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História Dias de Paz - Dia XXIX O começo do Partenon parte final


Escrita por: KimonohiTsuki

Capítulo 29 - Dia XXIX O começo do Partenon parte final


Dia XXIX – O começo do Partenon parte final
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- Não vou negar quanto a isso – Simplesmente respondeu – Milo pode chegar a ser muito teimoso quando quer. Porém, se você elogiar seu idioma, sua forma de falar, qualquer coisa grega, ele facilmente aceitará, afinal, sempre se deixou levar muito por seu orgulho. 

 Quando Milo já parecia um pouco melhor, aparentando estar apenas dormindo, Camus pediu licença para buscar Soleil, que tinha passado a manhã com Julian e Marin. O garotinho evidentemente estava muito preocupado pelo escorpiano, se metendo embaixo dos cobertores para deitar com o mais velho assim que pôde, para fazer-lhe companhia e ajudá-lo a se aquecer.

Shunrei sentiu-se comovida pelos esforços do garoto, e deixou a pequena família a sós, voltando para suas próprias obrigações. 

No dia seguinte, porém, foi surpreendida quando estava sozinha no décimo terceiro templo, ensinando grego a seu pequeno Shoryu na antecâmara de seus aposentos pessoais com Shiryu, quando o jovem informou que uma cosmo energia se aproximava.

Impressionada que seu pequeno podia saber disso mesmo tão novo, levantou-se e foi com ele até o salão principal, onde encontrou-se com Milo recém adentrando ao templo.

- Bom dia – Desejou com um sorriso suave – Sente-se melhor? 

- Bom dia senhora Shunrei – Cumprimentou ele, educadamente com um aceno de cabeça – Sim, muito melhor, Camus me informou que a senhora me ajudou. Obrigado por isso. Também me disse que a senhora deseja falar sobre algo comigo, o que seria?

- Apenas Shunrei, por favor – Insistiu ela, sem graça, nunca se acostumaria a ser tratada com tais formalidades.  Agradecia ao menos que a nenhum cavaleiro lhe ocorria a ideia de ajoelhar-se à sua presença. – E não foi nada, por sorte eu sempre ando com alguns remédios comigo.

- Olá Milo! – Saudou o pequeno libriano sacudindo as mãos. 

O escorpiano ajoelhou-se, ficando assim quase na altura do menor.

- Olá Shoryu, dando trabalho para sua mãe? – Perguntou em tom amistoso 

- Eu nunca dou trabalho – Negou com a cabeça – Mamãe estava me ensinando a falah melhor. 

– Sei.  Soleil me disse que vocês vão brincar juntos mais tarde.

- Nós vamos! – Respondeu ele contente – Eu, Julian, Suite vamos brincar de cavaleiros!

- Ha, sim? – Sorriu, fingindo-se impressionado – Muito bom.

- Por que não vai agora querido? – Perguntou a chinesa – Nós continuamos amanhã.

Isso fez os olhos do menor brilharem, e sem esperar mais nada saiu correndo, brecando na saída do templo, para virar-se e se despedir.

- Eu volto mais tardie mamãe! Tcahu Milo, tcahu Izo! – O último disse voltando-se para a barriga de sua mãe, e saiu saltitante.

- Acho que ele estava esperando por isso – Brincou Escorpião, levantando-se. 

- Ele sempre fica entediado, estudando sozinho -Shunrei ponderou alguns segundos, apesar da fama que precedia o escorpiano, ele parecia saber lidar com crianças.  

Isso só mostrava como primeiras impressões poderiam estar erradas, ou como as pessoas eram capazes de surpreender, se lembrasse que um dos favoritos de seu filho naquele santuário era justamente Máscara da Morte. 

- Então – Recomeçou Escorpião. – Sobre o que gostaria de tratar? Alguma missão, talvez?

- Não, não – Negou com veemência – Eu não tenho autoridade para enviá-lo para algo assim! Na verdade, eu tenho uma proposta.

- Uma proposta? – Franziu a expressão, curioso.

- Meu...Marido – Acrescentou ruborizando-se um pouco – Falou muito bem de ti e sua ajuda para que decorasse seus votos, e comentou o ótimo domínio que tem do grego. 

E exatamente como Camus havia apontado, isso fez um sorriso ególatra pintar a face do escorpiano, elevando sua postura.

- Ele tinha algumas quantas dificuldades, mas eu não o culpo, nosso idioma pode chegar a ser bem complexo para estrangeiros. 

- Sem dúvida – Concordou – Eu estudei grego desde muito pequena por influência de meu mestre, sempre achei um idioma belíssimo, deu origem a tantas coisas, principalmente no ocidente, me sentia privilegiada de poder aprendê-lo. 

O melhor era que não tinha que mentir, realmente pensava todas essas coisas de sua segunda língua, ainda assim, isso foi o suficiente para fazer Milo abrir um gigantesco sorriso de satisfação, atingido em cheio em seu orgulho heleno. 

- É inegável toda a influência que o grego tem no mundo, mesmo hoje em dia – Concordou – Todos que tem a oportunidade de estudá-lo, realmente deveriam se sentir agraciado pelos deuses!

Shunrei não pôde deixar de sorrir mais, Camus conhecia Milo muito bem.

- Eu não tenho tanto conhecimento, mas sempre me dediquei muito. Por isso estive pensando com Shiryu...No meio de abril o Partenon estará pronto, os aprendizes de prata, e mesmo os nossos meninos e Suite ainda estão desenvolvendo sua linguagem. O que acha de nós dois começarmos a montar plano de estudos para eles, como mentores do Partenon? Eu ainda tenho alguns materiais que usava quando criança que podem ser úteis, me esforçarei para aprender contigo o que ainda não sei, mas realmente queria que trabalhássemos juntos nisso. O que me diz?

Milo piscou, surpreso, era claro que não esperava esse desfecho, aparentemente Camus não havia lhe contado nada.

- Você quer dizer...- Começou, em dúvida - Que nós dois deveríamos ensinar grego juntos aos mais novos no Partenon?

Esse era o momento que teria que praticar sua argumentação, respirou fundo, era uma conversa simples, mas começava a se sentir nervosa, sob o olhar atento e questionador do mais velho.

- S-sim...Bem ...- Engoliu em seco, respirando fundo - Você é muito capaz, e claramente, sabe lidar com crianças, é fácil ver como Soleil gosta e é apegado a ti. Quanto a mim, eu realmente gostaria de fazer algo mais pelo santuário, então pensei que poderia ser uma boa ideia trabalharmos juntos...

O escorpiano não respondeu a princípio, pensando nas palavras que foram ditas. 

- Eu sinceramente me sinto lisonjeado – Começou a dizer, fazendo assim a chinesa engolir em seco, prevendo que ele iria recusar – Porém, sinceramente, nunca me imaginei numa posição assim. Eu sou um guerreiro, um lutador, até mesmo um assassino, por causa da estupidez de Jabu, sequer sou um mestre. É simplesmente surreal imaginar-me como um professor, um mentor, ainda mais de crianças, mesmo que não tenha problemas em trabalhar em equipe, não vejo como isso possa funcionar.

- Também é surreal pensar que eu me casei com o Mestre do Santuário. Que alguns cavaleiros, depois de tantas guerras, voltaram da morte, constituíram suas próprias famílias. É como meu mestre disse, estamos em tempos excepcionais agora, e em momentos assim, podemos viver de forma excepcional. Sem mencionar que você já ensinou Camus e ensina Soleil, o próprio Camus me disse.

Estava tensa, com receio de ter ido longe demais, não se achava digna para falar de igual a igual, ou até com algum tom de autoridade, com qualquer um dos cavaleiros que simplesmente haviam salvo a terra, parecia muito errado, ainda assim, precisava pensar em todos apenas como pessoas se queria conseguir, de algum modo, se encaixar.

Para sua surpresa, Milo tornou a sorrir, satisfeito.

- Acho que você tem razão, sabe, antes de vir para cá, Camus me disse que eu deveria abrir a mente para o que iriam me falar, entendo agora o que ele queria dizer. 

-....Isso... – Começou ela, sentindo seu coração bater mais forte, um misto de ansiedade e incredulidade. 

- Tudo bem, eu aceito sua proposta, com toda essa história de paz, eu estava entediado mesmo – Deu de ombros – Creio que...Será interessante, ver até onde isso irá chegar.

- Sim! – Seguiu Shunrei, extremamente animada – Isso poderia se tornar algo muito maior no futuro, quem sabe poderia ensinar até mesmo a arte das palavras quando eles forem mais velhos. – Com isso inclinou-se, a modo oriental, em agradecimento – Muito obrigada por dar ouvidos a nossa ideia.

- Ah...- Milo piscou, sentindo-se desconcertado pelo gesto – Sem...Problemas, eu acho.

Nesse dia, Shunrei aprendeu e descobriu que poderia conseguir grandes coisas, se realmente insistisse.

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