História Diário de uma funcionária da Umbrella - Página 8: o incidente

                    11 de maio de 1998

Cara, por onde vamos começar? Vamos lá, acabei de voltar da França e minha maior novidade é: meu avô foi um dos três fundadores da Umbrella!!!

Vou escrever do começo, naquele dia em que escrevi, Julie me ligou e eu perguntei para ela sobre os fundadores da empresa, ela não soube me responder na hora, mas depois de dois dias ela me ligou e falou que um tal de James Marcus era o terceiro fundador da Umbrella e que tinha mais coisas na história. 

No começo, achei que fosse brincadeira ou algum engano (afinal deve ter bastante gente que se chama James Marcus), mas parando para pensar, até que faz sentido! Mamãe me contou que meu avô nasceu em 1918 e morreu em 1988. E isso foi quando eu tinha dez anos! Ou é muita coincidência ou é o mesmo meu avô James Marcus. 

Ju também me disse que achou uma foto dele e que ele era um jovem bonito (meu avô também era), tinha ombros largos, cabelos compridos e olhos azuis, praticamente o retrato do meu avô!

Marquei um encontro com ela na noite que voltasse para Raccon e ela disse que ia ver se não tinha compromisso com as pesquisas. Então voltei a ligar assim que cheguei, para confirmar se ela poderia mesmo me encontrar para conversarmos sobre isso. Porém estranhamente, o telefone de lá só deu chamada de ocupado e olha que liguei umas cinco vezes. Que esquisito!

Enfim, não vou ficar empolgada ou deixar minha imaginação a solta, vou perguntar diretamente para o Birkin! Quero saber se ele sabe algo afinal, ele é uma pessoa importante para a Umbrella.

Depois escrevo o que aconteceu. Até lá.

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William Birkin estava no laboratório e pela primeira vez não estava estudando sobre o G, mas sim, pensando sobre o fato de Mag ser a neta de Marcus.

- "Meu Deus, será que que ela sabe?"

William passou a mão em seu cabelo loiro, precisava distrair sua cabeça com algo. Subitamente então viu Mag entrar  no laboratório, ela estava tranquila e até feliz.

- Bom dia, William!

Birkin tentou dar um sorriso mas foi falho.

- Bom dia, Mag.

Ela encarou William com um olhar de preocupação, ele estava com uma aparência horrível estava com olheiras pois fazia dias que não tinha uma noite de sono decente.

- O senhor está bem?

- S-sim. Estou estudando direto o G, por isso desse meu estado.

A garota riu um pouco do jeito. Parecia que Wesker tinha razão, ela não sabia de nada mesmo sobre eles.

- Queria perguntar uma coisa para você... se não for te atrapalhar.

- Pode falar Mag, acho que ainda estou um pouco lúcido.

- Bem, é sobre um dos fundadores da Umbrella... o senhor conheceu um tal de James Marcus?

William sentiu o tempo parar naquele momento. Será que ela sabia de algo? Talvez do assassinato? O que ele deveria falar agora?

- Hã... por que a pergunta?

- Por nada. Apenas fiquei curiosa sobre a história dos fundadores... sei que o senhor Spencer e o senhor Edward eram lordes, mas Marcus parecia o que tinha menos condições.

William suspirou aliviado, parecia que ela só queria saber a história mesmo, talvez se Marcus tinha condições financeiras. Não achou ruim contar um pouco da história para ela. 

- Bom, eu conheci James Marcus, quero dizer conheci a história dele. Soube que ele era um brilhante cientista na Umbrella. Mas parece que ele traiu a empresa e acabou fugindo. Porém não sei o que aconteceu com ele.

A garota ficou com um olhar vago, como se tivesse tentando entender a história. Obviamente William mentiu mas seria melhor do que a verdade, não iria contar para Mag que era um assassino.

- Está tudo bem, Mag?

Ela estava meia que perdida em seus próprios pensamentos, porém logo lhe ofereu um belo sorriso em seu rosto delicado.

- Sim, é só que... penso como uma pessoa pode trair uma empresa que ajudou a formar. Tipo, não faz muito sentido.

Birkin ficou calado pois não sabia o que responder. Talvez mudar de assunto fosse a melhor coisa.

- Não faço a mínima ideia do porquê dele fazer isso, mas vamos deixar essa história de lado Mag, tem mais de 10 anos que isso aconteceu.

- Sim, desculpe encher o senhor com essas perguntas. Posso ver como anda as pesquisas?

- Claro.

William deixou a garota o ajudar. Não sabia se Mag tinha engolido a história mas torceu para que tenha acreditado, caso se não, ela pagaria o preço por saber a verdade.

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Depois do serviço, Mag foi para o seu apartamento. Não sabia se ficava triste ou puta da vida, sua cabeça estava em torno de Marcus e de Julie, a garota não havia dado sinal de vida mais! E isso estava começando a preocupá-la.

Quando ela chegou próxima ao prédio, viu Chris Redfield lá parado em frente ao lugar.

- Chris? Está tudo bem?

Mag não sabia se ficava feliz ou nervosa, fazia tempo que não falava com Redfield e não sabia o que pensar.

- Oi Mag, podemos conversar? 

- Claro.

Ela não sabia o que fazer, mas talvez Chris a animasse um pouco.

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Albert Wesker estava quase pegando no sono quando ouviu o telefone tocar.

- Droga, quem será?

O filha da puta deveria ter algo de muito importante para falar pra ele naquele momento. Odiava quando ligavam tarde da noite.

- Alô? Albert, sei que você tá ocupado mas tenho uma coisa muito importante para falar...

Birkin às vezes poderia ser um mala para ele, será que ele não poderia esperar até amanhã?

- Fala logo o que quer, William... amanhã tenho que levantar cedo.

- Está bem. Bom, perdemos o contato com o Complexo de Arklay...

Wesker subitamente se levantou da cama, o que aconteceu?

- Do que você está falando, William?

- Eu também não sei o que está acontecendo, mas fui tentar ligar lá e nada.

- Não será algum problema na afiação ou algo do tipo?

- Quase dois dias, Albert? Meio suspeito.

Wesker suspirou pois William tinha razão, era meio estranho isso, se caso fosse algum problema técnico, a Umbrella iria resolver na mesma hora. Bom, ficar pensando naquilo não iria resolver e decidiu ver sobre isso no dia seguinte.

- Tudo bem, vou averiguar amanhã. É só isso?

- Acho que Mag descobriu sobre Marcus.

Por que diabos Birkin era tão ansioso? Não podia esperar até amanhã?

- E como você sabe? Ela lhe contou algo?

- Não, mas ela fez perguntas sobre ele. Tipo quem era o terceiro fundador, essas coisas.

- E daí? Talvez ela só estivesse curiosa para saber com o que o velho trabalhava. Não necessariamente ela sabe que fomos nós que matamos Marcus. E o que você disse para ela?

William demorou para responder e Wesker achou que ele estava muito nervoso, esse caso se resolveria com uma pequena mentira.

- Obviamente menti para ela, falei que sabia da história superficialmente.

- Ótimo! Amanhã eu resolvo isso.

- Mas...

Wesker desligou, não tinha paciência para ouvir as lamentações de William. Apesar de admirar o colega pela inteligência e dedicação no trabalho, Birkin o irritava às vezes com esse lance de nervosismo e conspiração. Mas o fato do laboratório de Arklay... Wesker não sabia o que tinha acontecido, mas já podia imaginar o que teria ocorrido no local.

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Chris tinha ido até o apartamento de Mag para conversar mas a menina parecia distante, meia estranha.

- Mag, aconteceu alguma coisa?

A garota estava com um olhar vazio mas ela deu um pouco mais de atenção a Chris.

- Está tudo bem. Olha, me desculpa estava pensando no serviço...

- Aconteceu algo? Quer conversar?

Ele segurou sua mão, mas Mag se afastou dele. Será que ela estava com outro?

- "E qual é o problema, Redfield? Nós dois não temos nada, não tem porquê ela esperar por mim."

Chris suspirou e apesar de não querer nada sério com Mag... e pensar que ela tinha outro. Deixava ele com ciúmes.

- Nada demais, Chris. Só estou cansada. E muito até.

- Desculpe, se você quiser que eu vá embora...

Mag abraçou ele e essa atitude deixou Chris surpreso.

- Não, fique aqui comigo. Não quero ficar sozinha. Por favor, não vá embora.

Eles ficaram ali se abraçando por alguns minutos. Mag se afastou e foi pegar um chá para ela.

- Chris, me desculpa mas não quero falar do meu serviço. Mas me conte, por que veio aqui?

- Senti sua falta e... fiquei com sua frase na minha cabeça, sabe? Para ter cuidado.

Mag mordeu o lábio e desviou o olhar. Chris achou estranho a reação dela e decidiu de uma vez perguntar se ela sabia de algo.

- Mag, se você sabe de algo por favor me conte logo.

- Bom, eu não posso contar tudo Chris pois não envolve só eu ou você, mas quase toda a cidade...

Chris se levantou e segurou no braço dela.

- Me conta, o que aconteceu?

- Estou preocupada com uma amiga minha, Julie. Ela trabalhava para a Umbrella e eu perdi contato com ela.

Chris suspirou aliviado, a moça ter perdido contato com Mag não significava nada. Mas tinha o Bill também.

- "Só coincidência. Ambos trabalhava para a Umbrella, só isso e nada demais. Mas aquela ligação que Bill fez para mim..."

Chris decidiu não pensar no amigo desaparecido. Pelo menos, não naquele momento.

- Você acha que a Umbrella fez algo para ela?

Mag desviou o olhar.

- Sinceramente eu não sei, mas acho que algo de ruim aconteceu com Julie. Me lembrei que você disse para não confiar na Umbrella.

Chris estava confuso pois não sabia o que pensar. Ele se aproximou dela e a beijou, foi um beijo inesperado mas reconfortante para ambos.

- Você quer que passe a noite com você?

Mag deu um sorriso para ele.

- Não quero te atrapalhar, amanhã você tem que levantar cedo e eu também tenho.

Chris sorriu e depois de algum tempo conversando, decidiu que já era hora de ir embora. Se despediu de Mag e ficou pensando naquela conversa bizarra sobre a Umbrella. Não sabia o que pensar dessa conversa mas sabia que a empresa farmacêutica deveria estar por trás de alguma coisa muito errada.