História Diário de uma funcionária da Umbrella - Página 23: por que eu?

                 1 de janeiro de 1999

Bom, feliz ano novo para mim mas que realmente eu desejaria estar morta. Tecnicamente, só estou respirando pois minha alma morreu faz tempo. 

Eu não vejo mais as pessoas no mundo, faz tanto tempo que não saiu daqui pois estou presa há quase um mês. Wesker se foi e me deixou presa aqui com aquele maldito do Josh. Deus, como eu odeio ele. ODEIO! 

Do fundo do meu coração, eu quero que ele morra. Ele sempre me provoca, fala em como vai ser divertido me matar ou matar minha mãe... e a minha mãe, nossa! Presa ainda dentro daquela cela. Eu ainda não fui vê-la pessoalmente. Mas, Deus, ela não fez nada para merecer aquilo. 

Porém em meio há tanta desgraça, acho que estou à poucos passos de descobrir o T-Veronica. Meu Deus, é um vírus super complicado e realmente só um gênio para criar suas propriedades. Entretanto Wesker conseguiu um hospedeiro que tinha fragmentos do vírus em seu corpo, ele não me falou quem era a vítima, mas disse que era da Ilha. Jesus, eu só penso na Claire... Claire, Chris, Jill e a Becca... que saudades eu sinto deles e até do grandão do Barry. Faria de tudo para poder ver eles de novo mas acho que depois que finalizar esse vírus, eu vou ser o seu primeiro hospedeiro, Wesker disse que ia liberdade minha mãe e eu mas acho que ele tem outros planos para nós. 

De qualquer jeito, não posso desistir pelo menos não agora. Eu vou tirar nós duas daqui mãe e vivas! Eu prometo!

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Maggie estava no laboratório, ainda tinha muitas coisas para fazer com o vírus, ver como ele funcionava e quais são suas propriedades.

- "Que merda de vírus! É tão complexo." 

Nem o T-vírus era tão complicado assim. Esse T-Veronica estava sendo um pé no saco.

- "Bosta! Desse jeito vou ficar aqui até por meses."

E não era isso o que ela queria. Claro que queria logo descobrir o vírus e dar o fora dali.

- Vejo que você está sendo bem empenhada em sua tarefa. Continue assim. 

Wesker havia aparecido do nada e isso fez com que Mag se assustasse. 

- Meu Deus.

Ela quase deixou a amostra cair e isso vez com que ela sentisse mais ódio de Wesker. Porém ele apenas a ignorou e ficou observando o que ela estava fazendo.

- Você não precisa fazer isso, Wesker. É tão esperto e brilhante quanto eu, não sei porquê você está fazendo isso.

- Tem razão, realmente sou mais esperto do que você. Na verdade, acho que só o William me ultrapassava. Mas agora ele está morto e eu não tenho mais saco para essas merdas. Por isso você está aqui.

Mag mordeu a língua com tanta força que podia sentir o gosto do sangue vindo, mas seu ódio estava enorme por ele, pela situação e por aquelas palavras.

- Mas eu vou ser bom com você, Mag. Não por você mas porque William sempre me falava bem de você. Ainda mais no sexo.

Os olhos de Mag se arregalaram. Como ele sabia disso? 

- O que disse?

- Não se faça de besta. O William me falou tudo. Desde como você se jogava para ele até quando ele ficou com você. Mas é claro que não disse nada afinal ele ficou com medo de cair nos ouvidos daquela louca da mulher dele. Mas deixe isso para lá, são tudo águas passadas. Só falei isso para você saber que sei muita coisa ao seu respeito. Agora venha comigo!

Mag não disse nada, não sabia na onde enfiar a cara. Estava triste, estava com raiva mas principalmente estava envergonhada de si mesma. Ela só queria morrer, estava cansada. Levantava cedo e saia do laboratório tarde, estava prestes à enlouquecer. Ele a conduziu para um elevador mais afastado.

Porém depois que ambos desceram do elevador, Mag pôde sentir um cheiro podre, aquilo só podia ser cheiro de gente morta. Ela reparou que estava numa espécie de esgoto pois além do cheiro de gente morta, havia também o fedor de sujeira. Tinha uma pequena correnteza de água ali e havia uma espécie de prisão em volta. Mag estreitou os olhos, pois era um breu lascado, ela só podia imaginar que ou Wesker iria matar ela ali (o que seria pouco provável pois ela estava sendo útil para ele) ou talvez iria mostrar alguma B.O.W, pois aqueles monstros só podiam ficar ali.

Entretanto ele parou numa cela mais afastada e pegou uma lanterna e iluminou o lugar. Mag teve que segurar o seu próprio bile, ficou enojada com o que viu e seu coração pareceu parar. Sua mãe, ela estava...

- Mamãe!

Ela tentou se aproximar mas a mulher estava mais afastada, num canto com correntes em seus tornozelos magros e pálidos. Sua mãe, que sempre foi bonita e alegre, parecia um monte de ossos, seu rosto estava pálido e os olhos fundos, por conta das olheiras. Quando ela viu que Mag estava ali, foi se arrastejando até encontrar a mão da filha.

- Mag...

Ela tossiu, sua mão estava gelada e ossuda, as unhas sujas e compridas. 

- Mãe... me perdoe... eu não queria nada disso pra você.

Mag se voltou para Wesker.

- Por favor, solte ela. Ela precisa de um médico, está morrendo!

Wesker lhe deu um sorriso tranqüilizador.

- Querida, não se preocupe. Ela está bem, não irá morrer agora e pode acreditar nisso. Só trouxe você aqui para você ter certeza que não estou brincando. E um aviso também, se você estiver planejando algo, não vai ser você que irá pagar mas sim ela.

Ele gesticulou para sua mãe.

- Agora vamos. 

Wesker puxou Mag pelo braço. Ela olhou para trás e viu sua mãe chorando, ela não podia acreditar naquilo.

Sim, ela queria morrer pois estava cansada daquilo, seu corpo e sua mente estavam cansados demais mas ela tinha que continuar viva pela sua mãe. Ela olhou para Wesker, sabia que não podia matar ele afinal ele não era mais humano, mas que quando tudo aquilo terminasse e quando a sua mãe estivesse a salvo, ela iria fazer ele pagar bem caro. E com juros.

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- CLAIRE! 

Chris estava muito empolgado para mostrar as notícias para sua irmãzinha. 

- O QUEEEE???

Claire gritou do outro lado do cômodo, não era uma casa grande (não como a mansão do Spencer) porém era uma casa espaçosa, dava para ter uma certa privacidade. Barry, Chris, Jill, Rebecca e Claire haviam se mudado para essa casa em NY há três semanas atrás. Era um bom lugar para um descanso mas principalmente para se esconderem. A família de Barry estava no Canadá e ele só estava ali de passagem.

- "Vendo como estão essas crianças."

Foramcas palavras dele. Chris já tinha quase vinte e seis anos mas Barry era uma figura um tanto quanto paternal para ele e Claire. Obviamente ele não ligava e até mesmo gostava, só era ruim quando Barry literalmente tratava Chris como uma criança. Jill e Rebecca chegaram junto com eles, as meninas também estavam sem um lugar fixo e então os quatro decidiram ficar juntos. Leon preferia ficar sozinho.

- "É um bom sujeito, mas gosta de fazer as coisas sozinho. Fazer o que, né?"

Chris havia insistido para Leon ficar junto deles mas o jovem policial (ex na verdade) disse que seria melhor ele investigar de seu jeito. Chris não achava que ele estava apenas tentando se afastar para não se meter em mais encrenca. Não, aquele não era o jeito do Leon. Chris só tinha a impressão que ele não gostava de lidar com ordens. O que era bem engraçado por dois motivos: a primeira porque sendo um policial, Leon iria ter que obedecer ordens de qualquer jeito. Segundo porque Chris era o último cara do mundo para dar ordens, não era o seu jeito. De qualquer jeito, respeitou a opinião e o espaço de Leon. 

- Então, o que você queria? Ficou me gritando tanto.

Claire lhe deu um sorriso besta, foi então que Chris percebeu que já estava ali há alguns minutos.

- Você viu as últimas notícias? Parece  que o governo finalmente vai investigar a Umbrella... nossos feitos não foram em vão.

- Sério? Quer dizer, não que vão prender os chefes de uma hora para outra. Mas é um bom começo.

- Sim e isso é ótimo. 

Claire lhe deu um sorriso, então voltou-se para janela em direção ao céu.

- Alexia já pagou, Steve. Agora só falta os outros. Eu prometo à você que vamos pegá-los.

Chris sentou-se ao lado de sua irmã e lhe segurou a mão.

- Vamos acabar com eles, Claire. Por todas as vítimas que a Umbrella já fez.

Ela lhe deu um sorriso amável.

- Sim. Então, as meninas já sabem? 

- A Jill já sabe sim e eu vou contar para a Rebecca agora mesmo.

- Vá fazer isso, ela tá tão estranha ultimamente. Tô achando ela tão desanimada.

- Deve estar triste pela Mag. Elas eram bem amigas.

Claire desviou o olhar e Chris entendeu, não era só Rebecca que estava sofrendo, Claire ainda também estava bem triste por Steve. Então Chris lhe deu um beijo na testa e foi para o quarto da jovem S.T.A.R.S.

Rebecca estava em seu pequeno quarto, deita e lendo um livro. Chris não queria interromper e por isso foi saindo quando percebeu que estava lendo, porém a jovem o chamou.

- Eu sei que você tá aí, Chris e não precisa se preocupar, não vai me atrapalhar. 

Ele apareceu na porta com um sorriso tímido.

- Desculpa, você estava tão concentrada que eu...

- Não tava não, era só para distrair a mente.

- Vamos ver... "Propriedades e Estruturas do RNA e DNA". Meus Deus, se isso é distração, não sei mais o que é lazer.

Rebecca lhe deu um sorriso, porém revirou os olhos.

- É uma forma também de estudos. 

- Está bem, está bem. Não falo mais nada. Mas tenho uma notícia boa.

- O que é? 

Seu pequeno rosto se iluminou.

- O governo vai investigar a Umbrella. Nossos esforços não foram em vão.

Ela abriu um sorriso, porém seus olhos ainda mostraram uma tristeza. 

- Ah isso é ótimo, né?

-Sim, demais. Mas como você está? 

Rebecca franziu o cenho. 

- Tô bem. Mas acho que você sabe disso.

- Não, você entendeu o que quis dizer. Você está triste pela Mag, não é? 

Rebecca assentiu.

- Sim. Sabe Chris, não é justo isso. Sei que no começo ela tava com a Umbrella, mas ela não era uma pessoa ruim e eu tenho certeza disso. Ela não merecia morrer...

- Rebecca, calma. Primeiro, eu sabia que ela não era uma pessoa ruim, ela não tinha culpa pelos experimentos e segundo, não sabemos se ela está morta, Claire disse que ela desapareceu. Mas não viu o seu corpo.

- E daí? Isso não significa nada. Ela não precisaria ter virado um zumbi, poderia ter virado comida ou algo assim. Agora eu nunca mais vou ver ela e eu ainda avisei para ela não ir. Eu avisei.

Rebecca começou à chorar e Chris lhe deu um grande abraço. Ela era tão pequena e frágil. Chris se sentiu um bosta por não poder fazer nada a respeito daquilo. Ele odiava ver os seus amigos tristes, se pelo menos eles tivessem uma pista do que aconteceu com ela.

- Me desculpe, Rebecca.

A jovem se afastou e enxugou as lágrimas.

- Não, me desculpa você. Você não tem culpa Chris, de nada. Eu que não posso fraquejar.

- Ei, em primeiro lugar que demonstrar  emoções não é sinal de fraqueza e outra, você está triste pela sua amiga, é super normal isso. Se ao menos eu tivesse uma pista... ei, David não tem mais dados sobre esse Josh? Aquele cara que era o parceiro da Mag.

- Hã... sim, talvez. Mas do que iria adiantar? Ele é um traidor, deve ser tudo informação falsa.

- Não necessariamente. Quero dizer, talvez 70% sim, mas os outros 30% pode conter informações verdadeiras. E outra, David havia dito que ele era um dos S.T.A.R.S mais confiáveis e David é um cara esperto, não iria ser qualquer um que ele iria confiar. Acredito que esse Josh trabalhou mesmo com os S.T.A.R.S no começo, mas se vendeu, como a maioria fez depois que a merda caiu no ventilador.

- Até que faz sentido. Então você acha que... 

- Se localizarmos esse cara, a chance de sabermos o que aconteceu com a Mag vai ser muito grande. Claro que é só uma teoria, mas não custa nada e outra, já que somos todos parceiros, não deixamos parceiros para trás, né? 

Rebecca sorriu mais ainda e lhe deu um abraço.

Sim, era apenas uma teoria e a chance de dar certo eram poucas mas não podia deixar a jovem Rebecca sofrendo e nem poderiam desistir de Mag. As chances dela estar morta eram altas, porém aquilo que Claire havia dito de que viu um homem, não a sua irmã no caso, mas o jovem Steve viu, um homem carregando uma pessoa...

- "Mas e se era Mag, por que ele estava levando ela? O que ela sabia que tinha de ser sequestrada ou será que era apenas mais um experimento?"

Chris não sabia a resposta e nem sabia por onde começar. Mas independente de qualquer coisa, iriam atrás de Mag agora.