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História Dias de Guerra - D.V As travessuras de um canceriano às vezes são mortais III


Escrita por: KimonohiTsuki

Capítulo 5 - D.V As travessuras de um canceriano às vezes são mortais III


Fanfic / Fanfiction Dias de Guerra - D.V As travessuras de um canceriano às vezes são mortais III

Dia V As travessuras de um canceriano às vezes são mortais - Parte III

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Pelo menos na subida até a copa não houve mais encontros repentinos, o Sol ainda era tímido e o Santuário era em suma iluminado pelos reflexos de Arthemis.

Quando chegou a grande estrutura, dividida entre cozinha e o refeitório abriu a porta, olhando para todas as direções para se certificar que ninguém o via e assim entrou.

A cozinha possuía uma longa bancada de mármore gasto, com uma espécie de dispensa embaixo dela, uma geladeira velha, um armário e um forno a lenha que possuía uma mancha escura perto do mesmíssimo fogão. Fez uma saudação para ela, pois dizia a lenda que ela havia sido feito pela maior peste que o santuário já havia tido, embora ainda não soubesse de quem se tratava, respeitava seus antepassados na arte do caos.

-  ...Por que você está fazendo reverência para uma queimadura? – Seu coração quase parou quando sentiu uma voz sonolenta simplesmente surgindo do lado direito da porta, entre a geladeira e o armário.

Virando-se lentamente, encontrou-se com a figura sentada de Shoryu que comia tranquilamente em um prato fundo o que parecia uma sopa.

- O que você está fazendo aqui?! – Exclamou numa voz mais aguda do que gostaria, tinha certeza que o lugar estava vazio segundos atrás.

O libriano de traços asiáticos e longos cabelos negros, presos em dois rabos de cavalo baixos, e um mais em cima, terminou de comer lentamente, e ainda bocejou sem pressa antes de responder.

-...Eu acho que deveria fazer a mesma pergunta, não? – Questionou despretensiosamente.

- Eu só....- Tentou pensar numa desculpa, mas o filho adotivo do Grande Mestre pendeu para o lado, aparentemente tinha caído no sono.

Esperou mais alguns instantes, mas para todos os efeitos o mais velho estava profundamente adormecido. Seu prato começando a escorregar de sua mão. Foi até ele e pegou o utensilio, seu mestre o repreenderia se algo da copa fosse quebrado. Pregar peças, roubar e enganar não configurava um problema, agora destruir a cozinha era inaceitável.

Usando um dos caldeirões de ponta cabeça fez um banquinho para colocar o prato na pia, depois devolveu o utensilio para baixo da bancada e pegou uma embalagem fechada de sabão líquido.

- O que você vai fazer com isso? Já tem um aberto.

Quase teve outro ataque cardíaco quando notou que o mais velho estava de pé, parado justamente atrás de si.

- Quando você chegoh aí?! – Exclamou, deixando sua bolsa cair.

Shoryu inclinou a cabeça confuso.

- Como assim, você me viu antes.

- Sim, e você estava ali – Apontou para o outro lado do quadrado cômodo – E dormindo!

- Eu acordei e me aproximei – Narrou como se fosse óbvio.

-...Sim, eu percebi – Resmungou.

- Então por que pergunta? – Seguiu com um sorriso engraçado.

- É porque eu nem vi você se “aproimado”!

- Sim, porque estava de costas. – Seguiu com sua lógica.

- Mas foi muuuuito rápido!

- Obrigado – Finalizou, indo até a pia, recolhendo as mangas para lavar a louça que tinha usado – Por levar o prato também.    

O canceriano apenas observou estranhado como o atual cavaleiro de libra cantarolava enquanto lavava, com sono evidente em suas ações. Desde que se lembrava o filho do Grande Mestre era assim, sempre sonolento e aparentemente preguiçoso, mesmo assim ninguém negava que o asiático era um gênio, principalmente quando se tratava de velocidade. Alguns diziam que ele havia se acomodado ao se notar tão forte, porque quando criança costumava ser bastante ativo e brincalhão com seus companheiros da mesma idade, o que foi mudando conforme os anos e os treinamentos que o chinês fazia com seu pai e Dohko.

Talvez os treinamentos fossem muito exaustivos, ou talvez fosse apenas uma falha de personalidade que piorou com os anos.

Não que fosse alguém para dizer alguma coisa a respeito.

- Como você entrou aqui? – Resolveu perguntar. – Só meu mestre deveria ter a chave, e ela está comigo, e a porta estava trancada.

- Quem disse que eu usei a porta? – Simplesmente respondeu com um sorriso enigmático. – Eu não digo os meus segredos e você não diz os seus. – Disse indicando o sabão.

-...Hmmm...Acho que é justo – Resmungou observando ao redor, buscando alguma fresta ou outra entrada que o libriano pudesse usar, mas a cozinha só possuía sua porta principal e as altas janelas há pelo menos dois metros do chão, e mesmo que elas estivessem abertas era uma passagem pequena demais até para si mesmo e seus 1 metro e 10 passarem, quem dirá um homem adulto com pelo menos 1 metro e 80.

- Mas eu posso te dizer o porquê de estar aqui – Comentou secando o prato e colocando-o com os demais embaixo da bancada – Eu simplesmente amo as batatas que seu mestre faz, é meu prato favorito desde criança! – Comentou animadamente – Eu tenho uma missão hoje, então não vou poder comê-las no almoço, por isso vim pegar algumas antes de ir.

 - Se era um motivo tão simples, não precisava ter invadido a copa, podia só pedir para meu mestre separar para você – Comentou com simpleza – Ele gosta di você, ele faria isso.

O libriano parou, como se ponderasse lentamente a possibilidade.

-...Não tinha pensado nisso, soa realmente mais lógico.

Quanto a isso Piada riu sutilmente.

- Você é estranho, tio – Brincou, ao tempo que o cavaleiro de ouro se limitou a sorrir como se a “ofensa” não o incomodasse minimamente.

- É melhor você ir agora, já está amanhecendo e se te pegarem aqui você pode se encrencar – Orientou o chinês voltando para o lado da geladeira e se acomodando como se fosse dormir de novo – E pode trancar a porta, eu me viro depois.

- Se te pegarem aqui também não terá que dar explicações? – Perguntou estranhado – Duvido que meu tio Dite vai aceitar a desculpa da batata.

- Eu só terei que me explicar se me acharem aqui – Deu uma piscadela – Não conte seus segredos que eu não conto os meus.

E mesmo sem esperar resposta, voltou a dormir numa velocidade igualmente assustadora.

- Até para capotar ele é rápido – Surpreendeu-se. Deixando isso de lado, porque de fato já estava amanhecendo, Piada pegou de volta sua bolsa do chão, colocou o sabão liquido dentro e saiu da copa, trancando-a como o estranho libriano o tinha orientado a fazer.

Agora só faltava subir as doze casas e executar seu plano. Subi-las não foi uma particular dificuldade, apenas teve que esconder sua energia o máximo que pôde para passar pelos templos sem pedir autorização, teve especial cuidado com o primeiro, seguindo a dica de Aiolos, devia evitar acordar o lemuriano cedo duas vezes seguidas. A casa de touro estava vazia, uma vez que Geki e seu discípulo já estavam no coliseu. Saga e Kanon seguiam em viagem, a casa de Câncer igualmente estava deserta, já que Máscara da Morte estava agora babando em seu travesseiro na área dos aprendizes, a quinta igualmente estava desocupada, já que Aioria e sua prole também tinham ido treinar, apenas na casa de virgem encontrou alguém, mas isso não era exatamente um problema.

- Bom dia Shijima! – Exclamou chamando a atenção do garoto de oito anos como ele, que meditava em cima da lótus de seu mestre em vez de dormir como os demais. O mencionado abriu os olhos ao ouvir sua voz e fez um aceno de cabeça para cumprimentá-lo. – Nada de seu mestre ainda?

O filipino apenas negou com a cabeça, uma expressão levemente triste no rosto quase inexpressivo.  

- Bem, eu trouxe uma coisa para você passar o tempo enquanto ele não volta de suas viagens estranhas – Disse enfiando a mão na bolsa e de lá tirando o lençol queimado – Ah sim, eu preciso que você suma com isso antes.

Sem fazer perguntas, o virginiano ergueu as mãos, fazendo um sinal similar a uma reza, então o pano simplesmente sumiu, como se consumido por alguma coisa.

- Legal!! – Exclamou feliz, buscando outro item em suas coisas – Isso de abrir dimensões é muito útil!

O jovem budista sorriu muito sutilmente com o comentário.

- Você gostou do DSi que eu te mostrei? – Questionou enquanto o jovem mexia embaixo das pétalas de lótus que meditava e de lá tirava um aparelho retangular. – É legal, não é?

O mais jovem por meses confirmou com a cabeça.

- Dessa vez eu te trouxe um PSP – Disse mostrando um aparelho do tamanho de uma palma, preto, com um pequeno visor – É um pouco mais velho que esse – Comentou recebendo o outro de volta – Mas eu acho mais desafiador! Só cuidado para não balançar ele muito, tem um CD aí dentro e ele pode acabar parando.

Shijima confirmou novamente com a cabeça, observando curioso o novo objeto ofertado.

- Sabe, se você quiser, eu posso ver de dar um dessis para vocêh – Disse vendo como o companheiro parecia fascinado. – Quer dizer, somos quianças, o Grande Mestre diz que podemos ser quianças, então não tem nada de errado você ter um pouco de diversão, tenho certeza que se meu mestre falar com o seu, ele vai entender – Tentou argumentar, mas como resposta apenas recebeu uma negativa veemente com a cabeça. -...Shaka não pode tratar você como adulto, você só tem 8!

Shijima seguiu negando, para tanto Piada apenas suspirou.

- Tudo bem, você que sabe – Desistiu e assim o outro parou com seu gesto – Mas não é justo.

O virginiano se limitou a apertar o videogame contra seu peito, fez uma suave reverência em agradecimento, para então voltar a meditar, colocando o novo aparelho onde estava o anterior.

- Tudo bem, até outro dia – Disse simplesmente seguindo com a sua subida.

Sinceramente não sabia se o próximo cavaleiro de virgem sequer chegava a jogar alguma coisa, ou só ficava admirando o objeto que era a única coisa diferente em meio aos seus dias inteiros de meditação, nunca criou sequer um "save" para que tivesse certeza.

Seja como for, essas “Trocas de favores” pareciam deixar o menor contente, por isso não podia deixar de criar motivos para fazê-las, Shijima e seu isolacionismo o lembravam muito de Albafica em sua vida passada, mesmo que no caso do ruivo fosse algo imposto a ele por seu severo mestre.

Ao menos Alba nessa vida havia reencarnado para ser alguém mais receptivo e interativo, graças principalmente aos seus companheiros, Izo, Julian, Soleil, Suite e o próprio Shoryu.

Deixando a sexta casa para trás, passou por Libra que também estava vazia, já que o guardião a essa hora devia estar roncando na cozinha, a oitava onde Milo provavelmente ainda estava dormindo, o que não era muito comum, então passou o mais rápido que pôde para o caso do escorpiano acordar e o encontrar, até que finalmente chegou a nona casa.

E ali, e na decima primeira, seu plano teria início.

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