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História Dias de Paz - Dia XIV - Como surpreender Afrodite


Escrita por: KimonohiTsuki

Notas do Autor


Este capítulo também foi pedido por ItaloCalixto o/ Como Afrodite começou a/se apaixonou por Ersa ;D

Capítulo 14 - Dia XIV - Como surpreender Afrodite


Fanfic / Fanfiction Dias de Paz - Dia XIV - Como surpreender Afrodite

Dia XIV - Como surpreender Afrodite

Devido as enfermidades que os cavaleiros apresentaram após ressuscitar, a Afrodite foi dada a tarefa de criar algumas medicinas para melhorar o estado de seus companheiros. Utilizar seus conhecimentos de botânica para algo que não fosse a morte de suas vítimas era tedioso e pouco explorado para ele, contudo, sempre foi um gênio quando se tratava da manipulação de plantas, para tal, tudo que precisava era de um pouco de tempo para se adaptar.

Contudo, tal tarefa deveria ser executada com rapidez, por isso, sem consultá-lo, é claro, uma simples civil chamada Ersa foi encarregada de ajudá-lo.

A tal mulher era a sobrinha do mordomo de Saori Kido, e por isso, tinha sua confiança, além disso, também havia escutado que ela era uma enfermeira.

Enfermeira, uma reles enfermeira civil que não possuía sequer uma noção básica de tudo que representava o santuário, designada a ajudar, provavelmente, o maior botânico vivo, a criar algumas medicinas.

Não importava como via, isso era inconcebível.

No entanto, o futuro lhe reservava algumas surpresas. A primeira delas foi conhecer a tal Ersa. Completamente diferente de tudo que havia imaginado, ela era muito alta, possuía um porte musculoso e rígido, cabelos curtos e espetados, negros, e uma pela morena brilhante. Por um momento teve certeza que a figura que se apresentava na décima segunda casa era um homem.

Depois do choque inicial, teve que encontrar alguma atividade para a criatura fazer, uma que não o atrapalhasse ou ficasse em seu caminho. Sendo assim, nas três primeiras horas que ficaram juntos, apenas a fez cortar algumas ervas, minando qualquer oportunidade de uma conversa que ela tentasse engatar.

Enquanto isso, analisava um velho livro da casa de Peixes, que pertenceu a Rugonis, um cavaleiro de quase trezentos anos atrás. Havia algumas quantas receitas alquimistas que poderiam surtir efeito, porém por mais que tentasse reproduzir o processo, por mais que cortava os caules claramente indicadas na imagem ilustração, não conseguia seiva o suficiente para fazer uma pasta, apenas umas poucas gotas que não chegavam nem perto da consistência necessária para juntar com as sementes moídas que já havia preparado.

Em dado momento, Ersa terminou de picar tudo que havia lhe passado, o que o fez fazer uma careta, com a velocidade que tinha feito tudo provavelmente havia resultado em um um serviço medíocre.

E essa foi sua segunda surpresa, tudo estava completamente impecável, sequer Shura com a Excalibur poderia fazer um corte tão perfeito, exatamente como havia dito.

Contudo, não iria dar o braço a torcer, apenas indicou que ela colocasse a vasilha que tinha em mãos do outro lado da imensa mesa que haviam montado no último templo, e seguiu seu labor.

Porém, ao invés de perguntar o que poderia fazer em seguida, como qualquer pessoa prestativa faria, a enfermeira simplesmente se pôs a observá-lo cortando pela milésima vez a mesma planta, tentando tirar o suco necessário.

Isso fez o sueco franzir a expressão com desgosto, não gostava de ser observado, devido a sua má fama no santuário, criada com bastante esforço cabe dizer, a única visita que costumava receber, a contra gosto, era Máscara da Morte, outro que possuía o nome na lama. E apesar de ser o temível cavaleiro de Peixes, capaz de matar alguém com uma única rosa, essa mulher tinha a coragem de ficar a menos de um metro de si, vigiando todos seus passos.

Porém, o pior foi quando abriu a boca para opinar.

- Se você está tentando extrair mais seiva, por que não a espreme com a faca, ao invés de cortar?

Respirou fundo, invocando toda a calma que podia existir em seu organismo, e a ignorou completamente, seguindo com seu trabalho como se nada tivesse acontecido. Como era possível que essa mulher tivesse a audácia de dirigir-lhe a palavra para dizer-lhe como fazer algo?!

Ele que vive em meio as plantas mais perigosas do mundo desde seus quatro anos! 

- Terá que cortar todo seu estoque, para conseguir extrair o suficiente para fazer uma pasta. E isso levará muito tempo.

Segurou o cabo da faca com força, porém, ignorou uma vez mais.

- Eu pensei que tivéssemos que trabalhar o mais eficientemente possível para a saúde de seus companheiros, e isso significa trabalhar em equipe, e ouvir o que o outro tem a dizer – Dessa vez seu tom demandava atenção, além de um rastro de irritação, o que, por si só, fez a gota d’água chegar a Afrodite.

- Eu não me lembro de ter pedido que você viesse me ajudar! – Nesse afã de voltar-se até ela, irritado como poucas vezes em sua vida, virou apenas o rosto, não vendo a trajetória que a faca fazia no seguinte corte, e por consequência, uma pequena fisgada de dor chamou sua atenção. Voltando para a mesa, percebeu que havia feito um corte feio em sua palma.

Antes que ignorasse isso, afinal era apenas um de muitos que já havia feito com suas rosas e materiais de jardinagem, e voltado a discutir como se nada tivesse acontecido, espantou-se ao ver que Ersa agilmente se deslocou de seu lado, e caminhou para uma caixa no canto da décima segunda casa, que apenas estava ali porque teve que relocá-la de seus aposentos pessoais para passar a madeira que usou para fazer essa grande mesa, nem sequer deu atenção ao que tinha ali.

Esfagno, um musgo, que usava em sua forma seca na terra para o jardim de rosas.

- O que pensa que está - Não pôde terminar, pois ela retornou com um chumaço de esfagno e fez menção de colocar em sua ferida, mas agilmente Afrodite desviou a mão – Não faça isso! Não sabe quem eu sou? Não toque no meu sangue se tem o mínimo de amor a sua vida.

E para sua terceira surpresa, Ersa franziu a expressão, esticando a mão, e tomando seu punho a força.

- Você é Afrodite, cavaleiro de Peixes, nasceu em 10 de março de 1969 na Suécia, tendo 22 anos, mede um 1,83, pesa 72 kg, tipo sanguíneo O, treinou por muitos anos na Groenlândia, e por isso tem ótima resistência ao frio, além de ser um exímio botânico e o segundo melhor assassino desse “santuário” – Colocou tudo isso sem titubear, muito menos soltar o pulso que apertava com força – Além disso, é um especialista no uso de venenos, e de forma muito peculiar é imune a eles, contudo, seu sangue pode ser tão perigoso quanto tocar uma Aconite, para evitar isso, você ingere diariamente a medicina de Pefko, que diminui a periculosidade do seu sangue a zero, aumentando gradativamente ao longo do dia, até chegar ao nível de risco alto novamente, exigindo uma seguinte ingestão.

Quando Afrodite notou que estava de boca aberta, a fechou imediatamente, tentando se soltar, contudo a mulher era ainda mais forte do que parecia, e sua intenção não era machucá-la com seu sangue, isso o colocaria em uma posição ainda pior com o Grande Mestre.

-...Sim – Resolveu por dizer, estando pela quarta vez impressionado – E faz exatas doze horas que o ingeri, as toxinas do meu sangue serão absorvidas por sua pele e isso pode te causar grande falta de ar, além de uma falha momentânea do seu sistema respiratório, no melhor dos casos.

Ignorando completamente o aviso,  Ersa colocou o Esfagno, que seco possuía uma textura esponjosa e amarelada sobre o ferimento e o pressionou com força.

- Logo se vê que não conhece todos os usos do Esfagno, esse musgo além de um ótimo adubo, e ser usado para acondicionar plantas, é capaz de absorver vinte vezes o seu peso em liquido. Eu sequer preciso tocar no seu sangue senhor Afrodite – Disse o último com ênfase – Foi muito usado durante a segunda guerra mundial no lugar do algodão, na guerra Irão-Iraque onde servi, às vezes tínhamos que ser criativos e recorrer a medicina tradicional se não quiséssemos perder outro soldado. - Então ela soltou o musgo, forçando, sem qualquer delicadeza, que o pisciano fechasse a mão para seguir fazendo pressão. – Além disso, esse musgo é ótimo para evitar infecções, mas se está tão preocupado com seu sangue venenoso, eu buscarei o necessário para um curativo mais formal, de nada adiantará se você acabar envenenando os remédios que estamos fazendo.

Sem ter o que dizer depois de ter recebido uma aula sobre uma planta, Afrodite se manteve em silêncio observando a jovem com um misto da quinta surpresa, choque e uma nova fascinação.

Jamais esperou que alguém tivesse coragem de enfrentá-lo desse jeito, muito menos sobre algo que conhecia tão bem.

E sem esperar resposta, Ersa tomou a faca abandonada na bancada, e espremeu os caules como havia orientado a princípio, conseguindo, de fato, muito mais seiva, o suficiente para fazer a bendita pasta, e saiu escadaria abaixo, enquanto o mais velho apenas a observava se afastar, ligeiramente ruborizado.

Nesse dia Afrodite aprendeu a não julgar uma pessoa antes de conhecê-la, além de abrir seus horizontes para o futuro.

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Notas Finais


Novamente, não tem um capítulo concreto onde esse momento estaria, contudo, por lógica é antes do Capítulo LIII – De volta a origem., onde ele já está apaixonado.

Eu resolvi resumir isso para ele contando sobre seus sentimentos a MdM no Capítulo LVI - Filhos da terra e do mar, porque destrinchar o inicio da relação dos dois fugiria muito do foco de Guerra e Paz.


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