História Dias Sangrentos - Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três

Farlan: Se protejam! – ele gritou, e suplicou ao mesmo tempo para os seus amigos

As pessoas entraram em desespero, todas começaram a correr para todos os lados e buscavam se esconder, pareciam até ter se esquecido de que havia inimigos além dos monstros na frente deles

Nox: Ei – ele colocou sua metralhadora na cabeça de Samuel – estamos aqui ainda, deixe os bichos para os seus amigos se ferrarem lá embaixo, você já tem problemas aqui em cima

Samuel: Ah, perdão – ele colocou a lâmina do seu braço na “boca” da metralhadora e puxou Nox para perto dele, para então lhe dar uma cabeçada – você pediu, não se esqueça

Ele deu um soco no rosto de Nox e cortou sua garganta, depois disso ele chutou-o de frente e ele caiu no chão

-Atirem! – gritaram os homens

Luiz: Se abaixa! – ele empurrou Samuel no chão e pulou por cima dele, num rápido movimento da foice ele passou decepou as mãos de um deles acertou o tronco de outro – agora, vai!

Samuel se levantou e perfurou o outro na barriga, este outro estava focado em Luiz, o que o fez tirar os seus olhos de Samuel

Samuel: Vai fazer o quê? Como aquilo aconteceu?

Luiz: Não sei porra – ele puxou a foice para perto de si e atirou na cabeça do indivíduo com a sua pistola – se eu tivesse como ter feito alguma coisa antes eu tinha feito, e as coisas nunca teriam chegado nesse nível – Luiz olhou para Xavier, agora transformado – se eu tivesse matado ele mais cedo...

Samuel: Teve essa chance? Me diz que não

Luiz: Isso importa agora? Mesmo se eu tivesse tido meu foco tem que ser acabar com isso agora, vamos, precisam de nós lá embaixo

Ele e Samuel correram para as escadarias, estavam descendo o prédio

Luiz: Quero que equipe as pessoas ok? Leve elas para o mais longe possível daqui, se quisermos matar essas coisas precisamos primeiro dividir elas, todos juntos seremos massacrados, necessitamos de gente competente que saiba administrar essas táticas

Samuel: É, eu sei disso, vou dar meu máximo

Uma sombra negra gigante surgiu na janela, quando estavam chegando perto do térreo, ela invadiu o prédio e detonou toda a estrutura do lugar

Xavier: Você vem comigo!  - ele pegou Luiz com uma só mão e quebrou uma parede com ele, o arremessou contra uma carrada de areia, que estava perto de uma construção recente, mas ao longe da rua onde o combate era intenso

Luiz: Desgraçado – ele falou se levantando do monte de areia – gostou de mim hein?

Xavier: Pela primeira vez em muito tempo eu senti na pele o gosto de querer decapitar alguém, mas quero te decepar lentamente – ele pisou no chão com o pé direito, e tudo tremeu – primeiro os seus braços, depois suas pernas, aí eu arranco sua cabeça e empalo suas partes na minha sala pessoal de troféus humanos

Luiz: Você tá confiante demais – ele cuspiu sangue e limpou a boca – deixa eu te dizer uma coisa – falou pulando de cima do monte de areia e empunhando a sua foice – acha mesmo que eu iria deixar meus amigos serem mortos e eu não faria nada? Você quer brigar comigo? Ok, eu brigo, mas não se esqueça – afirmou apontando a foice para Xavier – eu só entro pra vencer, pra mim é vença ou morra

Xavier: Acho que as coisas estão bem óbvias dessa vez humano maldito

Luiz: É, então me prova!

Xavier veio correndo na direção de Luiz, fazendo o0 chão tremer. Cada vez que ele pisava no chão era como se uma manada inteira de elefantes estivesse estourado. Seria o desafio mais difícil da vida dele

Com mais um acréscimo. Ele foi ferido gravemente na noite anterior, durante o Torneio Metálico. Estava cheio de ferimentos e só não estava sem poder andar porque a dosagem dada a ele de analgésicos foi alta. De toda forma, as consequências viriam depois, e Luiz sabia disso. O mínimo erro seria fatal

Mas Xavier não podia sair vivo dali, de jeito nenhum

Samuel ignorou o que aconteceu com Luiz, talvez ele fosse ajudar, talvez, mas apenas depois. Ele tinha uma tarefa a ser feita agora, e o bem de todos estava em risco

Ele correu pela rua e pulou em cima de um zumbi que estava do outro lado, atravessou a cabeça com sua lâmina e ajudou Zacarias a se livrar deles

Samuel: Esses caras – ele disse matando mais deles – podem ser úteis

Zacarias: Aposto que seriam, mas não nessas condições

Um dos Filhos do Fim veio correndo estraçalhando os zumbis que estavam tumultuados em uma multidão única

Zacarias: Ih droga

Eles correram pro outro lado da rua e a coisa passou derrubando tudo que estava na sua frente

Zacarias: Ele está matando os zumbis, algum outro infectado já fez isso?

Samuel: Eles não são como os outros infectados, ou você acha que são? – ele correu até o meio da rua – pessoal! – gritou, atirando pra cima – precisamos nos separar, não podemos ficar reunidos no mesmo local, se a gente se separar as chances serão maiores

O Filho do Fim voltou sua atenção para Samuel, que estava parado no meio da rua

-Não vamos deixar que vão embora! – disse um dos soldados da fundação, que ia atirar, mas foi abatido por Kiara

Douglas: Agora você resolve ajudar na luta?

Kiara: Me escondi pra não morrer atacada por aquele bicho voador, considera isso burrice? Se eu não tivesse corrido a tempo poderia ter morrido, sou uma franco-atiradora, meu trabalho é derrubar os alvos de longe

Douglas: Que seja

Eles haviam chegado, os poucos homens do Shopping e do Bando Fox que permaneciam vivos estavam ali para fornecerem para os outros a sua ajuda

Oliver: Isso é passado, temos que mudar as coisas agora – Oliver andava com a ajuda de um dos seus, ele estava com a barriga totalmente enfaixada por gaze – tem mais dessas coisas, isso é ruim

Douglas: Cuidem dos feridos, uma parte de vocês, o resto vem comigo e com a Kiara, vamos seguir a nossa luta, enquanto ainda tivermos energia pra fazer isso

Samuel ficou feliz, mais gente tinha chegado para ajudar eles no combate e isso era bom. Mas ele ainda estava sob o olhar do monstro perverso

Zacarias andou até Samuel

Samuel: O que a gente faz? Vai querer lutar com ele?

Zacarias: Não podemos deixar esse bicho solto, nem ele e nem os outros. Vai ajudar o resto, avisa pra todo mundo o que está acontecendo aqui, eu cuido desse cara

Samuel: Você precisa levar ele pra longe daqui

Zacarias: Não queira ensinar um padre a rezar a missa, vamos logo, vai!

Samuel deu meia volta e foi na direção dos outros combatentes que ainda estavam vivos

Zacarias: Vem comigo, eu não tô com pressa

Ele deu correu em um beco e o bicho veio correndo atrás dele, destruindo tudo no caminho entre eles, e iria destruir Zacarias também, se ele não apressasse o passo e se distanciasse mais ainda daquela coisa

Zacarias: Tanto tempo de apocalipse – ele conversava consigo mesmo – tanta dor e tantas perdas, como ainda tem coragem de criar uma coisa dessas? – ele olhou pra trás e viu uma lata de lixo voando na sua direção, ele se jogou no chão e ela passou por cima dele – merda!

Mas isso deu brecha pro bicho chegar mais perto, ele pulou em cima de Zacarias que rolou pro lado e não foi pego

Zacarias: E isso! – ele pulou nas suas costas e fincou nelas duas facas, que sempre carregava consigo, uma era que o pai dele lhe deu e a outra foi presente de Helena, ainda quando estava viva. Ele se sentia invencível cada vez que empunhava uma das suas, era como se os que se foram estivessem ali com ele, lhe dando forças para seguir em frente

O Filho se debateu e correu de costas, colidindo contra uma parede, junto de Zacarias, que foi forçado a se soltar dele

Zacarias: Boa – ele falou se levantando – me acompanha então!

Ele correu até a outra rua, e o zumbi não deixou de lhe acompanhar

Zacarias: Vamos, vamos, vamos

Ele passou por cima de um esgoto, no meio da rua. Aproveitando a chance, o Filho do Fim, quando passou pelo mesmo lugar, pegou a tampa de esgoto e a arremessou na direção de Zacarias. O acertou nas costas e ele caiu no chão

Zacarias: Filho da mãe! – ele gemeu caído

O zumbi correu e o levantou pela perna, depois disso ele o girou no ar e arremessou para longe. Zacarias caiu no chão outra vez e rolou mais algumas vezes na rua até parar próximo do esgoto

Zacarias: Morto maldito – ele tirou sua pistola do coldre e tentou atirar com a mão direita, mas seu pulso estava torcido – porra! – ele trocou de mão e começou a atirar, mas cada tiro que ele dava parecia não surtir efeito. Ele ficou parado no meio da rua, apenas recebendo as balas, e começou a andar até ele, devagar

Ele descarregou um pente e colocou outro, descarregou ele também, mas ainda não tinha causado dano nenhum nele, e se tinha ele queria disfarçar. Sua pele foi danificada um pouco por fora, e apenas isso. Dava para ver os projéteis presos nela, do lado de fora

Zacarias: A pressão não é o bastante pra te ferir do lado de dentro não é? Você é durão

O Filho correu até Zacarias que girou no chão umas duas vezes e caiu no esgoto, o monstro tentou pular dentro do buraco, mas ele não cabia, era muito grande para passar pelo mesmo lugar que sua presa havia passado. Então ele subiu de volta e começou a esmurrar o chão, foram cerca de sete socos consecutivos e potentes até o chão se quebrar e ele cair dentro do esgoto também

O bicho grunhiu, olhava para todos os lados atrás de Zacarias. O pior era que ele estava com o pulso torcido, e, a água, além de fétida, era funda. Mas dependendo de como ele se locomovesse isso poderia vir a se tornar uma vantagem ou uma desvantagem

Ele pisou na água suja, deu socos e tentou achar Zacarias, mas ele não estava ali, ao menos ele achava que não

Alguns segundos de silêncio pairaram pelo ar, até que Zacarias pulou da água e se segurou nas duas facas que tinha cravado no bicho

Zacarias: Estava me procurando?

Ele começou a se debater mais uma vez, tentando se libertar de Zacarias, mas ele estava o segurando firmemente para que o mesmo erro não se repetisse duas vezes. Por vez ou outra ele quis soltar-se do bicho, seu pulso doía cada vez que ele se debatia carregando-o nas suas costas, mas morreria caso fizesse isso, então teria de aguentar firme

Ele soltou uma das facas das suas costas e a cravou na sua cabeça, na parte de trás, com toda a força que lhe restara. Assim que fez isso, o Filho começou a cambalear

Aproveitando a chance, Zacarias, se pendurando no grande zumbi, apoiou seus dois pés em seus ombros e puxou as duas facas de sua carne, pegou impulso e deu um pulo

Zacarias: Morra!

Ele desceu com as duas facas e cravou-as na cabeça do mostro, que se debateu mais agressivamente ainda e pegou Zacarias com uma das mãos e o arremessou nas paredes do esgoto. Por sorte, antes de ser jogado para longe, ele conseguiu pegar uma das facas que colocou na sua cabeça

Zacarias: Pode vir – ele falou se levantando em meio à água, e segurando a faca com a mão esquerda

Se nem duas facas afiadas na cabeça derrubaram aquela coisa o que poderia derrubar? De toda forma, ele tinha plena consciência de que alguma coisa podia parar ele, e ele tentaria, até achar algo que o fizesse

O zumbi investiu contra Zacarias que esperou ele chegar mais perto e mergulhou na água suja, outra vez, contra sua vontade. Ele passou por debaixo dele e surgiu atrás. Assim que emergiu das águas outra vez ele deu uma voadora no Filho do Fim, que cambaleou e bateu com a cabeça na parede onde tinha arremessado Zacarias, fazendo a faca atravessar sua cabeça, e perfurar o cérebro

Zacarias: Isso é meu - ele andou até ele e tirou a faca da sua cabeça

Usando o grande corpo do zumbi como apoio, e aproveitando o buraco que tinha sido feito no chão, ele subiu até a superfície e pegou seu rádio

Zacarias: Aqui é o Zacarias, Samuel, tá aí? – ele chacoalhou o rádio e tentou contato

Samuel: Estamos com problemas, o cachorro vai dar mais trabalho do que nós imaginávamos, se é que dar pra chamar isso de cachorro, ele é ágil demais

Zacarias: Vou ajudar vocês, onde estão? – falou enquanto examinava seu pulso, não podia forçar mais, precisava deixa-lo imóvel por algum tempo até receber os devidos cuidados médicos

Samuel: Perto do morro ainda, se conseguir nos alcançar vem logo, trouxemos ele para mais dentro do morro, estamos subindo. Mas e quanto ao seu alvo?

Zacarias: Está morto, pode riscá-lo da lista – disse em tom orgulhoso – certo, estou indo!

Ele guardou o rádio e correu na direção do morro, para ajudar no combate, que por mais dolorido e cansativo que fosse, ainda acontecia

E precisava acabar.