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História Dias de Paz - Dia - XXIII O casamento de Shiryu e Shunrei Parte III


Escrita por: KimonohiTsuki

Capítulo 23 - Dia - XXIII O casamento de Shiryu e Shunrei Parte III


Fanfic / Fanfiction Dias de Paz - Dia - XXIII O casamento de Shiryu e Shunrei Parte III

Dia - XXIII O casamento de Shiryu e Shunrei Parte III
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O grande dia se aproximava cada vez mais, e o casamento era o assunto de todos no santuário, com exceção dos principais envolvidos.

Shiryu e Shunrei encontravam-se em seus aposentos pessoais, ela sentada na penteadeira alisando seus cabelos, enquanto seu noivo lia um livro em braile, encostado na cabeceira da cama de dossel, ainda era cedo, mas ambos haviam se recolhido antes mesmo do relógio bater as nove horas, pois ambos se sentiam cansados e completamente desgastados com todo esse assunto.

Além dos deveres diários do santuário, Shiryu tinha que lidar com a organização da cerimônia, decorar os passos que deveria fazer, além de seus votos em um grego mais antigo que o que estava habituado a utilizar, mesmo Dohko tinha dificuldades com algumas palavras, o que dificultava o avanço das práticas. Até que um dia, enquanto praticava na copa vazia com seu mestre, chamaram a atenção de Milo, que entrava no lugar em busca de algumas maçãs. 

Mesmo sem pedir-lhe para isso, o grego se sentou com outros dois e começou a corrigir tudo.

“-Com essa postura ninguém nunca levaria fé no que está sendo dito! As palavras não devem ser apenas proferidas, elas tem que ser sentidas, tem que carregar uma força por trás, seja num diálogo, num voto de casamento, ou em um discurso para um exército, tem que ser feito com paixão! E não simplesmente falar como se estivesse lendo”

A verdade é que realmente só estava lendo para treinar, mas não importa o quanto argumentasse, não conseguiu convencer Escorpião depois disso, não tendo outra escolha a não ser passar toda a tarde treinando com ele, enquanto seu mestre, conseguiu escapar. 

E isso se repetiu por três dias inteiros, e na primeira brecha que encontrou refugiou-se em seu templo argumentando que precisava tratar de assuntos administrativos. 

Shunrei, por sua vez, havia se ocultado depois de uma exaustiva viagem a Atenas com Saori Kido e Seika, escolher seu vestido de casamento. A chinesa queria algo extremamente simples e sem detalhes, enquanto a deusa insistia que ela deveria usar algo que destacava sua figura, e a fazia vestir roupas caras e extravagantes.

Foram horas e horas provando roupas que nunca imaginou que vestiria na vida, e sempre que tentava opinar que algo era exagerado, as vendedoras e Saori apenas alegavam que ela deveria pensar maior, afinal, um grande casamento deve acontecer apenas uma vez.

Quando já estava desistindo, cansada, e uma vez na vida realmente triste de não ser alguém que impunha sua opinião como eram Ersa ou mesmo Marin e Shina, Seika aproximou-se cautelosamente de sua figura.

A jovem japonesa foi a única que sempre perguntava e levava em consideração as opiniões da noiva e seu jeito simples, mesmo que também não tivesse o necessário para mudar a opinião de Saori.

“- Shunrei, eu irei comprar um vestido para mim, de um fundo que eu e Muh economizamos, você pode me ajudar a escolher?” E a piscadela foi suficiente para saber que na verdade a vestimenta seria para ela mesma, sorrindo agradecida em resposta. 

Só assim conseguiu retornar para casa com um grande e volumoso vestido branco, e um pequeno e simples de tubo, vermelho vivo, com gola chinesa.

Mesmo que não pudesse usá-lo, ter a oportunidade de escolher ao menos uma coisa em seu próprio casamento a deixou muito feliz.

Agora sabia como as antigas noivas de todo o mundo se sentiam, quando não tinham o direito de dizer nada.

Depois dessa jornada de compras, assim que retornou ao santuário, rapidamente alegou que precisava alimentar Shoryu e assim conseguiu se recolher aos seus aposentos.

Desse modo ambos se encontravam finalmente nos aposentos pessoais da décima terceira casa, depois de duas semanas cheias de tarefas.

E ainda assim, sem graças por motivos diferentes, mas muito semelhantes, cada qual começou sua própria atividade sem trocar palavras um com o outro.

Ambos queriam falar do fatídico casamento, expressar seu desgosto para com a cerimônia, e ao mesmo tempo, não tinham coragem de ferir os sentimentos de seu parceiro com seus incômodos egoístas.

Porém não podiam ficar em silêncio assim.

Respirando fundo, Shunrei tomou coragem para começar, já havia suportado muito por ficar calada.

-  Como estão indo as organizações...Shiryu? - Perguntou, sem olhar para seu noivo.

O ex Dragão ponderou por alguns instantes, fechando seu livro.

- Creio que...Está indo tudo bem, soube que Aioria está ensinando Julian a repartir os pães.

-.-

Na casa de leão, Aioria estava sentado no chão, com o pequeno Julian, de olhos negros firmes para uma criança tão pequena, encarando o cesto na mão de seu pai.

- Você me entendeu Julian? Você vai andar entre todos, oferecer o pão - Disse enquanto pegava a comida do cesto e entregava para seu filho - E então?

E então o garoto o comeu.

-...Não, não - Negou com a cabeça - Você tem que dizer "Eu bani o mal e encontrei o bem" e entregar o pão.

- Por quê? - Perguntou franzindo seu pequeno rosto - É MEU pão! Não vou dividir. - E o menino de três o abraçou, para reforçar seu ponto, fazendo Aioria suspirar cansado.

-.-

- Além disso, Máscara da Morte e Afrodite estão cuidando da comida, Ersa disse que iria ajudar, então eu não sei o que esperar...

-.-

Enquanto isso na cozinha...

- Cozinhar para um bando de incompetentes que não sabem sequer fazer uma sopa é uma coisa, agora, um casamento?! Eu tenho cara de quê? - Colocava em fúria o canceriano - Eu tenho que receber, no mínimo, um aumento, e meu peso em cigarros! E um mês de folga no Caribe!

- Eu não tenho culpa, são ordens de Athena - Respondia Afrodite, impaciente, seu cabelo preso num coque - Faz parte da tradição ela disse.

- Que se dane a tradição! Mesmo sendo ordens da própria Athena, tudo tem um limite.

- Se você ajudar - Ersa entrava no ambiente, levando um bebé com escassos fios de cabelos azuis na cabeça profundamente adormecido em seu colo. - Eu vou garantir seu peso em charutos cubanos, além de um suprimento para um mês da melhor Vodka russa que você possa imaginar.

- Vamos Afrodite! - Exclamou Máscara animado, erguendo as suas mangas - Um casamento não se faz sozinho!

- Quê? - Exclamou espantado - Onde você vai conseguir tudo isso Ersa?

- Eu tenho meus contatos - Ela sorriu misteriosamente - Agora Máscara tem razão, segure Alba pra mim, eu farei o melhor bolo que vocês já viram!

-.-

- Mas acredito no potencial de Ersa para colocar as coisas em ordem, tirando isso, Dohko está sendo ajudado por Shion em sua própria partes da cerimônia.

-.-

- Por que eu tenho que fazer o papel da mãe? Eu já vou fazer o do pai, podíamos excluir a primeira parte - Resmungava Libra na sétima casa, sentado no salão maior com o ariano.

- Você criou ela sozinho, então é tanto seu pai, quanto sua mãe - Explicava pela décima vez.

- Mas você podia me ajudar e fazer o papel da mãe - Sugeriu com um sorriso inocente.

Isso fez Shion franzir o rosto, desgostoso.

- Não vou fazer o papel da mãe só porque você não consegue decorar a ordem dos rituais e um discurso.- Disse, abaixando os papeis que segurava.

- Mas você é meu melhor amigo!

- Por isso estou te ajudando  com isso - Colocou taxativo - E se você insistir mais uma vez, vou trazer Milo para te ajudar.

- Tudo bem! Tudo bem! - Cruzou os braços, infantilmente frustrado. 

-.-

- Creio que teremos tudo certo para a data proposta por Athena - Concluiu.

- Entendo - Disse ela, finalizando seus cabelos.

Um longo silêncio se formou entre ambos, cada qual buscando as próprias palavras, até que os dois se viraram e disseram ao mesmo tempo o que afligia seus corações.

- Shiryu, eu não sei se essa ideia de casamento foi uma boa ideia.

- Shunrei, eu não sei se deveríamos mesmo nos casar assim.
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