
-Vai esconder isso também? -Retrucou.
-Não. Só estou sem saco pra explicar. -massageei as têmporas e sentei na escada, no último degrau, estava cansado mesmo. Não conseguia parar de pensar no medalhão dos Crossed Delta. Por sinal, Elisa estava deitada na cama no momento.
-Sério mesmo? Você fez todo um mistério sobre esse lugar e sua vida, e agora não quer dar essa explicação? -Amaterasu me cutucou de novo, me levantei, fui até uma gaveta do lado de uma das camas e de lá, tirei meu "charuto", um cilindro metálico com uma extremidade fina com uma cavidade nas duas pontas, também tirei um pouco da erva azul de um pote, coloquei no charuto e dei uma boa tragada.
-X, você se droga? -Perguntou Sakura meio surpresa.
-Não, isso é Mentax, uma planta com vapor anti-inflamatório, que abre os brônquios e facilita a respiração, sem falar que refresca um pouco. Não dá pra ficar chapado com isso, descobri naquele livro de capa verde ali -Apontei pro livro em questão na estante.
-x....er... X? -Elisa me chamou timidamente. - Você pode... me ensinar a ler? 
-Tsc... -Massageei novamente as têmporas e disse-  Posso tentar, mas depois. -Ela olhou pra mim e concordou.
-Eu também estou curioso quanto a isso, X. A cidade inteira não tem metade dos recursos que essa casa tem, o que foi que você fez? -Richard perguntou.
-Ta, Ta, Ta..... -suspirei- Eu dei um tiro na cabeça de um homem que não fui com a cara. -Respondi impacientemente.
-Sério?! -Amaterasu, ainda mais surpresa disse.
-Não. 
-Que droga -Ela deu um sorriso de canto de rosto meio embaraçoso- Acho que não tem jeito mesmo.
-Puta que pariu, vocês são insistentes -Dei uma tragada no charuto- Vou contar logo já que vocês não tem paciência pra esperar um dia. A  mais ou menos dois meses atrás eu apareci nessa cidade, nunca havia passado por aqui, -Dei uma pequena pausa- não que eu lembre, o lugar era uns 2/3 menor do que é hoje, em todo o lugar tinha pelo menos 1 cara armado com uma submetralhadora olhando pra mim. Não via ninguém fora eles, entrei no bar e pedi um copo d'água, e depois que bebi notei um homem negro que estava olhando pra mim por um tempo,  não vi nenhuma arma com ele. Fui em direção a ele e me sentei na mesma mesa, olhei ao redor mas não vi ninguém armado. Ele rapidamente me falou que precisava que eu matasse um homem, um alto, branco, de 1,85 de altura, careca e que estava usando um casaco sem uma das mangas, rapidamente disse que não era mercenário, e quando estava prestes a manda-lo ir se foder, me contou que ele estava prendendo todo mundo daqui, tomou as armas e não permitia ninguém sair, além de que em breve viria atrás de mim.
-Então os caras armados de antes eram capatazes dele? -Richard perguntou, e respondi positivamente.
-Pensei "Ah nossa, não tenho nada a perder mesmo, tanto faz", me levantei e saí do bar pra falar com um dos caras armados, me aproximei e perguntei onde o chefão dele estava, ele me respondeu que não com grosseria e me mandou tomar no cu, olhei pra cara dele e percebi que tinham 3 deles na área, um atrás de mim e outro na esquerda. Me virei levemente olhando para o cara da esquerda, e disse "tudo bem então, se é assim". Na época eu já tinha as armas que carrego hoje, então com dois movimentos rápidos, saquei duas pistolas e atirei no cara e no que agora estava a minha esquerda, e apontei a arma pro terceiro a minha frente, mas logo percebi que ele ia levantar a submetralhadora de qualquer jeito e a atirei nele. Obviamente um tiro por si só pode não matar de vez, então finalizei eles e fiquei esperando sentado na entrada do bar.
- E você achava mesmo que eles iam te receber te braços abertos desse jeito? -Richard comentou. Elisa nesse momento se levantou da cama e se aproximou.
-Sabia que existia essa possibilidade, mas resolvi arriscar. Não demorou quase nada até um cara que batia com a descrição vir acompanhado de dois homens igualmente armados, o homem estava com um revolver praticamente idêntico a um que eu estava usando, então tive uma ideia. Ele chegou perto de mim e me mandou ficar de pé e perguntou que porra foi aquela, eu disse que fiz uma pergunta a um dos homens dele e me trataram com hostilidade, e por conta disso eu tirei a vida deles.
-E o que ele respondeu? -Derslen perguntou, ele estavam bem concentrado na história, parecia até uma criança.
-Nada no começo, os dois caras apontaram suas armas pra mim, e como já esperava isso fiquei tranquilo. Pedi pra abaixarem as armas, que queria negociar com o chefe deles, e isso chamou a atenção dele, me perguntou como queria negociar com ele matando três de seus homens, e respondi que queria me juntar a eles, mostrei que era superior a três homens com equipamento melhor do que o meu, usando apenas pistolas e reagindo mais rápido o suficiente pra nocautea-los mesmo estando em pontos diferentes.
-Você estava mentindo pra ele então? -Sakura perguntou.
-Basicamente sim, ao menos na parte de me juntar. Descarreguei minhas armas na frente dele, e coloquei as balas naquela mochila, que no dia estava usando e agora que está pendurada naquela parede ali. -apontei pro objeto em questão - Ele mandou os homens recolherem os corpos e fomos dar uma caminhada, enquanto conversávamos, roubei o revólver dele e troquei com o meu que estava sem balas sem ele notar, e seguimos para essa casa, onde morava. Chegando aqui, perguntei a ele como foi que ele assumiu o controle dessa cidade, e disse que na verdade foram contratados pra fazer a segurança do lugar, mas resolveram tomar a iniciativa de usar esse lugar como quartel e proteger do jeito deles, disse algo que seria um ótima fonte de renda explorar essas pessoas.
-Mas que filho de uma p- Richard comentou, mas ao olhar para a Elisa, interrompeu antes de terminar. Parece que ele se preocupa com  a integridade dos mais jovens, ou algo assim, sei lá.
-Eu olhei bem pra cara dele e perguntei por que simplesmente não trabalhava honestamente, e ele, meio puto com esse comentário, disse que não se cresce na vida assim, que os grandes são todos corruptos e influenciadores, que o mundo era dos mais fortes e os fracos precisam obedecer. Perguntei a ele por que ele não me obedece então, mas já emputecido, falou que ia mostrar quem deveria obedecer quem e puxou o revolver e apertou o gatilho na minha cara, mas como não disparou, ficou com um olhar de bosta tentando entender o que aconteceu, puxei o revólver que eu troquei com ele e meti uma bala no crânio dele... bem o original dele estava carregado, o meu não, como troquei... já dá pra entender.
-Os capangas ouviram os tiros, alguns deles já dentro da casa tentaram reagir, mas pulei pra detrás de um sofá e matei dois. -Continuei- Rapidamente carreguei minhas armas de novo e saí da residência, onde troquei tiro com os outros e os eliminei. Comecei a revirar os corpos deles e estava me preparando pra sair, quando parte da população saiu de suas casas pra entender o que estava acontecendo, e como viu todos mortos e só eu armado, tiraram a conclusão de que fui eu o autor do ato. O cara negro de antes, presenciou tudo e afirmou que fui eu mesmo, e todo mundo basicamente ficou feliz e resolveu me dar a casa, aquela mesma história clichê de sempre. O Cara negro era o John que vocês conheceram agora, o mais novo prefeito. 
-E você saiu disso tudo sem um único arranhão?  - Derslen perguntou agitado.
-Sim, não levei um único tiro. Depois de termos reorganizado o lugar, encontramos uma região rica em minérios na proximidade, pedi a eles pra venderem alguns móveis e enviarem algum comerciante pra fechar negócios com Quartz City. Então a cidade começou a enriquecer com a venda de Nalênio e com a venda dos equipamentos que os caras trouxeram. Agora o povo tem armas, e já chegou a se defender de uma invasão de outros capatazes que queriam se vingar. É isso.
-Então todo esse dinheiro que você tem.... -Amaterasu disse.
-Dinheiro vindo da venda de Nalênio. No final das contas eu não pedi nada disso, eles me presentearam, e mesmo tendo pedido pra desmontarem essa casa e usar os recursos no resto da cidade, se recusaram.

Depois de ter explicado a história, o pessoal ficou comentando sobre isso por um tempo, perguntando bagulhos tipo 'e como porras você conseguiu matar todo mundo assim?!" e a única resposta lógica que consegui achar foi "Boa pergunta, só sei que os caras eram lentos e vesgos".

Agora já é noite, amaterasu e Sakura estão dormindo na mesma cama, Elisa na outra, Richard no sofá e eu vou dormir chão, e mesmo que isso não pareça algo que eu faria (e realmente não é), pra mim tanto faz, não pretendo ficar muito tempo aqui mesmo. Mas vou ser honesto, hoje está uma bela noite, calma, fria, e dessa vez um pouco mais segura.
 



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