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História Dias de Paz. - Algo mudou...


Escrita por: CarolinaScarlet

Notas do Autor


Oláaaa pessoas da minha life, como estou feliz e ao mesmo tempo com medo de postar esta dlç, já vou avisando que o inicio é muito muito muito muiiiiiiiito triste, eu chorei escrevendo, e vou chorar relendo com certeza \o por isso não me xinguem, apredejem pois estão avisados, #aquinãotemclemência

Então comecei a facul \o :3 ~sim ngm se importa~mas eu quis dividir esta felicidade com vcs, espero que o conhecimento que eu vá adquirir lá me faça melhorar com escritora, que afinal, não sou Christian Grey, mas meu objetivo é satisfazê-los \o kkkkkkkkkkk

o final é maneiro, para quem estava com saudades das brigas eternas desses dois, eu confesso que escrevi rindo disso, pois bem vamos ao que interessa, nesse cap acredito que deixarei vcs depressivos no inicio e gargalhando no final ~vai entender meu estilo? kkkkkkkkkkk

kisses e boa leitura :3 O/////O

Capítulo 13 - Algo mudou...


Fanfic / Fanfiction Dias de Paz. - Algo mudou...

Madara

“Vou estar com você...agora sim, quero e preciso ouvir suas palavras.”

Mas que hipocrisia humana eu me tornei, estou aqui partilhando algo desnecessário com uma inimiga, pior, estou preocupado com ela. Ultrapasso as paredes frias daquele local úmido, sua pele roça na minha e ela parece tão fria, seus pés gelados tocam minha perna, ao menos suas lágrimas diminuem a densidade em meu ombro, desvencilho uma das mãos para abrir o chuveiro e deixar que a água caísse límpida em meus pés, eu queria conversar, saber como estava depois de tudo... Ah Tsunade, o que deve estar pensando com seu silêncio? Está me matando. Vagarosamente fiz seu corpo se acostumar com a água fria, passava minha mão direita em seus braços e ombros, deixando as gostas caírem em sua pele.

_Está pronta? Vou nos mergulhar... – disse alertando-a, nada gesticulou e segurei sua nuca adentrando aquela pequena cascata de vez.

Tsunade

Memórias...

De boas ou ruins, são registros de uma vida inteira, momentos importantes para serem relembrados.

Relembrar, é fazer lembrar, daquilo que eu não deveria fazer tanto esforço para tal.

Quando uma memória se faz forçada a retornar ao presente, é o sinal do quanto ela foi um difícil obstáculo a se superar.

~~.Há mais de quarenta anos atrás.~~

_Tsunade venha aqui sua danadinha! – uma mulher corria em seu longo vestido de prata, sorria procurando a filha que se escondia atrás das pilastras da fachada de uma mansão. E ver o sorriso da filha era como um reflexo certeiro em seus lábios, abaixou-se recebendo um abraço da menina.

_Vocês sempre vão me achar! – a menina loira de poucos quatro anos já falava perfeitamente e era reconhecida por sua inteligência e destreza, além de sua doçura natural, mimada pela mãe e amada por ela. A mulher alisou a barriga saliente e ali sua filha acariciou-a com ternura, os olhos da pequena brilhavam em descobrir o sexo do bebê.

_Tem razão, sua irmã ou irmão me guiam até você! – ela riu adoravelmente pondo a mão à frente dos lábios – O danadinho ou a danadinha aqui fica pulando toda vez que você aparece, quando some ou se afasta eu juro que posso ouvir o chorinho em meus pensamentos! – ela faz uma cara forçada, até cômica. As duas são interrompidas por uma presença de um cavaleiro do exército dos Senjus. A mulher trouxe a menina abraçando-a já de pé, Tsunade envolveu a perna da mãe, se escondendo atrás dela, seu olhar curioso para o home, parecia ser a primeira vez que vira um cavaleiro.

_Senju Meyumi! Não devia estar assim ao ar livre, ainda mais do jeito que está, abrigue-se senhora!

_Agradeço sir, mas não estou doente, tampouco covarde para me esconder em meus próprios domínios. – dizia sem displicência. – Notícias de todos?

_Lamento senhorita mas tenho um ultimato oficial...poderia falar somente com a senhorita? – ele olha para Tsunade, temendo o que ela pudesse ouvir.

_Certo. – ela dá de costas – Filha preciso que vá até sua avó. – rapidamente a menina se afasta e o homem segue por um caminho com sua mãe o seguindo, vão até uma tenda e ali, a menina os segue se aproximando e olhando pelo rasgo do pano.

_Papai! – Meyumi abraçava Hashirama, este estava muitos meses longe de casa devido aos confrontos. Ele abraça firme a filha, e seu olhar pesa ao se separarem e a jovem indagar a aura sinistra que atinge ao moreno e a seu irmão Tobirama que estava até então com os braços cruzados encostado na mesa.

_Seu esposo...- ele a olhava com frustração e ela já sabia o que significava, seus olhos já transbordavam lágrimas. – Ele se sacrificou para que vencêssemos.

_ O que exatamente vocês venceram? Terras? Barganhas?...Pai, eu vou ser mãe...e sozinha! – ela aumentava a voz, mas ainda sã de suas emoções, o Senju abaixava o rosto, mirando o chão.

_Sei que prometi trazê-lo querida, mas...

_O que foi que aconteceu? – disse em profunda raiva.

_Uma emboscada, capturaram metade de nosso pelotão, seu esposo se sacrificou desfazendo o genjutsu deles e se adiantando antes de nós, infelizmente o líder do pelotão dos Uchihas o pegou e enfiou uma faca à frente de seu pescoço, ele queria uma troca por seu esposo, o mesmo não aceitou os termos e em nosso segundo confronto, roçou a lamina do ninja propositalmente em seu pescoço, morrendo ao cair no chão, sem mais o que ofertarem, os Uchihas fugiram. – Tobirama dizia tudo. – Hashirama é sempre tão descuidado e dá voltas no assunto, não ia aguentar esta espera toda.

_Tobira. – o moreno afligia-se, não queria dizer tudo isso a filha assim dessa maneira.

_O que os Uchihas queriam em troca?

_O colar em meu pescoço... – Hashirama retirava seu colar, segundo o qual valia mais que qualquer outra joia no mundo.

_Este pedaço de pedra era tão importante para você? – a filha perguntou em afronta.

_Sim, ele me foi dado por sua mãe, e graças a ele pude controlar a kyuubi durante muitos anos, e ele será passado para seus filhos...assim como lhe pertenceu quando era menor e sua vida corria risco. Acreditávamos no poder milagroso deste amuleto, de que ele realmente podia proteger as pessoas que o usasse.

_Ou matar as que estavam próximas. – ela terminou. – Meu marido queria voltar, ele me prometeu isso, ele ficaria responsável por minha segurança e de nossas crianças! – gritou – Por que o senhor confiou mais numa pedra!?

_Por que foi a escolha de seu marido! – Hashirama alterou sua voz, não que gostasse, mas no momento era preciso. – Nós dois sabemos que ele estava doente! Salvo apenas por minha presença ao qual nunca neguei ajuda médica! Como você acha que ele como homem, deve ter ficado? Sabendo que morreria antes de ver o filho nascer? Não podendo proteger ninguém? – cada verdade a calava profundamente.

_Eu sabia de tudo isso e ele também...nós decidimos arriscar, queríamos ser pais, desejamos Tsunade mais do que tudo e ela foi nossa total alegria, mas ela não tinha amiguinhos de idade, é uma menina notável e amadurecida mesmo com quatro aninhos, olhe ao nosso redor pai! Não temos crianças! Todos estamos guerreando e morrendo sem deixar herdeiros para o futuro! Eu não quero isso para ela, não quero que amadureça tão rápido, não quero que seja uma prodígio esperta demais antes do tempo...quero que tenha uma infância normal, ela pedia todos os dias um irmãozinho para lhe fazer companhia. O senhor não sabe como é alegria de vê-la todos os dias passar horas ao meu lado se inquietando ao deduzir se é menino ou menina, ela até fala de querer os dois! – a moça sorri mesmo caída em remorso. – Como vou dizer para ela?...Como serei tão covarde de apagar seu sorriso? E essa criança – alisou o ventre – seu neto, o que dirá a essa criança ao nascer?...Que sente muito?...Não. Eu sinto muito, sinto muito por ter tido o tolo desejo de ser mão num tempo de matanças e no momento inapropriado. Como pôde ver, tudo era contra nossa felicidade.

_Querida, espere! – ela se afastou, dirigindo-se até a entrada da tenda, onde levantou o pano saindo do local, seu pai foi atrás e a viu paralisar ao ver algo. Meyumi avistou sua filha com a cabeça baixa, chorando sentada em uma pedra, correu até ela para confortá-la.

_Tio, você sabia que ela estava ouvindo? – se virou para Tobirama, ninja sensorial, este desviou o olhar mas não escondeu.

_Esconder a verdade não vai ajudá-la em nada, estes são os tempos em que vivemos, não pode protegê-la para sempre! – disse frio, e recebeu um olhar franzido de sua sobrinha, que só não foi até ele confrontá-lo por estar grávida e no momento, o mais importante ser se juntar a sua pequena.

Dali se passaram algumas semanas, o homem fora enterrado com respeito e a vida de todos seguiu normalmente,Tobirama e Hashirama resolviam assuntos das guerrilhas que tinham, Meyumi passava praticamente o dia todo ao lado de Tsunade, botava a mesa para a menina e muito mal uma colher ela comia. Aquilo estava a atordoando, mas tinha que ser forte pela criança que chegaria, não aguentava mais ver a filha assim, aos poucos foram recuperando o pouco da alegria que era estarem vivas e da responsabilidade que teriam, os meses passaram-se e a barriga da jovem só fez crescer, tanto que nem mesmo os passeios matinais com a filha haviam sido interrompidos pelo desgaste do peso.

Era um dia comum, o céu estava nublado e ventava bastante, brisas geladas que incomodavam o corpo. Tsunade acordava cedo, caminhava sozinha pelo povoado dos Senjus, a grama rasa batia em seus pés, e com a menção de presentear a mãe, saiu para comprar o café da manhã, levou tudo em uma sacola parda que segurava a frente do corpo, quase não enxergava o caminho. Jurou ter visto um homem vestido de preto, cabelos e olhos negros que debatiam-se os fios contra o vento, gravou bem seu rosto, o mesmo a encarou e desapareceu ao se mover rápido. Ela largou a sacola à cair tudo no chão e foi correndo até os aposentos da mãe. Sentia o perigo brotar no profundo de seu coração, correu como se sua vida dependesse disso, quando voltou ao povoado, este estava sem vida, arrasado como se um furacão tivesse dançado ali, e as pessoas, não haviam. A pequena correu e sua mãe não estava mais no quarto, se sentiu desesperada por não saber o que tinha acontecido, gritou por ela e seu eco foi ouvido pelos ventos. Foi até a tenda de seu avô e este não estava lá. Correu mais, dessa vez seguiu seu instinto, foi até a praça principal do chafariz da cidade, lá, encontrou o mesmo homem de preto erguendo sua mãe segurando-a pelo pescoço.

_Pare! – a menina gritou, avançando, ele a fitou de lado e ele a chutou fazendo-a cair com um grande hematoma na barriga.

_Não deve acreditar em tudo o que vê...pequena princesa dos Senjus. – o homem tinha uma voz jovem, fria.

_Por favor! Não a machuque! – suplicava e o homem se sentou um tanto tocado.

 

_Eu sou seu inimigo, vai me dizer esta mesma frase quando estiver numa batalha? – jogou a mulher que caiu dentro da água. Tsunade correu até ela e o homem a segurou.

_Foi privada da verdade desde cedo, por ser a menor... – ele parecia relembrar seu passado, seus olhos se lacrimejavam.

Tobirama apareceu cruzando sua espada com o homem de grandes cabelos negros, presos em um rabo de cavalo.

_Largue a garota. – o albino dizia mortífero.

_Você é apenas um, todos foram para o confronto na ponte deste vilarejo, tirando os que matei aqui...Eu se fosse você me preocuparia com a garota maior, não sei, devido ao susto vi um liquido escorrer por suas pernas, acredito que é um péssimo momento para trazer uma criança para o mundo. – Tobirama permanecia quieto, só observando cada palavra do moreno, só conseguia pensar em Hashirama e onde ele estaria neste momento. Afinal, lhe mandou um sinal mais cedo, informando que sentiu a presença de um inimigo no povoado. Tsunade se soltou, o que permitiu que os dois ali lutassem, a jovem passou a perna pelo concreto adentrando aquele monumento, ajudou sua mãe a se levantar, a mesma não conseguia, devido a dor.

_Tsuna minha querida! Preciso que vá para um lugar seguro!

_Jamais! Eu nunca vou deixá-la sozinha de novo! – se sentia culpada – Eu fiz isso apenas uma vez e olha o que aconteceu! Está sentindo dor! Aquele homem tem razão, não dá para viver longe da verdade, esta é a nossa realidade, não me esconda mais nada!...Eu nasci numa guerra, não é uma época muito feliz para crianças mas acredito que possamos trazer felicidade no futuro! Papai acreditava nisso! – seus olhos escorriam lágrimas, a mãe se orgulhava da filha beijando-lhe o topo da cabeça.

_Minha filha, eu tenho um terrível presságio...mas quero que cumpra o que prometeu, haja o que houver, busque a felicidade, sem vinganças! Apenas sorria como sempre fez, certo? – recebeu um aceno positivo da jovem, estendeu-lhe a mão e ajudou a filha a acariciar sua barriga. – Parece que virá agora... – Tsunade sorria fraco para sua mãe, se ajeitava para receber o irmão que viria.

Pelos céus! Que eu consiga proteger a todos aqui!”

Dizia em pensamentos, tinha quatro anos de muita inexperiência, mas uma vontade enraizada e caracterizada como o fogo ascendente que faz dos Senjus mais fortes. Após minutos longos, sua mãe gritava e gemia de dor a cada contração, a mulher fazia uma imensa força para que a criança saísse o quanto antes, temendo pelos filhos e pela batalha que continuava com aqueles dois que destruíam destroços com suas espadas.

Praticamente forçando com todas as suas forças, a mulher conseguiu um avanço no parto da criança, Tsunade já podia ver a cabeça e a água foi o fator que ajudou a criança a sair com mais facilidade, logo um pouco de sangue tingia a água, começava a chuviscar um pouco e por mais tensa que fosse, foi a cena mais linda para Tsunade que abriu um imenso sorriso ao trazer o irmão para a superfície, segurando-o em seu colo, o choro da criança foi o som mais estridente que nem mesmo a chuva pôde abafar. Meyumi fitava a filha e sentia algo de estranho, passou a mão pelo ventre e sentiu mais um remexer em seu interior.

_Tsunade. – a própria se assustou pois nem imaginava. – Há mais um! – A menina fitou-a incrédula, eram gêmeos. Que situação complicada. Justamente quando Tobirama fora arremessado por um soco fulminante do Uchiha, o mesmo se aproximou, caminhando lentamente até elas, o cruzar de olhares da mãe e do homem era de profunda compreensão e temor. Eles pareciam conversar por pensamentos, ele sentia a espada resvalar sangue de Senju até pingar ao chão. Seus olhos cheios de raiva e ódio, mas com compaixão. – Por favor... – ela suspirou para ele. – Eu lhe imploro... – ele já sabia o que ela pedia.

_Eu nasci assim também...com dificuldade, sendo atacado, minha mãe morreu e me senti culpado há todos os instantes. Eu não posso esquecer isso, não quando Senjus covardes a envenenaram para que morresse friamente.

_Eu... – não tinha mais palavras – Lhe peço novamente, não como sua inimiga, aliada ou o que for...lhe peço como mãe, deixe-me sentir ao menos a passagem de meu outro filho e a confirmação da segurança dos três, depois, minha vida está em suas mãos. – foi branda, sentia a pontada do que estava para vir. O homem chorava, os olhos tristes e com o acréscimo de ódio, passou as mãos no rosto enxugando as lágrimas, e não percebeu estarem cheias de sangue, que logo lhe manchou a visão e o rosto.

_Eu sei... o que é este amor materno que tanto preza...não estou aqui a mando dos Uchihas, descobri a verdade apenas...comando o primeiro regimento das patrulhas móveis dos Uchihas, vejo mortes do amanhecer ao cair da noite, em meus sonhos, ao fechar os olhos...por mais que me toque o coração, não pode tocar o meu ódio...mas mesmo assim eu lhe peço perdão. Não posso deixar mais um Senju vir a este mundo. – ele dizia com o sangue lhe escorrendo dos olhos, a mulher entendeu, fitou a Tsunade que só ouvia tudo, sorriu para ela acariciando suas madeixas.

_Parece que você ganhou um irmãozinho Tsunade... Perdão - suas lágrimas caíram fortes, desfazendo o sorriso meigo. – Não saberá o sexo do outro, eu sinto tanto...sinto tanto não ter protegido vocês três, e a seu pai...sinto tanto largar a batalha para realizar o sonho idiota de ter uma família.

O homem aproximou-se das costas da mulher e se abaixou fitando a Tsunade.

_Corra menina! – disse cruel mas com um misero ponto de piedade para ela e seu irmão. Meyumi acenou positivamente com a cabeça e logo sentiu uma mão pesada sobre a mesma, à afundando na água ali presente.

_Por favor! Eu imploro! Você não precisa fazer isso! Ela é minha mãe, é tudo o que eu tenho, tudo o que me sobrou! Prometemos uma vida feliz juntas! Eu iria cuidar dela na ausência de meu pai! Por favor! – gritava em desespero, o homem retrocedeu por um instante, se levantou permitindo que a mulher pudesse respirar, reavaliou suas ações.

Mal pôde retroceder seus passos para trás e Tobirama vinha violentamente acertá-lo com um golpe, o que o fez cair longe do local. O tio resvalou o olhar impetuoso para a sobrinha que parecia sem reação alguma.

_Mas o que está fazendo aí parada? Vá salvar sua mãe! – gritou irritado, o que ajudou a “acordá-la” de seu momento de temor inoportuno. Rapidamente arranjou coragem para por o irmão seguro no braço esquerdo e com o direito puxava a mãe para a superfície, a via desmaiada e isso não era bom, o Uchiha ali, fugiu em direção a ponte e Tobirama foi atrás.

_Pirralha, seu avô está vindo! Apenas aguente aí! – disse antes de ir.

_Mãe, olha para mim, acorda! – nada mais importava a menina, nem se estavam em guerra ou o que fosse, não queria perder mais ninguém, estava feliz pelo nascimento de um irmão, mas com medo, temendo pela vida da mãe e do outro que ainda estava em seu ventre. E antes de tomar qualquer decisão imediata, viu uma sombra e um outro homem com roupas escuras chegar e segurar sua mãe retirando-a da água e pondo-a em solo firme, Tsunade o fitou embasbacada, logo saiu dali aterrissando as sandálias no chão e indo a pouca distancia até sua mãe, somente se preocupava com ela, nem mesmo se importava quem tivera salvado. O homem misterioso verificava os batimentos cardíacos dela.

_Isso não é bom! Está quase sem pulso, e logo agora que ela precisa estar acordada para ajudar a criança a nascer! – ele dizia preocupado, talvez a menina estivesse aterrorizada agora, vendo sua mãe perder os sentidos. – Eu falei com seu avô para que viesse! Mas que droga! Chegue logo Hashirama! – aquela voz, nunca tinha visto ele. – Presta atenção menina! – a acordou do lapso – Vou empurrar a barriga dela, você apenas fique responsável por segurar a criança! – ela atendeu sem questionar, ele sentia a tensão daquele momento delicado, a mulher estava com a vida por um fio e o tempo que ficou sem respirar pode ter sido de consequências irreparáveis para ela. Não prometeu salvar a vida da jovem, porque sabia que esta estava em situação crítica, e teve que escolher friamente a forçar o nascimento da outra criança, na esperança de que sobrevivesse. Finalmente Meyumi recobrou a consciência, sentindo vivamente o outro bebe passar, olhou para Tsunade que agora segurava os dois irmãos, porém o último ainda não havia chorado. A jovem se esforçou e conseguiu sentar-se para olhá-los, sorridente e aliviada.

_Você acertou Tsunade...parece que você ganhou uma irmão e uma irmã...e eu amo os três. Minha vida valeu a pena por este momento, vocês me fizeram felizes...nunca esquecerei. – lentamente ela relaxou a cabeço no braço do homem que já sabia o que aquilo significava.

Tsunade chorava, sabia que aquela era a despedida, e sua irmã não chorou, notou que a mesma estava pálida de mais e com os olhos fechados, a pequena tentou tudo o que podia para fazer a irmão ressurgir, ao menos que o sacrifício da mãe não fosse em vão, Hashirama chegou ao local chocando seu olhar contra o homem que ajudava sua filha, e assim conversaram pela visão, o moreno alto de cabelos lisos acabava de sair da batalha, vitorioso, entre aspas, ajoelhou-se ao lado da filha, tocando seu rosto, desacreditado, chorou como uma criança. Viu sua pequena neta nos braços de Tsunade, nada pôde fazer, a menina já estava sem vida e o menino chorava de um modo triste, parecia sentir a tristeza de perder a mãe, sua irmão que o segurava, nada fez, seus olhos pesavam, mas não chorou, não ali...registrou tudo, os rostos, a situação, até mesmo o rostinho de sua irmã e irmão, a chuva que cessava, sorriu fitando a irmã.

_Ela iria me deixar escolher seus nomes...minha querida irmã, iria levar o nome de nossa mãe, em homenagem a ela, vá em paz pequena Meyumi, cuide dela para mim...Eu te amo. – suas palavras jovens ecoavam pelo local, onde os que estavam presentes ouviam, Tsunade deixou duas lágrimas grossas caírem ao beijar a testa da irmã.Fitou o irmão que parou de chorar e a olhou curioso, parecia ouví-la. – Você será Nawaki...meu amado irmão, lembrança de nossos pais...eu vou fazer de tudo por sua felicidade, eu juro! Sempre sorrirei para você todos os dias, por que é o que eles fariam, e vão fazer de onde estão! – sorria cálida para o menor, os olhos inchados e esperançosos, mesmo que nublados pelas lágrimas.

_Me diga meu velho amigo...você acredita na paz...um dia? – Hashirama olhava para o moreno de cabelos longos e espetados, este calmamente suspirou olhando-o mais leve.

_Eu vejo paz neles...vejo paz em todo o lugar...mas também vejo a destruição...vejo pessoas que se sacrificam pela felicidade das outras...vejo tolos que cometem atrocidades por estarem nublados de ódio e privados da verdade, vejo a amizade, a esperança...vejo o sol todos os dias...e me lembro...lembro de quando era feliz...hoje ao ver sua família lembrei mais uma vez... mesmo em meio a guerra, de como é estar por breves momentos...em paz. – o homem levantou-se trazendo a jovem morta nos braços, à entregou a Hashirama.

_Perdão...eu não acreditei em você... – O Senju ali parecia recordar de algo.

_Cuide de sua família, cuidarei da minha. – assim a figura enegrecida, ainda que aparentemente maquiavélica, revelou ser dotado de total compreensão e confiança aos olhos dos dois restantes ali. Tão rápido quanto um relâmpago, desapareceu deixando sua presença à imaginação.

Os dias se passaram, muito se foi aprendido e os irmãos Senjus juntos conseguiram superar aquele obstáculo, trilhou seu povoado levantando-o das cinzas e tentaram a diplomacia na maioria dos casos contra os inimigos.

Tsunade passava mais tempo na tenda de seu avô, passava o dia lendo livros para seu irmão e quando ia dormir, nunca esquecia-se de rezar por sua família, e cada perda que teve aquele dia, a imprudência e a falta de diálogo entre ambos os clãs levaram-nos a quedas duríssimas, cada lado saiu ferido, não importa se no presente ou no passado, e tudo o que queria era um futuro mais digno. Em silencio, os irmãos Senju indagavam conceitos que até então poucos se questionaram.

De um lado, o valor da vida e justamente o peso após ela, fez Tobirama se questionar sobre a possibilidade de trazer os mortos de volta a vida, ou garantir uma cobiçada imortalidade. Daí ele treinou e criou suas técnicas ao qual hoje é um kinjutsu proibido no mundo shinobi.

Do outro, Hashirama decidiu se empenhar profundamente na arte da medicina, não que já não fosse bom, mas queria sempre ir mais longe, para proteger os amados e tentar se livrar da culpa por ter sido um pai que deixou que a filha fosse antes de si.

Seu primeiro passo, foram as consultas todos os dias no horário da manhã com sua netinha. Ali aos poucos, ele a ensinava o que sabia e inconscientemente realizava sessões para que ela esquecesse o ocorrido, visto que os traumas que teve poderiam fazê-la se tornar pior que o jovem Uchiha que a atacou, assim que crescesse. Decidiu que esquecer aquela cratera na memória de todos, fosse o melhor, para que ela continuasse sorrindo para o irmão que continuava crescendo, sem culpas do ocorrido e já com grandes pesares.

Ao menos, aquela verdade, fora enterrada e esquecida a partir daquele instante.

Como se pudessem passar uma borracha e fazer tudo diferenciado.

E era assim que seria...

Pois há memórias...que mesmo importantes...é melhor não lembrar.

~~.Momento atual.~~

 

Madara

A água escorre por nossos corpos, sinto o gélido da carregada névoa que se forma naquele pequeno espaço, fecho os olhos e relembro o mesmo que ela. Eu jamais acreditei que chegaríamos a este ponto, neste momento, acho que tudo o que eu quero é esquecer... Ressurgimos de dentro da água corrente, nossos cabelos colam contra o corpo e o ar nos volta quase como se estivéssemos afogados.

_Madara... – sua voz é pronunciada fraca em meu ouvido, ergue seu corpo pondo os pés no chão, agora ela parece estar aqui, se afasta por um instante, mas mantém suas mãos em mim, levantando seu rosto. – Há coisas que...eu não sabia. – sua voz ainda nascia em sua boca, quase nula.

_Shhh, eu também não... mas acabei me lembrando...é uma memória inolvidável para mim.

_Não estou com raiva...nem mesmo de Uchiha Izuna que quase matou minha mãe...ele hesitou no fim das contas, provando ser só alguém confuso...imagino pelo quê.

_Ele soube como a mãe morreu. Só que não era tão astuto quanto eu para superar.

_No fim das contas eu não consegui proteger ninguém...era por isso que me fez lembrar? Para eu me recordar do quanto inútil sou em proteger quem me é importante?

_Não... – puxei ar fracamente –fiz lembrá-la porque você me lembrou de que podemos mudar qualquer situação...você me ofertou isso quando veio a mim, precisei comprovar se era capaz disso, mesmo lembrando de tudo.

_Já não sofremos demais? Todas as pessoas de nossas famílias, mortas uma pelas mãos da outra...Madara eu não te odeio, e ao que parece, olhando no profundo de seus olhos agora, sinto que este sentimento também não lhe é seu. Sabe algo que sempre percebi em você e nunca disse? – ela parecia mais cálida, um brilho ainda tímido nos olhos, deslizava seus dedos pela lateral da minha face. – Eu posso ver no fundo dos seus ônix, a imagem de um céu azul, daquelas tardes em que a lua insiste em ser apressada e aparecer ainda estando claro. É triste...e apaziguante ao mesmo tempo. – com sua outra mão alisava minha bochecha aproximando os dedos de meus olhos, segurei seu pulso me sentindo ameaçado e o retirei de meu rosto.

_No seu não há nada de mais. – digo, em tom mentiroso, é claro que as expressões dela eram muito melhores que as minhas, ainda mesmo quando era criança.

_Obrigada... – parece recordar-se de algo, estava longe no assunto – Obrigada por ter me dado a chance de tentar salvá-la.

_Não fiz nada que você não pudesse se virar sozinha! – me calo enterrando de vez as âncoras deste passado inusitado e sem fim, mais nada falei apenas tomei espaço deixando a água encharcar meu rosto, alisei meus braços e coxas deixando que lavasse tudo, me chacoalhei apenas descolando meu cabelo das costas e do rosto, a fitei apenas corada me observando. – Já pode tomar seu banho... – passei por ela, meus olhos não se desprendiam dos seus, e eu poderia avançar a qualquer instante.

Tsunade

Mas o que foi isso? Meu coração palpita por respostas ou talvez qualquer reação que seja, parece que tudo em mim parou ou congelou glacialmente, seus olhos negros penetrantes passavam por mim como quem desfruta de uma refeição, mas não era só isso, eu pude ver como num doce reflexo escarlate, uma paixão transbordar de suas feições e isso me assusta tanto quanto me parece convidativo. Pensei em impedi-lo, perguntá-lo a respeito, mas seria uma briga na certa, ele é o tipo de homem que não admite mesmo diante dos próprios olhos. Por um momento quase mando um comando para meu corpo, iria segurar seu braço e virá-lo de frente para mim, não deixaria que fosse assim, não com essa dúvida, não com essa deixa. Mas achei melhor que assim permanecesse, sei o quanto ele se descontrola quando conversamos sobre esses sentimentos, ele não sabe os dar nome, eu já nem sei se por acaso trata-se da trivialidade do “amor”, sendo este doentio, obsessivo e quase desvairado. Já sem a sombra deste homem, terminei de me lavar, droga! O cheiro dele ainda continua neste lugar, até mesmo em meu corpo, não importa quantas vezes lave o mesmo lugar! Ele permanece...me alucinando de vagar.

Termino me secando com uma toalha, enrolo-a em meu corpo e seco meus pés para não molhar o chão enquanto eu ia buscar uma roupa no armário. Decidi optar pelo modelito mais sport, quase num medieval, um vestido de alças coladas ao corpo da cor sépia, decote caído em v, por cima um colete de traços folgados da cor marrom escuro, as abas do vestido caíam na altura do joelho, o que me tranquilizou e cobriu as pernas foram duas bota escuras de cano longo que se fechavam na lateral com um zíper e um caminho metálico sem fim, esta vinha ao comprimento de cinco centímetros acima do joelho, quase uma meia calça, com um salto sutil na sola, cabelos usados ao meu tradicional, separados por dois amarres folgados que caíam em minhas costas, franjas bem penteadas e um semblante mais vivo com o batom marrom que achei.

Saí do quarto só agora me deparando com a falta dele. Caramba! Onde será que ele está? De alguma forma o corredor parece mais sombrio do que o habitual, é tão mais fácil encarar quando seu bicho papão está visível. Ou talvez não.

Caminho até o grande salão principal com as escadarias no primeiro andar, ali está seu piano, intacto assim como a sala de estar bem arrumada com mesa, copa e sofás de um tom mogno. Vou até a cozinha, verifico os alimentos que ali ainda residem, aos poucos vou marcando em minha cabeça o mapa deste lugar, já que ele me permitiu andar livremente. Não há alimento algum, só sobra de sementes e as garrafas estão todas vazias. Sigo intrigada até o jardim onde ele planta alguns frutos, não há muito para mais de um dia. Tenho que achá-lo e dar um jeito nisso, chamo por seu nome, uma, duas vezes e nada. Estou profundamente aborrecida com a capacidade dele de desaparecer, ainda mais quando mais preciso.

Sinto um vento gelado em minhas costas e um arrepio, viro-me para o lado frontal da entrada do jardim, e lá está ele na fachada, escorado com o antebraço esquerdo na pilastra do canto, aqueles olhos, devastadores de inocentes. A blusa clara marcando o corpo perfeito, calça escura e possui uma espécie de alça cruzando o lado direito de seu ombro e lhe traçando o peito até o lado esquerdo abaixo do braço, parecia uma arma.

_Tão esperneada... – seu tom era esnobe e cansado, levemente provocativo, ajeitou o corpo caminhando lento até mim.

_Mas é claro! Você tem a péssima mania de sumir nos momentos mais inoportunos.

_Oh, queria que eu me estendesse no banheiro? – se firmou à minha frente, cruzando os braços, está me provocando Uchiha? – Ou queria ficar me olhando mais um pouco? – um sorriso sem vergonha lhe vem a face e um rubor instantâneo à minha.

_Não seja idiota! Você não consegue viver em paz mesmo...mas preciso conversar sobre algo.

_Finalmente você está se vestindo bem com roupas que disponibilizei.

_Não me distraia! Deixe os comentários para você!

_Ah pare de graça! Toda mulher adora ouvir um!

_Garanto que não de um sacana como você! – sorriu lascivo.

_Está enganada, é dos sacanas que elas preferem mais atenção!

_Voce quer parar!? Preciso lhe falar que sua dispensa está vazia, como irá se alimentar?

_Oh, está preocupada de ter o que comer? – seu olhar foi sarcástico, de baixo a cima do meu corpo – Acho que não teremos alimento melhor que um ao outro. – agora perdia a paciência, lhe dei um tapa que apenas o deixou sorrindo mesmo com a marca dos meus cinco dedos em sua bochecha, ele está diferente, está mais...feliz, até mesmo volátil e fácil de lidar...Homens realmente mudam o humor depois de um sexo._Ora Senju, só há duas possibilidades de conseguir comida, e só me disponharei a fazer uma delas.

_Madara, não é hora para antissocialismo, precisamos cruzar estas florestas que você plantou ao seu redor, encontrar civilização e algum comércio.

_Ou eu poderia roubar... – ofertou levando a mão ao queixo.

_Jamais! Não há outro modo do que cortar a floresta ou destruí-la! – esbavernei.

_Não vou destruir meu refúgio por um mero capricho seu, quem pensa que é para mandar em mim? Princesinha.

_Então qual a sua outra maneira?

_Caçar...

_Matar animais com minhas próprias mãos?

_Encare como uma aventura.

_Precisamos mesmo fazer isso? – ele passa por mim, indo para algum lugar a frente – Eu não quero isso!

_Não queremos muitas coisas Senju, por isso fique quieta e pegue isto. – ele retirou a alça que terminava nas costas, era um revestimento de couro com algumas flechas, me jogou o embrulho e segurei sem jeito com as duas mãos.

_Flechas?

_Já que é covarde e tem medinho de enterrar uma espada no lombo de um animal, faça como os covardes e apenas atire flechas, deixa que eu faço o mais difícil.

_Como é? – me altero jogando tudo no chão e ele vira-se para mim impassível, a expressão de raiva, muita raiva e contida sabe deus como.

_Pegue esta porra do chão e vá caçar o seu alimento!– disse arrastando a voz, assustador com aquelas retinas esquentadas quase saltando de seus cílios. Bufei irritada e me abaixei para pegar as flechas que deixei cair, pondo-as no lugar e passei a alça pela minha cabeça, Madara retornou de uma espécie de esconderijo de concreto, com o arco grande e de um azul reluzente, me jogou o equipamento grande com vontade, segurei machucando minha mão na violência da pegada.

_Qual o seu problema? Você quer me matar? – estou quase em meu limite.

_Se não consegue nem mesmo se proteger, na natureza não vai conseguir sobreviver nem caçar.

_Falou o pré-histórico que vive cercado de plantas.

_Você não sabe nada de como sobreviver assim, princesa.

_Vai se ferrar!

_Olha essa boca! Vou castigá-la mais tarde se abusar de minha paciência. – faz um gesto com a cabeça, me chamando. – Venha, ao meu lado. – sem opções, fiquei ao seu lado, já que não conhecia nada do interior daquela mata.

_Agora você quer que eu ande ao seu lado? – arqueio uma sobrancelha em provocação.

_Bem, se andar atrás de mim, vai se perder e pode me atacar desprevenidamente, se andar a minha frente, além de você não saber o caminho, bem...eu teria uma bela visão. – eu pude jurar que seu rosto corou, droga, ele ficaria me observando?

_ É um pervertido incutido.

_Só eu? – puxa graça em seu sorriso.

_Melhor eu parar de falar com você, se não vou te esganar.

_Ora princesa, pensei que gostaria de jogar conversa fora durante caminho tedioso.

_Mas o que aconteceu com você? Está diferente...

_Um banho lava muitas coisas...menos o bom humor das pessoas. – mal notei e já estávamos floresta adentro, ele me alerta com o indicador à frente do rosto, um esquilo, franzo minha cara suspirando.

_Um esquilo vai nos alimentar!? – sou irônica olhando-o de lado com os olhos miúdos. – a mim não, mas a você deve servir, só tome cuidado quando estiverem em grupo. Pego uma flecha e armo no arco puxando a corda e mirando no animal. Ele saiu correndo pelos matos pequenos. – Droga! O perdi.

_Não, o que está esperando? Siga-o!

_O que?

_Eu te proponho uma caça solitária, assim pode me provar que consegue se virar sozinha, coisa que eu duvido enquanto eu pego o meu “peixe-grande”. – Diante de sua afronta, aceitei correndo na direção que o pequeno roedor foi, fitando cada detalhe do chão, corri com a flecha em posição, ouvindo cada barulho que viesse dali, entre as árvores e no chão.

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E antes de perceberem, este pequeno desafio se tornou uma caçada, Tsunade se sentia perdida naquele lugar enorme e desconhecido, talvez Madara tivesse feito de propósito, mas precisava reagir em prol de sua sobrevivência, talvez guiada por seu instinto.

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Não isto é ruim! Meu instinto aponta para um moreno egocêntrico fora de minhas vistas nesta floresta! Isto tudo pode ser um jogo mental, ele adora este tipo de coisa, adora situações extremas e é capaz de me matar um dia com isso. Sinto o cheiro da clorofila do verde das folhas dando a essência da vida, tudo é interligado e fechado nos céus com arvores enormes que fazem sombra. Ouço barulhos diversos a cada instante, sei que não estou sozinha.

Quem ele pensa que é para me obrigar a matar animais para sobreviver? Não que eu não pudesse fazê-lo, mas o modo que ele se dirige a mim, me irrita por dentro. Cada minuto que perco aqui meu estômago se comprime mais um pouco me causando náuseas horríveis. Entro numa parte mais aberta da floresta,as gramíneas batem na altura da minha cintura e consigo uma visão mais clara do que está a frente. Lá está ele, sem querer sua direção parou na mira de minha flecha, ouso voltar a minha direção e fecho o olho direito mirando nele na altura do tórax, apenas fico quieta vendo-o se mexer à leste, corta brutalmente os capins altos com sua espada e exibido gira-a em sua mão, o maldito é habilidoso, seu olhar felino não se distrai por um instante, ele avista algo e começa a se distanciar.

O que está pensando Madara? Eu poderia muito bem soltar esta corda e meus problemas estariam resolvidos...

Não adianta, não consigo, recolho o instrumento e dou quatro passos, ouvindo um barulho mais próximo de onde estou. Viro-me para trás e vejo um javali rosnando em minha direção. Merda! Ele começou a correr, e tudo foi tão rápido, só deu tempo de pular e me jogar nos ramos à minha esquerda, caindo no chão sem resistência alguma, olho espantada para o animal e só vejo-o vindo até mim, fechei meus olhos e não vi mais nada.

Madara

Mas que mulher idiota! Ela está mesmo apontando uma flecha para mim? Mesmo com esta fera atrás dela, mas que merda Tsunade! Pare de ficar me olhando se não morrerá!

Corro rápido assim que ela se vira e desaparece, deve tê-lo notado, rapidamente estiquei as pernas subindo o pequeno declínio e vejo-o de frente e o lanço um golpe de espada certeiro, mas mesmo assim javalis não se abatem tão facilmente, agora é que ele ficou louco de vez indo atrás de mim, tive que sair correndo na direção que vim e parei ao sentir que o animal parou.

Me dou conta de tudo quando me viro para a direção dele, Tsunade esta estirada no chão suspirando de alivio talvez, ela lançou uma flecha estando naquela posição e esta atingiu a lateral esquerda do rosto do bicho, que logo deu só dois passos e caiu, minha cara ao notá-la em seguida, estou sem saber o que houve, vou até ela e lhe ajudo a levantar segurando em seu braço.

_Como fez isso? – estou surpreso, por que não admirado?

_Usei umas plantas que reconheci aqui neste lugar, juntas podem fazer um tipo de analgésico, pense como uma anestesia, assim ele não sentirá dor.

_Pôs na ponta da flecha... – sorri fascinado com sua astúcia. Ajeitei suas vestes com resíduos de terra e gramas, a percebi dar um passo em falso e segurei em seus antebraços para que não caísse. – O que houve? – olhamos a lateral de sua perna direita, tinha um rasgo feio ali.

_Deve ter sido quando avançou em mim pela primeira vez, eu senti algo roçar em minha perna, deve ter sido o chifre dele.

_Sempre descuidada, este ferimento está feio, vamos se apoie em mim!

_Mas nem pensar! – por um motivo estranho ela se alterou. – Não preciso que homem nenhum fique me carregando! Carregue minha presa então ali no chão!

_Sua presa? – pergunto irônico.

_Eu o abati por último. – foi relativa em sua face audaciosa. Concordei desta vez, e lhe estendi a mão, sem perceber aqueles malditos olhos caramelados brilhavam para mim com a ajuda da luz do sol, seu rosto era todo iluminado por um dourado que ascendia em seus cabelos e olhos até as roupas. Tsunade segurou minha mão e aquele contato foi diferente de tudo o que tivemos passado, de alguma forma estávamos nos entendendo, nos ajeitando perfeitamente, apesar de todo o perigo, nos divertimos...eu consegui...me divertir? É fatídico de que ela me causa um tipo de felicidade incomum.

_Vamos voltar...suba em minhas costas.

_Como é? – me virei cedendo ajuda.

_Obedeça! Não vai querer sangrar mais do que já está né? Suba logo e pare de reclamar antes que eu decida levar a comida e deixar você aqui! – Definitivamente não sei lidar com isso, por isso a melhor maneira de prosseguir sem demonstrar minha face babaca na incompreensão, é de uma forma que ela não me veja, perfeita ideia! Mas a sensação de tê-la se apoiando em meu corpo, envolvendo seus braços gentilmente pelo meu pescoço, segurei em suas pernas a levantando e pude ouvir o resquício de um riso adorável de seus lábios próximos a meu ouvido. Andei até o aninal e o puxei pelo rabo arrastando-o pelo chão.

_Você é tão teimoso que quer fazer tudo sozinho!

_Fala do esforço, não se preocupe, isto não é nada...se quiser ajudar, faça um regime.

_Como é? – como adoro as alterações de sua voz, é tão divertido.

_Ah por favor, não comece a reclamar no meu ouvido.

_Você dizendo por favor? Ele foi abatido mas quem perdeu a noção de tudo aqui foi você!

_Ah, eu sei que você quis ser carregada, está adorando não é princesinha?

_É no mínimo um tanto estranho ter Uchiha Madara me carregando, mas eu não o forcei a nada!

_Certo! Já acabou de fofocar? Você me distrai muito! – ah eu pude notar, estava se segurando para não remexer em revolta atrás de mim, no momento só quero medicar este ferimento e aproveitar a refeição que está por vir, junto a meu insaciável apetite pelo corpo, o sangue e tudo que há nesta mulher.

Continua.


Notas Finais


E aí meu people? Será que rola safadarias no próximo ~sei de nada hausauhsauhshas


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